NOTA A RESPEITO DA TEORIA DO CAPITAL DA “ESCOLA AUSTRÍACA”
Em outras palavras, uma miscelânea de bens não preparados para a fase de consumo não elevarãonecessariamente a produção final. Investimentos individuais de capital – sejam eles em fábricas, maquinarias, matérias-primas ou bens semiacabados – devem ajustar-se a uma estrutura integrada de capital, completa até o estágio final de consumo, se é que se deseja que façam parte da produção final do consumo. Investimentos que não se integram nessa estrutura são – ou tornam-se – maus investimentos, geradores de perdas de capital e de perdas operacionais.
O “entrelaçado”, ou seja, a composição de bens de capital que formam uma estrutura coordenada de capital altera-se com as circunstâncias. Assim, uma fábrica, antes lucrativa, torna-se deficitária quando as circunstâncias que envolvem sua criação se alteram. Por outro lado, as novas circunstâncias proporcionam novas oportunidades de investimentos. Investimentos antes inúteis podem, então, tornar-se lucrativos. Em resumo, nem o capital se mantém automaticamente intacto, nem os investimentos são, em todas as circunstâncias, automaticamente rentáveis.
O papel essencial dos preços – e das taxas de retorno de bens individuais – pode ser vislumbrado nesse rápido esboço. Somente quando existem mercados nos quais os preços representam os graus mutáveis de escassez relativa dos diferentes tipos de bens de capital envolvidos, a estrutura de capital pode estar integrada como um todo, e os maus investimentos podem vir à tona.
SUDHA R. SHEMOY