Deve haver centenas de livros econômicos que podem ser descritos como keynesianos, pró-keynesianos, quase-keynesianos, semi-keynesianos ou “pós-keynesianos”, e deve haver também milhares de panfletos e artigos. No entanto, há uma grande escassez de literaturas a partir de 1936 que possam ser descritas como anti-keynesianas, no sentido de serem explícitas e consistentemente críticas em relação às principais doutrinas keynesianas. Nas obras de escritores como Ludwig von Mises, F. A. Hayek, Wilhelm Röpke, Frank H. Knight, Jacques Rueff e outros, temos de fato uma impressionante literatura não keynesiana, baseada em premissas “neoclássicas”, com ocasionais críticas explícitas aos princípios keynesianos. Mas livros completos dedicados exclusivamente a uma análise crítica do keynesianismo podem ser contados nos dedos.
Primeiro, gostaria de mencionar The Economics of Illusion, de L. Albert Hahn, uma coleção de ensaios, originalmente publicados separadamente, sobre vários temas keynesianos. Common Sense Economics do mesmo autor é principalmente dedicado ao desenvolvimento de uma doutrina construtiva unificada, mas envolve críticas explícitas e implícitas à doutrina keynesiana. Um pequeno volume de V. Orval Watts, Away from Freedom, enfatiza especialmente as fraquezas morais e políticas do keynesismo. E nem mesmo a menor bibliografia “anti-keynesiana” deve omitir o estudo monumental de Arthur W. Marget, The Theory of Prices (dois volumes, 1.426 páginas). Esta obra se diferencia tanto pelo comentário aprofundado quanto pelo imenso leque de estudos, mas sua prolixidade constante e seu tamanho desanimador fizeram com que perdesse a influência que poderia ter tido.
Antes de terminar o presente livro, tive o prazer de, por sua generosidade, passar um momento analisando o manuscrito de uma obra em preparação de W.H. Hutt, agora reitor da faculdade de comércio da Universidade de Capetown, na África do Sul. Será uma obra completa e admirável, a qual estou convencido de que causará um profundo impacto quando publicada. Enquanto isso, sinto-me encorajado e corroborado em minha própria análise pelas inúmeras semelhanças com a análise feita pelo professor Hutt de uma perspectiva geográfica tão distante.
Fui informado que David McCord Wright, professor de economia e ciências políticas da Dow na universidade McGill, em Montreal, agora também está envolvido em um livro sobre O Sistema Keynesiano. A julgar pelo seu artigo, “Mr. Keynes and the ‘Day of Judgment’”, publicado na Science em 21 de novembro de 1958, este livro trará muito esclarecimento adicional sobre os problemas com os quais lida.
Volumes individuais apareceram dedicados à crítica de aspectos únicos da doutrina keynesiana. Entre esses, destacam-se The Theory of Idle Resources, de W. H. Hutt, e The Bogey of Economic Maturity, de George Terborgh. Milton Friedman dedicou um estudo crítico e cuidadoso de The Theory of the Consumption Function, e Ernst W. Swanson e Emerson P. Schmidt em Economic Stagnation or Progress, escreveram uma crítica às doutrinas sobre a economia madura, super poupança e gastos deficitários.
Mas muitas das melhores análises críticas das doutrinas keynesianas apareceram meramente nas páginas de alguns capítulos das obras de escritores como Benjamin M. Anderson, Arthur F. Burns, Philip Courtney, Gottfried Haberler, F.A. Hayek, Frank H. Knight, Ludwig von Mises, Melchior Palyi, Charles Rist, Wilhelm Röpke e outros, e em artigos amplamente dispersos, principalmente em revistas especializadas, por Harry Gunnison Brown, W.H. Hutt, Frank H. Knight, L.M. Lachmann, Joseph Stagg Lawrence, Etienne Mantoux (somente em francês), Franco Modigliani, Edwin G. Nourse, Melchior Palyi, Jacques Rueff, Jacob Viner, R. Gordon Wasson, John H. Williams, David McCord Wright, entre outros. Esses artigos teriam um impacto muito maior no pensamento atual se pudessem ser agrupados e disponibilizados prontamente como um livro.
Não mencionei nenhuma literatura pró-keynesiana, pois é muito vasta e facilmente acessível. Porém, Seymour Harris acrescenta uma nota bibliográfica ao seu livro lisonjeiro sobre John Maynard Keynes, Economist and Policy Maker, no qual ele lista dezessete volumes. Eu gostaria de mencionar os mais simpáticos: The Economics of John Maynard Keynes, de Dudley Dillard, e A Guide to Keynes, de Alvin H. Hansen, porque são muito mais organizados e muito mais lúcidos do que a própria Teoria Geral.