Por que o Estado existe? Tradicionalmente, a resposta dada a esta questão é que o Estado é uma forma de organizar a defesa coletiva. Em outras palavras, é a melhor maneira de um grupo de indivíduos se unir para fornecer proteção uns aos outros. Ora, hoje ninguém finge realmente acreditar que é por isso que o Estado existe. Os estatistas modernos dizem que o Estado existe para nos fazer bem, para “ajudar” a todos, para tornar as coisas justas. Essa visão se tornou generalizada porque a justificativa de defesa coletiva original, embora pareça razoável, se desintegra completamente quando aplicada à sociedade na realidade. Por quê? Porque, embora essa justificativa original pudesse ser verdadeira para os fundadores originais de tal estado, isso não significa que o acordo foi aceito pelas gerações posteriores. Por que as gerações futuras deveriam estar vinculadas a um acordo do qual não fizeram parte? A resposta, claro, é que não deveriam. Assim, como sabemos que o Estado não existe de fato para a defesa coletiva (e que se trata de uma mera fachada), devemos perguntar por que o Estado realmente existe, ou quais são os reais motivos por trás daqueles que o defendem.
A resposta simples é esta: o Estado existe como desculpa para aqueles que querem fazer coisas que sabem que não podem fazer moralmente ou legalmente por conta própria, o que inclui enriquecer-se e “ajudar” os outros com o uso da força e do roubo. É, como diria Bastiat, uma forma de pilhar legalmente. Por exemplo, um indivíduo não pode roubar legalmente uma pessoa rica se decidir dar o dinheiro roubado a um homem pobre. Mas, de repente, isso se torna moral quando um grupo de pessoas o faz? Os estatistas afirmam que o Estado pode fazer essas coisas porque representa a “nós”, ou a “sociedade”, e que a “sociedade” tem certos direitos. Isso, é claro, não é apenas absurdo, mas absolutamente imoral. Pois o que é “sociedade” senão apenas um conjunto de pessoas? As pessoas ganham mais direitos quando se unem contra um determinado indivíduo? Ou todos nós temos direitos iguais? Os cristãos acreditam que Deus nos criou à Sua imagem e nos deu os mesmos direitos naturais, não que alguns sejam naturalmente merecedores de direitos maiores do que outros. Como um cristão pode argumentar que Deus ordena que um indivíduo não cometa um ato mau (como tomar à força a propriedade de outra pessoa), mas ao mesmo tempo dizer que a “sociedade” pode cometer exatamente esse ato? Um ato mau se torna moral se, em vez disso, for praticado por várias pessoas? Não apenas não há nada nas Escrituras que apoie tal teoria, simplesmente não há nada lógico ou racional nisso. Assim, a “sociedade” não pode ter direitos. E se a sociedade não tem direitos, então qualquer coisa que ela faça (na medida em que a “sociedade” faça qualquer coisa) é errado se violar os mandamentos morais de Deus para os indivíduos.
Concluindo, o Estado existe para pilhar quem não o controla. Os cristãos devem reconhecer que esta é a própria natureza do Estado e que não é compatível com a visão bíblica da moralidade.
Artigo original aqui.
O típico estatista acha que a sociedade são 10 pessoas e 11 opiniões diferentes…