O problema das leis inventadas em São Paulo é que elas possuem alto poder de dispersão e difusão.
Assim como a lei de revogação da propriedade privada – isto é, a lei do fumo – já está sendo analisada com carinho por governantes de outros estados, não vai demorar muito para que a ‘lei da banana’ também seja adotada Brasil afora.
Como o leitor já sabe, o estado de São Paulo decretou que a banana agora só pode ser vendida por quilo, na balança. Segundo os burocratas, essa é a única maneira de se determinar o “preço justo”.
Por “preço justo” entenda-se “o preço que é do agrado do estado e de suas contrapartes”. Longe de querer fazer teoria da conspiração, porém o fato é que, quando era vendida à dúzia – como ocorre nas feiras livres – a banana saía mais barata do que quando vendida a quilo – como ocorre nos supermercados. Logo, não é desarrazoado imaginar que as grandes redes de supermercado estejam por trás do lobby que pressionou pela mudança.
Com muita razão, os consumidores já começaram a chiar da carestia. Ingratos! O estado tenta salvá-los – pois são muito imbecis para fazer trocas voluntárias – e eles ainda reclamam?
O mais aviltante são as punições: o pobre feirante que insistir em vender por dúzia – isto é, vender mais barato – será multado em até R$1.585. Já os supermercados desobedientes que burlarem a regra – isto é, furarem o cartel protegido pelo estado e ofertarem banana abaixo do preço combinado – poderão levar multa de até R$317.000. Isso mesmo: 317 mil reais por estarem vendendo banana por dúzia.
Para fiscalizar o totalitarismo, 108 parasitas do IPEM (Instituto de Pesos e Medidas) estarão fazendo blitz.
Você tem de estar fora de si para achar que vive num país livre.
P.S.: veja este vídeo e observe, no marco 1:36, o relaxado e altamente bem pago burocrata do IPEM, carregando uma pasta de couro, salivando para conseguir extorquir dinheiro de trabalhadores – dinheiro esse que será transformado em honorários para sua classe.