O toque de Midas dos parasitas

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Na mitologia grega, de forma resumida, conta-se o enredo de um rei que tinha o poder de transformar qualquer objeto em ouro (imagina a inflação) seu nome era Midas, governante da Frígia, ganhou essa dádiva através do deus Dionísio, mas essa bênção se tornou maldição ao perceber que tudo que toca virava ouro até quando precisou comer e beber e não conseguiu, pois o alimento e a bebida virava o reluzente metal; até sua filha não escapou desse castigo. Paralelo a isso, o estado criou  também seus “Midas”, conforme a reportagem do site Antagonista do dia 30/09/19 intitulada: “Eike lançou perspectivas ‘fraudulentas’ no mercado, diz condenação”, Eike Batista foi condenado por uso de informação e manipulação de mercado, entretanto diferente da narrativa mitológica apresentada, Midas foi punido pela sua negligência e ganância, mas, agora, quem está pagando o fardo desse crime do Eike? É o Sr. Bovino Otário pagador de imposto sem relações políticas partidárias.

Quando observamos a realidade contemplamos o caos, o ambíguo, o complexo e o risco; diante disso, lutamos para sobreviver e viver e dessa situação caótica surge, de forma espontânea, o investidor e o empreendedor/empresário que organiza o caos promovendo ao público bens e serviços de preços baixos com alta qualidade; essa proeza ocorre quando assume o risco do empreendimento em busca do lucro e na satisfação do consumidor, pois esse sucesso advém na capitalização dos sinais pela interação do livre mercado pleno sendo ajustado pelo sistema de preços atrelado ao lucro, prejuízo e competição.

A situação piora quando o estado interfere nas relações pacíficas e descentralizadas dos agentes econômicos, colocando entraves ao empreendedorismo produtivo que seria pautado na demanda real dos indivíduos e beneficiaria com o aumento de valor agregado social e a melhor forma de alocar recursos de ativos escassos para gerar riqueza intermediado pela prática da pesquisa e inovação tendo como consequência acendido à prosperidade em todo o sistema. Todavia, os parasitas iluminados que compõem o estado tem o complexo de “deus” concedendo aos seus pupilos, o toque mágico de Midas, por meio bancos públicos concedendo crédito subsidiado, retirado a força pelos impostos, agências reguladoras que carteliza e monopoliza o sistema de preços e impede à concorrência de captar à demanda reprimida; fora outras benesses trazidas pelas propinas e legislações que permite empreendimento errôneo, improdutivo e que geram desperdícios de recursos escassos empobrecendo todo o sistema econômico e aumentando a pobreza e estimulando a prática do rent seeking.

Desta forma, a parasita juíza estatal Rosália Monteiro Figueira escreveu a sentença: “Mesmo ciente dessa informação, o acusado continuou a lançar ao mercado perspectivas que, mais do que otimistas, mostraram-se fraudulentas, eis que induziu os investidores a erro, enquanto, ao mesmo tempo, desfazia-se de suas ações da OGX (período de 24/05/2013 a 10/06/2013) e da OSX, em 19/04/2013, o que demonstrou a intenção do acusado de manipular o mercado de capitais”. Ou seja, o crime cometido pelo Eike teve total participação da estrutura do estado causado pelo rent seeking, e o mais engraçado é a posição de vítima que a instituição estatal se coloca e colocando a culpa apenas no empresário condenado.

A situação fica grave quando esse alicerce de manipulação do mercado por forças coercitivas se tornam a base legal da regra do jogo, tendo como resultado estímulos distorcidos que cooptaram pessoas para o lado mais garantido do que o processo mais trabalhoso em atender os anseios dos clientes e consumidores.

Com esse embrolho, destaco que no mesmo dia da condenação do ex-bilionário, segundo o Estadão o BNDES poderá perder até R$ 14,6 bilhões com o grupo Odebrecht. Essa fortuna está relacionada aos financiamentos feitos pelo banco à empreiteira, que hoje enfrenta a maior recuperação judicial da América Latina e não consegue repassar o valor investido. Traduzindo esse calote não é para o banco que estão dando, mas nas pessoas comuns que foram obrigadas a custear esse castelo de cartas; e esse valor sobe quando são corrigidos pela inflação, o boleto para os pagadores de imposto chega aos R$ 51,3 bilhões em empréstimos, participações acionárias e em títulos de dívidas liberados entre 2003 e 2018. A gravidade é abismal, para um exercício de reflexão, imagina se trocar a medida de 1 bilhão de reais para 1 bilhão de segundos quantos anos se obtêm? Equivale aproximadamente 32 anos. Chega ser aberrante um sistema que beneficiou uma empresa e deixa 51,3 bilhões em dívidas, pense nos anos que custaram para corrigir isso.

Por mais doloroso que seja, não é cabível que o estado com recursos do roubo dos impostos sustenta uma empresa para não demitir empregados e brecar o processo de falência, pois os fundamentos, os contratos e a ética foram quebrados e fraudados.

Com este princípio, Nassim Taleb em sua obra intitulada o Incerto (coleção de livros) trabalha sob a perspectiva de filtro natural que a natureza ensina para evitar erros que podem levar ao colapso. Nessa linha, o escritor propõem que as pessoas tenham responsabilidades de suas ações e sofram suas punições; termo que ficou conhecido como: “arriscando a própria pele”.

Pegando o exemplo de Eike Batista, André Esteves, Odebrecht, Dilma, Lula, Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Sujeitos que concentravam muito poder e receberam recursos financeiros imorais e de maneira antiética não sofreram às consequências de seus atos e continuam recebendo benefícios. Desta maneira, esse tipo de recompensa que premia o imprudente acaba corrompendo toda a estrutura de mercado levando-o à ruína.

Além disso, entramos numa era de quebra de paradigmas e de novos horizontes, e o exemplo mais extraordinário para isso foi o toque verdadeiro de Midas (que não inflaciona de maneira centralizada) proposto por Satoshi Nakamoto, o bitcoin, por simples atuação espontânea das interações entre indivíduos que estabeleceu parâmetros de cooperação e de funcionalidade antifrágil sem atuação e a iluminação de uma casta de burocratas que não servem a ninguém apenas parasitam a produtividade que não lhes pertence. Com essas novas tecnologias, o mercado tende a construir novas opções de vida de maneira disruptiva como as cidades livres, altcoins e blockchain; desta maneira, temos a possibilidade concreta que não precisamos de autoridades e nem de políticos o que necessitamos é de um ambiente propício ao empreendedorismo e a tomada de risco, acumulo de poupança saudável, produção, cérebros, tecnologia e liberdade plena.

Por fim, para cultivar um ambiente de criação de riqueza é necessário respeitar a vontade do indivíduo, a propriedade privada e não usar o dinheiro do público para fantasias de autoridades não constituídas de forma voluntária. Quanto mais relações de negócios de livre iniciativa que as pessoas fazem todo o ecossistema se desenvolve corrigindo falhas e premiando os acertos. Nassim Taleb relata que o empreendedor é herói e precisa de uma data comemorativa para agradecer as possibilidades trazidas por esses sujeitos permeados pelo risco e capitalismo que melhoram a condição de extrema pobreza humana para a realidade de abundância.

 

3 COMENTÁRIOS

  1. Resistindo à tentação de fazer trocadilhos com o rei Midas, cumprimentos ao autor pelo artigo. Acho muito interessante um ponto que neste artigo foi bem tangencial mas é crucial: a existência do estado é que corrompe as empresas, e não o contrário, como costuma colocar a mídia totalmente dominada pelo governo (seja ele petista, bolsonarista, etc). A capacidade de utilizar o poder coercitivo pra arrancar dinheiro do indivíduo sem que haja realmente qualquer necessidade de atender ao Mercado é atrativa demais para qualquer empresário sem escrúpulos com os contatos corretos. Mas sempre se coloca o estado como uma vítima inocente e pura dos empresários malvados.

    Excelente artigo.

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