Ação humana sitiada no Brasil

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Quando emigrei com minha família para os EUA em 2018, fiquei com bastante tempo livre enquanto descobria o que fazer e aí veio a ideia de criar um blog: BigZ (meu apelido de criança) in BigApple (onde moramos inicialmente) — Natural, Naturally (uma referência aos direitos naturais, em contraste aos direitos positivados). Escrevia em inglês para praticar. [E sobrou tempo até para escrever um roteiro teen de cinema, Musical Entanglement, disponível no Kindle].

Pois bem, gostei de colocar minhas ideias “no papel” (com minha mulher como editora), o que se tornou um hábito — desde então escrevo semanalmente.

O Ação Humana Sitiada no Brasil é uma coleção de 200 posts publicados no BigZ in BigApple (nenhum é político). Permaneceram em inglês, pois deu preguiça de traduzi-los para o português.

O fio condutor é a Escola Austríaca de Economia, da qual sou um grande fã pois é baseada na ciência da ação humana (praxeologia). Por ser um ramo da lógica dedutiva (apriorística), a praxeologia contrasta radicalmente com a economia mainstream (Keynesianismo), que encara a economia como uma ciência empírica (“invejosa da física”) e, portanto, algo que se possa direcionar com “boas intenções e tecnicismo”. Essa abordagem é profundamente inadequada, pois ignora que seres humanos têm livre arbítrio (ao contrário de planetas em órbita) e, por isso, é impossível dirigir as incontáveis ações humanas que incessantemente buscam trocas mutuamente benéficas, conectadas por um livre sistema de preços. Em adição, o Ação Humana (que título bonito!) do Mises é a obra seminal da Escola Austríaca; fica aqui a minha homenagem.

Um dos princípios da Escola Austríaca é o da defesa irrestrita da propriedade privada, liberdade, livres mercados e trocas voluntárias. Como o estado é maior perpetuador de agressões contra a propriedade privada de cidadãos pacíficos — via inflação ilimitada da base monetária, taxações, regulações, e outras interferências eticamente indefensáveis — o livro aponta o dedo (J’accuse) para o estado como a causa raiz do atraso econômico e societal brasileiro (deveras óbvio; afinal, nosso PIB per capita, em termos reais, continuar preso aos níveis de 2013 não é obra dos que levantam cedo). Dois capítulos são então dedicados à construção de uma visão crítica sobre a sociedade, a economia e os mercados financeiros brasileiros, que por ideologia, inanição e ausência de uma verdadeira elite, gravitam vulneráveis sob a tutela de um estado voraz.

Como não poderia deixar de ser, um dos capítulos é dedicado à tecnologia — o blueprint para a ação humana. Está no sangue, atuo há cinco anos como investidor em tecnologia no fundo de US VC late-stage Fabrica Ventures, com mais de 50 startups investidas. A economia brasileira, em essência, se baseia na oferta de produtos e serviços básicos (ie, de baixa intensidade tecnológica) para uma população numerosa e de baixa renda, enquanto segue há séculos dependente da exploração de low-margin-commodities (desculpem o pleonasmo). Com uma taxa de financiamento ao estado imbatível (15% aa atualmente), o capital de risco necessário para o desenvolvimento tecnológico e’ uma mera miragem e, portanto, tecnologia é um insumo de produção importado, caro e sempre atrasado (vide a nossa “não-presença” no super ciclo de AI que se inicia). Não é à toa que o VC Brazuca é duas ordens de grandeza menor do que o americano, e apenas uma empresa de tecnologia — a Totvs, com “apenas” US$ 4,3B em valor de mercado — figura entre as cem maiores da Bovespa.

Nos últimos anos, o mundo, e o Brasil não é exceção, foi tomado por uma onda woke / DEI, expressão do marxismo cultural (escola de Frankfurt), de viés profundamente estatista e hostil aos valores ocidentais. Um dos capítulos, portanto, é dedicado à desconstrução de temas contemporâneos wokes, além de reflexões sobre cultura e artes (afinal, beleza importa!).

O último capítulo foca no empreendedorismo. Afinal os empreendedores, que ocupam posição central na análise da Escola Austríaca, são os verdadeiros heróis da sociedade moderna (especialmente os brasileiros que lutam contra um Leviatã obeso e glutão).

Conclusão

Espero que apreciem a leitura, os posts são curtos e independentes.

Espero ter contribuído com uma visão independente — ancorada na escola Austríaca, nos princípios da filosofia libertária, e moldada por mais de três décadas de vivência empreendedora — sobre o papel de concentrador de renda, destrutivo e injusto exercido pelo estado brasileiro sobre os brasileiros de bem, em sua maioria humildes.

“Liberty is always freedom from the government” — Mises

 

Livro disponível em inglês aqui

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