É de suma importância identificar o que tem levado o brasileiro a mostrar propensão a preferir determinados tipos de ideias e valores.
Ainda mais especificamente, é essencial entender por que parte significativa dessas ideias e valores pode ser associada a matrizes de pensamento intervencionistas e estatistas.
É controverso dizer que a adoção de determinadas constelações de ideias e valores é fruto de doutrinação ideológica. Operando com conceito de propensão, o desafio consiste em saber por que certos modos de pensar se tornam mais aceitos.
Da mesma maneira, é fácil dizer que a prevalência de certos modos de pensar é fruto apenas de grupos ideológicos manipularem com prestidigitação da retórica populista e demagógica a ignorância e as carências das pessoas.
O fato é que as ideologias estatistas e intervencionistas mostram afinidade com as predisposições predominantes no senso comum brasileiro. A tendência das pessoas a se encararem como “vítimas do sistema” as torna passivas e as desresponsabiliza por muito do que são e fazem. Para ser acolhida, uma ideologia não precisa ser de amplo domínio do público. No entanto, ela também não vinga sem a empatia do público-alvo.
O objetivo desse curso é discutir as ideias básicas que os brasileiros tendem a formar sobre si mesmos e a sociedade por eles construída. Em especial, almeja o curso mostrar que os modos com que os brasileiros têm predominantemente encarado as instituições, os processos e as estruturas contribuem diretamente para que sejam o que são.
O curso também avaliará o documento preparado pelos alunos da escola superior de guerra — intitulado ‘Onde está Gramsci’ — com o objetivo de discutir se as ideias que vêm nos últimos tempos se tornando hegemônicas no senso comum brasileiro são inculcadas por grupos ideologicamente articulados, ou se elas prosperam por sua afinidade com o senso comum brasileiro.
A tese a ser defendida é a de que as ideologias só se enraízam quando cultivadas em terreno fértil à sua propagação. E que o desafio reside em saber que fatores têm contribuído, para além da catequese dos ideólogos, para que exista tanta resistência às ideias liberais no Brasil.
Abordagens
1) Conhecimento x Senso Comum. Crenças verdadeiras justificadas x crenças disseminadas
2) Pensamento e Ação. Ideias têm consequências.
3) A mentalidade de uma sociedade é fruto das ideias e valores que predominam em seu senso comum
4) Existe direcionamento ideológico das consciências? Avaliação do documento dos alunos da Escola Superior de Guerra: “Onde está Gramsci?”
5) Conhecimento x Ideologia: a politização dos problemas da vida social como tentativa de controlar o senso comum da sociedade
6) Objetivos visados e consequências não pretendidas
7) O senso comum não é matéria inerte. Mais que razão, empatia: o senso comum é receptivo às ideias com as quais tem afinidade.
8) Não sendo as ideias e os valores — forças motrizes da sociedade — escolhidos refletidamente pelo senso comum, como tentar mudá-los?
9) As ideias são abandonadas por se revelarem ineptas ou por serem percebidas como geradoras de maus resultados?
10) O senso comum brasileiro tem como se tornar mais aberto a ideias liberais?
ALBERTO OLIVA
Formação Acadêmica:
Pós-doutorado na Universidade de Siena (Itália, 2012)
Doutor em Filosofia pela UFRJ concluído em 1986.
Mestre em Comunicação pela UFRJ concluído em 1978.
Bacharel em Filosofia pela UFRJ concluído em 1972.
Proficiência em língua inglesa pela Universidade de Michigan.
Atividades Profissionais:
Professor Associado 4 do Depto de Filosofia da UFRJ.
Pesquisador 1-B do CNPq desde 1982.
Coordenador do Centro de Epistemologia e História da Ciência da Pós-graduação do Depto de Filosofia da UFRJ.
Líder do Grupo de Pesquisa “Epistemologia e História da Ciência” no CNPq.
Membro pleno do GT de Filosofia da Ciência da ANPOF.
Professor Emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)
Participante da elaboração do Livro Branco de Defesa (2011)
Membro em 2010 da Equipe de Consultores da Comissão de Avaliação da Capes da área de Filosofia.
Professor-convidado desde 1998 do Curso de Doutorado em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP/Fiocruz.
Conferencista, palestrante e apresentador de comunicações em Colóquios, Encontros e Congressos nacionais e internacionais.
Professor-palestrante da Fundação Konrad Adenauer.
Professor-palestrante da Escola Superior de Guerra e da Escola de Guerra Naval.
Professor-palestrante da Academia da Força Aérea.
Professor-visitante do Mestrado do IBMEC de 2000 a 2002
Professor da Scuola di Liberalismo “Ludwig von Mises” (Fondazione Vincenzo Scoppa)
Conferencista na Universidade de Siena e na de Catanzaro
Articulista da Revista Liber@amente (Itália)
Autor dos seguintes Livros:
* Teoria do Conhecimento (Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2011)
* Racional ou Social?A Autonomia da Razão Científica Questionada
(Porto Alegre, Edipucrs, 2006)
* Anarquismo e Conhecimento. (Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2005).
* Filosofia da Ciência. (Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003)
* A Solidão da Cidadania. (São Paulo, Editora Senac, 2001)
* Ciência e Sociedade. Do Consenso à Revolução (Edipucrs, 1999)
* Conhecimento e Liberdade. Individualismo x Coletivismo
(Edipucrs. 2a ed. revista e ampliada. 1999).
* Ciência e Ideologia. Florestan Fernandes e a Formação das Ciências Sociais no Brasil. (Edipucrs. 1997)
* Entre o Dogmatismo Arrogante e o Desespero Cético (IL-RJ. 1993)
Co-autor dos seguintes Livros:
*Introdução à Lógica. (Zahar Editores, três edições
*Pré-socráticos A Invenção da Filosofia (Papirus, 2000. 2ª. Edição)
Curso dividido em 4 aulas, dias 4, 5, 6, e 7 de agosto de 2014.
(Segunda a quinta-feira)
Início: 04/08/2014
Fim: 07/08/2014
Horário: 21:00 às 23:00
Duração: 4 aulas de 1:30h + 30 min de perguntas e respostas
R$ 79,00
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