
- Apresentação do Tradutor
- A História Reexaminada
- O Panorama Geral
- As Origens dos “Seis Milhões”
- O Mistério se Aprofunda
- A Preparação para a Guerra
- O Mecanismo de Assassinato em Massa — (1) Os Guetos
- O Mecanismo de Assassinato em Massa — (2) Os Einsatzgruppen
- O Mecanismo de Assassinato em Massa — (3) As Câmaras de Gás
- 1- Majdanek
- 2- Chelmno
- 3- Belzec, Sobibor, Treblinka
- 4- Auschwitz
- Quem Foi o Culpado?
- Os Especialistas Respondem
- Considerações Finais
- Bibliografia
“A História é escrita pelos vencedores.” Trata-se de uma frase que se tornou ubíqua, onipresente, dita de forma corriqueira e irrefletida pela vasta maioria dos intelectuais — os quais, na sua maior parcela, apesar de proferirem essa frase (aliás com frequência em tom arrogante e condescendente), não se colocam a questionar a versão dos vitoriosos e dos poderes constituídos, especialmente se tais vencedores e poderes estabelecidos estiverem situados no espectro ideológico ao qual dão preferência.
A História oficial/institucionalizada, infelizmente, contém inúmeras inverdades (falsidades; “fatos” falsos, inverídicos) e incontáveis interpretações tendenciosas, enviesadas. A tarefa dos historiadores revisionistas, assim, encontra-se — conforme o significado do próprio adjetivo “revisionista” — na revisão da História dita oficial: na busca objetiva e imparcial dos fatos e na realização, igualmente objetiva e imparcial, de interpretações adequadas, apropriadas, desses mesmos fatos.
Na verdade, a ideia de efetuar a revisão de tudo a todo momento consiste na convocação a nutrirmos a humildade de deixar de lado a absurda ilusão (autoenganação) da perfeição e de reconhecer a condição falha e limitada da nossa natureza de seres humanos. Faz-se necessário termos em mente (1) a realidade de que o conhecimento humano possui limitações (i.e., não é onisciente; se fosse onisciente, não seria humano, mas sim divino) e, além disso, (2) a realidade de que esse conhecimento humano pode sofrer deturpação por vieses e interesses pessoais. Devemos sempre levar em conta as falhas e limitações humanas tanto na capacidade cognitiva quanto na imparcialidade — e até mesmo na integridade de caráter.
Por exemplo, no caso do meu trabalho de escritor/tradutor, vejo que sempre há algo a ser revisto, revisado: uma sentença a ser aprimorada; um erro (de digitação, de gramática) a ser corrigido; uma palavra — inclusive em língua portuguesa — a ser aprendida e assimilada.
Retornando ao assunto da História oficial/institucionalizada: o normal é vermos os vencedores e os poderes constituídos se apresentarem como paladinos e luminares da justiça, da honestidade, da decência, da virtude, da ética, da conduta perfeita e ilibada, da ciência, da sabedoria. E é comum recebermos dos vitoriosos e dos poderes estabelecidos a apresentação dos seus inimigos e opositores como sendo a absoluta encarnação da maldade, da ignorância, da crueldade, da falta de escrúpulos — apresentação essa que propicia justificativas a quaisquer crimes e excessos criminosos que os vencedores e os poderes constituídos praticaram e praticam contra os inimigos e opositores e, mais notadamente, contra a população civil dos territórios desses inimigos e opositores (assim como contra quaisquer indivíduos inocentes que estejam ou apenas aparentem estar relacionados com tais inimigos e opositores).
A ação de alimentar ceticismo e postura defensiva sempre se revela necessária diante de todas as manifestações intelectuais dos seres humanos; e essa ação se revela muitíssimo mais necessária perante as ideias e informações que provenham do poder político institucionalizado. A maioria das pessoas diz não acreditar nos políticos; fala que eles não prestam, que só mentem e roubam. Mas, apesar disso, a maioria das pessoas acredita em praticamente tudo que é proveniente da instituição do poder político: o estado. Acreditam nas autoridades estatais — dentre as quais se encontram os políticos —, na legislação estatal (vista como a concretização perfeita, absoluta, da ética e da justiça), na História oficial, nas estatísticas oficiais, nas narrativas oficiais, na “ciência” oficial. E, em tempos de crise, acreditam ainda mais nisso tudo.
São poucos os indivíduos que, diante das coisas consideradas oficiais, buscam pensar de maneira profunda, sem superficialidade; que procuram cavar mais a fundo; que não se contentam com raciocínios rasos e informações superficiais; que exercitam aquilo que o consultor brasileiro Stephen Kanitz chama de “vigilância epistêmica”.
Infelizmente, nos estabelecimentos oficiais de ensino (escolas e universidades) e nos veículos oficiais de mídia, ocorre aquilo que denomino de institucionalização da mentira e da estupidez. “Uma mentira proferida mil vezes se torna uma verdade.” De tanto se repetir uma mentira, ela passa a ser considerada algo verdadeiro: institucionaliza-se como verdade. De tanto se repetir um raciocínio falho, errôneo, incompleto, superficial, ele passa a ser visto como digno de aceitação e imitação: institucionaliza-se como inteligência.
Já foi dito que a primeira vítima da guerra é a verdade. Já foi dito que a guerra é a continuação da política por outros meios. E percebe-se com frequência a constatação de que a política é o terreno mais fértil para a propaganda e a manipulação.
A Segunda Guerra Mundial é considerada o maior conflito bélico da História humana. Nos dias atuais, ainda se sente, de maneira bastante nítida, a influência desse conflito no cenário político do planeta. Nada mais natural, portanto, que a literatura revisionista se debruce sobre o assunto nos seus vários detalhes. Em especial, (a) sobre as verdadeiras causas desse conflito; (b) sobre a alegação de atrocidades perpetradas pelos estados do Eixo (dentre as quais, a alegada atrocidade denominada de Holocausto judaico); e (c) sobre os fatos que realmente ocorreram durante a ocupação militar realizada pelos Aliados nos territórios dos estados do Eixo.
Na realidade, o estado alemão, por exemplo, agiu em defesa do povo germânico e de si próprio perante os estados da Polônia, da Grã-Bretanha, da França (guerra iniciada em 1939) e da URSS (guerra iniciada em 1941). O estado polonês, tendo a garantia do estado da Grã-Bretanha de que receberia o apoio britânico em caso de guerra contra o estado alemão, estava praticando enormes atrocidades contra a minoria étnica germânica residente no seu território. Assim que o estado alemão invadiu o território do estado polonês, os estados britânico e francês declararam guerra ao estado alemão. A invasão do estado alemão ao território da União Soviética foi um ataque preventivo; o estado stalinista estava se preparando, numa escala maciça, para invadir a Europa.
Os crimes perpetrados pelos Aliados contra a população civil alemã durante e após a Segunda Guerra Mundial — bombardeios aéreos genocidas; estupros em massa e escravidão sexual; expulsão (e consequente morte) de milhões de indivíduos de etnicidade germânica, principalmente mulheres e crianças, dos seus lares ancestrais na Europa Oriental; escravização em massa de milhões de alemães; fome generalizada — são gigantescos, colossais, inenarráveis em seu horror e tamanho.
Por óbvio, não se nega a possibilidade de que o estado alemão tenha praticado crimes e excessos criminosos antes da Segunda Guerra Mundial e durante esse conflito. O que recebe críticas é o direcionamento de hostilidades contra a população civil alemã. A propaganda dos Aliados diz que as Potências Aliadas efetuaram a “libertação” da Alemanha em relação ao Terceiro Reich; mas tal “libertação” significou, na verdade, a submissão do povo germânico a imensas crueldades.
Durante e após a Grande Guerra de 1914–1918, aconteceu a transição do estado de propriedade privada (monarquias; principados) para o estado de propriedade pública (repúblicas democráticas; ditaduras socialistas/populares). Essa transição fez com que a população civil passasse a ser considerada parte do aparato estatal inimigo, inclusive na condição de fonte de recursos humanos (soldados) e econômicos. A guerra do estado de propriedade pública — guerra essa que atingiu o seu ápice no Segundo Grande Conflito Mundial — é uma guerra total, de maldade ilimitada, de absoluta desconsideração da humanidade e dos direitos humanos da população civil do estado inimigo, o qual é visto como uma coletividade monolítica, indiferenciada.
O problema do coletivismo, da abordagem coletivista, é que ele “enxerga” algo inexistente: os coletivos. O que existe são indivíduos; há somente seres humanos individuais. O individualismo metodológico da Escola Austríaca de Economia está correto na sua perspectiva analítica. Indivíduos que agem em conjunto, como grupos, não compõem uma entidade coletiva que pensa e atua por si própria. Categorizações tais como “os homens”, “as mulheres”, “os negros”, “os brancos”, “os capitalistas”, “os poetas”, “os jogadores de futebol”, “os advogados”, “os judeus”, “os alemães”, “os árabes”, “os muçulmanos”, “os brasileiros”, “os argentinos”, “os corinthianos”, “os palmeirenses”, “os gremistas”, “os colorados” — e assim por diante — deixam de ver cada pessoa individual concreta; trata-se de meros estereótipos, de meros arquétipos, de coisas que, na verdade, existem meramente na imaginação.
Por exemplo, quando um estrangeiro pensa “nos brasileiros”, esse estrangeiro, com grande probabilidade, imagina especificamente os habitantes da cidade do Rio de Janeiro, com as suas praias, as suas escolas de samba e as suas favelas dominadas por traficantes. Não pensa no povo de ascendência europeia que vive na Região Sul (aliás, sequer sabe que um povo desses existe); no povo nordestino; no povo da Amazônia. Quando alguém pensa “nos capitalistas”, imagina provavelmente um homem em obesidade mórbida de smoking fumando charuto com os pés em cima duma mesa de escritório e maquinando maneiras de explorar o Proletariado (outra entidade coletiva imaginária).
Temos de analisar cada pessoa, cada indivíduo; o estereótipo/arquétipo, perante um ser humano específico, pode porventura estar certo na sua categorização, na sua descrição de comportamentos típicos; mas pode, por outro lado, estar bastante errado. A generalização muitas vezes acaba por se mostrar muito falha. Nisso reside o erro do coletivismo. A abordagem coletivista (e polilogista) do nacional-socialismo alemão, ao enquadrar como inimiga uma massa amorfa de milhões de “judeus”, é amostra perfeita desse modo extremamente rudimentar de raciocínio. Ludwig von Mises e Murray Newton Rothbard, referências máximas da Escola Austríaca de Economia, tinham ascendência judaica; isso, porém, não invalida os ensinamentos deles, as suas descobertas e façanhas intelectuais.
O texto a seguir aborda, do ponto de vista revisionista, as principais questões atinentes ao assunto do alegado Holocausto judaico (Shoah). Considero bastante importante o mapa abaixo, para que os leitores tenham noção da localização dos lugares aos quais o autor, Thomas Dalton, faz referência.

O alegado Holocausto judaico é associado a horrendas imagens de cadáveres nus e esqueléticos em covas coletivas. Mas tais imagens foram tiradas de campos de concentração (Konzentrationlager, em alemão; “KL”) situados na parte oeste do território alemão — notadamente, do KL de Bergen-Belsen. Mas essa associação a horrendas imagens deixa de levar em consideração o fato de tanto os historiadores tradicionais quanto os historiadores revisionistas dizerem que os judeus foram enviados/deportados para campos situados no leste. Esses cadáveres nus e esqueléticos em covas coletivas, além de provavelmente não serem de judeus, são o resultado do colapso da infraestrutura que abastecia os campos de concentração de itens básicos (alimentos, remédios) e do alastramento de doenças infecciosas, principalmente o tifo. Tal colapso da infraestrutura se deve aos constantes ataques aéreos dos Aliados a estruturas civis (ferrovias; instalações de água e esgoto e de eletricidade; etc.) da Alemanha.
Assevera-se que o alegado Holocausto judaico tenha ocorrido em “fábricas da morte”, com a utilização de câmaras de gás homicidas. Porém, do ponto de vista técnico-prático, essa afirmação não faz sentido. O texto a seguir centra a sua análise nesse enfoque técnico-prático, sobre a maneira como esse sistema industrial de assassinato e posterior eliminação de cadáveres teria funcionado. Com efeito, o mais estranho em relação ao alegado Holocausto judaico está na ausência de restos mortais. Ainda que os supostos cadáveres tivessem sido incinerados, a quantidade tanto de combustível utilizado (lenha e carvão betuminoso/hulha) quanto de cinzas resultantes teria sido de enormes proporções. Isso simplesmente não seria possível de ser acobertado, ocultado.
Na minha opinião, é bastante possível que tenha havido um destino diverso do assassinato em câmaras de gás homicidas. Caso, conforme a teoria revisionista, todos esses milhões de indivíduos judaicos — homens, mulheres, crianças; famílias inteiras, de fato — tenham sido deportados para regiões a leste da Polônia (regiões que faziam parte do território soviético), então é possível inferir que tenham sofrido, após a reconquista dessas regiões pelo Exército Vermelho, escravização em massa pelo regime stalinista, possivelmente tendo sido enviados para campos de trabalho forçado na Sibéria.
No Camboja, a partir de 1975, o regime do Khmer Rouge (Khmer Vermelho) de Pol Pot massacrou, por baixo, mais de 20% da população. Os restos mortais das vítimas foram encontrados em inúmeras, incontáveis covas coletivas. Os restos mortais estão aí para demonstrar o horripilante, pavoroso, indizível democídio.
No início do Capítulo 15 do seu opúsculo O Príncipe, escreve Nicolau Maquiavel: “No entanto, como a minha intenção é escrever algo útil para quem estiver interessado, mais apropriado me pareceu abordar a verdade efetiva das coisas, e não imaginá-las. Muitos já conceberam repúblicas e monarquias jamais vistas, e de cuja existência real nunca se soube.” A busca da ‘verdade efetiva das coisas’ é o que deve nortear a investigação de qualquer pessoa sobre qualquer assunto. Considero que o longo artigo a seguir, de Thomas Dalton, texto com o qual tive contato pela primeira vez no ano de 2016, apresenta-se, conforme esse critério, excelente.
— O Tradutor.
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Publicado em 29/08/2014, no periódico “Inconvenient History”.
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O Holocausto constitui o maior mistério de assassinato do século XX. De acordo com o que nos é dito, seis milhões de judeus pereceram nas mãos dos nazistas — em câmaras de gás, em guetos e em campos de concentração. Foram mortos de fome, foram sufocados e fuzilados. Os seus corpos foram enterrados em covas coletivas; ou foram incinerados nos fornos de Auschwitz ou em fogueiras a céu aberto. E tudo simplesmente porque eram judeus. Foi a encarnação do mal, o maior crime já perpetrado.
Historiadores tradicionais alegam conhecer esse crime em grandes detalhes. Eles têm documentos, fotografias e provas robustas, evidências concretas. Possuem depoimentos incriminatórios de nazistas importantes. Algumas das câmaras de gás sobreviveram. E contam com inúmeras testemunhas oculares judaicas. De acordo com uma parcela desses historiadores, trata-se do “evento mais bem documentado da história”.[1]
E, todavia, quando fazemos perguntas detalhadas e específicas, os nossos historiadores se mostram aquém delas. Não sabem realmente quando, onde ou como os judeus morreram. Não possuem uma explicação técnica de como foi possível, por exemplo, gasear milhares de pessoas por dia numa única sala e, depois, descartar os corpos delas — de tal forma que não restasse vestígio algum. Não conseguem encontrar as covas coletivas que supostamente continham milhares de corpos. Não conseguem explicar fotografias aéreas do tempo da guerra que mostram um campo de Auschwitz perturbadoramente calmo. E recusam-se a sequer levar em consideração uma multiplicidade de evidências contraditórias. Na verdade, muitos aspectos da história tradicional simplesmente não fazem sentido. Quanto mais aprofundamos o olhar, mais intrigante o quadro se torna — e aí, portanto, o grande mistério.
Assim como em qualquer caso de assassinato, nós, na qualidade de investigadores, gostaríamos de examinar vários aspectos do crime; esses aspectos incluiriam o motivo, os meios pelos quais o crime foi cometido e os corpos das vítimas. Além disso, gostaríamos de considerar todas as evidências auxiliares e relacionadas que possam apoiar — ou refutar — a versão tradicional. Conforme veremos, todas essas áreas, do ponto de vista convencional, são problemáticas.
Nas últimas décadas, surgiu um grupo de investigadores intrépidos que desafia a visão convencional da História. Os pesquisadores que fazem isso são geralmente conhecidos como revisionistas; tais pesquisadores buscam revisar o relato ortodoxo, tradicional, de algum evento passado. Os revisionistas do Holocausto, entretanto, constituem uma raça especial. Eles desafiam não apenas os historiadores, mas também toda uma infraestrutura dedicada a manter e promover a visão padrão. A história convencional do Holocausto é sustentada por centenas, caso não milhares, de indivíduos: escritores, eruditos, cineastas e produtores de filmes, editores, acadêmicos universitários, assim como pelos sistemas de persecução criminal de vários países grandes. Esses historiadores ortodoxos são bem pagos; alguns possuem à sua disposição equipes imensas e vultosos orçamentos, e muitos deles desfrutam do patrocínio da mídia, dos governos e do mundo corporativo.
Os revisionistas do Holocausto, em contraste, são poucos em número — não mais que duas ou três dúzias no mundo inteiro. Tais revisionistas têm orçamentos minúsculos e poucos patrocinadores, a maioria dos quais os financiando de forma disfarçada, em segredo. Não recebem compensação alguma pelo seu trabalho. Ao contrário disso — são continuamente ameaçados, difamados, processados, além de assediados de outras maneiras. Os seus livros são confiscados; e eles até mesmo, ocasionalmente, são colocados em prisões. E, todavia, sob as circunstâncias mais difíceis, esses revisionistas perseveram na tarefa de expor as deficiências da visão tradicional e de lançar uma luz incômoda sobre alguns aspectos desconfortáveis da história do Holocausto. Os revisionistas fazem isso não por despeito, nem por maldade; e, certamente, não por ganho financeiro — mas, simplesmente, em busca da verdade. Os revisionistas buscam a verdade sobre o maior crime do século passado.
A disputa entre a ortodoxia e o revisionismo do Holocausto não perfaz uma mera frivolidade acerca da História. Trata-se de uma questão de enorme importância. A história convencional do Holocausto é tão amplamente aceita como autoevidentemente verdadeira, além de como o epítome do mal, que a maioria das pessoas não consegue conceber que essa história esteja errada em qualquer grau substancial. Se, portanto, for demonstrado que está errada — ou, pelo menos, que é profundamente defeituosa —, então um pilar central da nossa compreensão da História encontra-se ameaçado. As nossas noções simplistas de bem e de mal teriam de ser reexaminadas. Aqueles que atualmente sustentam e promovem a história tradicional — incluindo muitos judeus proeminentes e ricos, os seus assistentes pagos e o número cada vez menor de sobreviventes judaicos — sofreriam uma grave perda de credibilidade. E poderíamos começar a questionar outras verdades recebidas que foram promovidas pelos poderes constituídos. Esses fatos têm amplas implicações em muitas áreas da vida contemporânea.
Um fato marcante é este: a maioria das pessoas não possui a mínima ideia de que um mistério do Holocausto sequer existe. Isso, por si só, dá testemunho do poder e da influência da ortodoxia. Os indivíduos relacionados com a ortodoxia trabalham arduamente para garantir que a maior parcela do público nunca dê ouvidos ao outro lado — para assegurar de que nem saiba que um outro lado existe. Quando o assunto escapa, como acontece de tempos em tempos, ele é sempre abordado nos termos mais depreciativos e ofensivos. Os revisionistas são invariavelmente chamados de “negacionistas do Holocausto”, de “neonazistas” ou “antissemitas”. São, desde o início, caluniados e impugnados. Mas os argumentos deles nunca são discutidos, contestados, refutados. Isso, claro, é a clássica falácia ad hominem: atacar o caráter ou as motivações do oponente, no lugar de abordar a substância dos seus argumentos. Essa é uma tática padrão daqueles que têm contra-argumentos fracos ou que desejam evitar discutir o assunto.
Considere a expressão “negacionista do Holocausto”. Trata-se, na verdade, de uma frase quase sem sentido. Afinal, o que a ação de “negar” o Holocausto pode significar? Para negar alguma coisa, precisamos, primeiro, saber que coisa é essa. Por consenso, tal evento possui três elementos centrais: (1) cerca de 6 milhões de judeus mortos; (2) câmaras de gás homicidas; e (3) intencionalidade sistemática por parte dos nazistas. Portanto, caso desejemos ter um “Holocausto”, necessitamos que todas as três condições existam. Em teoria, se alguém refutasse qualquer um desses três pontos, tal indivíduo seria um “negacionista do Holocausto”.
Mas o que significa negar, por exemplo, 6 milhões de mortes de judeus? Uma alegação de 5 milhões de mortes é “negação”? Dificilmente, visto que esse número é desde há muito tempo sustentado por Raul Hilberg, proeminente historiador do Holocausto. E quanto a 4 milhões de mortes? Duvidoso; Gerald Reitlinger (1987) defendeu 4,2 milhões de judeus mortos, e ninguém o chamou de negacionista. 3 milhões? 1 milhão? Podemos ver a dificuldade aqui.
E quanto às câmaras de gás homicidas? Nota: qualquer sala sem janelas, em qualquer edifício, em qualquer lugar, poderia, em teoria, servir como uma câmara de gás homicida. Tudo que é necessário fazer é forçar as pessoas a entrarem naquela sala, jogar algumas pastilhas de Zyklon-B (um pacote granular para gás cianeto, utilizado pelos alemães e por muitos outros países para desinfetar vestuário e itens pessoais) e, então, esperar 20 ou 30 minutos. Claro, isso pode ser extremamente impraticável, por muitas razões óbvias: (a) é muito difícil forçar as pessoas a entrarem num espaço fechado contra a vontade delas e mantê-las ali; (b) é complicado colocar as pastilhas na sala sem envenenar a si próprio; e (c) é muito perigoso extrair os cadáveres sem se envenenar novamente — os corpos, afinal, estão infundidos com gás cianeto, e as próprias pastilhas continuariam liberando lentamente o gás por horas depois. Você, de alguma forma, teria de arejar cuidadosamente toda a sala, por um período de várias horas, e então remover de maneira cuidadosa os cadáveres e as pastilhas. E então, se você fosse “sistemático” sobre o processo, teria de limpar meticulosamente a sala inteira, de cima para baixo, de modo a prepará-la para o próximo lote de vítimas.
Essa não constitui uma mera descrição hipotética. Trata-se, na realidade, da maneira como a maioria das câmaras de Auschwitz alegadamente funcionava. Se alguém, então, assume a posição óbvia — a posição de que um procedimento desses é totalmente impraticável e ridículo ao extremo —, esse indivíduo, então, é um negacionista? Talvez sim; mas, com certeza, um negacionista racional! Negar o ridículo ou o absurdo é, simplesmente, bom senso. Seria salutar se houvesse hoje no mundo mais negacionistas assim, não menos.

— por Bubamara (feito por mim) [GFDL ( http://www.gnu.org/copyleft/fdl.html ) ou CC-BY-SA-3.0 ( http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ )], via Wikimedia Commons
Portanto, se alguém afirmar que milhares de judeus morreram — não em câmaras de gás, mas de outras formas incidentais e auxiliares —, isso é ‘negação’? Todo revisionista concorda que os nazistas queriam a saída dos judeus e que essa era uma política deliberada e intencional — e até mesmo central — do nacional-socialismo. Muitos judeus, indubitavelmente, morreram no processo de limpeza étnica do Reich. E é verdade que Hitler e os demais não se incomodaram muito com esse fato. Mas isso significa negar a intencionalidade do Holocausto?
Podemos perceber, então, quão difícil e quão sem sentido é declarar alguém um “negacionista do Holocausto”. Fazer uma acusação dessas exigiria uma elaboração muito mais completa dos termos. Os fundamentalistas, porém, nunca fornecem esses fatos. Preferem caluniar os seus oponentes e deixar por isso mesmo.
Portanto, investiguemos nós mesmos esse grande crime. Examinemos os elementos centrais da história do Holocausto; façamos perguntas difíceis; e vejamos para onde as evidências nos levam.
Com o Holocausto, assim como em relação a qualquer outro assunto, é sensato sempre ter em mente o panorama geral, o contexto amplo. Façamos, então, algumas perguntas “globais” — perguntas que podem conduzir à plausibilidade inerente da narrativa convencional.
Primeiro: Por que sabemos tão pouco sobre o tão citado número de “6 milhões”? Essa cifra aparece em todos os lugares em que ouvimos falar do Holocausto. O website do Museu Memorial do Holocausto dos EUA (U.S. Holocaust Memorial Museum — USHMM) escreve: “O Holocausto consistiu nas ações sistemáticas, burocráticas e estatalmente patrocinadas de perseguição e de assassinato de aproximadamente seis milhões de judeus.”[2] O instituto oficial israelense Yad Vashem assevera: “O Holocausto foi o assassinato de cerca de seis milhões de judeus pelos nazistas e pelos seus colaboradores.”[3] Historiadores tradicionais se mostram confiantes nesse número; como discorre Robinson (1976: 281): “Não pode haver dúvida quanto à precisão, à acurácia, do número estimado de algumas seis milhões de vítimas.” A obra Holocaust Encyclopedia [“Enciclopédia do Holocausto”] concorda: “O número redondo de 6 milhões não admite dúvidas sérias.”[4]
Mas será que é mesmo? Considere este fato: a Segunda Guerra Mundial na Europa durou de setembro de 1939 a maio de 1945 — um período de 5 anos e 8 meses; ou de pouco mais de 2.000 dias. Se os alemães mataram 6 milhões de judeus no decorrer desses 2.000 dias, eles devem ter alcançado uma média de 3.000 judeus assassinados por dia, todos os dias, durante toda a duração da guerra. Essa é uma estatística verdadeiramente impressionante: 3.000 judeus assassinados todos os dias, por uma combinação de gaseamento, fuzilamento e privação — por quase seis anos consecutivos. Isso é plausível?
Mas a questão mais ampla é a do descarte dos corpos. Matar é relativamente fácil; fazer corpos desaparecerem é muito, muito mais difícil. De acordo com a visão padrão, os alemães queimaram, enterraram ou de alguma outra forma descartaram por completo 3.000 cadáveres (em média) todos os dias — por quase seis anos. Isso teria sido um trabalho monumental em tempos de paz; foi uma tarefa hercúlea em meio a uma enorme guerra. Só isso já deveria nos fazer questionar o número convencional de mortes.
“E daí?”, alguns podem dizer. “Cerca de 50 milhões de pessoas morreram durante a guerra, o que é um número ainda mais impressionante: 25.000 por dia. Por que não 3.000 judeus?” Sim, mas o número mais amplo inclui todas as vítimas em todos os conflitos, no mundo inteiro. Havia 58 forças armadas nacionais em guerra, envolvendo milhões de soldados, muitos dos quais atiravam em tudo que viam. Podemos, portanto, entender facilmente como 50 milhões de pessoas, no globo terrestre, podem ter morrido; e o mundo está, de fato, repleto dos seus túmulos, de forma bastante conspícua. Mas os judeus foram alvos de uma única nação, uma nação que estava ocupada travando batalhas em muitas frentes. Além disso — e de modo crucial —, nenhum dos 50 milhões de cadáveres foi colocado para desaparecer — ao contrário dos 6 milhões de corpos infelizes.
Segundo: Às vezes, precisamos afirmar o óbvio. Pessoas morrem o tempo todo. Morrem de velhice, de doenças, de ferimentos e acidentes. Morrem de homicídio; e morrem de suicídio. Em qualquer grupo populacional suficientemente grande, cerca de 1% das pessoas morre dessas causas a cada ano.[5] Entre as áreas que ficariam sob controle alemão, viviam, conforme fontes padrão, aproximadamente 9 milhões de judeus. Portanto, essa população judaica teria experienciado algo como 90.000 mortes por ano — ainda que Hitler jamais tivesse nascido. Ao longo da guerra, cerca de 520.000 judeus teriam falecido, mesmo que os alemães os ignorassem por completo. E, se contarmos o tempo desde que os nazistas chegaram ao poder, em 1933, aproximadamente 1,3 milhão de judeus teriam falecido.
Visto que os especialistas nos dão tão poucos detalhes, temos de presumir que qualquer judeu, estando dentro de um país ocupado pela Alemanha ou sendo proveniente de um desses países, que tenha morrido durante a era nazista, por qualquer motivo, conta como uma “vítima do Holocausto”. Portanto, temos mais de 1 milhão de vítimas antes mesmo de contabilizarmos um único assassinato nazista. Qualquer cálculo justo da mortalidade judaica subtrairia, do total presumido, cerca de 1 milhão de mortes naturais. Mas isso raramente acontece.
Isso também auxilia a explicar aquelas pessoas que dizem: “Meu(s) parente(s) fulano(s) morreu(ram) no Holocausto.” O que desejam dizer, muito provavelmente, é que esses parentes morreram ou desapareceram durante a era nazista, por causas não especificadas, nem mesmo conhecidas. A culpa recai, por padrão, sobre Hitler, e a compaixão, sobre os “enlutados”. Isso é razoável? Claramente, não. No entanto, até que tenhamos detalhes sobre quem morreu, quando e como, não podemos determinar a realidade da situação.
Para que o leitor não duvide de que tais relatos vagos são realmente levados a sério, considere a definição extremamente liberal de “vítima do Holocausto” dada por Sergio DellaPergola, “a maior autoridade em demografia judaica global”. Num relatório de 2003, ele afirmou que uma vítima é qualquer pessoa “que, pelo menos por um breve período de tempo, foi submetida, na localidade em que se encontrava, a um regime de coação e/ou limitação dos seus plenos direitos civis”.[6] Essa é uma definição absurdamente ampla, uma definição obviamente projetada para maximizar o número de vítimas e de sobreviventes. Claramente, então, qualquer pessoa que faleceu, por qualquer motivo, sofreu até mesmo coação potencial — e, portanto, pode ser considerada uma ‘vítima do Holocausto’. Os seus familiares certamente também sofreram coação; e, caso estivessem vivos após o término da guerra, poderiam ser contabilizados como ‘sobreviventes do Holocausto’. Na verdade, praticamente qualquer indivíduo, qualquer judeu europeu, que sobrevivesse ao fim da guerra poderia ser declarado “sobrevivente do Holocausto” — e, portanto, teria direito a receber da Alemanha uma indenização vitalícia, assim como direito a ser solicitado a dar inúmeras palestras e direito a, talvez, compor o tema de um livro que mostrasse a sua vida ou de um filme que a dramatizasse.
Terceiro: Se o número de 6 milhões está tão bem documentado, por que então nunca vemos sequer uma análise básica dessa cifra? Isto é, por que nunca encontramos nem mesmo o conjunto mais elementar de números, com base na causa da morte, conjunto esse cuja soma apresente a cifra de 6 milhões?[7] Essa não é uma questão trivial. Alegadamente, os especialistas sabem, mais ou menos, como e onde os judeus foram mortos. Sabem sobre os seis campos de extermínio (mais sobre esses campos, em breve neste texto). Sabem sobre os Einsatzgruppen, os supostos esquadrões da morte alemães que operavam por trás da frente oriental. Sabem sobre os muitos guetos judeus — onde estavam localizados, quando estiveram em funcionamento e quando foram evacuados. O Holocausto é, afinal, o “evento mais bem documentado da história”. Por que não temos nem mesmo uma imagem aproximada de como, em números, os judeus morreram, de modo que os totais somem 6 milhões? O leitor é convidado a procurar qualquer fonte confiável, impressa ou online, que pretenda mostrar tal lista; será uma busca longa.[8]
Na falta de dados dos especialistas, proponhamos os nossos próprios números. Aqui está uma possível análise:
6 campos de morticínio: 3,0 milhões
Outros campos: 0,4 milhões
Guetos: 1,0 milhão
Fuzilamentos: 1,6 milhões
Total: 6,0 milhões
Isso está correto? Difícil dizer. Essa tabela fornece o total desejado; e identifica as principais categorias de mortes. Pelo que nos dizem os especialistas, esses números parecem plausivelmente próximos. Mas deveríamos ser capazes de fazer melhor que isso. Em teoria, deveríamos ser capazes de pesquisar em detalhes cada uma dessas áreas — cada uma tem o seu próprio conjunto de especialistas — e de, então, justificar os números individuais. E, se descobrirmos que uma categoria ficou aquém, outra categoria deve ser aumentada, caso desejemos manter o total geral de 6 milhões. Isso é lógica elementar, lógica primária. Então, por que essa análise básica escapa às centenas de especialistas e aos milhares de trabalhos publicados acerca desse evento? Não se trata de um pedido irrazoável: deem para nós os números que somam 6 milhões. Caso não consigam, temos mais um motivo para suspeitar.[9]
É claro que, mesmo que nos fosse dada tal lista, não poderíamos aceitá-la como verdade absoluta. Temos de fazer mais perguntas, investigando um pouco mais a fundo. Quais são os números em cada um dos seis campos de morticínio, de modo que possamos justificar um total de 3 milhões? Qual dos principais “outros campos” apresentou as maiores taxas de mortalidade e quais foram esses números — de modo que possamos plausivelmente contabilizar outros 400.000? Quais foram os principais guetos e quantos indivíduos morreram em cada um deles — de modo que possamos contabilizar 1 milhão? (Atenção: para serem contabilizadas como “mortes nos guetos”, tais mortes devem ter ocorrido nos guetos; alguém que foi removido de um gueto e enviado para Auschwitz não pode, obviamente, ser contabilizado como uma “morte nos guetos” e uma morte em Auschwitz.) Existiam quatro unidades principais de Einsatzgruppen. Sabemos quando e onde elas operaram. Quantas pessoas cada unidade matou, de modo que possamos contabilizar a grande maioria do 1,6 milhão?
Essas são questões elementares. Não pedimos precisão, nem exatidão; estimativas aproximadas bastam. Temos o direito de exigir respostas. Por que tais respostas não são fornecidas?
Para o propósito da presente investigação, vamos supor que os números acima representem a visão convencional. Esses números guiarão a nossa busca pela verdade.
Uma das maiores questões “globais” (de panorama geral) é esta: de onde, em primeiro lugar, surgiu o infame número de 6 milhões? Naturalmente, presumiríamos ser impossível calcular o número de mortos em meio a uma guerra mundial em fúria. Inclusive logo após o término dela, nós com certeza saberíamos de muito pouco. Certamente não acreditaríamos, por exemplo, na palavra dos nazistas; eles tenderiam a minimizar o número de mortos ou, se coagidos, a exagerá-lo. Os muitos sobreviventes dos campos — e havia muitos, mesmo descontando os “caronas” que nunca estiveram perto de campo algum — claramente não seriam de grande ajuda; na condição de prisioneiros, esses sobreviventes não estariam em posição de saber informações tais como o número total de mortos. Portanto, seria de se esperar que uma resposta confiável proviesse apenas de uma investigação detalhada de todos os locais de morte, incluindo dados forenses, exumações de covas coletivas, autópsias — e assim por diante. Isso seria então comparado com a documentação, as fotografias e outras evidências nazistas remanescentes. Uma investigação adequada, apropriada, claramente levaria meses, caso não anos. Só dessa forma poderíamos ter confiança numa estimativa de 6 milhões de mortos.
Estranhamente, não foi isso o que se fez. Longe disso. Na verdade, ocorreu quase o oposto do que foi acima exposto. Os americanos vitoriosos confiaram fortemente em fontes judaicas e soviéticas tendenciosas, enviesadas, assim como em nazistas capturados e torturados. Não realizaram investigações forenses, autópsias ou escavações de covas coletivas. Os americanos, portanto, confiaram estritamente em boatos para estabelecer o importantíssimo número de judeus mortos. E nunca tomaram uma única atitude para confirmar o número. A sua posição parecia ser: se os judeus dizem 6 milhões, 6 milhões são.
Tudo isso já seria ruim o suficiente, mas a história fica ainda mais estranha. Acontece que o mundo foi informado de 6 milhões de vítimas judaicas não apenas imediatamente após a guerra, mas também durante a guerra, no início da guerra e até mesmo antes da guerra — na verdade, décadas antes da guerra. A história aparentemente impossível dos ‘6 milhões’ constitui um subtexto fascinante da narrativa mais ampla do Holocausto.
Talvez a primeira conexão publicada entre judeus e ‘6 milhões’ remonte a 1850. O jornal Christian Spectator (16 de janeiro; p. 496) publicou um curto artigo sobre “Estatísticas espirituais do mundo”. O periódico lista a população global como 1 bilhão de indivíduos, dos quais “6.000.000 são judeus”. Duas décadas depois, o New York Times — doravante NYT — noticiou algo semelhante:[10] “Existem atualmente cerca de 6.000.000 de israelitas, quase metade dos quais vive na Europa.” (12 de setembro de 1869; p. 8)[11] Pode-se especular que foi por volta dessa época que o número ‘6 milhões’ passou a representar ‘todos os judeus’. Daí em diante, sempre que ‘todos os judeus’ estivessem sob ameaça, surgia o número padrão — conforme iremos ver.
Somente poucos anos depois, já havia sinais de problemas. O NYT noticiou em 1872 a “perseguição a judeus na Romênia” (23 de março; p. 4). Multidões de gentios os atacavam, e parecia que “os agressores sedentos de sangue não se deteriam diante de nada além do extermínio judaico” — um precursor das alegações de extermínio pelos alemães que viriam cerca de 70 anos depois.
Ou talvez apenas oito anos depois. Em 1880, lemos uma reportagem marcante sobre “apelos em favor dos judeus alemães” (20 de dezembro; p. 2). O artigo analisa um discurso do filósofo alemão Eugen Dühring e a sua “audácia em exigir o extermínio de toda a raça [judaica], em nome da humanidade”. O escritor fala então de petições perante o parlamento alemão, cujo objetivo é “o extermínio — a aniquilação da raça judaica”.
Mas voltando ao assunto em questão. A primeira menção a 6 milhões de judeus sofredores ocorre já em 1889. Num breve artigo, o NYT pergunta: “Quantos judeus existem?”. A estimativa mínima, de base, da “raça ubíqua, onipresente”, é de 6.000.000. “Com exceção de meio milhão”, acrescenta, “todos se encontram num estado de servidão política.” Dois anos depois, em 1891, lemos sobre a lamentável situação da “população de 5.000.000 a 6.000.000 de judeus da Rússia” e sobre “o fato de que cerca de seis milhões de miseráveis e perseguidos” ainda se apegam à sua religião, contra todas as probabilidades. Assim começou uma série de histórias de vários anos sobre os “6 milhões de judeus sofredores da Rússia”.
Tais histórias se provariam úteis para o nascente movimento sionista, que recentemente tinha exsurgido. A sua missão era (e é) encorajar os judeus do mundo a se estabelecerem na Palestina. Os primeiros sionistas, portanto, estavam ávidos para enfatizar o sofrimento judaico, a fim de promoverem a emigração em massa da Europa. Referindo-se aos judeus da Rússia, o renomado ativista Stephen Wise disse, em 1900, o seguinte: “Existem, em prol do sionismo, 6.000.000 de argumentos vivos, sangrando e sofrendo.” (11 de junho; p. 7) Em 1901, o Chicago Daily Tribune noticiou a “condição desamparada, desesperadora” dos “seis milhões de judeus na Rússia” (22 de dezembro; p. 13). Em 1905, os sionistas começaram a expressar inquietação com o fato de que “a Rússia, com os seus 6.000.000 de judeus”, não estava promovendo a emigração (29 de janeiro; p. 2).
Ações antijudaicas periódicas — e, muitas vezes, de pequena dimensão — eram sempre retratadas nos termos mais dramáticos; o NYT se desesperou com “os nossos 6.000.000 de irmãos servis na Rússia” (23 de março; p. 7). Mais tarde, em 1905, apareceu uma polêmica contra um líder russo que “provocou a expulsão de 6.000.000 de famílias judias” (1º de novembro; p. 2) — o que é impossível, aliás, visto que isso envolveria algo como 25 milhões de judeus. Em 1906, lemos sobre “relatórios alarmantes acerca da condição e do futuro dos 6.000.000 de judeus da Rússia”; é um “quadro horripilante” de “massacres renovados” e de “extermínio sistemático e assassino” (25 de março; p. SM6). (É tentador perguntar: o que há de tão especial nos judeus que os torna sujeitos a repetidas ameaças de “extermínio”?) Em 1910, encontramos “judeus russos em triste situação”; e nos entristece a “opressão sistemática, implacável e silenciosa sobre um povo com mais de 6.000.000 de almas” (11 de abril; p. 18). Em 1911, o NYT noticiou que “os 6.000.000 de judeus da Rússia são alvo de opressão sistemática e de perseguição pelo devido processo legal” (31 de outubro; p. 5). “6 milhões”; “sistemático”; “extermínio” — uma tendência clara está se formando.
Logo após, começou a Primeira Guerra Mundial. Passamos então a ler acerca da lamentável situação de “mais de 6 milhões de judeus que vivem dentro da zona de guerra” (02 de dezembro de 1914). O mês seguinte trouxe mais relatos sobre os eternamente condenados, “dos quais mais de 6 milhões se encontram no próprio coração da zona de guerra”; eles estão, em consequência, “submetidos a todo tipo de sofrimento e tristeza”, e todos os americanos são instados a ajudarem (14 de janeiro; p. 3). Em 1916, lemos que “o mundo está em silêncio” apesar do fato de que “quase seis milhões de judeus se encontram arruinados, na mais ampla miséria moral e material” (28 de fevereiro; p. 8). Um ano depois, o rabino Samuel Schulman exclama que “seis milhões de judeus vivem em terras onde são oprimidos, explorados, esmagados e roubados de todos os direitos humanos inalienáveis” (22 de janeiro; p. 6). Em maio de 1917, ouvimos que “seis milhões de judeus — metade dos judeus do mundo — estão clamando a vocês por socorro” (21 de maio; p. 1). Em setembro, a situação estava sendo descrita nos termos mais fortes possíveis; mulheres e crianças judaicas devem ser salvas, conforme é nos dito, “se for para a raça judaica sobreviver ao terrível holocausto da guerra mundial” (24 de setembro; p. 20). Poucos parecem perceber que se diz que um “holocausto” judaico tenha ocorrido em ambas as guerras mundiais.
No final de 1918, a guerra estava se aproximando do seu término. Tivemos 6 milhões de mortes de judeus? Não. De alguma forma, todos conseguiram sobreviver. Em vez de termos sido chamados para comparecer aos seus funerais, fomos então instados para auxiliar na sua recuperação: “Seis milhões de almas necessitarão de ajuda para retomarem a vida normal quando a guerra findar”, escreve o NYT (18 de outubro; p. 12).
Poderíamos pensar que esse teria sido o fim das histórias acerca dos 6 milhões. Infelizmente, não. O famoso número simplesmente se deslocou para uma nova região. Em setembro de 1919, descobrimos que, agora, são os judeus ucranianos e poloneses que se encontram submetidos à miséria; “6.000.000 estão em perigo” (08 de setembro; p. 6). Ficamos ainda mais horrorizados ao lermos que “a população de 6.000.000 de almas na Ucrânia e na Polônia (…) será exterminada por completo”. Naturalmente, esse é “o assunto primordial dos dias atuais”. Mais uma vez, 6 milhões de judeus sob ameaça de extermínio.

A tendência prosseguiu por anos, numerosos demais para serem detalhados. As referências incluem o seguinte:
- “pobreza, fome e doença inacreditáveis [para] cerca de 6.000.000 de almas — ou metade da população judaica da Terra” (12 de novembro de 1919)
- “o tifo ameaçou 6.000.000 de judeus da Europa” (12 de abril de 1920)
- “fome, frio, desolação, doença, morte — seis milhões de seres humanos sem comida, sem abrigo, sem roupa” (02 de maio de 1920)
- “os 6.000.000 de judeus da Rússia enfrentam o extermínio por massacre” — de novo! (20 de julho de 1921)
- “mais de 6.000.000” de judeus russos “negligenciados” (16 de setembro de 1924).
Isso nos conduz à era nazista, na qual reaparecem, mais uma vez, os ‘6 milhões’ — e muito antes da Segunda Guerra Mundial. A primeira referência ocorre apenas dois meses após Hitler assumir o poder, em janeiro de 1933. O NYT relata uma votação de “protesto contra Hitler” por parte de alguns funcionários do governo local de Nova York. O rabino Stephen Wise lançou um apelo: “Nós, nos Estados Unidos, assumimos a liderança numa batalha pela preservação dos judeus alemães”, acrescentando que o seu grupo “agora se encontra ativo em trabalhos de assistência e de reconstrução na Europa Oriental, região na qual 6.000.000 de judeus estão envolvidos” (29 de março; p. 9).
Três anos depois, lemos no London Times sobre “6 milhões de judeus infelizes indesejados” e sobre “estas 6 milhões de pessoas sem futuro” (26 de novembro de 1936; p. 15). No mesmo dia, o NYT noticiou um discurso feito pelo sionista britânico Chaim Weizmann, o qual “deteve-se, por primeiro, na tragédia de pelo menos 6 milhões de judeus ‘supérfluos’ na Polônia, na Alemanha e na Áustria”. Em fevereiro de 1937, ouvimos que “de cinco a seis milhões de judeus na Europa estão enfrentando a expulsão ou a pobreza extrema” (26 de fevereiro; p. 12).
Em 1938, o NYT publicou um artigo intitulado “Número de Judeus Perseguidos em Aumento” (09 de janeiro; p. 12). “6.000.000 de vítimas registradas”, disseram eles — referindo-se a um total combinado na Alemanha, na Polônia e na Romênia. Logo no mês seguinte, ouvimos falar de “um quadro deprimente de 6.000.000 de judeus na Europa Central, destituídos de proteção ou de oportunidades econômicas, morrendo lentamente de fome, com toda a esperança esgotada…” (23 de fevereiro; p. 23). Em maio, foi a “maré crescente do antissemitismo na Europa atual que destituiu mais de 6.000.000 de judeus e de não arianos de um direito de nascença” (02 de maio; p. 18). Mais adiante nesse ano, o London Times publicou um relato do “tratamento dado aos judeus alemães”; “o problema, agora, envolvia cerca de 6.000.000 de judeus”, escreveram eles (22 de novembro; p. 11). Lembre-se: o início da Segunda Guerra Mundial ainda estava a quase um ano de distância.
No início de 1939, o London Times prosseguiu noticiando a visão de Weizmann de que “encontra-se em jogo o destino de 6.000.000 de pessoas” (14 de fevereiro; p. 9). A guerra começou em setembro de 1939, e a propaganda antinazista se intensificou. Em meados de 1940, o NYT citou Nahum Goldmann: “Seis milhões de judeus estão condenados à destruição se a vitória dos nazistas for definitiva.” (25 de junho; p. 4) Essa declaração foi feita ainda pelo menos um ano inteiro antes de Hitler supostamente decidir iniciar o seu programa de assassinato em massa de judeus — de acordo com os nossos especialistas.[12] Como poderia Goldmann saber o que estava por vir?
Em janeiro de 1942, lemos que Heinrich Himmler “desarrancou [uprooted] aproximadamente 6.000.000 de seres humanos” e os enviou para a Polônia ocupada, “onde necessariamente morrem de fome e de frio e padecem de doenças” (18 de janeiro; p. SM10). Em meados de 1942, a Europa era “um vasto matadouro de judeus”; um milhão de pessoas foram declaradas mortas, e o remanescente dos “6.000.000 a 7.000.000” estava sob risco (30 de junho; p. 7). Em dezembro, o número de judeus mortos era de 2 milhões, representando um terço dos 6.000.000 “nos domínios de Hitler”. Tratava-se, disse o NYT, de “um holocausto sem paralelos” (13 de dezembro; p. 21).
Ao longo dos anos de guerra, a sorumbática historieta continuou:
- Hitler intenciona “o extermínio de cerca de 6.000.000 de pessoas [judias] nos territórios sobre os quais [o seu] domínio foi estendido” (London Times, 25 de janeiro de 1943).
- “Salvem os judeus condenados”, diz o rabino Hertz; o mundo “fez muito pouco para garantir sequer a liberdade de viver para 6.000.000 dos seus semelhantes judeus” (02 de março; p. 1).
- Dois milhões estão mortos, “e os quatro milhões que faltam ser assassinados estão sendo mortos, de acordo com o plano” (10 de março; p. 12).
- “Cinco milhões e meio de judeus na Europa são relatados terem sido executados” (10 de maio de 1944; p. 5) — ainda um ano inteiro antes do término do conflito europeu.
- E mais tarde, novamente: “O Dr. A. Leon Kubowitzki (…) relatou que 5.500.000 judeus tinham sido mortos em países controlados pelos nazistas” (27 de novembro; p. 14).
Então, a primeira afirmação definitiva — em janeiro de 1945, quatro meses antes do fim da guerra: “6.000.000 de Judeus Mortos”, anuncia a manchete, em termos retumbantes (08 de janeiro; p. 17). Jacob Lestchinsky afirmou que a população de 9,5 milhões anterior à guerra havia sido reduzida para 3,5 milhões. Não há menção alguma de como Lestchinsky chegou a esse número, em meio ao caos de uma guerra em andamento. No mês de abril, o NYT mancheteou uma história: “5.000.000 Relatados Trucidados em Oswiecim [Auschwitz]” — um incrível erro de cálculo, mesmo supondo a correção do atual número de 1 milhão. Em maio, lemos algo como uma declaração oficial de Lord Wright, da Comissão de Crimes de Guerra da ONU: “No entanto, foi calculado que, no total, cerca de seis milhões de judeus foram deliberadamente massacrados em [câmaras de gás] e de outras maneiras” (13 de maio; p. SM4). Calculado por quem? Com base em quê? E utilizando quais evidências concretas? Ele não diz.
Assim é a história dos ‘6 milhões’. Ela tem um legado impressionante. Historiadores tradicionais frequentemente enfatizam que o número proveio dos alemães no julgamento de Nuremberg, o qual começou em novembro de 1945 — o que é verdade. Um funcionário de menor importância, Wilhelm Höttl, testemunhou sobre esse número no início dos procedimentos.[13] Os historiadores gostam de retratar isso como uma espécie de revelação dramática e como “confirmação oficial” do número — o que é uma afirmação ridícula. Conforme vimos, o número tinha sido conhecido, discutido e antecipado por décadas a fio. E mesmo então, no final de 1945, ninguém tomara a menor das medidas para realmente confirmar uma estimativa dessas. Era puro boato, baseado em décadas de propaganda.
Incrivelmente, inclusive nos dias de hoje, nós não nos encontramos em melhor situação. Ainda não temos dados concretos que confirmem os ‘6 milhões’ — e temos boas evidências para duvidar disso, conforme iremos ver.
Retornando à nossa trama principal. Se quisermos examinar o real suposto assassinato dos 6 milhões, precisamos nos fazer algumas perguntas adicionais: (1) Qual era a intenção de Hitler e dos outros nazistas principais? (2) Eles tinham os meios e a capacidade para cometer tal crime? (3) Eles de fato o cometeram?
Na visão convencional, as respostas são claras: Hitler intencionava desde o início — e de maneira secreta — matar os judeus da Europa. Os nazistas elaboraram e construíram os meios para fazer isso, principalmente no seu sistema de guetos e de esquadrões da morte (os Einsatzgruppen) e nos seis campos de morticínio, cada qual equipado com as infames câmaras de gás. E, sim, temos certeza; 6 milhões foram, de fato, assassinados. “O número redondo de 6 milhões não admite dúvidas sérias.”
Examinemos cada uma dessas questões separadamente, a partir de um ponto de vista objetivo. O que dizer quanto às intenções de Hitler e dos outros nazistas principais? Considere a “primeira carta sobre os judeus” de Hitler, datada de 16 de setembro de 1919. Escrita quando ele tinha apenas 30 anos de idade, essa breve carta é um estudo fundamentado da questão judaica na Alemanha:
Se a ameaça com que os judeus enfrentam o nosso povo deu origem a uma hostilidade inegável por parte de uma grande parcela do nosso povo, a causa dessa hostilidade deve ser procurada no claro reconhecimento de que os judeus, como tais, estão, de modo deliberado ou inconsciente, exercendo um efeito pernicioso em nossa nação. (…) Tudo isso resulta naquela postura mental e naquela busca por dinheiro, assim como no poder de protegê-lo, que permitem ao judeu se tornar tão inescrupuloso na sua escolha de meios. (…) O poder dele é o poder do dinheiro, que se multiplica nas suas mãos sem esforço e de maneira infinita através dos juros — e com o qual ele impõe um jugo sobre a nação que é tanto mais pernicioso quanto mais o brilho desse jugo disfarça as derradeiras consequências trágicas decorrentes desse jugo. (…) O resultado das obras do judeu é a tuberculose racial da nação.[14]
Ao perseguirem de forma implacável o seu próprio autointeresse, os judeus infligem às nações uma doença praticamente fatal. O remédio para esse grave problema, disse Hitler, era um “antissemitismo racional”, um antissemitismo baseado não em ódio ou em emoção, mas sim no desejo direto de manter a saúde da nação. O “objetivo final” dessa visão, acrescenta Hitler, é “a remoção total de todos os judeus do nosso meio”.[15] Nota: não as suas mortes, não os seus assassinatos, mas sim a sua remoção da sociedade alemã.
A partir do início da década de 1920, a imprensa de língua inglesa começou a cobrir os nacional-socialistas. Em discursos posteriores, Hitler usou uma terminologia um pouco diferente — mas com a mesma finalidade em mente. A versão da imprensa sobre os eventos, porém, era decididamente unilateral. Por exemplo, na edição de 08 de fevereiro de 1923 do NYT, foi relatado que “uma parcela do programa de Herr Hitler (…) é o extermínio dos judeus na Alemanha”. Parece ameaçador. Entretanto, agora sabemos acerca do histórico de décadas de supostas tentativas de “extermínio”, nenhuma das quais materializada.
Mais precisamente, necessitamos considerar em termos exatos o que Hitler disse. Na maioria das vezes, a palavra que a imprensa inglesa traduz como “extermínio” é Ausrottung; ou, na forma verbal, ausrotten. Mas isso não é tão simples. Ausrotten deriva de aus+rotten, significando literalmente “arrancar pela raiz” (root out) ou “desenraizar” (uproot). E, de fato, o dicionário Oxford Inglês–Alemão traduz a expressão “arrancar pela raiz” (root out) para ausrotten.
Reciprocamente, esse dicionário traduz ausrotten tanto como “exterminar” (exterminate) quanto como “erradicar” (eradicate). Ambas as palavras são reveladoras. “Exterminar” deriva do latim ex+terminare, que significa “fora da (ex) fronteira (terminus)”. Em outras palavras, exterminar algo é expulsar esse algo, para além da fronteira, e assim livrar-se dele. Não exige a morte da coisa em questão. O dicionário Webster confirma isso, definindo extermínio (extermination) como “livrar-se completamente de” ou “efetuar a destruição ou a abolição de”.
E quanto a “erradicar”? Essa palavra deriva do latim e(x)+radix, significando “arrancar pela raiz” — daí, “arrancar pela raiz” (to root out) ou “remover totalmente” (to totally remove). De modo claro, era possível “arrancar pela raiz” os judeus, por exemplo, sem matar nenhum deles. E parece ser isso o que Hitler realmente pretendia: que os judeus fossem arrancados (erradicados) e expulsos (exterminados). Esses significados são combinados no termo “ausrotten”.
Se isso acontecesse na Alemanha, a presença judaica ali seria destruída — não os próprios judeus, mas sim a sua presença e o seu papel econômico na vida alemã. Isso aponta para a outra palavra que Hitler e outros frequentemente utilizavam em relação aos judeus: Vernichtung. A raiz dessa palavra é nichts, “nada”. O verbo vernichten, portanto, significa “reduzir a nada”. A tradução comum em inglês é “destruir”. “Destruir”, por sua vez, significa, literalmente, desconstruir algo ou “remover os alicerces” de algo. Isso, de novo, é exatamente o que os nazistas desejavam: desconstruir o poder financeiro judaico na Alemanha, remover os seus alicerces. Como antes, nada nisso exige a morte das pessoas em questão.
Hermann Göring defendia claramente essa visão. Em meados de 1936, ele foi citado por um importante diplomata americano dizendo que “os judeus devem ser eliminados da vida econômica alemã”.[16] Não havia nenhum sentido (significado; significação) de animosidade ou de ódio, mas simplesmente o sentido de conveniência econômica; os judeus dominavam a economia alemã desde há muito tempo, e os nazistas acreditavam que era hora de devolvê-la aos próprios alemães.
Obtemos mais evidências desse significado relativamente benigno dos termos alemães no próprio NYT. Em março de 1933, esse periódico noticiou um discurso feito pelo rabino Schulman, no qual ele denunciava a “perseguição econômica de Hitler, [a qual] visa o extermínio do povo judaico” (13 de março; p. 15). No mês seguinte, lemos novamente sobre o “[plano] deliberadamente calculado dos nazistas para realizar o extermínio econômico dos judeus” (06 de abril; p. 10). Tais reportagens estavam corretas; baseavam-se no uso severo, mas não letal, das palavras ausrotten e vernichten. Todavia, já em junho de 1933, o NYT começou a abandonar a parte econômica do quadro. Portanto, lemos, simplesmente, que “o programa de Hitler é um de extermínio” (29 de junho; p. 4). E, em agosto, a sinistra mensagem final é clara: “600.000 [judeus alemães] estão enfrentando o extermínio certo.” (16 de agosto; p. 11) Assim, podemos ver a rápida evolução de um plano de desmantelamento econômico e remoção econômica (realidade) para uma visão distorcida que implica assassinato puro e simples (ficção).
Mais evidências, porém, provêm do extenso diário de Joseph Goebbels. Entre maio de 1937 e o término da guerra, Goebbels fez 123 entradas sobre os judeus e a questão judaica.[17] Ao descrever a política nazista em relação aos judeus, as palavras mais comumente usadas são: evakuieren (evacuar); abgeschoben/abschieben (expulsar ou deportar); aus-heraus (sair); liquidieren (liquidar, livrar-se de); ausrotten e vernichten. Notavelmente ausentes estão palavras vívidas e explícitas tais como töten (matar), ermorden (assassinar), erschiessen (atirar; fuzilar) e vergasen (gasear). E não são apenas as palavras individuais; todo o contexto das suas passagens sobre os judeus envolve nada além de uma estendida discussão sobre a sua remoção, deportação, evacuação — e coisas do tipo. Goebbels, no seu próprio diário particular, mentiria para si mesmo ou utilizaria palavras-código ou eufemismos? É óbvio que não. Quando ele disse “evacuação” ou “deportação”, era claramente isso que queria dizer. Tampouco se referia à deportação para câmaras de gás homicidas; nada dessa natureza é mencionado nos seus compridos escritos.[18] A intenção nazista era clara: os judeus seriam empacotados e enviados para o leste, para as áreas recém-conquistadas da Rússia Ocidental, e lá seriam despejados — para sobreviverem da melhor forma possível.
Por fim — e da maneira mais reveladora —, o que dizer das palavras do próprio Hitler? Desde 1941 até o final de 1944, ele conduziu longas sessões privadas com amigos e indivíduos íntimos do partido. Essas discussões — monólogos, na verdade — foram publicadas como “Hitler’s Table Talk” [“Conversas de Mesa de Hitler] (conferir Hitler 2000). Dentre uma ampla gama de tópicos, ele realiza cerca de 16 referências aos judeus e à questão judaica, no decorrer de um período de aproximadamente três anos.[19] Cada uma dessas passagens se refere, no original em alemão, à evacuação e à remoção; nenhuma se refere a matanças, gaseamentos ou assassinatos em massa. Por exemplo:
- “Se algum povo tem o direito de proceder a evacuações, somos nós. (…) Consideramos o máximo da brutalidade ter libertado o nosso país de 600.000 judeus. E, no entanto, aceitamos (…) a evacuação dos nossos próprios compatriotas!” (08–11 de agosto de 1941 — seis meses antes da abertura do primeiro suposto campo de extermínio.)
- “O judeu, este destruidor [da cultura], nós devemos expulsar (setzen wir ganz hinaus).” (17 de outubro de 1941)
- “Profetizei aos judeus que, caso a guerra se tornasse inevitável, o judeu desapareceria da Europa (aus Europa verschwinden). (…) Que ninguém me diga que, mesmo assim, não podemos mandá-los para o pântano [russo]!” (25 de outubro de 1941)
- “Esta choradeira a que alguns burgueses [alemães] se entregam hoje em dia, sob o pretexto de que os judeus tiveram de se mudar (auswandern müssten) da Alemanha, é típica desses ‘santos’. Será que eles lamentavam quando, todos os anos, centenas de milhares de alemães tinham de emigrar…?” (19 de novembro de 1941)
- “É necessário agir de forma radical. Quando se arranca um dente, faz-se com um único puxão, e a dor passa rapidamente. O judeu deve sair da Europa (Der Jude muss aus Europa heraus). (…) Da minha parte, eu me limito a lhes dizer que devem ir embora (Ich sage nur, er muss weg). (…) Mas, caso se recusem a ir voluntariamente, não vejo outra solução exceto o absoluto extermínio (die absolute Ausrottung).” (25 de janeiro de 1942)
- “Os judeus devem fazer as malas, desaparecer da Europa (Der Jude muss aus Europa hinaus)!” (27 de janeiro de 1942)
- “[O judeu] tem em mente que, caso as suas vítimas repentinamente se tornassem cientes [dos danos que ele causa à sociedade], todos os judeus seriam exterminados (erschlagen werden).[20] Mas, desta vez, os judeus desaparecerão da Europa (aus Europa verschwinden).” (03 de fevereiro de 1942)
- “Só recuperaremos a nossa saúde ao eliminarmos (eliminieren) o judeu.” (22 de fevereiro de 1942)
- “Até que os judeus (…) sejam exterminados (ausrottet), não teremos cumprido a nossa tarefa.” (30 de agosto de 1942)
- “Já expulsei os judeus de Viena (Der Juden habe ich aus Wien schon heraus)…” (25 de junho de 1943)
Hitler, obviamente, não tinha motivos para conter a sua linguagem quando falava com colegas tão próximos. Se realmente tivesse desejado matar os judeus, ele teria dito isso — teria dito isso mais de uma vez, além de ter dito isso em termos inequívocos. Nós, ao invés, não encontramos um único exemplo de tal discurso. Talvez seja por esse motivo que tão poucos dos nossos historiadores tradicionais citem tais monólogos de Hitler; essas passagens são, conforme a visão padrão, difíceis de serem explicadas.
A lição aqui é clara. Traduções simplistas são altamente enganosas, assim como todas as referências implícitas a assassinatos em massa. É necessário buscar o texto original em alemão; encontrar as palavras que Hitler, Goebbels e outros realmente usaram; e colocá-las no contexto adequado, apropriado. Os nossos historiadores tradicionais nunca se incomodam em proceder dessa maneira; parece não servir aos seus propósitos mais amplos.
Para melhor compreender as circunstâncias do Grande Crime, necessitamos examinar mais a fundo as ações alemãs em relação aos judeus, tanto antes da guerra quanto no início dela. Vimos anteriormente que, em 1923, o NYT declarou que o programa de Hitler incluía o “extermínio” dos judeus — embora tenham tido o cuidado de não entrar em detalhes. No ano prévio, foram ainda mais explícitos; escreveram sobre os “excessos dele contra a lei e a ordem, assim como os seus discursos incitando as audiências a matar judeus e socialistas” (20 de dezembro de 1922; p. 2) — novamente com base em traduções tendenciosas, enviesadas. O London Times demonstrou compreender de maneira mais correta. Relatou que Hitler desejava que “todos os judeus residentes na Baviera (…) fossem reunidos em campos de concentração. (…) Em partes remotas do interior, colônias judaicas devem ser formadas (…), as quais serão estritamente isoladas de todos os outros setores da população” (06 de novembro de 1923; p. 14).
Quando, no começo de 1933, os nacional-socialistas chegaram ao poder, iniciaram de imediato o processo de remoção dos judeus de posições de influência e de incentivo à emigração deles. Houve abusos pequenos, mas nenhum pogrom e, certamente, nenhuma matança em larga escala. Inclusive a pavorosa Kristallnacht (‘Noite dos Cristais’) de 09 a 10 de novembro de 1938 resultou em apenas cerca de 90 mortes de judeus — lamentável, mas claramente não um massacre quando analisado do ponto de vista da área inteira da Alemanha. A questão é a seguinte: mesmo até o final da década de 1930, os nacional-socialistas nada fizeram além de expulsar os judeus de posições de poder, de intimidá-los e assediá-los e de fazer todo o possível para que saíssem do país.
Até mesmo os nossos estudiosos tradicionais concordam — não ocorreu assassinato em massa antes da guerra, a qual começou em setembro de 1939. Na década de 1970, Erich Fromm escreveu que “[o] massacre sistemático se iniciou somente com a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Não há evidências convincentes de que Hitler tenha contemplado a aniquilação dos judeus até pouco antes disso.” (1973: 398) Mais recentemente, Peter Longerich (2010: 132) confirma essa visão: “O início da Segunda Guerra Mundial testemunhou a inauguração da política sistemática de aniquilação racial do regime nacional-socialista.” Todavia, resta saber se de fato houve alguma “aniquilação sistemática” ou algum “massacre”.
A guerra começou com a invasão da Polônia pela Alemanha — após muitas provocações dos poloneses. Inglaterra e França imediatamente declararam guerra à Alemanha, que então retribuiu. A União Soviética invadiu a Polônia pelo leste duas semanas depois; e, no final do mês, a nação estava dividida em duas partes: a Alemanha consolidou a metade ocidental, e os soviéticos, a oriental.
Com a vitória na Polônia, a Alemanha subitamente assumiu o controle sobre cerca de 1,7 milhão de judeus.[21] Será que os nazistas começaram a assassiná-los em massa? Não. Em vez disso, elaboraram um plano para deportá-los e confiná-los a uma “reserva judaica” no extremo leste do território controlado pela Alemanha; isso foi denominado de Plano Nisko. Dentro de poucos meses, esse plano foi substituído por um objetivo mais geral: transportar todos os judeus para o “Governo Geral”, um grande distrito no leste da Polônia que incluía Varsóvia, Cracóvia e Lublin.
Em meados de 1940, com o exército alemão avançando para o oeste, em direção aos Países Baixos e à França, estava se tornando claro que inclusive o Governo Geral não seria uma solução a longo prazo. Assim surgiu o Plano Madagascar: todos os judeus seriam enviados para a ilha colonial francesa. Isso, disse Himmler, era muito melhor que matá-los, algo que era “não germânico e impossível”.[22] Embora o plano nunca tenha se concretizado, foi discutido como uma possibilidade pelo menos até março de 1942. Naquela época, Goebbels escreveu: “Ainda existem 11 milhões de judeus na Europa. Eles terão de ser concentrados mais tarde, para começar, no leste; possivelmente uma ilha, como Madagascar, poderá lhes ser designada após a guerra.”[23] Claramente, nada de planos para assassinato em massa — até março de 1942!
Isso nos leva ao assassinato em si — à cena do crime, por assim dizer. Alegadamente, os nacional-socialistas tinham três métodos principais para matar judeus: guetos; esquadrões da morte (Einsatzgruppen); e os seis campos de morticínio. Vamos analisar cada um desses métodos, de modo a avaliar o crime como um todo.
O Mecanismo de Assassinato em Massa — (1) Guetos
A primeira grande categoria de matança é o sistema de guetos. Os guetos eram geralmente pequenas seções de cidades, seções designadas como áreas exclusivamente judaicas. Os guetos começaram a ser formados no início de 1940; o gueto de Lodz (Polônia) foi um dos primeiros. A maioria deles foi estabelecida no final de 1941 — mais de 1.000 no total, conforme nos contam. A partir do início de 1943, os guetos passaram a ser desmantelados; a vida média de um gueto era de aproximadamente dois anos.
Ao contrário da crença popular, os guetos não eram prisões. Muitos eram completamente abertos, e os judeus podiam entrar e sair como quisessem — somente sofriam a limitação de ali viverem e operarem negócios. Muitas vezes, o gueto era identificado apenas por uma placa. De modo claro, os guetos nunca foram concebidos como um meio de assassinato em massa. Longerich evidentemente concorda: “A criação dos guetos foi realizada de forma tão aleatória e lenta que seria errado vê-la como uma política sistemática que visava, em última análise, à aniquilação física dos judeus” (2010: 166).
Os guetos eram, no entanto, o primeiro passo lógico em um programa de exclusão, remoção e expulsão (“extermínio”). Se os nacional-socialistas de fato desejassem realizar uma limpeza étnica no Reich, teriam começado pelo agrupamento dos judeus, procedendo depois ao confinamento deles em áreas específicas e, em seguida, ao transporte metódico dessas pessoas para fora do território. E foi exatamente isso o que aconteceu. Os dois maiores guetos — o de Lodz (200.000 judeus) e o de Varsóvia (400.000–590.000 judeus)[24] — foram estabelecidos em fevereiro e em novembro de 1940, respectivamente. Os judeus foram confinados (da maneira que acabamos de descrever) ali até que novas áreas fossem abertas no leste, quando então as deportações começaram.

Bundesarchiv , Bild 101I–134–0792–28 / Knobloch, Ludwig / CC-BY-SA [CC-BY-SA-3.0-de ( https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/de/deed.en )], via Wikimedia Commons
Essa cifra não aparece em fontes mais antigas ou mais recentes, impressas ou online. O estudo detalhado de Friedman (1954), por exemplo, não lista nenhum número de mortes, seja para guetos individuais, seja para a integralidade deles. Fontes mais recentes são um pouco melhores. O capítulo de Corni (2003) sobre “Vida e Morte” nos guetos fornece uma dispersão de estatísticas de mortalidade, mas nada abrangente. Corni apresenta mortes mensais detalhadas — até o gueto individual — para os dois maiores guetos (o de Varsóvia e o de Lodz), mas apenas para 10 e 18 meses, respectivamente (páginas 205–206). Mas o autor não tira conclusões gerais dessas estatísticas. Ele encerra o capítulo citando o estatístico nacional-socialista R. Korherr, que supostamente afirmou que 760.000 judeus poloneses morreram em guetos até dezembro de 1942 (p. 218) — embora esse total seja claramente marcado por Korherr como a soma de “emigração, excesso de mortalidade e evacuação”.
No seu estudo “definitivo”, Longerich (2010: 167) atribui somente uma frase vaga a essas mortes. Citando Hilberg (2003), ele escreve que “o total de judeus poloneses assassinados antes e durante o período de guetização, anterior ao início das violentas remoções dos guetos, foi de aproximadamente 500.000”. Apenas judeus poloneses? Muitos países tinham guetos. E o que significa “antes”? E por que excluir as “violentas remoções”? E qual foi a base para o número de Hilberg — o homem que conseguiu encontrar apenas 5,1 milhões de mortes no total?
Ou considere Dean (2010); ele fornece exatamente o tipo de resumo conciso que deveria incluir uma cifra geral de mortes; e, ainda assim, encontramos só dois números de mortalidade, ambos para o gueto de Varsóvia (adiante, mais sobre isso). Talvez de forma apropriada, um dos estudos mais recentes dedicados ao tema, Michman (2011), nem sequer apresenta estatísticas de mortalidade.
Fontes online são igualmente deficientes. A Wikipédia (“Guetos Judaicos na Polônia Ocupada pelos Alemães”) fornece uma boa lista de 272 guetos, incluindo um “número de judeus confinados” (número máximo? médio? final?), mas sem estatísticas de mortes, nem mesmo referências a qualquer uma. Essa página lista o destino presumido dos moradores dos guetos; praticamente todos foram para um dos seis campos de morticínio, direta ou indiretamente. Esses campos serão analisados em breve neste texto. O site do USHMM (“Guetos”) não fornece números e afirma apenas que “os alemães e os seus auxiliares ou atiraram nos moradores dos guetos em covas coletivas localizadas nas proximidades ou os deportaram, geralmente de trem, para centros de matança onde foram assassinados”. Quantas covas coletivas? Onde estão? Foram examinadas? Sem respostas. O Yad Vashem diz simplesmente: “Muitos judeus morreram nos guetos.”[25]
Devemos ter em mente o quão simples é o nosso pedido. A equação essencial é esta: os judeus foram para os guetos; alguns morreram lá; os restantes foram enviados para fora do território. Mais explicitamente:
(# Judeus em guetos) = (# Judeus mortos em guetos) + (# Judeus deportados)
Novamente, isso é lógica elementar, mas ainda assim parece ultrapassar a compreensão dos nossos historiadores tradicionais. Por que não conseguimos obter estimativas sequer aproximadas dessa equação básica?
Visto que é evidentemente uma exigência muito severa solicitar estatísticas gerais de mortalidade, vamos facilitar. Vejamos o maior e mais investigado gueto, o de Varsóvia. Aqui, teoricamente, sabemos de tudo — e em grandes detalhes. Já em 1954, Friedman pôde escrever: “A bibliografia de publicações acerca do gueto de Varsóvia é tão extensa que é impossível enumerar até mesmo os estudos mais importantes.” (p. 79, n. 76) Quão mais detalhado é o nosso conhecimento hoje — 60 anos depois?
Mais uma vez, fazemos a pergunta básica: quantos judeus morreram no gueto de Varsóvia? Mais uma vez, saímos de mãos vazias. Nenhuma fonte fornece sequer uma estimativa plausível desse número essencial.
Na verdade, os nossos especialistas não conseguem sequer responder claramente à pergunta mais simples: Quantos judeus havia no gueto de Varsóvia? Friedman (1954: 79) diz entre 420.000 e 500.000. Corni (2003: 195) diz 400.000. Dean (2010: 342) diz “alguns 450.000”. Longerich (2010: 167) diz entre 410.000 e 590.000! Se, para começar a investigação, não sabemos com quantas pessoas temos nos guetos, certamente não podemos responder às perguntas subsequentes sobre mortes e deportações. E, se não podemos responder a essas perguntas, bem, toda a nossa imagem do Holocausto fica no ar.
Ao contrário de centenas de outros guetos, temos algumas estatísticas parciais de mortes no de Varsóvia. Corni (2003: 206), por exemplo, nos dá uma tabela com os números mensais de mortes, de janeiro de 1941 a junho de 1942; a média é de 3.853 mortes por mês. Mas por que parar por aí? O gueto existiu por mais um ano inteiro. Podemos extrapolar esse número mensal para toda a duração? Isso implicaria aproximadamente 120.000 mortes no total. Se não, por que não?
Se sim, como conciliamos esse número com os seguintes fatos apresentados pelo USHMM?
- “83.000 judeus [do gueto] morreram de fome e doenças” entre 1940 e meados de 1942;
- Entre julho e setembro de 1942, “os alemães deportaram cerca de 265.000 judeus de Varsóvia para Treblinka”;
- Após o fechamento do gueto, em meados de maio de 1943, 42.000 foram deportados para três campos, 7.000 morreram lutando contra isso, e outros 7.000 foram enviados para Treblinka;
- 500 judeus de Varsóvia sobreviveram na cidade até ela ser capturada pelos soviéticos, em 1945.[26]
Apesar de tudo, não há um número total de mortes — no gueto mais conhecido e estudado de todos.
Aliás, qual era a fonte de Corni para os seus números? Como bons detetives, devemos sempre fazer tais perguntas. Neste caso, é particularmente revelador. Ele cita um texto alemão obscuro e sem data (presumivelmente de 1960), Faschismus—Getto—Massenmord. Esse texto, por sua vez, é uma tradução de uma fonte polonesa ainda mais obscura, também sem data (presumivelmente de 1957). A página 138 desse texto contém uma tabela com os números utilizados por Corni. Mas inclusive aqui há problemas. Não existe nenhuma explicação que acompanhe esses números — nenhuma elaboração, nenhum contexto, nada. Além disso, a entrada para dezembro de 1941 é 43.239 — uma cifra ridiculamente alta e obviamente incorreta; e, portanto, Corni usa o número (4.366) do gráfico anexo. Porém, se existem erros tão grosseiros e flagrantes, como podemos confiar em quaisquer dos números?
Um motivo para a relutância em estabelecer um número total de mortes pode ser a óbvia falta de evidências — isto é, a ausência dos corpos das vítimas. Com base nos dados de Corni, o gueto de Varsóvia produziu quase 130 cadáveres por dia, em média, durante dois ou mais anos. O que as pessoas fizeram com os corpos? Não puderam enterrá-los, pois estavam no meio de uma cidade grande. Não tinham crematórios, nem madeira para construir piras. Então — o que aconteceu com os corpos? E há restos mortais que possamos examinar hoje, a fim de confirmar as informações?
Não surpreendentemente, nenhum dos nossos especialistas em guetos aborda essa questão espinhosa. Na melhor das hipóteses, encontramos meros comentários passageiros em outras fontes. Por exemplo, num artigo de 1942 no NYT, lemos que os judeus de Varsóvia “não têm meios para funerais, por isso os mortos são postos na rua, onde são recolhidos pela polícia” (07 de janeiro; p. 8). (O mesmo artigo, de modo incidental, afirma que 300 por dia morriam, principalmente devido ao tifo — a mesma doença que os alemães tanto estavam se esforçando para prevenir.) Se a polícia recolhia os corpos — 4.000 ou 5.000 por mês —, o que fazia com eles? Ela os enterrava? Se sim, onde? Sequer os contava? Mais perguntas sem resposta.
Sem tais respostas, não podemos realmente confiar em nenhuma informação aqui. Por tudo que sabemos, os números reais poderiam ter sido muito menores. Se houvesse 400.000 judeus no gueto de Varsóvia, isso implicaria 4.000 mortes naturais por ano — ou cerca de 11 mortes naturais por dia. Com esse número menor, podemos entender como os corpos podem ter “desaparecido” sem registro. Mas Corni e outros nos dizem que aproximadamente 130 judeus morriam todos os dias — dez vezes a taxa natural. O NYT disse 300 por dia — ou 30 vezes a taxa natural. Esses números são muito mais difíceis de explicar.
Ou talvez fosse ainda pior que aquilo que presumimos. Numa impressionante reportagem de 1943 no NYT, lemos que “cerca de 10.000 pessoas são mortas diariamente somente em Varsóvia por diversos meios; são empregados os instrumentos mais cruéis e desumanos, que só o espírito satânico e negro do hitlerismo pode inventar” (07 de fevereiro; p. SM16). Pense nisso — 10.000 por dia! Em uma área de gueto de tamanho ligeiramente maior que um quilômetro quadrado! Talvez o repórter, o “notório romancista” Sholem Asch, fosse culpado de um pouco de licença poética. Quando se trata de ficção, tudo vale.
Deve ser tida em mente a simplicidade da análise que estamos buscando. Os pontos principais poderiam ser abordados em um único parágrafo. Veja como seria:
“O gueto de Varsóvia abrigava 350.000 judeus na sua inauguração, número que atingiu o pico de 450.000 em meados de 1942 e que caiu para 80.000 quando o gueto foi fechado, em maio de 1943. No total, 500.000 judeus passaram pelo local. Desses 500.000, 40.000 faleceram no gueto de causas naturais, e 10.000 foram fuzilados ali pelos nazistas. Os 50.000 corpos foram despejados em três covas coletivas numa floresta próxima, os quais foram exumados e analisados em 19xx. As 450.000 pessoas restantes foram, por fim, transportadas para fora do gueto — 300.000 para Treblinka; 100.000, para Majdanek; e 50.000, para outros campos de concentração.”
É isso — muito simples, muito conciso, e tudo faz sentido. É claro que esses números são puramente fictícios. Recorremos aos especialistas para o fornecimento de estatísticas reais. Mas as respostas não vêm. E, se o notório de Varsóvia guarda tantos mistérios, só podemos imaginar a nebulosa situação do panorama geral dos guetos.
No final, ficamos com o saco vazio. Precisamos contabilizar, de alguma forma, cerca de 1 milhão de mortes nos guetos. Entretanto, não temos dados úteis nem mesmo sobre os maiores e mais bem estudados guetos. Além disso, devemos sempre ter em mente a taxa de mortalidade natural. Se, por exemplo, 3 milhões de judeus (uma estimativa aproximada, mas certamente um limite superior) fossem confinados em nossos “1.000 guetos”, esperaríamos cerca de 30.000 mortes por ano — ou quase 100 falecimentos por dia — devido estritamente a causas naturais. Cem mortes por dia, espalhadas por vários países e por aproximadamente 1.000 locais diferentes, poderiam desaparecer com facilidade em meio a uma grande guerra. Mas, mais precisamente, isso resultaria em apenas cerca de 100.000 falecimentos no total — meros 10% do número alegado.
Ao terem concentrado os judeus, os nazistas com certeza contribuíram para doenças infecciosas, desnutrição e outras enfermidades — devendo, portanto, ser responsabilizados por essas mortes “em excesso”, juntamente por quaisquer fuzilamentos isolados ou por outras ações diretas que tenham perpetrado. Mas não temos noção alguma de quantas dessas mortes ocorreram.
Vamos, aqui, resumir o nosso problema. O sistema de guetos funcionou essencialmente por três anos: 1941–1943. Durante esse período, conforme o que nos é dito, ocorreram 1 milhão de mortes nos guetos; portanto, quase 28.000 por mês, em média, ou cerca de 925 por dia. Todos os dias, em algum lugar do sistema, 925 corpos eram enterrados ou queimados. Em algum lugar, no total, encontram-se os restos mortais de 1 milhão de pessoas. Ou pelo menos é o que nos contam.
E, no entanto, não há registro algum de tais corpos — nenhuma cova coletiva, nenhum crematório, nenhuma pira a céu aberto, nenhuma história de “despejo no rio” — nada. Nem mesmo as mortes naturais são contabilizadas, o que nos leva a suspeitar que o número total de judeus confinados talvez tenha sido muito menor que o número alegado. E, se não conseguimos encontrar as vítimas, como podemos esperar solucionar o crime?
O Mecanismo de Assassinato em Massa — (2) Os Einsatzgruppen
Na visão ortodoxa, a guetização dos judeus foi apenas a primeira fase do “extermínio” deles. Porém, por razões óbvias, esse sistema jamais poderia servir como meio de assassinato em massa. Portanto, os nacional-socialistas, de acordo com o que é dito para nós, buscaram métodos mais convenientes. Um desses métodos foram os fuzilamentos em massa.
A Alemanha atacou a União Soviética em junho de 1941, capturando com rapidez grandes quantidades de terra. À medida que o exército principal avançava para o leste, havia um perigo constante de ataques de insurgentes pela retaguarda. A Wehrmacht, portanto, estabeleceu os Einsatzgruppen — “forças-tarefa” — para proteger os soldados. Os Einsatzgruppen foram organizados em quatro unidades principais (A, B, C e D), consistindo de aproximadamente 3.000 homens,[27] suplementados por um quinto grupo de “propósito especial”. Tais forças-tarefa eram apoiadas na sua missão por batalhões de polícia, brigadas da SS (referidas como HSSPL) e talvez um ou dois outros grupos. Além da sua função principal, esses grupos também teriam recebido “autoridade para assassinar membros da intelectualidade, do clero e da nobreza, bem como judeus e doentes mentais”[28] — uma tarefa formidável.
O método de assassinato era simples e direto: tiros a curta distância, com os corpos jogados em valas. Existem alguns relatos vagos sobre o uso de “seis vans de gás”, mas os detalhes são tão obscuros que nada podemos concluir sobre elas.[29] Conforme a visão padrão, os Einsatzgruppen e os seus afiliados são responsáveis pela grande maioria dos 1,6 milhão de fuzilamentos de judeus — talvez 1,3 milhão ou um pouco mais, dependendo da fonte.[30] Os Einsatzgruppen, evidentemente, não perderam tempo; a maior parte da matança já tinha terminado no final de 1942.
Como sempre, devemos aqui nos concentrar no panorama geral. Se admitirmos que a maioria dos fuzilamentos ocorreu ao longo de aproximadamente 18 meses (de meados de 1941 a dezembro de 1942), isso significa que os quatro Einsatzgruppen e os seus grupos auxiliares conseguiram, coletivamente, matar, em média, quase 65.000 judeus por mês — ou cerca de 2.200 judeus por dia. Mais impressionante ainda, conseguiram enterrar os corpos na mesma proporção; mais sobre isso, em breve neste texto.
Para adquirirmos uma compreensão dessa escala de matança, necessitamos de mais detalhes. Longerich e a maioria dos outros não conseguem fazer isso; para eles, basta citar uma série de supostos eventos individuais — 450 fuzilados aqui; 2.400 fuzilados ali; etc. — e deixar por isso mesmo. Tais estatísticas, é claro, nos dizem pouco sobre o que realmente aconteceu; e, mais importante, ficam muito aquém de 1 milhão ou mais.
Dentre os pesquisadores recentes, apenas Headland (1992) tenta fornecer detalhes reais. Citando relatórios da Wehrmacht, ele calcula os totais, até dezembro de 1942, para cada um dos principais Einsatzgruppen e para as brigadas da SS (nada para batalhões de polícia ou outros). Os seus números são os seguintes (p. 105):
| Gruppe A | 364.000 |
| Gruppe B | 134.000 |
| Gruppe C | 118.000 |
| Gruppe D | 92.000 |
| HSSPF | 445.000 |
| Total | 1.153.000 |
Mas existem problemas imediatos, conforme Headland reconhece. Primeiro, essas são, supostamente, todas as vítimas — judaicas e não judaicas. Os fundamentalistas presumem que os judeus eram a grande maioria, talvez 90%, embora isso possa ser drasticamente errôneo. Ademais, o número das HSSPF (brigadas SS; Höhere SS- und Polizeiführer) compõe “certamente apenas parte das suas operações” (p. 106); tal indeterminação é um estratagema comum e deixa em aberto a possibilidade de números finais arbitrariamente altos.
Mas há problemas mais fundamentais. “Não é fácil”, admite Headland (p. 92), “obter uma imagem clara de quaisquer características distintas” dos relatórios dos Einsatzgruppen; “a irregularidade dos relatórios nos frustra a todo momento”. Ele prossegue:
Existem também evidências que sugerem que alguns líderes dos Einsatzkommandos e dos Einsatzgruppen exageraram deliberadamente, para o seu próprio autoengrandecimento, o número de pessoas fuziladas (…). Se esses exageros existiram, não há como determinar em que medida e onde os números foram exagerados. (páginas 97–102)
Piora: “A impossibilidade de determinar um total exato torna-se ainda mais óbvia quando se examinam atentamente os números apresentados nas tabelas… Qualquer coisa que se aproxime de um total final para todo o período da guerra é impossível de ser realizada.” Mas espere — isso faz parte do “evento mais bem documentado da história”. Por que essa enorme parcela do Holocausto é um mistério?
Headland afirma que “é improvável que os historiadores sequer cheguem a estimativas mais fundamentadas e acuradas quanto ao número de pessoas mortas nos territórios orientais…” (p. 106). “Podemos concluir”, diz ele com fé, “que a estimativa de Raul Hilberg de que mais de 1.300.000 judeus foram mortos no leste pelos Einsatzgruppen e por outras agências e outros colaboradores da SS é provavelmente o mais próximo possível de um número real que provavelmente iremos encontrar.” O que Headland quer dizer é o seguinte: Hilberg é famoso; e nós, portanto, devemos simplesmente aceitar o número dele — apesar da falta de comprovação — porque não temos base para nada melhor, e algo desse porte é necessário para sequer começar a nos aproximar dos “6 milhões”. Isso dificilmente inspira confiança.
Mas há um elefante nesta sala também, um elefante que Headland, Hilberg, Longerich e todos os outros cuidadosamente evitam: a ausência de corpos.
Para fins de cálculo, suponhamos que os números de Headland (antes citados) sejam 100% de judeus. Além disso, vamos supor que o total aumente lentamente ao longo de 1943, de 1,15 milhão para uma marca derradeira de 1,3 milhão no término desse ano. (As ações dos Einsatzgruppen estavam quase certamente concluídas nesse momento.) Sob tais suposições, a taxa de matança diária era muito elevada: de 500 a 2.500 pessoas por dia, durante a maior parte do período de 2 anos e meio. No entanto, durante três meses espetaculares — de setembro a novembro de 1942 —, essa taxa disparou para quase 4.000 assassinatos por dia, graças a algumas matanças ferozes perpetradas pelas brigadas da SS.[31]
Deixaremos de lado as inúmeras dificuldades de caçar, agrupar e alvejar uma média de 4.000 pessoas por dia — durante 120 dias consecutivos. Suponhamos que isso tivesse sido feito. A cada dia, os cinco grupos têm, nas suas mãos, um total de cerca de 4.000 cadáveres. E agora? A resposta óbvia é enterrá-los — em covas coletivas, profundas e rústicas. Numa vala dessas, é possível colocar, no máximo, de seis a oito corpos por metro cúbico.[32] Em consequência, o número diário de 4.000 assassinatos exigiria um espaço de aproximadamente 600 metros cúbicos — um buraco que possui, por exemplo, 10 m x 12 m de área x 5 m de profundidade.[33] Em outras palavras, um buraco bastante grande… um novo buraco, a cada dia… durante 120 dias consecutivos. Inclusive um dia “de folga”, com somente 1.000 fuzilamentos, exigiria um buraco de 5 m x 6 m (15 pés x 18 pés) de área e 5 m de profundidade para acomodar os corpos.
E quanto a um dia “terrível”? O pior massacre supostamente ocorrido foi em Babi Yar, Ucrânia. Em 29 de setembro de 1941, o Einsatzgruppe C alegadamente massacrou 33.771 judeus em um dia. Para acomodarem esses corpos, eles teriam de cavar uma vala colossal de 10 m de largura por 100 m de comprimento e 5 m de profundidade. Só isso já teria sido um grande esforço de construção — tudo para um único dia de matança.
Então, algumas perguntas óbvias: Quem estava realizando todas essas escavações? Todos os dias, o ano inteiro, durante dois anos e meio? No gelo e na neve? Cada equipe tinha consigo uma escavadeira a diesel? E mais: Onde estão todos esses buracos? Se 1,3 milhão de judeus foram fuzilados e enterrados, seriam necessários, por exemplo, 1.000 desses buracos, cada um contendo uma média de 1.300 corpos. Ou talvez fossem 2.000 buracos com uma média de 650 — e assim por diante. Isso dá uma ideia da magnitude do problema.
E então as perguntas decisivas: Quantos desses buracos encontramos? E quantos corpos neles jaziam?
Os fundamentalistas têm as suas respostas prontas. No final de 1942, os nazistas supostamente perceberam que tinham cometido um erro enorme. Tantas covas coletivas, com tantos corpos, deixaram uma vasta quantidade de evidências incriminatórias. (Por que os nazistas teriam se preocupado com isso, tal motivação nunca nos é dita.) Portanto, eles iniciaram a “Ação 1005” — um programa para destruir as evidências dos seus fuzilamentos em massa. Longerich (2010: 410) explica: “Em junho de 1943, os comandos começaram a abrir as covas coletivas nos territórios soviéticos ocupados, primeiro na Ucrânia, depois na Rússia Branca e, finalmente, nos estados bálticos.” Essas equipes foram “extraordinariamente minuciosas”, diz ele:
As covas coletivas eram abertas, os cadáveres eram queimados em pilhas de madeira ou em grades de aço, e as cinzas eram examinadas em busca de objetos valiosos, principalmente dentes de ouro, antes que os ossos fossem triturados e as cinzas, espalhadas ou enterradas. Em seguida, todos os outros vestígios que pudessem indicar os locais de execução eram removidos, e as cenas dos crimes eram aplainadas e recebiam plantação.
Bom, isso resolve o assunto.
É de se perguntar: quão tolos Longerich acha que os leitores dele sejam? Devemos aceitar, sem realizarmos qualquer questionamento, essa história estranha e impossível? Mais de 1 milhão de cadáveres, enterrados em mais de 1.000 covas coletivas, espalhados por centenas de milhares de quilômetros quadrados, foram localizados, exumados e queimados até virarem cinzas em grandes fogueiras. As toneladas subsequentes de cinzas — cinzas de corpos humanos mais cinzas de madeira — foram peneiradas em busca de dentes, ossos e outros “objetos de valor”; os ossos foram moídos, triturados (como?), e toda a bagunça foi então “espalhada” ou enterrada de tal modo que nenhum vestígio permanecesse. Os assassinos, evidentemente, também tinham os seus próprios paisagistas particulares, que apareciam no final de tudo, alisavam o solo sobre aquelas 1.000 covas coletivas e plantavam algumas árvores ou alguns arbustos para esconderem o ato maligno. E talvez algumas flores também, em memória dos indivíduos falecidos.
Essa é uma história ridícula, mas convenientemente ridícula. Ela tenta explicar o gritante furo — o fato de não termos encontrado evidência alguma que sequer se aproxime do número de 1,3 milhão de supostas vítimas. De fato, por uma espécie de lógica perversa, a ausência de corpos confirma a visão tradicional: “É claro que não há corpos; isso fazia parte do plano.” É claro.
Mesmo que os nazistas tivessem tentado uma coisa dessas, existem aqui problemas substanciais:
(1) Os nazistas foram tão estúpidos a ponto de não pensarem nesse problema desde o início? E, ainda assim, foram tão brilhantes a ponto de materializarem a eliminação total das evidências?
(2) Simplesmente reencontrar todas as covas coletivas, depois de um ou dois anos, já teria sido, em si, uma tarefa árdua. Os nazistas, obviamente, não possuíam sistemas de GPS ou satélites. Eles necessitariam de um conjunto extenso e extremamente detalhado de mapas desenhados à mão e de descrições escritas. Por que não temos evidências de tais coisas?
(3) Desenterrar centenas de milhares de cadáveres em decomposição teria sido um trabalho confuso, desajeitado e revoltante, inclusive nas melhores condições — e impossível durante os meses gelados de inverno.
(4) Teria sido astronômica a quantidade de madeira necessária para queimar cadáveres em decomposição, em apodrecimento. Nota: os nazistas não estavam apenas “cozinhando” os corpos; eles os estavam queimando até virarem cinzas. Fazer isso numa fogueira a céu aberto requer uma quantidade imensa de combustível, algo como 160 quilogramas (350 libras) de madeira por corpo, no mínimo.[34] Uma vala modesta, para 1.000 pessoas, exigiria, portanto, pelo menos 160.000 quilogramas (175 toneladas) de lenha. E a fogueira teria falhado em caso de frio, chuva, vento ou outras condições adversas.
(5) Com base em que os nossos especialistas podem alegar que os Einsatzgruppen usavam “grades de aço”? Eles têm algum registro delas? Há algum exemplar restante, alguma fotografia — alguma coisa?
(6) A quantidade de cinzas teria sido avassaladora. Cada corpo, mais a madeira para queimá-lo, produziria cerca de 9 quilogramas (20 libras) de cinzas; 1.000 corpos produzem 20.000 libras — ou 10 toneladas — de cinzas. Podemos imaginar os alemães “peneirando” montanhas de cinzas, no frio e na chuva, arrancando dentes e ossos — cada dente inspecionado individualmente em busca de ouro, cada osso jogado na pilha do “moedor”, do “triturador”?
(7) Moer, triturar materiais duros como ossos requer máquinas grandes e motorizadas. Temos alguma evidência de que tais máquinas existiam e foram utilizadas em toda a Europa Oriental?
(8) As cinzas enterradas permanecem como cinzas por anos, por décadas, até mesmo por séculos. Se enterraram as cinzas, elas ainda estão lá. Por que não as encontramos?
(9) Terras revolvidas, como no caso de enormes fossas funerárias, não podem ser simplesmente apagadas. O mero preenchimento delas com lodo não resolve o problema. A tecnologia moderna pode detectar com facilidade tais perturbações, inclusive de cima, a partir do ar. Por que não encontramos essas valas enormes?[35]
Os problemas se agravam — a um nível constrangedor. Como detetives nesta grande história de crime, precisamos saber quando descartar a ficção óbvia. É de se lamentar a situação de Longerich e dos demais, por estarem obrigados a promover uma bobagem dessas. Eles sabem — ou deveriam saber — que se trata de um absurdo. E, mesmo assim, promovem esse absurdo.
Uma explicação mais racional é esta: os Einsatzgruppen e grupos afiliados atiraram em muito menos pessoas — e em muito menos judeus — em contraste com o que se alega. Ninguém duvida de que esses esquadrões mataram muitas pessoas, talvez milhares, de todos os tipos. Afinal, havia uma guerra em andamento. Ninguém duvida de que os corpos eram, com frequência e sem cerimônia, despejados em valas. Mas matar bem mais de 1 milhão de judeus, enterrá-los todos, desenterrar os seus corpos um ou dois anos depois, queimar esses cadáveres em fogueiras até virarem cinzas, peneirar todas as cinzas e depois escondê-las — isso é impossível. O fato de não termos evidências de nem mesmo uma fração dessa história é revelador. Trata-se de um sinal claro de que os nossos historiadores tradicionais estão nos enganando seriamente. Não seria exagero chamá-los de mentirosos descarados. A questão, então, é: por quê?
O Mecanismo de Assassinato em Massa — (3) As Câmaras de Gás
Nós, até agora, analisamos os guetos e os fuzilamentos em massa no leste e os consideramos como meios ineficazes para matar 6 milhões de judeus e para descartar os corpos. No máximo, podemos imaginar que essas duas situações estejam associadas à morte de talvez duzentos ou trezentos mil judeus no decorrer da guerra de cinco anos — com muitas dessas mortes ocorrendo de causas naturais.
Apesar dos muitos problemas e enigmas insolúveis anteriormente citados, façamos uma concessão temporária. Digamos que Hitler e os outros nazistas principais quisessem de fato matar todos os judeus da Europa. Mesmo assim, conseguiram tê-lo feito? Os guetos e a meia dúzia de esquadrões de assassinato obviamente não estavam dando conta do recado. Algo a mais teria sido necessário.
Se tivessem realmente procurado matar massas de judeus, os alemães claramente possuíam muitas opções à disposição. Fuzilar teria sido talvez o último método escolhido; trata-se de um processo tedioso, lento e incerto pegar um grande número de pessoas, alinhá-las de modo individual ou em grupos e executá-las. Havia alternativas claramente melhores. Por exemplo, o Vale do Ruhr tinha muitas minas de carvão abandonadas, a maioria com fácil acesso a linhas ferroviárias. Os nazistas simplesmente precisariam enviar para lá trens abarrotados de judeus, jogar os trens pelos poços vazios e demolir as minas. Ou poderiam ter afogado os judeus; teria sido uma tarefa simples colocar as pessoas em contêineres de carga rudimentares e despejar os contêineres no mar. Isso, de uma só vez, teria consumado o ato maligno e eliminado as evidências.
Caso, por algum motivo estranho, os alemães se sentissem compelidos a “gasear” os judeus, também tinham opções para tanto. Conforme assinala Fritz Berg, existiam grandes “câmaras de gás”, do tamanho de trens; elas eram utilizadas para fumigar, com gás cianeto mortal, vagões de trem contendo roupas de cama, vestuários e pertences pessoais.[36] O tifo, como sabemos, era um enorme problema durante a guerra, e os germânicos tomavam muitas precauções. Em vez de, porém, fumigarem peças de vestuário, os nazistas poderiam simplesmente ter processado vagões cheios de judeus. Poderiam ter matado centenas de indivíduos em minutos, sem risco para si próprios. E os cadáveres teriam sido convenientemente empacotados, prontos para receberem o descarte.
Se, por algum outro motivo estranho, os alemães preferissem usar “câmaras”, também tinham opções para tanto. Considere este fato óbvio: depois de você se dar ao trabalho de reunir os judeus e de amontoá-los em espaços pequenos e herméticos, não é necessário que você os gaseie. Se o espaço estiver sequer próximo de ser “hermético”, basta esperar 30 minutos ou uma hora, e todas as pessoas morrem. Sem produtos químicos tóxicos, sem aeração demorada, sem limpeza complicada — basta que se abram as portas e que se retirem os corpos asfixiados.
E havia alternativas ainda mais simples. Reúna os judeus; confine-os na área rural em estruturas rudimentares, semelhantes a prisões; e deixe-os morrer de fome. Ou mais rápido ainda: force-os a ficar em grandes currais a céu aberto no inverno, sem nenhum tipo de abrigo — apenas grandes pastos cercados. Uma noite fria, e todos morrem pela exposição aos elementos. As variações são infinitas.
Mas os nazistas, de acordo com o que nos dizem, não adotaram nenhuma dessas alternativas óbvias. No lugar disso, optaram por um processo complexo, técnico e perigoso de assassinato em massa em câmaras de gás.
Para melhor compreendermos esse aspecto crucial da história do Holocausto, necessitamos de algumas informações contextuais. Antes da guerra e durante esse conflito, os nacional-socialistas criaram uma ampla rede de prisões ad hoc — campos de concentração — por todo o Reich. Em 1943, existiam cerca de 20 campos principais com 25.000 ou mais presos, além de pelo menos 65 campos auxiliares com aproximadamente 1.500 pessoas em cada qual.[37] Muitos presumem que todos esses lugares fossem “campos de morticínio”, isto é, locais de assassinatos em massa. Mas não é bem assim. Conforme a visão ortodoxa, somente seis campos eram dedicados ao assassinato de judeus: Auschwitz, Treblinka, Belzec, Sobibor, Majdanek e Chelmno.
Esses seis supostos campos da morte — ou campos de extermínio — nunca foram rotulados dessa maneira pelos alemães. Tais seis campos serviam a propósitos diferentes, funcionavam por períodos de tempo diferentes e apresentavam taxas diferentes de mortalidade. De fato, os únicos pontos em comum, de acordo com o tradicionalismo, são: (a) todos abrigavam um grande número de judeus; e (b) todos continham câmaras de gás homicidas.
Mais uma vez, até mesmo a simples tarefa de determinar o número de mortos é problemática. Cada especialista — e cada fonte — parece ter um número diferente para cada campo. E a variação não é insignificante; as estimativas mais altas podem ser cinco ou inclusive dez vezes maiores que as estimativas mais baixas. Mesmo se analisarmos as duas fontes mais “confiáveis” — o USHMM e o Yad Vashem —, encontraremos grandes diferenças.[38] Para os propósitos atuais, utilizaremos uma média aproximada dos números dessas duas organizações.
A tabela a seguir lista os seis campos, classificados por data de início, e as estimativas médias aproximadas de fatalidades judaicas:
| Campo | Início do funcionamento | Término do funcionamento | Judeus assassinados |
| Chelmno | Dezembro de 1941 | Setembro de 1942 | 250.000 |
| Auschwitz | Janeiro de 1942 | Novembro de 1944 | 1.000.000 |
| Belzec | Março de 1942 | Dezembro de 1942 | 550.000 |
| Sobibor | Abril de 1942 | Setembro de 1943 | 225.000 |
| Treblinka | Julho de 1942 | Maio de 1943 | 900.000 |
| Majdanek | Setembro de 1942 | Novembro de 1943 | 75.000 |
| Total de judeus assassinados:
3.000.000 |
Esses seis campos, assim, contabilizam um total nominal de 3 milhões de mortes de judeus, conforme inicialmente supusemos. Essas mortes representam metade do Holocausto.
Vejamos, então, o panorama básico de cada campo, de modo que possamos determinar melhor se — e como — judeus foram assassinados em cada desses locais. A lista adiante, dos lugares a serem analisados, segue a linha, aproximadamente, do campo menos mortífero para o campo mais letal.
1- Majdanek [39]
Este é um campo que já foi insuperável no seu horror, mas que agora caiu drasticamente no ranking. O NYT noticiou sobre Majdanek pela primeira vez em julho de 1943. Foi escrito que “o número de assassinatos perpetrados pelos alemães na Polônia está atingindo um novo recorde (…), incluindo 1,8 milhão de judeus [em todos os campos]” — de acordo com o Ministro do Interior polonês.[40] O Ministro relata homens, mulheres e crianças “deportados para o campo de morticínio de Majdanek, no distrito de Lublin, onde eram massacrados em massa em câmaras da morte”. Em dois dias de julho, “mais de 3.000 pessoas foram assassinadas em câmaras de gás. Execuções como essas acontecem todos os dias.”
Mas a situação piorou. Um ano depois, o NYT tinha detalhes precisos. “Vítimas estimadas em 1.500.000 em enorme fábrica da morte com câmaras de gás e crematórios”, gritava a manchete.[41] O campo tinha sido recentemente “libertado” pelos russos, os quais convidaram repórteres ocidentais para verem o horror em primeira mão. O jornalista Bill Lawrence escreveu:
Acabei de ver o lugar mais terrível da face da Terra — o campo de concentração alemão de Maidanek, [onde] cerca de 1.500.000 de pessoas de praticamente todos os países da Europa foram assassinadas nos últimos três anos. Percorri o campo inteiro, inspecionando as suas câmaras de gás hermeticamente fechadas, nas quais as vítimas eram asfixiadas, e cinco fornalhas nas quais os corpos eram cremados.
O repórter foi a uma floresta próxima, onde viu 10 covas coletivas abertas — mas somente 368 corpos. “Nesta floresta”, diz ele, “as autoridades estimam que haja mais de 300.000 corpos.” As vítimas eram de nacionalidades diversas: “judeus, poloneses, russos” e outros.
Desnecessário dizer, o meme das “1,5 milhão de vítimas de Majdanek” não resistiu ao escrutínio. Tendo em vista que o campo estava tão bem preservado, era passível de uma investigação completa. Acontece que “as autoridades” nunca encontraram mais que uma diminuta fração dos supostos corpos. Com o passar dos anos, as histórias sobre as câmaras de gás diminuíram, e as “estimativas oficiais” começaram a cair: primeiro, para 1,38 milhão, em 1986; e, após, para 360.000, em 1990. Depois, ainda mais: para 235.000 pessoas, dos quais apenas 110.000 eram indivíduos judaicos (1992); para 60.000 judeus (2000); para “mais de 50.000” judeus (2003).[42] Do ponto de vista revisionista, Graf e Mattogno (2012) calcularam que o número de judeus mortos foi ligeiramente inferior a 28.000.[43]
“E daí?”, alguns podem dizer. “Essa redução no número de mortos é algo positivo. Demonstra que os historiadores tradicionais estão dispostos a modificar as suas visões no decorrer do tempo, à medida que novas pesquisas surgem.” Seria algo positivo se (a) reconhecessem a importante contribuição dos escritores revisionistas e, mais significativo, se (b) isso levasse a uma redução correspondente nos “6 milhões”. Mas nenhuma dessas coisas jamais acontece.
Considere a estimativa de 59.000 vítimas judaicas — um número proveniente do diretor do Museu de Majdanek, Tomasz Kranz (2007). Para que aceitemos essa cifra, precisamos saber como e quando essas pessoas morreram. Mas até mesmo esse diretor nos dá uma história que muda rapidamente. Em 2003, Kranz escreveu que “60% das vítimas em Majdanek morreram em consequência de fome, trabalho forçado, maus-tratos e doenças” (2003: 230). Se isso se aplica aos judeus, significa que cerca de 35.000 faleceram dessas causas “naturais”, ao passo em que os 24.000 restantes morreram por gaseamento ou fuzilamento. Mas também temos a história do massacre do “Festival da Colheita” (Erntefest), no qual 18.000 judeus foram supostamente fuzilados em Majdanek num único dia, 03 de novembro de 1943. Se isso for verdadeiro, restam, no máximo, somente (24.000 – 18.000) = 6.000 judeus que foram gaseados ou fuzilados antes dessa data.
Kranz, porém, podia evidentemente ver que isso causava um problema para a visão convencional, a qual exige números amplos de judeus gaseados em cada um dos seis campos de morticínio. Se somente 6.000 indivíduos foram “fuzilados ou gaseados” e se, digamos, mil ou dois mil deles foram fuzilados, isso deixa apenas talvez 4.000 pessoas que foram gaseadas — um número inaceitavelmente baixo para os nossos historiadores tradicionais. É provavelmente por essa razão que, em 2007, Kranz recuou. Ele, agora, não faz afirmações sobre gaseamentos versus fuzilamentos ou outras causas. Não realiza menção à contagem de vítimas no “Festival da Colheita”. Diz simplesmente: “Afinal, não temos à nossa disposição quaisquer dados que documentem as mortes pela divisão em várias formas de assassinato” (2007: 104). Numa nota de rodapé, Kranz acrescenta que “as estimativas relativas ao número de fuzilamentos e gaseamentos em massa de prisioneiros (…) são estimativas muito gerais e não são apoiadas por pesquisas de fontes”. Portanto, tais números “devem ser considerados de pouca utilidade”. Em outras palavras, não sabemos quase nada sobre como os judeus morreram; é tudo especulação. No entanto, se isso for verdade, como pode Kranz estar tão confiante na sua cifra de 59.000?
O cerne da história do campo de Majdanek, assim como o âmago da história de todos os seis campos de morticínio, reside nas câmaras de gás. O relato padrão, datado de 1944, afirma que o campo possuía sete dessas câmaras. Elas eram únicas, singulares, pois supostamente usavam tanto Zyklon-B (pastilhas de cianeto) quanto monóxido de carbono a partir de cilindros pressurizados.
Mas essas alegações perderam vigor após um exame crítico. Uma câmara do “crematório novo” era simplesmente uma sala fechada e sem janelas — mas, por não possuir sistema de ventilação, não poderia ter sido utilizada para gasear pessoas. Alegava-se que duas outras câmaras existiam num “Quartel 28” — as quais ninguém consegue hoje localizar e provavelmente eram fruto da imaginação soviética.
Isso nos conduz ao prédio conhecido como “Unidade I de Banho e Desinfecção”, que alegadamente abrigava as outras quatro câmaras. Felizmente, essa edificação permanece de pé até os dias atuais e, portanto, pode com facilidade ser analisada.
As quatro câmaras de B&D (Banho & Desinfecção) são designadas da seguinte forma:
- Quarto C: o maior dos quatro cômodos, esse recinto supostamente usava apenas Zyklon. Mas esse quarto tem uma grande janela de vidro que se quebra facilmente e não possui sistema de ventilação. Hoje, até mesmo os historiadores tradicionais concordam que o recinto era utilizado apenas para despiolhar roupas de cama e vestuários.
A atenção agora se volta para os três últimos cômodos:
- Quarto A: um recinto de tamanho médio, sem janelas e com duas portas com fechadura.
- Quarto B1: uma pequena câmara, com uma pequena janela e com porta com fechadura.
- Quarto B2: uma pequena câmara, sem janelas, com uma porta com fechadura.
Mas o uso de Zyklon parece estar descartado para todos os três recintos. Os quartos B1 e B2 não possuem ventilação e apenas contêm buracos no teto construídos de forma rudimentar (com construção provavelmente do pós-guerra) para o despejo do venenoso Zyklon. Mas não há uma maneira óbvia de chegar ao telhado para acessar esses buracos, e existe o problema usual de como remover os cadáveres depois de misturados às pastilhas mortais. O quarto A tinha duas portas, que poderiam ter servido como um esquema rudimentar de ventilação — suficiente para roupas de cama e vestuários, mas não para pessoas. Mas esse cômodo não possui nem mesmo buracos ad hoc no teto — e, portanto, nenhum esquema evidente para a introdução do Zyklon.
Concluindo: se os alemães gasearam alguém com pelotas de cianeto em Majdanek, foi um procedimento extremamente grosseiro, perigoso e, falando em termos francos, idiota — dificilmente digno de consideração séria.
Quanto às alegações de envenenamento por monóxido de carbono, tais alegações são baseadas no fato de que dois dos quartos — o A e o B1 — têm tubos de metal perfurados correndo ao longo das paredes. Esses canos levam a uma pequena cabana externa que contém dois grandes recipientes de gás comprimido. Parece ruim, até que são lidos os rótulos dos recipientes: CO2 — ou dióxido de carbono.[44] O monóxido de carbono é mortal; mas o dióxido de carbono não é letal. Nós o utilizamos na nossa respiração a cada momento de cada dia. Por que os alemães canalizariam dióxido de carbono para recintos fechados? Há uma resposta óbvia: para retardar a decomposição de cadáveres. Se os cômodos eram utilizados como necrotérios temporários, o CO2 permitiria um armazenamento um tanto prolongado dos cadáveres através do deslocamento do oxigênio. Na verdade, os fruticultores utilizam essa técnica o tempo todo quando querem armazenar frutas frescas durante o inverno; usam grandes refrigeradores de dióxido de carbono.
Isso também auxilia a explicar os relatos de testemunhas. Os quartos continham cadáveres (verdadeiro); os corpos eram “gaseados” (verdadeiro, depois de já estarem sem vida); e os cadáveres eram, por fim, queimados em crematórios (verdadeiro). Os fatos individuais são verdadeiros, mas não se enquadram em “câmaras de gás homicidas”.
A questão fundamental é que Majdanek caiu na irrelevância na história mais ampla do Holocausto. Mesmo que aceitemos que 60.000 judeus ali morreram, tais pessoas representam mero 1% do total alegado. Em consequência, atualmente ouvimos dos nossos historiadores tradicionais muito pouco sobre esse campo.

— por Roland Geider (“Ogre”) (Obra própria) [Domínio público], via Wikimedia Commons
Ainda mais que os outros, Chelmno é realmente um campo misterioso. Nem mesmo era um campo fixo per se, mas sim mais como uma estação de processamento e, separadamente, um terreno para enterros, um cemitério. As vítimas chegavam de caminhão ao pequeno vilarejo de Chelmno, às margens do rio Ner, 60 quilômetros a noroeste de Lodz, Polônia. Lá, elas encontravam um grande solar rural — chamado, dependendo da fonte, de “mansão”, “palácio”, “Schloss” (ou “castelo”) —, solar esse no qual eram desembarcadas.[45] Em seguida, eram informadas de que seriam enviadas para mais adiante no leste, para campos de trabalho. No lugar disso, alegam os historiadores, eram conduzidas por uma rampa até vans que as aguardavam — veículos modificados para gaseá-las. Daí a arma do crime em Chelmno: vans de gás.[46]
Uma vez consumado o crime, a van seguiria para o “campo da floresta”, um terreno a cerca de 5 quilômetros do vilarejo. Os corpos seriam enterrados e, posteriormente, exumados e queimados. O leitor não deve se surpreender caso o enredo lhe pareça familiar.
Chelmno era um mistério tão grande que, durante décadas, praticamente nenhum estudo detalhado foi publicado sobre ele. O máximo que se podia esperar era uma breve entrada enciclopédica ou referências a obscuros documentos em língua estrangeira. Somente nos últimos anos vimos surgirem obras dedicadas a Chelmno. Até o momento, temos três livros: dois relatos ortodoxos, de Krakowski (2009) e de Montague (2012); e uma análise revisionista, por Mattogno (2011).
A nossa melhor fonte de informação sobre qualquer campo é a documentação do tempo de guerra; porém, de acordo com Mattogno (2011: 7), infelizmente “a documentação sobre [Chelmno] é quase inexistente”. Montague (2012: 2) concorda; ele lamenta as “poucas evidências físicas” restantes, a “ausência de registros do campo e de outros documentos nazistas relevantes” e o fato de que “as fotografias [do campo] permanecem tragicamente perdidas na História”. Os relatos atuais sobre o campo se baseiam quase inteiramente em depoimentos não confiáveis de testemunhas prestados em vários julgamentos do pós-guerra e numa dispersão de dados derivados de escavações incompletas. Isso explica, em parte, a ampla disparidade nas estimativas de mortes, desde “mais de 156.000”, do USHMM, até “320.000”, do Yad Vashem. Para os nossos propósitos, supusemos um número mediano de 250.000 mortes.
Na condição de primeiro campo de morticínio a existir, Chelmno era supostamente o campo “experimental”, aquele que estabeleceria o processo para os outros campos que viriam. Alegadamente, foi no verão de 1941, após os primeiros sucessos contra os soviéticos, que os alemães começaram a conceber a sua “solução final” para os judeus — assassinato em massa, na visão tradicional; ou evacuação para o leste, de acordo com os revisionistas. Presumivelmente agindo sob ordens (não escritas) de Hitler, Himmler consultou os seus especialistas técnicos sobre a melhor forma de matar massas de pessoas. Com base nas suas experiências até o momento, sabiam que as ações de fuzilar e de confinar em guetos não funcionariam. Ernst Grawitz, um dos homens de Himmler, supostamente teria proposto a utilização de “um gás de ação rápida e altamente volátil”.[47] Conforme demonstra Mattogno, eles tinham muitas alternativas, incluindo os gases fosgênio e difosgênio, altamente tóxicos. Inclusive o temido Zyklon (cianeto de hidrogênio ou HCN) foi considerado apenas moderadamente tóxico dentre as substâncias estudadas. O monóxido de carbono era o gás menos tóxico. E, no entanto, os nazistas, de modo inexplicável, optaram por usar monóxido de carbono no seu protótipo de campo de morticínio.
Os alemães tinham duas fontes imediatas de monóxido de carbono. Uma delas era o gás comprimido, transportado em grandes cilindros de metal, do tipo que foi (erroneamente) atribuído a Majdanek. A outra fonte de monóxido de carbono provinha dos motores de combustão interna. O gás comprimido era, supostamente, caro de produzir e difícil de transportar; mas havia motores por toda parte. Cada carro e cada caminhão produziam automaticamente monóxido de carbono como gás de escape — de graça. A escolha era óbvia.
De acordo com testemunhas, as vans de gás eram veículos semelhantes a vans para carregamento de móveis residenciais, cada qual com capacidade para de 25 a 50 pessoas na cabine traseira. Os veículos foram adaptados com tubos de escape flexíveis que podiam ser facilmente redirecionados para um buraco no piso da cabine traseira. Os gases de escape, nessa visão, entravam na cabine, matando de maneira rápida todos os indivíduos que estivessem dentro da cabine traseira. Os cadáveres podiam, então, ser convenientemente transportados de caminhão para um local de descarte na área do campo da floresta.
Mas qual tipo de motor utilizar? Os alemães, na época, possuíam três alternativas. Uma era um motor padrão a gasolina, que emitia gás CO em concentrações entre 1 e 6%. Isso se mostra suficiente para o trabalho; o CO geralmente é fatal depois de 30 minutos em níveis acima de 1%. Uma segunda opção, porém, era muito melhor: os supostos motores a “gás de produção”, os quais na verdade geravam gás CO para uso como combustível. Os motores a gás de produção geravam CO em níveis de 18 a 35%, o que teria matado com rapidez todos os indivíduos expostos.
Mas os nacional-socialistas, conforme o que nos é dito, ignoraram essas duas opções, preferindo, ao invés, a terceira alternativa: um motor a diesel. Acontece que — e este fato é desconhecido por praticamente todas as testemunhas e todos os historiadores — os motores a diesel produzem muito pouco monóxido de carbono — apenas cerca de 0,1% na maior parte da sua faixa de operação.[48] Incrivelmente, então, depois de escolherem o gás menos tóxico, os alemães, de modo inexplicável, escolheram o meio menos eficaz de produzir esse gás. Podemos ser desculpados se estivermos céticos em relação a esse suposto esquema.
Entretanto, inclusive hoje, esse fato parece não causar preocupação aos nossos fundamentalistas, que prosseguem insistindo na história do diesel. No estudo oficial de Oxford, por exemplo, Karen Orth (2010: 370) escreve: “o campo de Chelmno e os campos de Reinhard [i.e., Treblinka, Sobibor e Belzec] matavam com gás monóxido de carbono gerado por motores de caminhões a diesel…”.
O fato de os nacional-socialistas terem contornado gases mais letais — e terem, então, optado por utilizar um motor a diesel para matar com CO — é suficiente para um investigador racional descartar toda essa história das vans de gás. Mas há outros problemas com isso. Por exemplo, é fisicamente impossível bombear gases de escape para uma cabine “hermeticamente selada”. Ou o motor irá parar; ou a cabine irá estourar. Teria de existir algum sistema complexo de válvulas de pressão para liberar o oxigênio enquanto o CO entrava. Mas ninguém jamais sequer descreveu um esquema desses. Caso tivéssemos à nossa disposição uma remanescente van de gás verdadeira, poderíamos com facilidade responder a tais perguntas; infelizmente, nenhuma dessas vans sobrou. (Mais problemas de “evidências que desaparecem”.)
Temos, ademais, uma explicação muito mais plausível para os relatos dos tempos de guerra sobre vans de gás. Caminhões movidos a sistemas de gás de produção eram, na realidade, chamados de Gaswagen — ou “vans de gás”. Além disso, os alemães possuíam vans especialmente equipadas para uso com Zyklon para desinfestar (despiolhar) vestuários e itens pessoais; esses veículos também eram chamados de “vans de gás”. Porém, quando se espalhou a notícia da (verdadeira) existência de vans de gás, combinada com o fato (verdadeiro) de que pessoas estavam morrendo e sendo enterradas ou cremadas, e ao mesmo tempo amigos e familiares estavam sendo enviados para fora dos guetos, para nunca mais serem novamente vistos, podemos imaginar como poderiam surgir histórias de gaseamentos homicidas em vans.
Como os dois autores ortodoxos lidam com essas questões? Sobre a questão crítica referente ao confronto “motores a diesel versus motores a gasolina” — e à subsequente produção do letal gás CO —, Krakowski e Montague silenciam por completo. A palavra “diesel” não aparece nenhuma vez no livro de Krakowski. Montague nunca especifica o tipo de motor; nem informa o leitor acerca da diferença crucial. Ele, mais adiante no livro, dedica um parágrafo à “questão do tipo de gasolina que esses veículos utilizavam” (p. 208), mas depois acaba por não responder à pergunta. É evidente que Montague usa o termo “gasolina” como um genérico para o combustível de motores, deixando de fazer a distinção crucial entre gasolina comum e óleo diesel.
Evidências potencialmente decisivas poderiam existir nas covas coletivas, as quais alegadamente continham cerca de 250.000 corpos antes de serem exumados e queimados. Sabemos onde estão as valas, os fossos; na verdade, hoje ali existe um “memorial às vítimas”. Montague discute as valas em detalhes e fornece um mapa útil. Atualmente, vemos no solo evidências de três perturbações longas (aproximadamente de 200 m) e finas (8 m); evidências de uma perturbação menor, com cerca de 60 m de comprimento; evidências de aproximadamente uma dúzia de fossos isolados. No total, essas perturbações poderiam, de fato, ter abrigado por volta de 250.000 corpos.
Caso comprovado? Não exatamente. Conforme explica Mattogno (páginas 95–105), ocorreram quatro escavações nos locais de covas coletivas de Chelmno: em 1945; em 1951; em 1986; e em 2003. As três primeiras escavações foram tão mal conduzidas que nada de conclusivo pode ser determinado. O exame de 1986, por exemplo, encontrou “uma enorme quantidade de ossos humanos esmagados” no presumido local da cremação dos cadáveres, mas não nos são fornecidos detalhes mensuráveis. Quatro sacos de terra de amostra foram analisados, dos quais somente “alguns por cento” consistiam em fragmentos de ossos ou em cinzas (p. 97). A última investigação, de 2003, não apresentou, mais uma vez, dados objetivos e quantificáveis. Seja o que for que esteja hoje nessas valas, isso evidentemente não corrobora a visão ortodoxa. Talvez esses sejam os motivos pelos quais Krakowski e Montague ignoram por completo as escavações.
Todavia, conforme explica Mattogno, ainda há mais problemas. Se, digamos, 250.000 corpos tivessem sido cremados no local, isso teria exigido vastas quantidades de lenha — algo em torno de 40 milhões de quilogramas ou cerca de 43.000 toneladas.[49] Isso teria necessariamente desmatado amplas áreas ao redor do campo — e, no entanto, os bosques, as florestas estão praticamente intactos, datando de muito antes da guerra. Caso tivessem transportado de caminhão essa madeira toda, teria havido um desfile de testemunhas observando o fluxo contínuo dos veículos que chegavam; mas não temos testemunha alguma.
Uma vez queimada, a pilha de cinzas teria sido monumental: aproximadamente 2,2 milhões de quilogramas (2.500 toneladas). Assim como em relação aos Einsatzgruppen, os nazistas teriam então peneirado a massa inteira em busca de dentes e de ossos e, em seguida, utilizado um ou mais trituradores mecânicos para moê-los. Porém, tendo em vista os detalhes obscuros das quatro escavações, devemos presumir que muito poucas cinzas foram de fato encontradas.
Conclusão: o “campo misterioso” prossegue sendo amplamente misterioso. As vans, os corpos, o combustível e as cinzas praticamente desapareceram, assim como todas as evidências documentais e fotográficas. Esse alegado método de gaseamento é bastante literalmente sem sentido. E podemos com facilidade entender como tais histórias de “vans de gás homicidas” vieram a surgir. Sem dúvida, muitos judeus passaram pela estação de Chelmno, no processo da retirada deles do gueto de Lodz. Sem dúvida, muitos desses indivíduos morreram no gueto e na região circundante. Talvez os corpos tenham sido levados para Chelmno de modo a serem descartados. Talvez alguns desses corpos tenham sido enterrados, e outros, queimados em piras rudimentares. Mas as evidências sugerem que esse número foi muito menor que 250.000 — talvez alguns milhares de corpos, no máximo.
Os três campos seguintes — Belzec, Sobibor e Treblinka — possuem muitas características em comum; e tais campos, portanto, são com frequência abordados em conjunto. Faremos o mesmo. Os campos são tipicamente considerados parte de uma “Operação Reinhardt” (ou Reinhard), que envolvia o confisco de propriedades dos judeus e, em seguida, o assassinato (visão ortodoxa) ou a deportação para o leste (visão revisionista).
Esses campos são únicos, singulares, por se situarem em locais fixos no leste da Polônia e por supostamente se dedicarem de modo estrito ao assassinato em massa de judeus. Sabemos as suas localizações; mas, infelizmente, assim como antes, muito pouco resta de tais campos. Hoje, eles consistem essencialmente em clareiras florestais designadas e em vários elementos reconstruídos — e, portanto, hipotéticos — dos antigos campos.
Os pontos em comum são impressionantes — e reveladores. Na visão tradicional, em relação a todos os três campos:
- Foram inaugurados com três câmaras de gás; e após, mais adiante, mais delas lhes foram acrescentadas.
- Estavam localizados em linhas ferroviárias, em lugares remotos da Polônia oriental.
- Tinha duas zonas distintas — uma zona de entrada e uma zona de “extermínio” — ligadas por uma passarela chamada “o Tubo”.
- Gaseavam judeus pela utilização do escapamento de um motor a diesel.
- Inicialmente enterravam as suas vítimas e depois as exumavam e queimavam ali no local.
- Enterravam as cinzas ali no local.
- Não possuíam nem sequer um único crematório.
- Foram demolidos, receberam plantação e foram entregues a um ucraniano da localidade para cultivar a terra.
Tanto a visão fundamentalista quanto a visão revisionista veem os campos como parte de um plano comum; e, portanto, esperaríamos semelhanças entre essas visões. Entretanto, isso acaba por ir contra a visão padrão, pois os absurdos e as dificuldades de um campo são compartilhados por todos os três.
Já estamos familiarizados com a maioria desses problemas. Um deles é o uso de motores a diesel para gaseamento homicida — é simplesmente insensato pensar que, com a ciência e a tecnologia avançadas da Alemanha nazista, os motores a diesel sejam o melhor que pudessem fazer. E, todavia, a ortodoxia insiste na história do diesel. Anteriormente, vimos a citação de Karen Orth, a respeito de Chelmno e dos campos de Reinhardt. Hilberg, evidentemente, concorda: “Relata-se que Belzec foi equipado com um motor a diesel; diz-se que Treblinka teve um desde o início” (2003: 936). De acordo com o USHMM: “Em 1942, começaram os assassinatos em massa sistemáticos em câmaras de gás estacionárias (com gás monóxido de carbono gerado por motores a diesel) em Belzec, Sobibor e Treblinka, todos na Polônia.”[50] O Yad Vashem assevera o seguinte: “A área de extermínio [de Treblinka] incluía um prédio de tijolos que abrigava três câmaras de gás. Um motor a diesel ficava albergado num galpão adjacente — esse motor produzia o monóxido de carbono que alimentava as câmaras.”[51] Noutra entrada, escrevem:
Belzec, que iniciou as suas operações em março [de 1942], tinha três câmaras de gás localizadas num barracão de madeira; Sobibor, no qual as matanças começaram em maio, abrigava as suas câmaras de gás num prédio de tijolos; e Treblinka, que foi estabelecido em julho, possuía três câmaras de gás que podiam ser hermeticamente fechadas. Em cada um dos três campos, centenas de milhares de judeus foram assassinados pelos gases de escape provenientes de motores a diesel.[52]
Podemos entender o dilema deles. Tanto tempo e tanta energia foram dedicados à história do gaseamento efetuado através de motores a diesel que tais indivíduos e organizações não podem recuar sem uma tremenda perda de credibilidade. Portanto, dizem a mesma história repetidamente, sem nunca informarem o leitor sobre as graves improbabilidades técnicas envolvidas.
Há, porém, um problema relacionado. Pessoas que morrem de envenenamento por monóxido de carbono frequentemente apresentam, na pele, coloração rosa brilhante ou vermelha. Essa é uma reação química do sangue ao gás; e trata-se de um marcador único e distintivo.[53] Portanto, as testemunhas que alegaram ter visto os cadáveres nos campos de Reinhardt deveriam ter observado um número esmagador, avassalador, de cadáveres com cor rosa ou vermelha. Teria sido um sinal certo, claríssimo, de gaseamento por CO. Acontece que ninguém apresentou essa observação. Alguns relatam ter visto coloração azul ou amarela, mas nunca rosa ou vermelha. E, no entanto, essa teria sido a característica dominante, prontamente aparente para todos. O leitor é convidado a procurar testemunhas que aleguem ter visto cadáveres vermelhos; será uma longa busca.
Mas prossigamos com a nossa investigação. Os historiadores tradicionais nos oferecem uma contabilização nominal das mortes nos campos de Reinhardt no decorrer do tempo. Vamos apresentá-las numa única visão, de modo a obtermos melhor visualização. Com base em diversas fontes, a tabela a seguir mostra a estimativa de mortes mensais (em milhares) para cada um dos três campos, durante os seus dois anos de operação.[54]
| Mortes no Campos de Reinhardt — Visão tradicional (em milhares: 000) | |||||||||||||
| 1942 | |||||||||||||
| Jan. | Fev. | Março | Abril | Maio | Jun. | Jul. | Ago. | Set. | Out. | Nov. | Dez. | Totais anuais | |
| Sobibor | 0 | 0 | 0 | 27 | 27 | 27 | 0 | 0 | 7 | 7 | 7 | 7 | 109 |
| Belzec | 0 | 0 | 44 | 42 | 4 | 18 | 54 | 156 | 96 | 66 | 60 | 10 | 550 |
| Treblinka | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 191 | 128 | 180 | 202 | 100 | 32 | 833 |
| Totais mensais: | 0 | 0 | 44 | 69 | 31 | 45 | 245 | 284 | 283 | 275 | 167 | 49 | 1.492 |
| 1943 | |||||||||||||
| Jan. | Fev. | Março | Abril | Maio | Jun. | Jul. | Ago. | Set. | Out. | Nov. | Dez. | Totais anuais | |
| Sobibor | 8 | 11 | 11 | 11 | 15 | 15 | 15 | 15 | 15 | 0 | 0 | 0 | 116 |
| Belzec | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Treblinka | 32 | 19 | 4 | 6 | 6 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 67 |
| Totais mensais: | 40 | 30 | 15 | 17 | 21 | 15 | 15 | 15 | 15 | 0 | 0 | 0 | 183 |
Conforme podemos ver, os números totais para cada campo correspondem aos números que supusemos anteriormente: Sobibor = 225.000; Belzec = 550.000; e Treblinka = 900.000. Os números mensais são conjecturais, mas obviamente alguma combinação de mortes deve ter ocorrido, para que os totais necessários sejam atingidos. Se os especialistas discordarem desses números, eles são bem-vindos a propor números melhores — e a justificá-los.
Algumas coisas nos capturam a atenção. Qualquer número referente a um campo acima de 30 (isto é, acima de 30.000) significa que mais de 1.000 pessoas foram alegadamente gaseadas por dia naquele mês. Dadas as muitas dificuldades desse processo, citadas anteriormente, isso teria sido uma tarefa e tanto. Mas os números vão muito além disso. Em sete dos meses, os números igualam ou excedem 100.000 por mês — ou cerca de 3.300 por dia. O mês de pico — Treblinka, em outubro de 1942 — foi superior a 200.000: isto é, mais de 6.700 por dia. Mais uma vez, somos confrontados com uma alegação surpreendente e francamente inacreditável: a de que os alemães conseguiram, utilizando somente gases de escape de motores a diesel, matar quase 7.000 judeus por dia, todos os dias, durante um sólido mês.
Assim como antes, a sequência “enterrados-exumados-incinerados” também teria sido um enorme problema. Todas as questões referentes aos Einsatzgruppen aqui se repetem, embora em níveis maiores de absurdo. Com base nos relatos dos nossos especialistas, Chelmno foi o primeiro campo a exumar e queimar cadáveres, ao ar livre, em fogueiras de lenha (em agosto-setembro de 1942). Se esse tivesse sido o “sucesso” que nos é dito, estas ordens deveriam ter sido enviadas de imediato aos demais campos: parem de enterrar os seus mortos, apenas os queimem. (Observe que todos os três campos de Reinhardt estavam em operação nessa época.) Mas acontece que só o campo de Sobibor iniciou imediatamente o processo de exumação e incineração. O campo de Belzec prosseguiu enterrando os seus mortos por mais três meses. O campo de Treblinka, por mais sete meses. E os Einsatzgruppen ainda estavam cavando covas coletivas nove meses inteiros após o “sucesso” de Chelmno.
Aliás, por que os campos de Reinhardt sequer precisaram enterrar corpos? Se esses lugares tivessem sido de fato projetados e erigidos como “campos de morticínio puro”, os alemães certamente teriam construído crematórios básicos em cada local — crematórios de alta velocidade e de alta eficiência, para eliminar por completo as evidências do crime. Ao invés disso, não conseguiram fazer nada melhor (supostamente) que despejar os corpos num grande buraco no chão e, mais tarde, percebendo a sua estupidez, desenterrar e queimar em fogueiras de lenha os corpos em decomposição. E então, em outro ato de monumental estupidez, decidiram enterrar as cinzas nos mesmos buracos de onde os corpos vieram — cinzas que ficariam ali por décadas, esperando para serem analisadas.
Mas inclusive isso apresenta uma imagem subestimada da situação. Na realidade, eles estavam queimando tantos cadáveres, a uma taxa tão alta, que as suas “fogueiras de lenha” teriam se transformado em infernos de elevadíssima temperatura. A taxa de incineração em Sobibor, nos últimos três meses de 1942, teria sido de aproximadamente 900 por dia — 900 cadáveres em decomposição queimados até virarem cinzas, todos os dias, durante três meses frios de inverno. Toneladas de cinzas, peneiradas em busca de dentes e de ossos, todos os dias, durante três meses.
E esse era o campo “fácil”. O de Belzec supostamente incinerou os seus 550.000 corpos ao longo de cinco meses de inverno/primavera[55] — uma média de quase 3.700 por dia. O de Treblinka, porém, era realmente impressionante. Lá, conforme o que nos é dito, queimaram 900.000 cadáveres em somente quatro meses[56] — uma estupenda taxa de 7.500 por dia. Tal incineração teria exigido algo como 1,2 milhão de quilogramas de madeira por dia, todos os dias. E produziria cerca de 67.000 quilogramas de cinzas por dia, todos os dias. Isso é razoável? Com certeza, não. Isso se encontra no âmbito da ficção fantástica. E, todavia, é exatamente nisso que os nossos especialistas esperam que acreditemos.
O que, de fato, os especialistas têm a dizer sobre todas essas coisas? Eis o que disse Martin Gilbert — Sir Martin Gilbert —, famoso pesquisador do Holocausto: “A tentativa deliberada de destruir sistematicamente todos os judeus da Europa [atingiu o pico em 1942], e durante isso centenas de milhares de judeus eram gaseados todo dia em Belzec, Chelmno, Sobibor e Treblinka.” (1981: 26) Espere — será que isto está correto? Centenas de milhares de pessoas gaseadas — todo dia? Sir Martin é um homem inteligente. Ele, com certeza, não faz declarações levianas e improvisadas. Ele certamente sabe que é impossível — impossível — gasear e queimar “centenas de milhares” em quatro campos, a cada dia. Por que ele, então, publicaria uma falsidade tão óbvia? Por que mentiria? Sir Martin é um judeu sionista autoproclamado. Ele com certeza sabe da loucura, da tolice, da insensatez de mentir sobre o Holocausto judeu. Então — por que mentiria? De quem é o interesse em exagerar tais alegações (ou de quem era o interesse — ele fez essas alegações antes de obter o seu título de cavaleiro)?
A única esperança de chegar ao cerne, ao âmago dessas questões é realizar escavações nos locais. Um trabalho desses nos permitiria: determinar o número e o tamanho das covas coletivas; quantificar quaisquer corpos, ossos ou cinzas remanescentes; e encontrar quaisquer vestígios das câmaras de gás. Em maior ou menor grau, esse esforço foi efetuado em todos os três campos de Reinhardt. O que, então, os registros das escavações nos dizem sobre cada um deles? Aqui está um breve resumo.
Belzec: Todos os 550.000 corpos enterrados antes de as exumações-cremações começarem, em dezembro de 1942. Duas escavações desde a guerra.
(1) Uma investigação polonesa em 1945 cavou nove grandes buracos, com até 10 metros de largura e até 8 metros de profundidade. Descobertas: areia misturada com cinzas humanas intermitentes, juntamente com ossos espalhados. Não é possível tirar conclusões firmes, definitivas, mas a partir da formulação utilizada — “alguns restos carbonizados”; “parte de um corpo humano”; “um crânio humano”; “duas tíbias e uma costela”; “um espécime parcialmente queimado”; etc. — sugere-se algo na ordem de centenas de corpos, mas não na ordem de centenas de milhares deles.[57]
(2) Uma investigação realizada entre 1997 e 1999, liderada por Andrzej Kola, escavou 2.227 amostras de núcleo num padrão de grade. Essa investigação alegou ter encontrado “33 covas coletivas”; porém, com base no tamanho relatado, tais valas poderiam ter abrigado menos de um quarto dos supostos 550.000 corpos ali enterrados. Além disso, o teor de cinzas desses fossos era esporádico, inconsistente e “absolutamente incompatível” (Mattogno 2004: 87) com qualquer incineração em massa.
As descobertas de Kola foram publicadas no pequeno livro Belzec: The Nazi Camp for Jews in Light of Archeological Sources (“Belzec: O Campo Nazista para Judeus à Luz das Fontes Arqueológicas”) (2000). Talvez seja revelador o fato de que esse livro seja raramente citado, raramente discutido e praticamente inobtível. Parece que essa obra não fornece a prova definitiva que se esperava.
Sobibor: Apenas 81.000 corpos enterrados antes do início das cremações, em outubro de 1942. Várias escavações, divididas em três fases. Descobertas resumidas em M. Bem e Mazurek (2012).
(1) Kola (2000–2001). Cavando 3.805 amostras de núcleo ao longo de nove hectares, Kola “esperava localizar com precisão as câmaras de gás” (p. 98). Ele alega ter encontrado sete covas coletivas e cinco remanescentes de estruturas de edifícios (“Objetos A–E”). Todas as covas coletivas continham restos de esqueletos — isto é, de corpos não incinerados —, o que contradiz a tese de enterrar-exumar-queimar. O volume total das seis valas principais era de cerca de 14.700 metros cúbicos, volume hábil para abrigar mais de 100.000 corpos. Mas, conforme assinalam Graf, Kues e Mattogno (2010: 123), o fato de que esses fossos simplesmente eram grandes o suficiente “não significa que [tantos] cadáveres tenham sido enterrados neles”. Ademais, devido a escavações aleatórias e descontroladas no local após a guerra, existe uma “alta probabilidade” de que as valas fossem originalmente “consideravelmente menores” em comparação com atualmente. Em qualquer caso, os dados das amostras de núcleo não resultaram numa determinação do número de vítimas.
Em relação aos remanescentes de edifícios, uma grande estrutura (“Objeto E”) foi insinuada por Kola como sendo a câmara de gás; infelizmente, diz ele, “é impossível dar uma resposta simples [a essa questão]”. Graf et al (páginas 159–160) explicam o motivo: (a) testemunhas disseram que o edifício da câmara de gás era de tijolos, mas ainda assim a estrutura de Kola era toda de madeira; (b) no local presumido do motor a diesel de gaseamento, Kola encontrou apenas munição gasta; e (c) o enorme tamanho do objeto — cerca de 80–100 metros de comprimento — nunca foi mencionado por alguma testemunha. Notavelmente, o relatório de Kola nunca foi traduzido para o inglês ou para qualquer língua ocidental.
(2) M. Bem (2004). Na segunda fase, M. Bem e colegas esperavam encontrar tanto as câmaras de gás quanto o “tubo” ou o caminho — também chamado de Schlauch ou Himmelfahrtstrasse — que levava às câmaras. Persistindo na tese de que o Objeto E fosse o edifício das câmaras de gás, encontraram um pequeno espaço retangular “que foi interpretado provisoriamente como a sala para o motor a combustão [não ‘a diesel’?] produzindo os gases de escape que eram bombeados para as câmaras de gás” (p. 105). Em relação ao Tubo, a investigação deles “não produziu os resultados esperados” — ou seja: nada encontraram.
(3) Haimi (2007–presente). Nesse ponto, uma equipe liderada por Israel assumiu as escavações. Dando continuidade aos esforços anteriores, tal equipe também procurou as câmaras e o Tubo. Em relação às importantíssimas câmaras, as esperanças depositadas no Objeto E se revelaram em vão: “podemos, com elevado grau de certeza, afirmar que o Objeto E não são os remanescentes das câmaras de gás” (p. 113). O propósito e a função do Objeto E, portanto, permanecem desconhecidos, e a busca pelas câmaras prossegue.
No tocante ao Tubo, Haimi e a sua equipe encontraram um padrão comprido de buracos paralelos para postes. “Este padrão de duas fileiras (…) é interpretado como sendo os remanescentes da seção final da Himmelfahrtstrasse, que deveria ter levado às câmaras de gás” (p. 126). Infelizmente para a equipe, esse padrão conduz ao que hoje é um grande (dimensão aproximada de 30 m x 30 m) terreno memorial pavimentado com asfalto; escavar ali significaria destruir o local sagrado do memorial.
Para agravar as dificuldades, foi anunciado em março de 2014 que os poloneses construiriam um novo centro de visitantes e um “muro memorial” de quase um quilômetro de extensão; isso teria o efeito de encerrar — ou de, pelo menos, inibir de forma severa — futuras explorações nessas áreas.[58] Observamos também que o foco parece ter se desviado completamente das covas coletivas e dos conteúdos delas. De modo evidente, essa não era uma área produtiva de pesquisa, pois não estava apresentando os “resultados esperados”.
Haimi e a sua equipe estão, porém, otimistas. Conforme relatado na notícia acima, eles aguardam autorização para escavar sob o terreno asfaltado. “Sob esta praça — quase do tamanho de um campo de futebol —, esperam encontrar vestígios das câmaras de gás.” Com a respiração suspensa, aguardamos por esse desenvolvimento.
Enquanto isso, a disputa sobre o número de vítimas de Sobibor prossegue. Uma nota de rodapé[59] no relatório de M. Bem e Mazurek de 2012 assevera que “os alemães cometeram 300.000 assassinatos aqui” — um número que excede significativamente o número do USHMM e do Yad Vashem. Por outro lado, revisionistas céticos como Graf, Mattogno e Kues dizem o seguinte: “Deve ser enfatizado que esta é apenas uma estimativa aproximada, mas consideramos provável que o número de vítimas de Sobibor esteja na faixa de 10.000 mortos” (2010: 169). Um número de 10.000 mortos, embora ainda trágico, reduziria Sobibor a uma quase insignificância na história do Holocausto — e à virtual irrelevância na tragédia mais ampla da Segunda Guerra Mundial. Basta dizer que as evidências atuais se mostram decididamente a favor dos revisionistas.
Treblinka: Praticamente todas as 900.000 vítimas enterradas antes do início das cremações, em abril de 1943. Três escavações.
(1) Investigação soviético-polonesa (1944). Conduzida logo após a captura do campo pelos russos, em agosto de 1944, essa equipe encontrou três covas coletivas, com um total de cerca de 300 cadáveres. Com base nessas escassas evidências, a equipe declarou o campo “uma enorme fábrica da morte”, uma “indústria de morticínio”, e anunciou que “aproximadamente três milhões” morreram ali.[60] Esse estudo possui pouca credibilidade, por razões óbvias.
(2) Investigação polonesa (1945). Um ano depois, outra equipe polonesa analisou o local, no decorrer de cinco dias. Restos humanos foram encontrados apenas durante a escavação de um único dia, desenterrando “uma grande quantidade de cinzas, bem como restos humanos [não queimados]”. De novo, praticamente inútil como investigação quantitativa.
(3) C. Sturdy Colls (2007–presente). Recentemente, uma arqueóloga britânica de 20 e poucos anos, Caroline Sturdy Colls, foi de alguma forma recrutada para conduzir a primeira investigação do campo de Treblinka desde os anos da guerra. O seu trabalho, chamado de “primeira escavação” do campo, tem se desenvolvido a passos lentos há cerca de sete anos, com pouquíssimas análises concretas para demonstrar. Ela não publicou nenhum livro sobre o campo, nenhuma monografia quantificando os resultados e, na prática, nada de substancial.[61] O seu principal objetivo parece ser produzir reportagens e “documentários” sobre o campo que promovam o ponto de vista tradicional.
Sturdy Colls provou ser capaz de apresentar resultados não significativos e até mesmo embaraçosos. Por exemplo, em vez de cavar no local das covas coletivas — lugar que é convenientemente coberto de concreto —, ela conduziu uma pequena escavação nas proximidades, no local de um cemitério anterior à guerra. Ela encontrou… restos humanos. Um embaraço maior foi a descoberta de um fragmento de um azulejo laranja “com uma Estrela de Davi nele”. Tais azulejos, ela diz, “encaixam-se na ideia de que estamos na área das câmaras de gás”. Sturdy Colls acrescenta que isso a lembra das alegações de que Estrelas de Davi foram colocadas do lado de fora das câmaras de gás de modo a trazer sossego às vítimas judaicas e a lhes incutir um senso de complacência. Na realidade, o azulejo era um produto de uma empresa polonesa de cerâmicas estabelecida há muito tempo, Dziewulski i Lange. O logotipo da marca deles era uma estrela mullet de seis lados que se assemelha à estrela judaica, embora não tenha nenhuma conexão com ela. Essa estrela mullet era estampada no verso dos azulejos dessa empresa.
E, no entanto, a mídia continua alardeando as descobertas da arqueóloga como se fossem de grande importância. Por exemplo, a LiveScience, uma organização de mídia online, publicou esta matéria em 27 de março de 2014: “First-ever excavation of Nazi death camp Treblinka reveals horrors” (“A primeira escavação do campo de morticínio nazista de Treblinka revela horrores”). O parágrafo de abertura diz: “As primeiras escavações arqueológicas no campo de morticínio nazista de Treblinka revelaram novas covas coletivas, assim como a primeira evidência física de que esse campo continha câmaras de gás, onde milhares de judeus morreram” — tudo inverdade, aliás. O artigo prossegue para adiante promover o novo documentário de Sturdy Colls, Treblinka: Hitler’s Killing Machine (“Treblinka: a Máquina de Matança de Hitler”). Como antes, o artigo não fornece nenhuma informação concreta sequer. A seção final desse artigo, “Finding the Gas Chamber” (“Encontrando a Câmara de Gás”), inclui esta declaração:
As duas segundas trincheiras [locais de escavação], entretanto, revelaram uma parede de tijolos e uma fundação do mesmo material. As câmaras de gás eram as únicas construções de tijolos no campo, disse Colls. As escavações também revelaram ladrilhos de cor laranja que correspondiam às descrições de testemunhas oculares sobre o piso das câmaras de assassinato. De forma assustadora, cada ladrilho era estampado com uma Estrela de Davi, provavelmente parte do subterfúgio nazista de que o prédio fosse uma casa de banhos em estilo judaico.
Da impressionante descoberta das fundações da câmara de gás, nada obtemos: nem o tamanho, nem a localização, nem a estrutura, nem mapas, nem fotos, nem artefatos ao redor — nada. Dos azulejos de cor laranja, nenhuma menção à empresa polonesa de cerâmicas que os criou muito antes da guerra. Em resumo, uma pseudoarqueologia assustadora, chocante, estarrecedora; e uma reportagem risível. Mas isso é algo típico e normal do Holocausto.
Um relato melhor…
Apesar de tudo isso, algo aconteceu naqueles campos de Reinhardt. Mas parece não ter sido assassinato em massa. Se levarmos ao pé da letra as palavras de Hitler, ele queria expulsar os judeus das regiões controladas pelos alemães. Se esse fosse de fato o seu plano, Hitler iria, por primeiro, criar guetos para confinar os judeus; e ele, posteriormente, implementaria um sistema através do qual os judeus pudessem ser sistematicamente deportados para os confins mais distantes da Europa Oriental. Um esquema desses de deportação em massa certamente não consistiria em aleatórias remessas de trem; tal esquema exigiria o encaminhamento de todos os judeus por alguns pontos de entrada designados — ou campos de trânsito — para (a) desinfestá-los de quaisquer piolhos que espalhassem o vírus do tifo e para, em seguida, (b) canalizá-los em direção ao leste.
O local ideal para tais campos de trânsito seria na extremidade oriental do território alemão, conforme as demarcações vigentes no final de 1941. De fato, todos os três campos de Reinhardt estavam localizados na — ou se situavam perto da — fronteira oriental de uma região da Polônia ocupada denominada de Governo Geral — o local perfeito para transferências ao território russo recém-capturado. (Os judeus teriam de desembarcar ali de qualquer maneira, de modo a trocarem para novos trens que funcionavam no sistema ferroviário soviético de bitola maior.) Canalizar os judeus por esses campos, desinfestá-los e, depois, enviá-los para o leste teria sido um procedimento lógico para essa deportação em massa.
Curiosamente, então, era de se esperar que todos os três campos tivessem câmaras de gás — mas câmaras que gaseavam vestuários e itens pessoais, contra os piolhos transmissores de doenças. Da mesma forma, era de se esperar que todos os três campos tivessem recintos com chuveiros — recintos de banho de verdade, que lavavam os recém-chegados, muitas vezes imundos. Portanto, não deveríamos nos surpreender se pessoas como Kola, Haimi ou Sturdy Colls encontrassem evidências de tais coisas. Na verdade, deveríamos esperar por isso.
O “Tubo”, na visão revisionista, também faz mais sentido. Pessoas apresentando aspecto encardido e possivelmente infestadas de piolhos que chegassem ao campo necessitariam ser inicialmente colocadas em quarentena. Em seguida, seriam levadas em grupos por um caminho isolado — um tubo — até a área de desinfestação, onde receberiam banho e os seus pertences seriam “gaseados” com cianeto. Em seguida, essas pessoas receberiam encaminhamento para uma área “limpa” do campo, isolada da zona de quarentena de chegada, aguardando transferência para o leste.
Imagine como isso pareceria aos recém-chegados cansados, assustados e doentes: amigos e familiares são separados deles, enviados “aonde ficam as câmaras de gás”, para nunca mais retornarem. Separadamente, ouvem histórias (verdadeiras) de cadáveres sendo enterrados e/ou incinerados; a fumaça e o cheiro permeiam o campo. O que devem concluir? É perfeitamente compreensível — mas completamente errado.
Devemos ter em mente: muitos judeus, sem dúvida alguma, morreram nesses campos. Alguns pereceram a caminho de tais campos. Alguns chegaram doentes com tifo, falecendo logo após a chegada. Alguns foram provavelmente eutanasiados pelos alemães. Alguns, com certeza, foram assassinados. Com base na falta de crematórios nos três campos, os nazistas claramente estavam esperando apenas um número pequeno e disperso de mortos; eles provavelmente raciocinavam na suposição de que enterros ad hoc no local seriam suficientes. Podemos com facilidade imaginar que, à medida que o ritmo das deportações se acelerava, o número de mortos também aumentava. Os enterros, portanto, em algum momento teriam se tornado insuficientes — em momentos diferentes, para cada um dos três campos. Podemos, portanto, compreender a mudança para incinerações limitadas em fogueiras a céu aberto (não havendo outra alternativa).
Quantos morreram (ou chegaram mortos), conforme a tese revisionista? Já vimos uma estimativa para o campo de Sobibor: 10.000. Em relação ao campo de Belzec, afirma Mattogno (2004: 91): “é possível inferir (…) uma ordem de grandeza de vários milhares, talvez de até mesmo algumas dezenas de milhares”. De forma um tanto arbitrária, vamos supor um número de 50.000 como estimativa crível. Isso se mostra consistente, coerente, com a linha revisionista geral de que as mortes reais giram em torno de 10% das estimativas convencionais. Quanto ao campo de Treblinka, os revisionistas não fazem alegações explícitas. Portanto, vamos novamente supor 10% do nosso número tradicional — ou 90.000. Em cada um dos três grupos, podemos afirmar, com confiança, que os dados reais provenientes de escavações e estudos arqueológicos, conforme a situação de hoje, encontram-se muito mais próximos dos números revisionistas que dos números padrão. Se os historiadores especialistas fossem honestos sobre o seu trabalho, reduziriam as suas estimativas para melhor se alinharem aos dados reais. Aguardamos esse desenvolvimento.
Essa busca pela verdade tem sido um longo caminho. Estamos ficando cansados; a nossa atenção está diminuindo. Mas precisamos seguir em frente — estão em jogo os destinos (retrospectivos) de 6 milhões de pessoas. Só mais um passo a dar, o último e o maior: Auschwitz.
Nós, enfim, chegamos a Auschwitz — o maior local de morticínio do Holocausto; e o eixo central de todo esse mistério de assassinato. De acordo com a ortodoxia, aproximadamente 1 milhão de judeus morreram lá, a grande maioria deles nas câmaras de gás. De modo suficientemente estranho, ao contrário dos outros campos, esse lugar não “desapareceu”; existem, em abundância, vestígios materiais relevantes. (Estranho — se houvesse um campo que os nazistas quisessem fazer desaparecer, certamente teria sido esse campo.) Também ao contrário dos outros campos, temos testemunhas, sobreviventes, documentos, fotos — quase tudo que era necessário para solucionar o crime.
Mas, primeiro, vamos estabelecer os fatos básicos do campo. O complexo de Auschwitz consistia em três áreas distintas: (1) Auschwitz–I, também chamada de Stammlager (ou campo principal); (2) Auschwitz–II, mais conhecida como Birkenau; (3) e Auschwitz–III, também chamada de Monowitz, que era um campo de trabalho e uma instalação de processamento de compostos químicos. Birkenau ficava a apenas 1,6 km do campo principal, e Monowitz, a cerca de 5 km. Das 1 milhão de mortes presumidas em Auschwitz, aproximadamente 98% ocorreram em Birkenau, com os 2% restantes no campo principal.[62]
O campo principal abrigava um crematório; o maior campo, Birkenau, tinha quatro. Agora, neste momento, precisamos ser claros: não há nada de sinistro no fato de um campo de prisioneiros ter crematórios. Qualquer instalação desse tipo projetada para abrigar milhares de pessoas irá se deparar com muitas mortes — de causas naturais, se nada mais. Os alemães sabiam disso — e construíram os campos de acordo com esse fato. Um edifício crematório necessita de fornalhas para queimar os cadáveres e de salas para servirem como necrotérios temporários; essas salas armazenariam os corpos antes da cremação de fato. Quando possível, as salas do necrotério seriam subterrâneas (mais frias), mas então conectadas à instalação das fornalhas através de algum meio de transporte de corpos. Na ausência de necrotérios subterrâneos, câmaras abertas adjacentes à sala das fornalhas seriam suficientes.
Os historiadores especialistas, entretanto, têm uma visão diferente. Para eles, os crematórios nacional-socialistas eram satânicas linhas de montagem da morte, projetadas estritamente para a aniquilação em massa de judeus. Judeus entravam vivos nos prédios e saíam como cinzas. Os necrotérios eram, para os historiadores especialistas, “salas de despir” e “câmaras de gás”.
Analisemos os números um pouco mais de perto. Conforme a visão ortodoxa, o campo começou a gasear judeus em fevereiro de 1942. Na época, havia dois locais de gaseamento: o crematório do campo principal (“Krema 1”); e, em Birkenau, uma pequena casa de fazenda convertida — ou “bunker”. Depois de alguns meses, foi adicionado em Birkenau um segundo bunker, de dimensões maiores. Esses três locais foram suficientes para o ano inteiro de 1942.
Perto do final daquele ano, conforme o que nos é contado, os alemães decidiram intensificar a rotina de gaseamento. Decidiram construir quatro novos crematórios em Birkenau — os Kremas 2 a 5. Todos estavam em operação em junho de 1943, prosseguindo com a carga de gaseamento até o término da existência do campo.
No total, os gaseamentos duraram cerca de 34 meses (de fevereiro de 1942 a novembro de 1944). Com base em diversas fontes padrão, podemos fazer a estimativa de quantos judeus foram gaseados a cada mês. O seguinte gráfico apresenta um cenário que corresponde aproximadamente às alegações dos nossos especialistas — embora eles nunca tenham expressado esse cenário de forma tão clara. (Uma apresentação cristalina, ao que parece, suscita perguntas difíceis.) Como sempre, se os nossos especialistas tiverem números melhores, agradecemos as contribuições deles.
| Mortes em Auschwitz — Visão Tradicional (em milhares: 000) | |||||||||||||
| 1942 | |||||||||||||
| Jan. | Fev. | Março | Abril | Maio | Jul. | Jun. | Ago. | Set. | Out. | Nov. | Dez. | Totais anuais | |
| Campo principal: | 0 | 1 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 0 | 18 |
| Birkenau — | |||||||||||||
| bunkers: | 0 | 1 | 5 | 5 | 5 | 6 | 20 | 20 | 20 | 20 | 20 | 20 | 142 |
| crematórios: | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Totais mensais: | 0 | 2 | 7 | 7 | 7 | 8 | 22 | 22 | 22 | 22 | 21 | 20 | 160 |
| 1943 | |||||||||||||
| Jan. | Fev. | Março | Abril | Maio | Jun. | Jul. | Ago. | Set. | Out. | Nov. | Dez. | Totais anuais | |
| Campo principal: | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Birkenau — | |||||||||||||
| bunkers: | 20 | 20 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 40 |
| crematórios: | 0 | 0 | 3 | 10 | 11 | 14 | 15 | 15 | 15 | 14 | 14 | 14 | 125 |
| Totais mensais: | 20 | 20 | 3 | 10 | 11 | 14 | 15 | 15 | 15 | 14 | 14 | 14 | 165 |
| 1944 | |||||||||||||
| Jan. | Fev. | Março | Abril | Maio | Jun. | Jul. | Ago. | Set. | Out. | Nov. | Dez. | Totais anuais | |
| Campo principal: | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Birkenau — | |||||||||||||
| bunkers: | 0 | 0 | 0 | 0 | 25 | 30 | 25 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 80 |
| crematórios: | 17 | 20 | 25 | 25 | 110 | 220 | 110 | 20 | 20 | 16 | 12 | 0 | 595 |
| Totais mensais: | 17 | 20 | 25 | 25 | 135 | 250 | 135 | 20 | 20 | 16 | 12 | 0 | 675 |
Mais uma vez, algumas questões se destacam de imediato. Conforme mencionado, os gaseamentos no campo principal são praticamente insignificantes — representando 18.000 das 1 milhão de mortes (ou cerca de 2%). Por outro lado, os bunkers assumem uma importância inesperada, respondendo por 262.000 (26%) das mortes.
Os quatro crematórios de Birkenau, entretanto, compõem a notória peça central da história de Auschwitz. Durante o seu primeiro ano de operação (1943), eles supostamente mataram 125.000 judeus. Isso é uma média de 12.500 indivíduos por mês ou de 416 pessoas por dia — distribuídos em quatro crematórios. Cada crematório, portanto, gaseava, em média, cerca de 100 pessoas por dia. Isso soa ruim, mas não é nada comparado às alegações ortodoxas de câmaras de gás que matavam “2.000 pessoas a cada vez”.[63] Mas, para atingirem esse número, os alemães teriam de ter procedido a um acúmulo de judeus pendentes que correspondesse a 20 dias e, então, gaseá-los todos de uma vez. Nesse caso, teria ocorrido somente um único gaseamento por mês, em cada crematório. Dificilmente a linha de alta velocidade de montagem da morte que tem sido retratada.
Ainda mais impressionante é a comparação entre os números “reais” e as capacidades. Tendo em vista todas as sete estruturas de gaseamento juntas (5 Kremas e 2 bunkers) — e supondo um razoável número de cinco ciclos de gaseamento por dia —, os alemães tinham a capacidade de matar pelo menos 65.000 pessoas por dia. “Monstruoso”, dizemos. Na realidade, pensemos sobre isso por um momento. Uma capacidade de 65.000 indivíduos por dia equivale a quase 2 milhões por mês. Mesmo nos seus sonhos mais loucos e selvagens, os alemães não poderiam ter acalentado a expectativa de matar 2 milhões de judeus em um mês num único campo. É inconcebível que tenham planejado e executado um processo desses. Tal fato, por si só, argumenta fortemente contra a visão convencional de Auschwitz como um campo de morticínio dedicado e construído para esse propósito.
Apesar dessa monstruosa capacidade de gaseamento, os alemães, durante todo o ano de 1943, “na verdade” gasearam uma média de apenas 416 pessoas por dia: somente 0,64% da capacidade. Por que teriam construído um campo de morticínio por gaseamento com aproximadamente 156 vezes a capacidade necessária?
A situação pouco mudou nos primeiros quatro meses de 1944; as taxas aumentaram para cerca de 720 por dia, um patético 1,1% da capacidade. E o mesmo se manteve nos últimos quatro meses de operação, que caíram para cerca de 560 por dia (0,86%) — exigindo apenas dois gaseamentos por mês, em cada Krema.
Na realidade, a única vez em que as coisas se desviaram desse esquema de gaseamento de números surpreendentemente baixos foi durante dois meses fatídicos em meados de 1944: a “Operação Húngara”. Somos informados de que, de meados de maio de 1944 a meados de julho desse mesmo ano, os alemães enviaram cerca de 400.000 judeus húngaros a Auschwitz para serem imediatamente gaseados.[64] Se adicionarmos isso à quantidade contínua de judeus não húngaros, vemos que, durante esse período de oito semanas, os alemães supostamente mataram cerca de 450.000 judeus. Durante apenas essas oito semanas, ocorreram 45% de todo o número de mortos em Auschwitz. Os 55% restantes dos assassinatos foram distribuídos pelas outras 128 semanas — uma noção impressionante, com certeza.
Considere o pior mês: junho de 1944. Aqui, temos cerca de 250.000 gaseamentos ocorrendo em 30 dias — ou uma média de 8.300 por dia. Com quatro Kremas e um bunker à disposição, os alemães não teriam tido problema algum. Afinal, a cifra representava apenas cerca de 12% da sua capacidade total. De fato, o minúsculo Bunker nº 2, com a sua única câmara de 90 metros quadrados, poderia ter movimentado (900 x 5 =) 4.500 indivíduos por dia — ou a maior parte da carga. Uma única câmara adicional, em qualquer outro Krema, teria sido suficiente até mesmo para a espantosa, portentosa operação húngara.
Na verdade, os alemães tinham um problema, um problema enorme: o descarte dos corpos. Nos dois anos anteriores à ação húngara, Auschwitz registrava uma média de 16.000 mortes por mês. No início, eles tinham apenas o pequeno Krema 1 para queimar os corpos. Esse crematório não conseguia acompanhar a demanda, então os corpos excedentes eram enterrados e, posteriormente, exumados e queimados em fogueiras a céu aberto — uma história agora já bastante familiar, com todas as suas inerentes dificuldades. Quando os quatro novos Kremas entraram em operação, os alemães conseguiram realizar o trabalho.[65]
Porém, de modo estranho, a capacidade de cremação dos Kremas apresentava um amplo descompasso com a capacidade de gaseamento. Os cinco Kremas continham um total de 52 “muflas” — ou aberturas para a inserção dos corpos. Cada mufla podia queimar, em média, um corpo adulto por hora.[66] Considerando 20% de crianças, podemos supor uma média prática de 1,2 corpos por hora. O campo inteiro, portanto, podia cremar cerca de (52 x 1,2 x 20 =) 1.248 corpos por dia.[67] Agora, compare esse número com a capacidade de gaseamento de 65.000 pessoas por dia. Se o campo foi realmente projetado como um campo de morticínio de alto volume, certamente os dois números coincidiriam de maneira aproximada. Ao invés disso, encontramos muitíssimas “câmaras de gás” e pouquíssimas muflas de crematório. Outro golpe contra a visão convencional.
As coisas mudaram durante as oito semanas da operação húngara. Os Kremas já estavam em plena capacidade, processando cerca de 1.000 corpos por dia, coletivamente. Mas 8.300 cadáveres eram produzidos por dia. Isso deixava impressionantes 7.300 cadáveres por dia para serem queimados em fogueiras em valas a céu aberto.[68] Nem é necessário dizer que a logística de tal operação teria sido insuperável:
- Só é possível empilhar e queimar algumas centenas de corpos de uma só vez. Teriam sido necessárias 15 ou 20 valas simultâneas, operando 24 horas por dia.
- Grandes necessidades de madeira — mais de 1 milhão de quilogramas (1.200 toneladas) por dia.
- Enormes quantidades de cinzas produzidas — mais de 60.000 quilogramas (67 toneladas) por dia, cerca de 160 metros cúbicos, para serem peneiradas em busca de dentes e de ossos.
- Descarte de cinzas — todas essas cinzas, de acordo com os nossos especialistas, foram descartadas nas imediações do campo. E, no entanto, hoje não temos sequer evidências de cinzas restantes.
- Enormes quantidades de fumaça produzidas. Isso teria sido altamente problemático, sinalizando não apenas o que estivesse acontecendo no campo, mas também sendo claramente visível para os aviões dos Aliados que sobrevoavam o local.
Esse último ponto merece ser aprofundado. Com todos os crematórios funcionando a plena capacidade e com cerca de 15 ou 20 fogueiras em valas a céu aberto queimando 24 horas por dia, o campo estaria inundado de fumaça — fumaça facilmente visível de cima, a partir do ar. Aqui estamos com sorte: os Aliados tiraram duas fotos aéreas de Auschwitz durante a operação húngara, e os alemães tiraram outra por conta própria. Portanto, temos três fotos de alta qualidade para analisar.[69] O que elas mostram?
Foto nº 1 (31 de maio de 1944): Esta foto dos Aliados mostra os quatro crematórios de Birkenau, sem nenhum sinal de fumaça em nenhum deles. Vemos uma fina coluna de fumaça se originando de trás do Krema 5; evidentemente, proveio de uma única e pequena fogueira no chão.

Foto nº 2 (08 de julho de 1944): Esta foto dos alemães mostra novamente uma única nuvem de fumaça exsurgindo do mesmo local. Nenhuma fumaça proveniente dos crematórios; e nenhuma outra fumaça em qualquer outro lugar do campo.

Foto nº 3 (26 de junho de 1944): A mais contundente: Esta foto dos Aliados, tirada no auge da operação húngara, não mostra nenhuma fumaça proveniente dos Kremas, nenhuma fumaça proveniente de fossos — na verdade, nada de fumaça. Tal foto não mostra hordas de judeus chegando, nem desfiles de vítimas para as câmaras de gás, nem sequer quaisquer sinais de assassinatos em massa… nada além de um campo de prisioneiros calmo e silencioso num dia claro de verão.

Parece que, quanto mais informações obtemos e mais pistas se acumulam, mais tênue se torna a história tradicionalista.
Existem muitas outras deficiências na história de Auschwitz, as quais só podemos mencionar aqui de passagem:
- O Krema 1, no acampamento principal — o crematório mostrado a todos os turistas —, foi significativamente “reconstruído”. Um exasperado fundamentalista francês exclamou: “Tudo ali é falso.” Esse crematório apresenta uma imagem altamente enganosa para os visitantes.
- As “câmaras de gás” subterrâneas nos Kremas 2 e 3 exigiam que os cadáveres fossem elevados ao nível térreo, onde ficavam as muflas. Para tanto, os alemães projetaram um pequeno elevador de carga, capaz de transportar de 10 a 15 corpos por vez. Portanto, seriam necessárias mais de 200 viagens de elevador para esvaziar a câmara. Isso, se concebido como um rápido processo de assassinato em massa, é totalmente impraticável.
- Os julgamentos de Nuremberg não continham um único documento alemão sobre as câmaras de gás em Auschwitz.
- Nenhuma autópsia foi sequer realizada em um cadáver de Auschwitz que confirmasse a morte por gás cianeto.
- Sobreviventes judaicos de Auschwitz fizeram numerosas alegações ultrajantes, impossíveis e conflitantes sobre o campo; tais alegações dariam para encher um livro só delas.
- Os supostos métodos de gaseamento são amadores e ridículos: pelotas/pastilhas espalhadas sobre a cabeça das vítimas (Krema 1); espalhadas através de uma abertura numa parede lateral (Kremas 4 e 5, bem como em ambos os bunkers); ou baixadas numa pequena gaiola de metal através do teto (Kremas 2 e 3). Existiam meios muito mais profissionais, como o dispositivo que os alemães instalaram nas suas câmaras de despiolhamento por Zyklon em Dachau.
- Os Kremas 4 e 5, assim como ambos os bunkers, não possuíam sistemas de ventilação. Sem esses sistemas de ventilação, não teria havido como remover o gás letal das câmaras antes da extração dos cadáveres.
- Nas ruínas dos Kremas 2 e 3, não existem evidências dos buracos no teto nem das gaiolas de metal para Zyklon.
- Dois experientes pesquisadores revisionistas, Fred Leuchter e o químico Germar Rudolf, examinaram separadamente amostras das paredes da câmara do Krema 2 em busca de resíduos de cianeto. Ambos encontraram níveis extremamente baixos, muito aquém do esperado para uma homicida câmara de gás.[70]
- Registros mostrando que quantidades de coque (combustível derivado do carvão betuminoso, carvão esse denominado de hulha) entregues aos crematórios do campo são suficientes para apenas cerca de 10% da alegada contagem de vítimas.
Por fim, novamente nos resta a seguinte questão: na visão revisionista, quantos judeus morreram em Auschwitz? Robert Faurisson sugeriu um número de 150.000. Mattogno e Graf defendem uma cifra menor, 136.000. Tomemos 140.000 como a estimativa revisionista mediana. Mais uma vez, isso se mostra muito mais alinhado com as evidências reais descobertas até o momento.

— por Thomas Dalton

— por Thomas Dalton
Talvez estejamos, neste momento, prontos para tirar algumas conclusões sobre este grande mistério de assassinato denominado de Holocausto. Vamos construir um relato racional e plausível do que aconteceu com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Todas as evidências sugerem que Hitler foi fiel à sua palavra: que a política dele em relação aos judeus era de “extermínio” (Ausrottung), isto é, de remover à força os milhões de judeus dos territórios que a Alemanha desejava habitar. Se muitos morreram no processo, foi azar para eles. Como povo, foram culpados de incitar ambas as guerras mundiais e, especialmente, a traiçoeira Revolução Alemã de novembro de 1918.[71] Por meio do seu domínio no governo de Weimar, da sua promoção incessante de valores grosseiros, decadentes e materialistas, da sua super-representação na mídia, no mundo jurídico e nas finanças e, talvez acima de tudo, por meio do seu controle malévolo da Rússia Bolchevique, os judeus eram uma ameaça mortal ao bem-estar alemão. Quaisquer infortúnios que lhes sobrevieram enquanto sofriam com a sua deportação foram, na visão de Hitler, bastante merecidos. Mas ele nunca desejou — e nunca ordenou — o assassinato em massa deles.
A Fase Um desse processo, a guetização em massa, durou quase dois anos. No decorrer desse período, cerca de 100.000 judeus morreram, a maioria de causas naturais. A concentração acabou, em última análise, por provocar um aumento do tifo e de outras doenças transmissíveis; e, assim, os alemães implementaram um rigoroso sistema de desinfestação: barbear e banhar os indivíduos confinados, além de gasear os seus pertences com cianeto. Isso nem sempre foi bem-sucedido; muitos milhares a mais morreram em trânsito ou nos diversos campos de concentração onde foram temporariamente confinados.
A Fase Dois foi o processo de remoção propriamente dito, em trens rumo ao leste. Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka eram campos estritamente de trânsito, projetados para servirem como pontos de transferência na remoção sistemática de judeus do Reich e no envio deles para o esforço de guerra. Ao longo do tempo, esses campos acumularam vários milhares de cadáveres; juntos, os quatro campos lidaram com talvez 150.000 judeus mortos, que pereceram por uma variedade de causas — mas nenhum, na visão revisionista, por gaseamento. Majdanek e Auschwitz eram campos de trânsito e de trabalho. O primeiro campo, Majdanek, sofreu quase 30.000 mortes, e o segundo campo, Auschwitz, talvez 140.000 — em cada caso, a maioria devido ao tifo e a outras doenças.
Não exploramos os “outros campos” que, conforme a visão ortodoxa, foram responsáveis por cerca de 400.000 mortes de judeus. Tais campos presumivelmente incluiriam lugares infames como Dachau e Buchenwald, além de campos menos conhecidos, como Mauthausen, Sachsenhausen e Stutthof. Esses cinco campos, que tiveram um dos maiores números totais de mortes, à parte dos seis campos de “extermínio”/de trânsito, registraram um total de 194.000 mortes.[72] A porcentagem de judeus nesses campos, entretanto, era relativamente baixa. Portanto, esses judeus contribuíram pouco para o número total de mortes judaicas.
O exército alemão, avançando para o leste, teve de lidar com uma insurgência implacável nas áreas conquistadas, em grande parte por combatentes judeus. Ao mesmo tempo, numerosas populações locais na Europa Oriental aproveitaram a oportunidade da invasão alemã para iniciar pogroms antijudaicos por conta própria — com frequência, envolvendo civis inocentes, infelizmente. No total, talvez mais 150.000 judeus morreram durante esse processo de aproximadamente dois anos e meio. Mas as evidências físicas de tais assassinatos são tão escassas que inclusive essa estimativa pode se apresentar como algo realizado de maneira excessiva.
No total, portanto, parece provável que cerca de 570.000 judeus tenham morrido no decorrer da duração da Segunda Guerra Mundial. Podemos chamar isso de “holocausto”, se quisermos, embora tal designação implique uma posição especial para as vítimas judaicas e uma consequente humilhação das mais de 50 milhões de vítimas não judaicas. O número de “6 milhões” sempre foi uma cifra simbólica e nunca se assentou na realidade factual. Talvez esse número de judeus tenha sido deslocado durante a guerra e forçado a deixar os seus países de origem, para nunca mais retornarem. Seis milhões de refugiados, talvez; seis milhões de mortos, nunca.
O número tradicional de 6 milhões de mortes, portanto, aparenta ter sido uma superestimativa carregada de drama e sem fundamentos. O número mais provável — cerca de 570.000 — é menos de 10% disso. Trata-se de uma conclusão chocante. É realmente possível que os nossos historiadores especialistas estejam tão errados? Inquestionavelmente, sim. Já vimos um exemplo disso em Majdanek. Esse campo ganhou atenção mundial com alegações “oficiais” de 1,5 milhão de mortos. Mesmo num momento tão tardio quanto o ano de 1986, especialistas estimavam 1,38 milhão de judeus mortos ali. Hoje, o curador do museu do campo alega 59.000 mortes — uma redução de 96%.
Um segundo exemplo provém do próprio campo de Auschwitz. Antes de 1990, todas as fontes oficiais sustentavam que o campo testemunhara 4 milhões de mortes no total (de judeus e de não judeus). Em 17 de julho de 1990, o Washington Times anunciou: “Polônia reduz estimativa de número de mortos em Auschwitz para 1 milhão.”[73] Praticamente da noite para o dia — e com pouco alarido —, o mais infame dos campos de morticínio viu uma redução de 75% nas vítimas fatais. Acontece, porém, que a redução ocorreu quase exclusivamente nos números de não judeus — que despencaram em mais de 90%. Foi mais um exemplo dramático dos especialistas estando significativamente errados, durante décadas.
Como terceiro exemplo, considere outro grupo supostamente visado por Hitler: os homossexuais. Em 1975, o NYT noticiou que “quase um quarto de milhão de homossexuais foi executado pelos nazistas entre 1937 e 1945” (10 de setembro; p. 45). Seis anos depois, Rector (1981: 116) escreveu: “Parece razoável concluir que pelo menos 500.000 gays morreram no Holocausto devido ao preconceito anti-homossexual que, consequentemente, conduziu a uma política nazista de genocídio gay…”. “Na verdade”, acrescenta, “500.000 pode ser um número conservador demais.” Hoje, porém, Grau (1998: 140) admite isto: “Uma análise das estatísticas de julgamentos do Terceiro Reich (…) revela que esses números são enormemente exagerados.” Apresentando números concretos, Novick (1999: 223) diz: “O número real de gays que morreram ou foram mortos nos campos aparenta girar em torno de cinco mil, possivelmente chegando a dez mil.” Outro desenvolvimento surpreendente. Aqui, vemos uma queda da cifra “conservadora” de 500.000 mortos para talvez 5.000 — os números reais, agora, chegam a um mero 1% das estimativas anteriores. Portanto, não deveríamos nos surpreender se o número total de judeus mortos, por fim, cair em 90% ou mais. Diante dos fatos, parece inevitável.
O caso está praticamente encerrado. Os fatos estão apurados, e qualquer observador racional e imparcial provavelmente chegaria às seguintes conclusões: (1) os “6 milhões” são uma enorme superestimativa, por um fator de 10 ou mais; (2) as supostas câmaras de gás homicidas foram usadas com muito menos frequência em contraste com aquilo que é retratado — e talvez nem sequer tenham sido utilizadas; (3) os dados são muito mais compatíveis com a tese da deportação que com a tese do assassinato em massa; (4) houve um esforço conjunto de historiadores profissionais e de outros para encobrir fatos inconvenientes, para mentir e para evitar a discussão dos muitos aspectos problemáticos da história do Holocausto; e (5) o público tem sido repetidamente enganado e manipulado por uma imagem falsa do sofrimento judaico.[74]
Pelo menos é assim que, de um ponto de vista objetivo, as coisas parecem ser. Ainda assim, os fundamentalistas se mostram teimosos. Defendem tenazmente a versão convencional. Talvez tenhamos sido excessivamente confiantes em nossos resultados. Será que eles têm uma boa resposta para as questões até agora neste texto?
Mais uma vez, é difícil afirmar isso com certeza, pois os nossos historiadores especialistas, em geral, evitam sequer discutir tais questões. Ocasionalmente, porém, eles se sentem motivados a responder. Vejamos duas tentativas recentes.
Por primeiro, temos o livro Lying about Hitler (“Mentindo sobre Hitler”), de Richard Evans (2002). Historiador da Universidade de Cambridge, ele produziu mais de uma dúzia de livros sobre a Alemanha e o Terceiro Reich. A ocasião para esse livro em específico foi o julgamento de David Irving, no qual Evans prestou depoimento pericial em nome da ré, Deborah Lipstadt — ela própria uma defensora agressiva, ferrenha, da ortodoxia.[75]
No Capítulo 4 do livro — “Irving e a Negação do Holocausto” —, Evans tenta resumir e refutar o ponto de vista revisionista, com o objetivo final de provar que Irving seja um negacionista. Para isso, Evans precisa definir ‘negação do Holocausto’, mostrar que ela está errada e demonstrar que Irving a apoiava.
Em relação ao primeiro ponto, Evans faz um bom trabalho. Ele propõe quatro pilares da negação: (1) menos de 6 milhões de judeus foram mortos; (2) as câmaras de gás não foram utilizadas em qualquer escala grande; (3) a intenção dos nacional-socialistas era a deportação, não o assassinato em massa; (4) a história do Holocausto é “um mito inventado pela propaganda dos Aliados”, e “as supostas evidências (…) foram fabricadas após a guerra” (páginas 118–119). Podemos concordar com os três primeiros pilares, mas o último deles não é defendido por nenhum revisionista dos aproximadamente vinte anos recentes.[76]
Evans, então, analisa o movimento revisionista, empregando a habitual gama de táticas de enganação. Em primeiro lugar, ele generosamente salpica o seu texto com ataques ad hominem e outras calúnias, começando pelo uso generoso do termo ‘negacionista’. Esses negacionistas, diz ele, “habitam um mundo intelectual que [encontra-se] muito distante da racionalidade cautelosa da erudição acadêmica em História. Aquilo que os motivou parecia ser uma estranha mistura de preconceito político e de amarga experiência pessoal” (p. 114) — embora seja de se perguntar como Evans saiba dessas coisas. Tais negacionistas oferecem “um tipo perverso de entretenimento”, algo que pertence “àquilo que alguns chamaram de estilo paranoico de escrita referente a temas da História” (p. 117). Os negacionistas vivem numa espécie de terra da fantasia; afirmam “que praticamente nada do que [os sobreviventes] sofreram jamais aconteceu” (páginas 117–118). Mais uma hipérbole de Evans; nenhum revisionista sério afirmou que “nada jamais aconteceu” aos judeus ou que os judeus não sofreram muito. Mas Evans prossegue. “Boa parte [da escrita revisionista] parecia estar ligada ao ódio racial e à animosidade antissemita da maneira mais direta possível.” Outra afirmação falsa — e, de modo revelador, Evans não fornece citações nem qualquer evidência para sustentar essa acusação. Em resumo, diz Evans, devemos tomar cuidado com o “mundo estranho e irracional da negação do Holocausto” (p. 119).
Em seguida, Evans faz uma breve lista de revisionistas proeminentes. Mas, fiel à sua forma, ele dá uma visão totalmente enganosa da área. Evans cobre cinco indivíduos: Paul Rassinier; Austin App; Wilhelm Stäglich; Arthur Butz; e Robert Faurisson. Certamente esses homens foram importantes na elaboração inicial das ideias revisionistas, mas hoje apenas Butz e Faurisson estão ativos — Faurisson, notavelmente para um homem de 85 anos. Os outros, na sua maioria, são figuras históricas. Rassinier faleceu em 1967; App, em 1984; e Stäglich, em 2006. Butz encontra-se vivo e bem — e ainda é professor na Universidade Northwestern —, mas as suas atividades no movimento revisionista estão um pouco diminuídas em relação ao que eram antes. A sua principal contribuição foi a obra The Hoax of the Twentieth Century (“O Embuste do Século XX”), publicada originalmente em 1976.[77]
Tudo isso seria ótimo caso Evans então passasse a analisar as figuras atuais do revisionismo e a citar as obras delas. Mas ele não faz isso. Prefere concentrar a sua atenção nas fontes mais antigas e menos relevantes; nos argumentos mais fracos; e nos indivíduos de menor relevância. Em contrapartida, a nossa investigação aqui neste texto enfatizou as fontes mais recentes, os argumentos mais fortes e os principais pesquisadores atuais na área. Essa é a única maneira de se chegar a uma conclusão justa sobre o maior crime do século passado.
Para ser claro: nas últimas três décadas, o trabalho acadêmico revisionista sério tem sido conduzido por apenas um punhado de indivíduos. No topo da lista, incluiríamos homens como: Carlo Mattogno; Germar Rudolf; Jürgen Graf; Thomas Kues; Friedrich Berg; e Samuel Crowell.[78] Dentre esses indivíduos, Mattogno é o mais prolífico, tendo escrito ou coescrito mais de uma dúzia de livros somente nos últimos dez anos. Os trabalhos mais recentes desses indivíduos, juntamente com os trabalhos de vários outros pesquisadores, são publicados no periódico online denominado Inconvenient History.[79] Os livros recentes mais importantes são publicados na série chamada Holocaust Handbooks, atualmente com 28 volumes.[80] As melhores obras de visão geral são Lectures on the Holocaust (2010), de Rudolf, e Debating the Holocaust (2009), de Dalton. Para uma análise um pouco mais detalhada, mas ainda abrangente, de todas as principais questões, confira Dissecting the Holocaust (2003), antologia de Rudolf.
Podemos facilmente verificar a honestidade de uma crítica tradicionalista por meio da observação de quantos dos nomes e de quantas das fontes recém mencionadas os historiadores ortodoxos citam. Sem surpresa, Evans falha miseravelmente nisso. Naquilo que com certeza não foi um acidente, o seu capítulo consegue ignorar por completo todos os nomes anteriormente referenciados. Na única diminuta exceção, dois nomes — Mattogno e Berg — aparecem, sem comentários, em três notas de rodapé (p. 297), mas apenas em referência ao material publicado mais antigo, da década de 1980. Para um historiador de Cambridge, isso é absolutamente inaceitável. Evans ou é ridiculamente ignorante sobre o assunto ou está deliberadamente desinformando o leitor ao excluir quase todas as informações mais relevantes. De qualquer forma, a credibilidade dele é quase zero.
Além do seu ataque ad hominem e da sua apresentação distorcida do revisionismo, Evans emprega uma terceira tática comum: o silêncio sobre as questões-chave em análise. Por exemplo, ele nada nos diz sobre a longa e desacreditadora história dos “6 milhões”; nada sobre o verdadeiro significado de palavras alemãs vitais como “Ausrottung” e “Vernichtung”; nada sobre o que Hitler realmente disse acerca dos judeus; nada sobre os planos de deportação como “Nisko” e “Madagascar”; nada sobre as fotos aéreas de Auschwitz; e nada sobre a ausência de corpos ou de restos mortais em quase todas as fases do Holocausto.
Curiosamente, ele aborda de modo breve a questão decisiva do gaseamento por diesel — embora dê somente uma ideia das dificuldades envolvidas. Evans escreve:
Irving também negou que motores a diesel pudessem ser usados em operações de assassinato. “Esses motores”, disse ele [Irving], “emanam dióxido de carbono não letal e apenas quantidades pequenas de tóxico monóxido de carbono” (p. 131).
Verdadeiro, conforme vimos. A resposta de Evans? Nada. Ele declara altivamente que o argumento de Irving seja “especioso e derivativo” (p. 132), deixando o assunto por isso mesmo. Essa postura é, na realidade, bastante comum entre historiadores ortodoxos. Quando compelidos a discutirem uma questão inconveniente, eles a mencionarão de maneira muito breve, explícita ou implicitamente a considerarão falsa e então a abandonarão.
Por fim, uma quarta tática: a argumentação do espantalho. O último pilar de Evans da “negação” é a alegação de que o Holocausto seja um “mito” e as evidências, “fabricadas”. Ele elabora: “Lendo a obra de negacionistas do Holocausto tais como Arthur Butz, ficou mais que claro que desejavam que os seus leitores acreditassem que as evidências do Holocausto foram todas fabricadas” (p. 137). Mais adiante, Evans se refere à “posição comum dos negacionistas do Holocausto de que as evidências do Holocausto têm sido fabricadas” (p. 148). Essas afirmações são completamente falsas. Conforme antes mencionado, a alegação de “fabricação” não é um aspecto-chave de nenhum trabalho revisionista hoje importante. Assim, torna-se um espantalho: Evans apresenta um argumento que os revisionistas não sustentam, derruba esse argumento e, então, declara vitória. Trata-se de uma falácia lógica clássica. O fato de David Irving — que não é um revisionista sério do Holocausto — ter feito duas ou três observações mal consideradas não concede licença a Evans para difamar, com abordagem ampla e generalizada, os verdadeiros revisionistas.
Apenas para esclarecer as coisas, três pontos necessitam ser aqui levantados. Primeiro: em toda a nossa investigação antecedente, bem como nas muitas questões relacionadas aos guetos, aos fuzilamentos e aos campos, em nenhum momento nos baseamos na alegação de que as evidências foram fabricadas. Esse fato, por si só, é suficiente para rejeitar a acusação de Evans. Segundo: existem, de fato, casos de adulteração de provas — e tais casos não podem ser negados. A câmara de gás do campo principal de Auschwitz (Krema 1) foi substancialmente modificada, conforme até mesmo os tradicionalistas admitem; “tudo ali é falso”. A câmara de gás de Dachau também foi significativamente modificada — e talvez inclusive construída após a guerra.[81] Os depoimentos testemunhais de nacional-socialistas em Nuremberg, obtidos por meio de abuso e de tortura, equivalem a adulteração de testemunhas. Determinadas letras-chave nas vans de gás parecem ser falsificações. E buracos no teto das ruínas do Krema 2 em Auschwitz “apareceram” misteriosamente nos últimos anos. Mas essas são as exceções. A grande maioria da argumentação dos revisionistas nada tem a ver com a alegação de fabricação de evidências. E, em terceiro lugar, temos visto evidências de que historiadores ortodoxos — incluindo o próprio Evans — enganam ativamente os leitores. Essa é mais uma comum técnica fundamentalista: você atribuir aos seus oponentes, de modo falso, as mesmas táticas nefastas que você próprio utiliza.
O único ponto menor em defesa de Evans é que o livro dele foi publicado em 2002, antes das muitas importantes obras revisionistas dos últimos dez anos. Mas o mesmo não pode ser dito de Deborah Lipstadt. Ela, uma professora de teologia e uma judia sionista, desde há muito promove a si própria como especialista no Holocausto e especialista na negação do Holocausto. Em 2010, Lipstadt publicou um capítulo, “Negação”, no livro de referência da Oxford University Press, Oxford Handbook of Holocaust Studies. O livro é um tomo de 776 páginas dedicado a todos os aspectos do Holocausto. Aqui, se em algum lugar, esperaríamos encontrar um tratamento racional, lógico e desinteressado das muitas questões problemáticas.
Mais uma vez, ficamos decepcionados. Logo na primeira frase, Lipstadt consegue utilizar não uma, não duas, mas três falácias argumentativas. Os “negacionistas” (calúnia) são liderados por um pequeno grupo de homens, incluindo “Faurisson, Butz e Irving” (nomes enganosos), que “disseminam a noção de que o Holocausto (…) nunca aconteceu” (argumento do espantalho e mentira descarada). Um começo ruim, sem dúvidas.
Ela então oferece uma lista de 12 pontos de suposta semelhança entre todos os negacionistas. Dentre esses pontos, apenas cinco são legítimos e relevantes: (1) nenhum genocídio ocorreu; (2) as câmaras de gás homicidas não existiram; (3) as fatalidades judaicas foram muito menores que 6 milhões; (4) há explicações não sinistras para muitas questões, incluindo o uso de Zyklon contra o tifo e o fato de que ausrotten significa ‘desenraizamento’; e (5) os julgamentos de Nuremberg foram um “tribunal dos vencedores” que envolveu tortura para a extração de confissões falsas. Alguns dos outros pontos de Lipstadt são verdadeiros, mas em grande parte irrelevantes, desimportantes, para a argumentação revisionista: os judeus estavam envolvidos na instigação da guerra; a Rússia era o verdadeiro inimigo do Ocidente; os judeus faziam parte da insurreição antigermânica; e as equipes de investigação Aliadas/americanas dos vitoriosos “continham uma preponderância de judeus”. Os seus pontos restantes incluem muitas outras acusações enganosas e ardilosas.[82]
A maior parte do capítulo escrito por Lipstadt se concentra nas “táticas dos negacionistas”. A lista a seguir resume essas táticas e fornece algumas respostas óbvias.
- Os negacionistas frequentemente se referem a “equivalências imorais”, isto é, minimizam a perseguição aos judeus pelos alemães porque todas as partes envolvidas na guerra fizeram coisas terríveis. (Irrelevante para o mistério do Holocausto e para os argumentos revisionistas.)
- “Os negacionistas se apresentam como acadêmicos engajados numa busca racional pela verdade histórica” (p. 563). (Verdadeiro e acurado. Não está claro por que isso seja um problema — exceto que torna muito mais difícil o trabalho de tradicionalistas tais como Lipstadt.)
- O testemunho de sobreviventes “é ignorado, desacreditado ou descartado, a menos que possa ser interpretado como uma indicação de que o Holocausto não aconteceu”. (Parcialmente verdadeiro. Testemunhos ultrajantes, contraditórios ou flagrantemente falsos são desconsiderados. Alguns testemunhos são úteis, mas devem sempre ser submetidos a escrutínio. Em nenhum caso o testemunho é usado para apoiar a ideia de que o Holocausto “não aconteceu”.)
- “Os negacionistas se baseiam em ofuscação verbal”, como quando discutem o significado de ‘solução final’ ou de ‘tratamento especial’. (Não é “ofuscação” referir-se às palavras utilizadas pelos alemães e analisar os seus verdadeiros significados em contexto. Notavelmente, ela não menciona aqui os problemas com ausrotten e vernicht.)
- Pequenos erros nos depoimentos dos nacional-socialistas ou dos sobreviventes são usados para desacreditar o depoimento inteiro. (Falso; cada alegação específica deve ser examinada pelos seus próprios méritos. Entretanto, uma declaração que contenha até mesmo uma falsidade flagrante deve ser imediatamente suspeitada de conter outras falsidades.)
- Os negacionistas tentam exonerar os nacional-socialistas principais pela atribuição do assassinato de judeus a elementos desonestos e desviantes do exército alemão ou a aliados dos alemães. (As mortes de judeus resultaram de uma ampla variedade de causas — nenhuma delas derivada de ordens explícitas da cúpula. Chame isso de “exoneração”, caso prefira.)
- Em relação ao exposto no item anterior, os negacionistas enfatizam que ninguém encontrou uma ordem de Hitler para tal assassinato em massa, nem mesmo uma referência a um comando desses. (Verdadeiro — e um fato significativo. Lipstadt tenta ignorar essa questão inconveniente por meio da afirmação de que “historiadores respeitáveis raramente baseiam as suas conclusões na existência — e muito menos na ausência — de um único documento” (p. 566). Mas nenhum revisionista jamais baseou a sua alegação nesse único fato. Trata-se de somente um fato dentre muitos que apontam para deportação em massa, não para assassinato em massa.)
- As ruínas do Krema 2 de Auschwitz não apresentam evidências de buracos no teto nos quais os nazistas despejavam as pastilhas de Zyklon. Sem esses buracos, não ocorreu assassinato em massa em Birkenau. E a refutação do assassinato em massa em Auschwitz solapa a história inteira do Holocausto. Daí a famosa piada de Faurisson: “Sem buracos, sem Holocausto!” [“No holes, no Holocaust!”] (Verdadeiro — e outro fato difícil para Lipstadt e os colegas dela. Lipstadt alega conhecer “uma ampla variedade de evidências que atestam a existência e a localização desses buracos”. Ela aponta para uma foto aérea supostamente mostrando algo no teto do Krema 2 e para uma foto terrestre mostrando “chaminés” em construção; mas essas fotos fracassam em comprovar o seu argumento. No final, permanece o persistente fato: se existissem buracos no teto do Krema 2, quase certamente haveria hoje alguma evidência tangível. Mas nenhuma evidência existe.)
O capítulo redigido por Lipstadt termina com uma discussão sem sentido sobre o “fraudulento” diário de Anne Frank e com uma breve recapitulação do julgamento de Irving.
Assim, podemos ver aqui as mesmas falácias em ação, tal como no livro de Evans. Ataques ad hominem abundam: os revisionistas são “negacionistas”, “antissemitas” e “racistas”. Apresentação enganosa do revisionismo e dos principais revisionistas: nenhuma menção sequer a Mattogno, Rudolf, Graf, Kues ou Berg, nem qualquer menção às suas muitas publicações importantes até o ano de 2010. Silêncio sobre muitas das mesmas questões-chave: nada sobre os “6 milhões”; nada sobre as palavras reais de Hitler; nada sobre os planos de deportação; nada sobre fotografias aéreas incriminatórias; nada sobre a flagrante ausência de corpos ou de restos mortais. E argumentos do espantalho: ênfase em “embuste”, em “mito”, na fabricação de evidências e na ideia de que “o Holocausto nunca aconteceu”.
Infelizmente, aqueles indivíduos dentre o público leitor que não são bem versados neste grande mistério de assassinato não irão detectar essas falácias. Tais indivíduos, literalmente, não sabem o que estão deixando de perceber. E, já que os fundamentalistas detêm o monopólio completo da mídia tradicional (mainstream media) e do meio acadêmico universitário, as suas mentiras ficam, em grande parte, impunes. Somente o raro e intrépido investigador se aprofundará suficientemente no mistério do Holocausto para se aproximar da verdade — ou para escapar das imposturas. Mas, quando isso acontecer, tal investigador será bem recompensado.
O controle de ideias e as restrições à liberdade de pensamento são cruciais para o sucesso do tradicionalismo. O leitor não deve ter ilusões quanto à extensão desse controle. O negócio editorial, por exemplo, é notório. As editoras tradicionais não irão tocar em nenhum livro que tenha a mínima sugestão de ideias revisionistas. E, no entanto, os historiadores ortodoxos possuem um suprimento aparentemente infinito de oportunidades de publicação. Como prova disso, notamos que uma busca no website Amazon.com por livros em inglês sobre o Holocausto, apenas desde o ano de 2000, retorna 10.130 títulos — aproximadamente dois lançamentos por dia. E não só livros. Filmes com temática do Holocausto e temática antinazista são produzidos a todo vapor. As notícias são rotineiramente salpicadas de referências ao assunto. Crianças em idade escolar e estudantes em universidades regularmente sofrem doutrinação com ideias falsas, enganosas e interesseiras. Líderes governamentais se esforçam ao máximo para apaziguarem o lobby do Holocausto e se apressam em fazer visitas obrigatórias a Israel e ao museu Yad Vashem, que fica lá.
A internet tem oferecido algum alívio em relação ao tradicionalismo opressivo, mas até mesmo nela nem tudo está bem. Considere a Wikipédia — “a enciclopédia livre que qualquer pessoa pode editar”, afirmam. Todavia, “páginas particularmente sensíveis” são consideradas “protegidas”. Evidentemente, todas as páginas relacionadas ao Holocausto se encontram nessa categoria. O leitor é convidado a fazer alterações nas páginas “Holocausto” ou “Negação do Holocausto”, para incluir quaisquer dos nomes, das fontes ou das questões relevantes em menção aqui neste texto. As modificações ficarão visíveis por algumas horas, no máximo. Em algum momento, uma função automática de “restauração” irá se ativar, apagando todas as edições não autorizadas. Adeus à liberdade na internet.
Na Grécia Antiga, Sócrates se tornou conhecido como um homem sábio que continuamente fazia perguntas incômodas e inconvenientes. No final das contas, isso lhe custou a vida. Mas a sua sociedade — e toda a história subsequente — colheu uma recompensa imensurável dos seus esforços corajosos e incansáveis. Podemos ser assim. A vida de Sócrates pode ser um modelo para a nossa vida. Podemos fazer perguntas difíceis, erradicando a corrupção e a ignorância entre aqueles que estão no poder. Podemos desafiar aquelas pessoas que manipulam a História para os seus propósitos próprios. Podemos expor aqueles que mentem para ganho pessoal de riqueza e poder. Tal qual Sócrates, podemos pagar um preço. Mas, assim como aconteceu com ele, os nossos esforços serão, por fim, recompensados. Dessa forma, a sociedade em geral poderá ainda solucionar o maior mistério de assassinato do século passado.
O “Holocausto” foi realmente um grande crime. Mas a justiça não foi feita. Somente pela busca incansável pela verdade poderemos: alcançar a reconciliação; punir os mentirosos, manipuladores e impostores; purgar a culpa do passado; e seguir em frente como nações civilizadas. O nosso futuro depende disso.
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Notas
[1] Por exemplo, o rabino Abraham Cooper (2012) recentemente disse isto: “Nenhum crime nos anais da história foi tão bem documentado quanto a Solução Final da Alemanha nazista, o genocídio estatalmente patrocinado que assassinou de forma sistemática 6 milhões de judeus europeus.”
[2] http://www.ushmm.org (“What was the Holocaust?”) (“O que foi o Holocausto?”). Acessado em maio de 2014.
[3] http://www.yadvashem.org (“FAQS: What was the Holocaust?”) (“Seção de Respostas e Perguntas Frequentes: O que foi o Holocausto?”). Acessado em maio de 2014.
[4] Laqueur (2001: 139).
[5] Em 2002, por exemplo, os EUA tiveram 2,45 milhões de mortes numa população de 288 milhões: 0,85%.
[6] Verificar: DellaPergola (2003).
[7] Ocasionalmente, encontraremos uma contagem por país que alegue apresentar um total desses. Dawidowitz (1986: 403), por exemplo, lista 21 países com números de mortos que somam 5.933.900. Mas (a) tais números não são verificáveis, pois as pessoas se mudaram por toda a Europa durante a guerra, e (b) não abordam a questão central: como sabemos que todas essas pessoas morreram?
[8] Aqui vai um teste simples: verifique a entrada “Holocausto” na Wikipédia e tente encontrar números, por causa de morte, que totalizem 6 milhões. A Wikipédia é, por óbvio, notoriamente pouco confiável; mas ela, ainda assim, dá uma indicação do problema em questão.
[9] A única (quase) exceção é Hilberg (2003), que fornece alguns números específicos para essas categorias de morte. Mas os seus números somam apenas 5,1 milhões — aquém do número padrão. E inclusive esses números padecem de grandes problemas, conforme iremos ver.
[10] Excetuando indicação em contrário, são do NYT todas as citações seguintes a partir deste ponto.
[11] Curiosamente, eles fornecem alguns detalhes por país. A Rússia ocupa o primeiro lugar, com 1,3 milhão de judeus — ou 22% do total mundial. A Alemanha está no topo da lista, com um total de 446.000 judeus (7,4%).
[12] A decisão, supostamente, foi tomada em meados de 1941.
[13] Tribunal Militar Internacional, vol. 31, p. 86. Ver também o NYT: “Dados do julgamento revelam que 6.000.000 de judeus morreram” (15 de dezembro; p. 8).
[14] Da versão online em http://www.hitler.org .
[15] “die Entfernung der Juden überhaupt.”
[16] Memorando de uma conversa com J. Riddleberger em 11 de agosto de 1936; citado em Tansill (1952: 387).
[17] Para um relato completo de todas as entradas do diário, conferir Dalton (2010).
[18] Goebbels, novamente, não teria motivos para evitar mencionar, no seu diário particular, as câmaras de gás. No entanto, elas se encontram totalmente ausentes — assim como referências a Auschwitz, a Treblinka e a outros supostos campos de morticínio.
[19] Dificilmente a “obsessão” pelos judeus que tem sido retratada.
[20] Literalmente, “espancado” ou “espancado até a morte”.
[21] Conferir: Longerich (2010: 148).
[22] Citado em Longerich (162).
[23] Diário de Goebbels, entrada datada de 07 de março de 1942; verificar Dalton (2010).
[24] A maior estimativa do gueto de Varsóvia encontra-se em Longerich (167). Os próximos maiores guetos, de acordo com Corni (2003: 195), eram: o de Lvov (103.000); o de Minsk (100.000); o de Bialystok (50.000); o de Kaunas/Kovno (42.000); o de Czestochowa (40.000); o de Lublin (36.000); e o de Radom (32.000).
[25] http://Yadvashem.org , Centro de Recursos sobre o Holocausto, “Gueto”.
[26] http://www.ushmm.org , entrada de enciclopédia para “Varsóvia”.
[27] Conforme por Longerich (2010: 185).
[28] Longerich (2010: 144).
[29] Verificar: Longerich (2010: 279).
[30] Tal número é aceito por Headland (1992: 106). O Yad Vashem alega 1,25 milhão de mortes. O USHMM diz, simplesmente, “mais de 1 milhão”.
[31] O principal contribuidor a esse número durante tal período foi o líder das HSSPF, Hans-Adolf Prützmann; de acordo com os tradicionalistas, o grupo dele conseguiu, sozinho, fuzilar 363.000 judeus durante esse período de quatro meses. Verificar Longerich (2010: 353) ou Headland (1992: 104–105). Para uma visão revisionista, consultar Mattogno, Kues e Graf (2013: 419).
[32] Embora até mesmo isso seja um exagero. Imagine uma caixa de madeira em formato de cubo, aberta na parte superior, medindo um metro (três pés) de cada lado. Agora imagine seis ou oito pessoas aleatórias — baixas e altas, magras e gordas — tentando se espremer dentro dessa caixa.
[33] Em unidades inglesas, aproximadamente 30 pés x 36 pés de área e 15 pés de profundidade. É claro que, se os assassinatos tivessem sido divididos entre os grupos, a tarefa de enterro dos cadáveres também teria sido dividida.
[34] Conferir a análise em Dalton (2009).
[35] Recentemente, o padre católico Patrick Desbois alega ter encontrado “centenas” de covas coletivas. Mas o seu livro, The Holocaust by Bullets (“O Holocausto a Balas”), de 2008, é uma farsa. Contém pouco mais que histórias anedóticas e afirmações injustificadas. O autor não oferece detalhes sobre escavações, análises forenses, mapeamentos de terrenos ou coisas similares. Portanto, não podemos tirar nenhuma conclusão dessa obra.
[36] Conferir http://www.nazigassings.com/Railroad.html .
[37] Consultar: Kogon (2006: 247). Inclusive esse simples fato, entretanto, está sujeito a grandes variações. O NYT recentemente noticiou que pesquisadores do USHMM estabeleceram que havia, incrivelmente, 980 campos de concentração (“The Holocaust just got more shocking” [“O Holocausto acabou de ficar mais chocante”], 1º de março de 2013). É suficiente para fazer a cabeça de qualquer pessoa girar.
[38] Em junho de 2014, os seguintes números foram encontrados online (U = USHMM; Y = Yad Vashem): Auschwitz (U = “mais de 960.000”; Y = 1,1 milhão); Belzec (U = 434.000; Y = 600.000); Sobibor (U = “mais de 167.000”; Y = 250.000); Treblinka (U = 870.000 – 925.000; Y = 870.000); Majdanek (U = 80.000 – 92.000 no total; Y = 60.000); Chelmno (U = “mais de 156.000”; Y = 320.000).
[39] Pronuncia-se “Mai-DON-ek”. Também escrito Maidanek. Às vezes é referido pelo nome da cidade vizinha, Lublin.
[40] 27 de julho de 1943; p. 9. Mais uma vez, não temos comprovação dessa estimativa.
[41] 30 de agosto de 1944; p. 1.
[42] Conferir Dalton (2009: 154) para mais detalhes.
[43] Consultar também: Graf (2007).
[44] Foto em close-up disponível online: http://www.fpp.co.uk/docs/Irving/RadDi/2011/100911.html
[45] Esse prédio foi demolido pelos alemães em abril de 1943. Atualmente, apenas partes das fundações dessa edificação permanecem.
[46] Para um estudo revisionista detalhado desses veículos, consultar: Alvarez (2011).
[47] Citado em Mattogno (2011: 21).
[48] Motores a diesel são utilizados há muito tempo em minas e em outros espaços confinados justamente por esse motivo. É verdade que tais motores podem ser “desregulados” de modo a produzirem um pouco mais de gás, mas isso prejudica gravemente a dirigibilidade do motor; e o mesmo motor que matava os judeus também os levava para outra área, conforme nos é dito.
[49] Para colocar isso em perspectiva: a Torre Eiffel pesa cerca de 7.300 toneladas. Os alemães, portanto, necessitariam do equivalente em madeira de quase seis torres Eiffel para que aqueles corpos fossem consumidos por completo.
[50] Online: “Gassing operations” (“Operações de gaseamento”).
[51] Online: “Treblinka”.
[52] Online: “Gas chambers” (“Câmaras de gás”).
[53] Na realidade, ainda hoje, os fornecedores de carne americanos utilizam gás monóxido de carbono para tratar a carne deles, justamente porque esse gás dá a aparência “vermelho-cereja” da carne fresca.
[54] Em Dalton (2009: 67–74), essa análise é chamada de matriz da morte (death matrix).
[55] De dezembro de 1942 a abril de 1943.
[56] De abril a julho de 1943.
[57] Relatório citado em Mattogno (2004: 79).
[58] “At Sobibor: Building in the heart of a death camp”. (“Em Sobibor: Construindo no coração de um campo de morticínio”) Publicado em http://www.timesofisrael.com (08 de março de 2014).
[59] Página 129, nota 18.
[60] Citado em Mattogno e Graf (2005: 78–80).
[61] O artigo de 2012 de Sturdy Colls, “Holocaust archaeology” (“Arqueologia do Holocausto”), por exemplo, é quase inútil como estudo quantitativo. Dedica somente duas páginas de texto a Treblinka, sem dizer algo de valor. A arqueóloga alega ter encontrado “mais de cem características” do campo usando o seu radar de penetração do solo, embora não sejam fornecidos detalhes. Notavelmente, estão ausentes menções a câmaras de gás.
[62] É estranho, então, que quase todos os passeios turísticos atuais em Auschwitz sejam realizados no campo principal. Poucos turistas conseguem ir a Birkenau para verem as câmaras de gás verdadeiramente importantes, onde praticamente toda a suposta matança ocorreu. Verdade: os crematórios de Birkenau encontram-se em ruínas; todavia, ainda assim, foi ali que aconteceu a ação inteira.
[63] Os Kremas 2 e 3 tinham cada qual uma única câmara com 210 metros quadrados. Cada câmara podia supostamente gasear, de modo simultâneo, mais de 2.000 pessoas — considerando a premissa tradicionalista de 10 pessoas por metro quadrado. Os Kremas 4 e 5 tinham cada qual três salas de gaseamento, totalizando a dimensão ainda maior de 236 metros quadrados.
[64] Isso explica o enorme aumento nos números do campo para os meses de maio (135.000), junho (250.000) e julho (135.000) de 1944.
[65] Apesar do fato de que as quatro fornalhas do Krema 4 pifaram após somente três meses de operação, nunca mais tendo sido usadas.
[66] Esse número é altamente debatido. Os tradicionalistas afirmam que cada mufla poderia queimar cinco ou até dez corpos por hora; mas isso, em termos técnicos e práticos, mostra-se impossível. É claro que corpos de crianças, por serem menores, poderiam ser queimados a uma taxa levemente maior que um corpo por hora.
[67] Considerando um dia de trabalho de 20 horas.
[68] Para que não pensemos que se trate de fantasioso exagero, eis o que tem a dizer Fransciszek Piper, especialista do campo: “Os [cadáveres excedentes] eram queimados a uma taxa de cerca de 5.000 em 24 horas nas fossas de incineração próximas dos crematórios, [e] o mesmo número era incinerado nas valas do bunker 2 (…)” (1994: 173). Portanto, no total, era queimado, no campo, um número impressionante de 10.000 corpos por dia.
[69] Essas fotos são praticamente impossíveis de serem encontradas em fontes tradicionalistas, por motivos óbvios. Nas raras ocasiões em que tais fotos de fato aparecem, o leitor não é informado sobre o que supostamente estivesse acontecendo na época. Todas as três fotos são reproduzidas em Dalton (2009: 204–205).
[70] Verificar: Leuchter (2005) e Rudolf (2003b).
[71] Consultar Dalton (2013, 2014) para um relato completo.
[72] Verificar: Graf (2003: 298–299).
[73] Washington Times (17 de julho de 1990; p. A11).
[74] Não é difícil enxergar como isso beneficiaria Israel e os judeus do mundo todo.
[75] Uma discussão sobre o julgamento nos levaria longe demais do assunto sob análise. Em resumo, Lipstadt, num livro anterior, chamou Irving de “negacionista do Holocausto”. Irving se opôs a isso e processou Lipstadt por difamação. Irving perdeu. Vários aspectos da história do Holocausto surgiram durante o julgamento, mas o foco principal desse processo judicial estava no conceito de “negação” e nas declarações anteriores de Irving. A história do Holocausto, em si, nunca foi submetida a exame.
[76] Alguns alegam que relatórios ou cartas individuais eram fraudulentos; mas tais casos são raros e relativamente insignificantes para os revisionistas contemporâneos. Certamente, os argumentos deles não se baseiam em tais alegações.
[77] Uma terceira edição ligeiramente atualizada foi publicada em 2003.
[78] David Irving não se encontra entre eles; Irving é um importante revisionista da Segunda Guerra Mundial, mas apenas marginalmente um revisionista do Holocausto — e não muito bem informado. É em grande parte por isso que ele perdeu o seu julgamento.
[79] Conferir: http://inconvenienthistory.com/columnists/index.php . A lista de colunistas do website atualmente conta com 33 nomes.
[80] Consultar: http://www.holocausthandbooks.com . Vale ressaltar que todos os volumes estão disponíveis para download gratuito em PDF.
[81] Conferir: Dalton (2011).
[82] Tais acusações incluem as de que todos os negacionistas aleguem que o Holocausto foi um “embuste”, de que as evidências foram fabricadas, de que o diário de Anne Frank é uma falsificação e de que as câmaras de gás eram, na verdade, abrigos contra ataques aéreos.









Muito obrigado e parabéns ao Instituto Rothbard pela tradução deste livreto e pela coragem em publicá-lo !
ps: interessante também considerarem incluir em vossos “radares” o blog (https://geurtdewit.substack.com/) do colega rothbardiano Marco de Wit, cujos excelentes artigos retomando a investigação das elites ocidentais têm aparecido no Unz.com.