4. Hans-Hermann Hoppe e a direita libertária

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Paul Gottfried

[Paul Gottfried ([email protected]) é o Professor Horace Raffensperger de Humanidades na Elizabethtown College e autor de Multiculturalism and the Politics of Guilt, The Strange Death of Marxism, e Conservatism in America: Making Sense of the American Right, e sua autobiografia recém-publicada, Encounters: My Life with Nixon, Marcuse, and Other Friends and Teachers.]

 

Para a maioria de seus colegas de movimento libertário nos EUA e na Europa, Hans-Hermann Hoppe é conhecido por ser um companheiro de batalha intelectualmente vigoroso. Sua reputação parece ser totalmente merecida para qualquer um que olhe para os numerosos escritos de Hans apresentando visões libertárias de uma perspectiva claramente de Escola Austríaca. Seja o assunto os efeitos do estado de bem estar social sobre o crescimento econômico, o sistema de banco central, a possibilidade de privatização da maioria das funções dos governos modernos, ciclos econômicos ou agências de proteção ao consumidor, Hans acaba invariavelmente indo contra o “estado”. Embora possam ocorrer debates sobre detalhes de suas posições, Hans sempre aparece em discussões políticas entre os defensores do menor estado possível. Aqueles que não assumem estas posições provavelmente não se qualificam como libertários.

Porém, além deste consenso, existe um óbvio abismo entre libertários de esquerda e de direita. Esta zona de discordâncias pode ser vista em uma grande variedade de temas culturais, sociais e históricos, e a linha divisória entre os autoproclamados libertários pode ser ainda mais importante do que o consenso devidamente mencionado acima. Embora não seja o único exemplo de uma posição libertária esquerdista, um livro de Stephen Moore e Julian Simon, It’s Getting Better All The Time, comparando os EUA do ano 1900 e de 2000, exemplifica a visão de mundo da esquerda libertária – que aparentemente é a mesma do Cato Institute, a instituição à qual Moore é mais ligado. Por mais de 300 páginas, Moore e Simon concentram-se no progresso político, social, econômico e moral que os EUA experimentaram entre 1900 e 2000.[1] Este livro é escrito contra a “indústria do medo e do pessimismo”; Lawrence Kudlow, ao endossar entusiasticamente o livro, agradece Moore e Simon por “desmantelar o pessimismo catastrófico que ainda é comum no mundo acadêmico e na mídia”.[2]

Ao examinar o que eles consideram como dados convincentes para o período precedente de 100 anos com um enfoque no aumento da expectativa de vida; avanços tecnológicos contínuos; a disponibilidade de educação pública para a maioria da juventude americana – incluindo um diploma de faculdade para metade dos graduados no ensino médio; a conquista de direitos civis para negros, mulheres e gays; uma bem sucedida cruzada nacional contra a xenofobia; e um enorme crescimento na riqueza per capita, More e Simon veem melhorias em cada aspecto da vida humana.

Muitas das evidências oferecidas de que “as condições humanas melhoraram dramaticamente” estão relacionadas a um aglomerado de avanços tecnológicos e médicos que têm ocorrido há séculos. Estes desenvolvimentos merecem ser mencionados, mas também precisam ser tratados dentro do contexto histórico. Por exemplo, a mortalidade infantil vem diminuindo constantemente por causa de descobertas na medicina, parte das quais foram feitas no século XIX, e o efeito disso no século XX foi que menos bebês e mães morreram durante o parto ou pouco tempo após. Isto causou um aumento drástico na média da expectativa de vida. Todavia, é enganoso sugerir que pessoas de 47 anos estavam morrendo por todo os EUA em 1900, quando o que realmente estava acontecendo era que uma maior proporção de bebês não passava do primeiro ano de vida.

As explanações de Moore e Simon sobre educação beiram o ridículo, um julgamento que os meus 40 anos no mundo acadêmico confirmariam facilmente. Os autores deveriam ter levado em consideração os estudos, que se proliferam cada vez mais, mostrando a queda livre nos padrões de alfabetização, conhecimento matemático e cultural entre os jovens americanos[3]; e particularmente os resultados miseráveis obtidos pelo investimento público pesado que visava elevar os padrões das minorias e classes baixas. Ao comemorar o progresso, os autores também não parecem se incomodar com a redução drástica da liberdade acadêmica nos EUA e na Europa, como resultado do triunfo da esquerda multicultural. O debate público em uma variedade de assuntos se reduziu a recitar chavões politicamente corretos sobre grupos designados como vítimas, e sobre os perigos do racismo, machismo e homofobia.

Mas meu ponto aqui não é desafiar o inebriante otimismo de todo o livro sobre as melhorias humanas, e sim enfatizar o óbvio. Os autores não se opõem aos grandiosos esforços do governo para impor igualdade e acabar com a discriminação; isto, na verdade, é em grande parte o que o livro está celebrando. Seu argumento, com todo respeito aos analistas que aplaudem este livro como um cântico de louvor à liberdade e à livre iniciativa, não é uma reivindicação de melhoria através da retirada do governo de nosso caminho. Uma conclusão totalmente oposta pode ser tirada por qualquer um que leia as supostas boas notícias do começo ao fim do livro. O surgimento dos estados mais poderosos na história moderna no “ocidente democrático” não somente deixa de ser visto como um problema; parece ser tratado como o meio real para promover o que os nossos autores esquerdistas libertários realmente valorizam. A consequência da enorme consolidação do poder administrativo entre 1900 e 2000 foi o preço perfeitamente aceitável a ser pago pela promoção da igualdade humana.[4]

Libertários de esquerda têm uma paixão pela igualdade. Eles veem como fundamental em uma política externa, bem como um compromisso interno, a instauração da igualdade para o máximo da raça humana que eles conseguirem. Pode-se concordar ou discordar com essa preferência de valores, mas o simples fato é que a igualdade molda o entendimento de história e das relações humanas dos libertários de esquerda de uma maneira que eles talvez nem sequer percebam. Assim, um argumento típico deles é que é bobagem falar em liberdade enquanto negros, mulheres, gays e etc. ainda não tiveram a mesma quantidade de algum bem que os homens brancos. E mesmo que tenhamos alcançado uma quantidade razoável de liberdade para nós mesmos, deveríamos prezar pelo direito natural de todo ser humano de ter o mesmo benefício.

De onde vem a disposição da libertária esquerdista Virginia Postrel de levar em consideração a ideia de guerras para espalhar a “democracia”, e de onde vem a sensibilidade mórbida de todos os libertários de esquerda a qualquer teoria que faria minorias se sentirem desconfortáveis ao sugerir a existência de diferenças cognitivas hereditárias? Embora libertários modernos possam falar sobre “direitos iguais”, entre libertários de esquerda assim como entre socialistas, a ênfase está na “igual” distribuição dos direitos. Esta ênfase é o que torna os libertários de esquerda totalmente inofensivos para a esquerda estatista e para os neoconservadores. Tirando algumas possíveis discordâncias sobre regulamentações específicas ou leis sobre drogas, suas visões da história e do bem comum são basicamente indistinguíveis.

Por outro lado, é difícil de imaginar alguém que personifique mais completamente a posição libertária de direita do que Hans. De fato, sua obra Democracia, o deus que falhou é um valioso tesouro das posições libertárias de direita sobre a vida e a história. Em contraste a Moore e Simon, Hans observa que

Em comparação com o século XIX, a destreza cognitiva das elites políticas e intelectuais e a qualidade da educação pública diminuíram. E as taxas de criminalidade, de desemprego estrutural, de dependência do estado de bem-estar social, de parasitismo, de negligência, de imprudência, de incivilidade, de psicopatia e de hedonismo aumentaram.[5]

Declarações como essa, que permeiam sua magnum opus, iriam obviamente irritar os pesquisadores estatísticos Moore e Simon ou os editores do Wall Street Journal. Supostamente, eles demonstraram de forma satisfatória o contínuo desdobramento do progresso humano, enquanto que Hoppe teve a audácia de propor exatamente a opinião contrária.[6]

Na verdade, as declarações culturais e políticas de Hoppe são pelo menos tão demonstráveis quanto as deles. Mas diferente deles, ele não possui nenhum afeto ao princípio da igualdade. Do seu ponto de vista, a igualdade, e a forma democrática de governo que os defensores desse ideal glorificam, são uma “força descivilizatória”. Isto gera uma expansão constante da administração pública que interfere nas instituições sociais, particularmente a família, e confisca riqueza, em nome da “justiça social” e do “bem comum”. A democracia parece também requerer, para ser consistente com a sua doutrina, a invasão de um país por imigrantes. No mínimo, tal prática iria compensar a inércia que Postrel condena em seu livro The Future and Its Enemies, no qual ela defende “um mundo de criação constante, descoberta e competição”[7] Movida por um ódio a esse estado “inerte”, Postrel se irrita porque as pessoas preferem costumes a mudanças: “Eu gosto da minha vizinhança do jeito que ela é – esse é o sentimento demasiado compreensível que anima a política da inércia”.[8] A alternativa a “deixar as coisas como elas estão” é, para Postrel, entre outras coisas, favorecer uma transformação contínua da cultura e do ambiente.

Se o tema fosse os efeitos agregados e custos distribuídos de nossa atual política de imigração, Hoppe teria um argumento mais forte que o do falecido Julian Simon. Os custos sociais de nossa paixão por diversidade e mão-de-obra barata e ilegal são pelo menos tão grandes quanto sugere Hoppe. Mas não devemos esquecer que ele e os libertários de esquerda possuem orientações de valores completamente inversas. Diferentemente deles, ele não acredita que seja dever da sociedade civil promover oportunidades iguais para o resto do mundo, ou menos ainda, que o estado administrativo moderno seja um instrumento adequado para executar esta tarefa. Ele também não tem nenhuma paciência com outras premissas assumidas pelos libertários de esquerda, e.g., que a democracia e as políticas de imigração liberais aumentam a quantidade de liberdade ordeira em um país; que quanto mais pessoas nós encorajarmos a votar, mais “justa” nossa sociedade ficará, ou que a qualidade de uma civilização pode ser elevada aumentando-se a extensão da alfabetização básica. Hoppe confronta todos estes pontos espinhosos – e muitos outros também.

Seu trabalho também está repleto do que é tipicamente libertário, como sua defesa da Escola Austríaca de economia e seu modelo de sociedade civil esboçada ao menos em parte por John Locke. Para Hans, a sociedade ideal é uma coleção de proprietários individuais, que são deixados livres para acumular e gastar riqueza. Eles também podem agir coletivamente, baseados em acordos, para restringir a entrada de membros em sua associação de proprietários – ou então permitir a entrada de outros, se acharem apropriado. Nesta visão “anarcocapitalista”, que foi desenvolvida pelo mentor de Hans, Murray Rothbard, proprietários individuais deveriam ser livres para firmar pactos de proteção, incluindo acordos para criar suas próprias forças militares. Eles também deveriam ter autoridade para banir de suas comunidades imigrantes indesejados que não receberam permissão para se estabelecer ali. No mínimo, eles não deveriam ser forçados a prover para aqueles com os quais eles não escolheram dividir seus bens. Segundo esta visão, o estado cooptou atividades que poderiam ser feitas mais eficientemente, ou nem deveriam ser feitas, voluntariamente por proprietários. E este e outros acordos seriam possíveis se o estado não estivesse presente.[9]

Mas por causa da atual impossibilidade de se livrar desta instituição parasítica, Hans sugere (talvez não sendo totalmente irônico) um retorno a uma alternativa política já testada, a saber, a monarquia. Parte do Democracia, o deus que falhou lida com este outro modelo e mostra que ele é menos predatório que um regime democrático. Monarcas possuem uma vantagem sobre governantes democráticos pois eles consideram o reino que eles controlam uma possessão hereditária, ainda que uma com restrições sobre o que eles podem fazer com os outros. No entanto, seus direitos hereditários sobre suas posições geram monarcas menos propensos ao saque do que governantes democráticos, que possuem apenas mandatos limitados e que por isso são impelidos a pegar o quanto conseguirem dos impostos e propriedade públicas, antes que acabem seus mandatos.

Além do mais, governantes democraticamente selecionados são geralmente encorajados por seus mandatos populares a se enriquecerem ad libitum, enquanto monarcas são cercados por aristocratas e clérigos invejosos que impõem limites aos seus apetites. Embora Hans possa exagerar tanto as forças de oposição nas monarquias quanto a ausência de controles nas democracias, seu ponto principal – que, todo o mais se mantendo constante, monarquias não são tão opressivas quanto as democracias podem ser e têm sido – está provavelmente correto. Tanto a elevação do governo democrático ao status de divindade, quanto a preocupação desta forma de governo com a igualdade, têm aumentado o potencial dos regimes democráticos modernos para a destruição dos direitos de propriedade e dos direitos comunais. Estes regimes praticam uma forma de intervencionismo que não era possível para a maioria das monarquias – e certamente não para as monarquias ocidentais que existiram no século XIX.

Notavelmente, Hans não deixa de criticar monarquias por executaram de uma forma um tanto primitiva o que os governos democráticos conseguiram com menos efeitos colaterais adversos, a monopolização do poder. Assim como os democratas, os reis tentaram marginalizar seus opositores declarando que toda autoridade política era uma prerrogativa do estado centralizado. A soberania monárquica foi um prelúdio à soberania democrática, e ela foi baseada no mesmo “pecado original”, “a monopolização da função de juiz e pacificador.”[10] A melhor forma de autoridade para Hans é, na verdade, “a ordem natural”, uma que seja “o resultado natural de transações voluntárias entre vários proprietários privados”, e que é “decididamente não-igualitária, hierárquica e elitista”.[11] Qualquer esforço para produzir isto em nossa envelhecida modernidade democrática é considerado um passo positivo: “Assim, além da defesa da abolição da democracia, é de fundamental importância estratégica que, ao mesmo tempo, seja dado suporte ideológico a todas as forças sociais descentralizadoras ou até mesmo secessionistas.”[12]

Uma dúvida que pode surgir é se a raça humana em geral endossaria as tendências que Hans está propondo. Se os povos democráticos [que deixaram de ser citoyens (cidadãos) ou Staatsbürger sob qualquer sentido significativo] realmente desejam viver na sociedade elitista e descentralizada que Hans recomenda, onde a “elite natural” possui “autoridade natural”; e por causa do “casamento seletivo” e das “leis de herança civil e genética”, “as posições de autoridade natural têm maior probabilidade de se situarem dentro das linhagens de algumas famílias nobres.”[13] Por que a maioria iria querer reconhecer estas “pessoas de autoridade”, que presumivelmente iriam arbitrar conflitos baseadas na deferência social que os outros imputam a elas? É difícil de imaginar por que a maioria das pessoas aceitaria este arranjo no lugar da democracia, onde é feita uma promessa, frequentemente cumprida, de redistribuir bens para os eleitores. A questão não é se o estado democrático rouba de Pedro para pagar Paulo (é óbvio que ele faz isso!) mas se a “ordem natural” de Hans oferece à maioria das pessoas o que elas querem. A resposta é um sonoro “não” e, portanto, a realização dessa ordem (que se parece um pouco com a concepção da “ordem espontânea” de Friedrich Hayek) depende da possibilidade da “descentralização e secessão”. Sem esta possibilidade, esta ordem não é factível de maneira alguma.

Duas outras observações podem ser apropriadas para um entendimento mais completo do libertarianismo de direita que Hans exemplifica. Primeira, este libertarianismo é uma subespécie reconhecível daquilo que o marxista italiano Domenico Losurdo chama de “radicalismo aristocrático”, que ele investiga em obras volumosas sobre Friedrich Nietzsche (1844—1901). De acordo com Losurdo, a “crítica da modernidade” de Nietzsche é baseada em sua oposição às tendências niveladoras que ele percebe na democracia e no socialismo.[14] Então era perfeitamente consistente para Nietzsche enaltecer sociedades aristocráticas, incluindo o sistema de castas indiano, e defender a liberdade no mundo ocidental de seu tempo. Isto porque o estado, como Nietzsche o entendia, havia se tornado um instrumento de equalização; e seus ataques às relações de propriedade fariam parte de um esforço maior para remover todas as distinções sociais e de gênero. Nietzsche, conforme aponta Losurdo, também não gostava do Cristianismo, porque ele pensava que a “moralidade escrava” que permeava esta religião e a cultura que ela alimentava tornava-as ineficazes contra a esquerda. Ele, portanto, rompeu com os conservadores clássicos, que viam as religiões estabelecidas como baluartes contra revoluções. Na perspectiva de Nietzsche, o Cristianismo e a esquerda eram concepções de mundo relacionadas, e apenas uma nova ordem aristocrática, uma que tivesse se livrado de seu passado cristão, poderia salvar a civilização da expansão do ideal igualitário, indo da democracia para o socialismo e o feminismo.

Além do radicalismo aristocrático que inspira o libertarianismo de Hans (embora sem a veemente aversão pelo Cristianismo de Nietzsche), existe outra influência em seu trabalho que merece ser destacada. Sua formação alemã o fez ter alergia ao ideal “democrático americano”, como Hans declara com toda franqueza nas primeiras linhas do prefácio à edição alemã de sua magnum opus:

“Politicamente incorreto” é o que os governantes e especialmente os vitoriosos entre os governantes proclamam. O grande vitorioso do século XX, particularmente no que se refere a Alemanha, foram os EUA. Por consequência, os EUA determinaram a interpretação “correta” especialmente da história recente. A Alemanha derrotada não foi somente ocupada, mas também reeducada. As escolas e universidades alemãs, sob um praticamente total controle governamental, e a mídia de massa sob concessões do governo, proclamam até hoje a visão oficial americana da história, e particularmente do século XX, como um triunfo do bem sobre o mal.[15]

É difícil ignorar a provável conexão entre a ojeriza que Hans sente pelo “estado” em todas as suas manifestações modernas e o uso da administração pública pós-guerra na Alemanha Ocidental, talvez ainda maior que na comunista Oriental, para humilhar sua nação. Sua consciência sobre o que foi feito para “reeducar” a Alemanha derrotada após a guerra, que foi documentado em detalhes em Charakterwäsche: Die Politik der amerikanischen Umerziehung in Deutschland, de Caspar von Schrenk-Notzing, deixou Hans compreensivelmente cético quanto ao projeto democrático moderno.[16] Sua relação como estudante com Jürgen Habermas, o pensador e publicista alemão que mais do que qualquer outro de seu país clamou pela rejeição de uma identidade nacional alemã e pela criação de um novo “patriotismo constitucional”, baseado em valores democráticos supostamente universais, pode explicar ainda mais sobre a odisseia intelectual de Hans.

Hans viu o lado mais terrível da democracia dirigista moderna, que é o lado que continua sendo empurrado goela abaixo de seus críticos. O fato de que os defensores de uma missão democrática global americana, um grupo que hoje insanamente é chamado de “conservadores”, elevaram a reeducação alemã a um modelo global é uma prova a mais do lado imperialista da ideologia que Hans ataca. Este novo projeto democrático pode ter contribuído com seu mal estar em relação ao “deus que falhou”. Se for isso, então seu mal estar está plenamente justificado.

 

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Notas

[1] Stephen Moore e Julian L. Simon, It’s Getting Better All the Time: 100 Greatest Trends of the Last 100 Years (Washington, D.C.: Cato Institute, 2000), p. 1.

[2] A sinopse de Kudlow pode ser encontrada na propaganda da amazon.com do It’s Getting Better All the Time. Deve-se prestar atenção também na avaliação crítica dos números do livro para o crescimento do PIB entre 1900 e 2000, em Brendan Nyan e Ben Fritz, “The deceptive advocacy of Stephen Moore,” blog Spinsanity (22 de setembro, 2003) www.spinsanity.org/columns/20030922.html (visitado em 12 de janeiro de 2009).

[3] Veja, e.g., Chris Hedges, “America the Illiterate,” Truthdig (10 de novembro de 2008); Robert Roy Britt, “14 Percent of U.S. Adults Can’t Read,” LiveScience.com (10 de Janeiro de 2009).

[4] Veja It’s Getting Better All the Time, especialmente pp. 241–60; também Paul Edward Gottfried, After Liberalism: Mass Democracy and the Managerial State (Princeton, N.J.: Princeton University, 1999); e Robert Higgs, Crisis and Leviathan: Critical Episodes.

[5] Hans-Hermann Hoppe, Democracia, O Deus que Falhou – A economia e a política da monarquia, da democracia e da ordem natural (Mises Brasil 2014), p. 74.

[6] Veja também ibid., p. 101: “A teoria ortodoxa da história – segundo a qual a humanidade marcha continuamente “para frente”, rumo a níveis cada vez maiores de progresso – está incorreta.”

[7] Virginia Postrel, The Future and Its Enemies (Nova York: Free Press, 1998), xiv; veja também a penetrante crítica de David Gordon do livro de Postrel, “Ask a Silly Question,” Mises Review 5, no. 1 (primavera 1999).

[8] Postrel, The Future and Its Enemies, p. 204.

[9] Hoppe, Democracia; e Murray N. Rothbard, Governo e Mercado.

[10] Hoppe, Democracia, p. 104.

[11] Ibid., p. 103; e Hans-Hermann Hoppe, Eigentum, Anarchie und Staat: Studien zur Theorie des Kapitalismus (Opladen: Westdeutscher Verlag, 1987).

[12] Hoppe, Democracia, p. 106; e Hans-Hermann Hoppe, The Economics and Ethics of Private Property: Studies in Political Economy and Philosophy (Boston: Kluwer, 1993).

[13] Hoppe, Democracia, p. 103.

[14] Domenico Losurdo, Nietzsche il Ribelle Aristocratico: Biografia Intelettualle e Bilancio Critico (Turin: Bollati Boringhieri, 2002).

[15] Hans-Hermann Hoppe, Der Gott, der keiner ist, Robert Grözinger, trad. (Waltrop & Leipzig: Manuscriptum Verlagsbuchhandlung, 2003), pp. 7–8 (Tradução para o inglês de Hans-Hermann Hoppe, “Demokratie. Der Gott, Der Keiner Ist,” LewRockwell.com (Dezembro 5, 2003)).  Veja também passagens similares em Hoppe, Democracia, p. 29, notando que “tanto Mises quanto Rothbard tinham uma leve queda por ela e tendiam a ver de forma positiva a transição da monarquia para a democracia, considerando-a um progresso.”

[16] Caspar von Schrenck-Notzing, Charakterwäsche: Die Politik der amerikanischen Umerziehung in Deutschland (Graz: Ares Verlag, 2004); e Ernst von Salomon, Der Fragebogen, 17a ed. (Rowohlt Taschenbuch Verlag, 2007).

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