O novo filme do Superman retrata Israel como o vilão?

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Muitos dizem que o novo filme do Superman é um comentário sobre a guerra em curso de Israel em Gaza, na qual Israel é o vilão e o herói do filme luta pelos palestinos.

O diretor James Gunn insistiu que seu filme não é político.

Se isso é verdade, por que tantas pessoas estão vendo os mesmos paralelos de política externa no filme?

Vamos examinar.

Boravia é um país fictício que apareceu pela primeira vez nos quadrinhos do Superman em 1939, quase uma década antes de Israel ser fundado em 1948. Neste filme, o presidente da Boravia, Vasil Ghurkos, é abordado pelo arqui-inimigo do Superman, Lex Luthor, que se oferece para fornecer armas e apoio militar em troca de terras conquistadas que passariam a se chamar “Luthoria”.

Essa terra atualmente pertence ao empobrecido Jahranpur, um país sem militares reais cujos cidadãos são vistos segurando facões e pedras quando ameaçados por soldados boravianos. O filme diz que Jahranpur faz parte da Europa Oriental. No entanto, o petróleo faz parte da equação e os supostos europeus de Jahranpur são de fato de pele muito morena.

Boravia tem sido um aliado dos Estados Unidos há muitas décadas, e é a posição dos EUA não se opor à invasão de Jahranpur promovida pela Boravia.

Soa familiar? Estamos apenas começando.

O presidente boraviano Ghurkos soa e se parece com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, mas ainda mais precisamente se parece com o primeiro primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion (veja por si mesmo aqui e aqui).

O presidente Ghurkos mal pode esperar para desencadear o inferno em Jahranpur. Seu traficante de armas, Luthor, também está mais do que pronto para isso.

Superman quer ajudar o povo indefeso de Jahranpur, que aparentemente não tem para onde ir, cercado por fronteiras fortemente militarizadas e nenhuma maneira real de revidar. As crianças plantam bandeiras na areia com o logotipo do Superman, gritando para que ele venha em seu auxílio. É a única esperança delas.

A namorada do Homem de Aço, Lois Lane, o interroga sobre sua escolha de se envolver, insistindo que essa não é sua luta. Lane diz ao Superman: “Você sabe que um regime tirânico governa Jahranpur”.

Superman não se importa. Ele está apenas preocupado que as pessoas vão morrer.

Lembre-se, o herói não é particularmente partidário de nenhum dos países nem tem qualquer tipo de vínculo político no exterior. Ele apenas vê o conflito como parte de sua missão de servir ao povo da Terra, impedindo que pessoas inocentes morram. Sua preocupação é básica e simples.

A menos que você seja Ben Shapiro, é muito difícil para alguém assistir o Superman e não pensar que Gunn estava retratando a guerra Israel-Gaza através de países fictícios na série de quadrinhos. Pode-se também comparar com a Rússia e a Ucrânia, mas há mais semelhanças com o caos que se desenrola atualmente no Oriente Médio.

Trata-se de um filme de super-heróis. Existem mocinhos e bandidos. Que não se alinha necessariamente com a atual política externa americana.

A apresentadora de esquerda do Breaking Points, Krystal Ball, assistiu o Superman e não conseguiu acreditar.

Os americanos estão acostumados a ver russos ou extremistas islâmicos como vilões em filmes cheios de ação há décadas, mas isso, como observa Ball, é diferente. Surpreendente e chocante, até.

Seria esse um caso isolado, que faz de um aliado americano o vilão? Ou talvez seja um sinal do que está por vir? Não temos como saber.

Independentemente disso, a organização sionista militante Betar Worldwide fez as mesmas suposições que Ball, vindo de uma perspectiva completamente oposta.

“Este é literalmente um filme de incitamento contra nós”, diz o post, acrescentando: “Eles estão transformando os israelenses em ‘bandidos’, os palestinos em ‘mocinhos’ e mísseis e terrorismo na ‘luta dos combatentes da liberdade'”.

“Então, sim, estou ofendido”, diz o post. “Estou com raiva. Estou enojado.”

Os criadores do Superman, Jerry Siegel e Joe Shuster, eram judeus. O ator David Corenswet, que interpreta o Superman, também é judeu. Ainda assim, tanto Krystal Ball quanto Betar Worldwide não estão sozinhos em entender o Superman e suas mensagens de política externa da mesma maneira.

Uma frase associada à série de quadrinhos que definitivamente não está neste filme é que Superman representa “verdade, justiça e o jeito americano”, com todos os três princípios, historicamente, sendo um no mesmo ou pelo menos compatíveis.

Talvez James Gunn também tivesse seus motivos para deixar essa parte de fora.

 

 

 

 

Artigo original aqui

1 COMENTÁRIO

  1. “Superman representa “verdade, justiça e o jeito americano””

    E eu diria que os Estados Unidos representa a mentira, a injustiça e o jeitinho de Satanás…

    Nesse caso, o tal do Superman é um demônio moderno, já que para invoca-lo basta ir no cinema, sem a necessidade de um culto oficial. A yoga é a mesma coisa: invocação de demônios na forma de inocentes posições tântricas para o dia dos namorados…

    Mais São Luís da França, menos DC Comics

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