O que deve ser feito

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Monarquia Vs. Democracia

Todavia, mesmo sem considerar tudo isto, tão logo um monopólio de proteção passe a existir, qualquer que seja o tamanho do território, o monopolista tentará intensificar sua exploração e aumentar seu rendimento e riqueza o máximo possível à custa dos súditos protegidos. Enquanto o monopólio estiver nas mãos de uma única pessoa, como um príncipe ou um rei, e principalmente quando ele for um monopólio hereditário, então será do interesse do monopolista — porque ele possui o monopólio e o seu valor capitalizado — preservar o valor de sua propriedade. Ele irá explorar pouco hoje para que possa explorar mais amanhã.

A resistência popular contra a expansão do poder do estado será muito grande se existir uma única pessoa no comando, pois obviamente não existe nenhuma livre entrada no aparato estatal, e os benefícios do monopólio convergem para um único homem e sua família estendida — isto é, a nobreza hereditária. Consequentemente, a vigilância e o ressentimento público são intensificados, e tentativas de aumentar a exploração encontram rápidas e graves limitações. O povo odiava o rei, pois sabem que “ele é o governante e nós somos governados por ele”.

Como era de se esperar, um grande avanço no desejo estatal de intensificar a exploração ocorreu somente em conjunto com a reforma do estado — ao longo de séculos — passando de um estado principesco para um democrático. Sob a democracia majoritária moderna — ou seja, o tipo de estado que veio se concretizar ao redor do mundo após a Primeira Guerra Mundial — o monopólio e a exploração não desaparecem. A democracia majoritária não é um sistema de autogoverno e autodefesa. Estado e povo não são uma única e mesma coisa. Com a substituição por um parlamento e presidentes eleitos no lugar de um príncipe ou rei não eleitos, a proteção permanece um monopólio do mesmo modo que era antes. O que ocorre é apenas isso: o monopólio territorial de proteção agora se torna propriedade pública ao invés de privada. Ao invés de um príncipe que o considera sua propriedade privada, um zelador temporário e efêmero é colocado no comando do esquema mafioso de extorsão. O zelador não é o dono da máfia. Ao invés disso, apenas se permite que ele use os recursos atuais para sua própria vantagem. Ele é o dono do usufruto, mas ele não é o dono do valor do capital agregado. Isto não elimina a tendência, estimulada pelo interesse próprio, de aumentar a exploração. Ao contrário, isto apenas torna a exploração menos racional e menos calculada, e mais imediatista e mais destrutiva.

Além disso, devido ao fato de que a entrada em um governo democrático é livre — todo mundo pode se tornar presidente — a resistência contra as invasões de propriedade perpetradas pelo estado é reduzida. Isto leva ao mesmo resultado: progressivamente sob condições democráticas, os piores chegam ao topo do comando do estado em livre competição. A competição não é sempre algo bom. A competição para ver quem se torna o mais sagaz agressor da propriedade privada não é para ser louvada. E isto é precisamente ao que a democracia equivale.

Príncipes e reis eram soberanos diletantes, e normalmente eram dotados de uma boa dose da educação proveniente de uma criação de elite natural e do sistema de valores que a acompanha, de modo que frequentemente acabavam agindo simplesmente apenas como um bom pai de família agiria. Por outro lado, políticos democráticos são e só podem ser demagogos profissionais, constantemente apelando mesmo para os mais básicos instintos — tipicamente igualitários — à medida que cada voto é obviamente tão bom quanto qualquer outro. E devido ao fato de que políticos publicamente eleitos jamais são responsabilizados pessoalmente por serviços públicos oficiais, eles são muito mais perigosos, do ponto de vista daqueles que querem que suas propriedades sejam protegidas e querem segurança, do que qualquer rei possa ter sido.

Se você combinar estas duas tendências que mencionei, inerentes a um estado: intensificação — exploração da população doméstica, e extensificação; então você obtém uma democracia mundial, com uma moeda de papel mundial emitida por um banco central mundial.

 

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