É realmente impressionante como acadêmicos marxistas conseguem sempre — sempre! — enganar a mídia e os incautos: eles são vistos como possuidores de um alto padrão moral ao mesmo tempo em que defendem a ideologia responsável que prega a chacina e a obliteração da civilização humana, e que foiresponsável direta pela morte de centenas de milhões de pessoas ao longo do último século.
O mais recente “herói” entre os acadêmicos marxistas é Thomas Piketty, um economista marxista francês que escreveu aquele que ele próprio considera ser uma versão atualizada de Das Kapital, de Karl Marx. Seu livro, O Capital no Século XXI, recebeu elogios rasgados de ideólogos esquerdistas de todos os cantos do mundo, especialmente de seu fã mais delirante, Paul Krugman.
O roteiro é sempre, e inacreditavelmente, o mesmo: a “desigualdade” de renda é horrível, e por isso o estado deve confiscar mais dinheiro da classe produtiva para redistribuí-lo à classe parasítica — ao mesmo tempo em que, obviamente, deve pagar polpudas comissões a consultores econômicos como Piketty, que fazem o trabalho de “justificar” a necessidade de todo esse esbulho.
As ideias de Piketty podem ser resumidas no seguinte silogismo:
1) O socialismo sempre se revelou um colossal desastre em todos os locais do globo em que foi implantado;
2) praticamente todas as pessoas do mundo sabem disso;
3) por isso, precisamos de ainda mais socialismo, pois o socialismo que foi tentado não foi o correto.
Piketty diz que o “problema” do capitalismo é que o capital investido gera retornos mais altos do que os ganhos do trabalho. Se esse é o problema, eis então uma solução libertária para esse “problema”: corte radical de impostos, desestatização, abolição de tarifas protecionistas e desregulamentação de todos os setores da economia. Essas quatro medidas imediatamente criariam mais liberdade econômica, mais liberdade de entrada, mais concorrência e, por conseguinte, menores lucros e uma menor taxa de retorno sobre o capital investido.
Haveria mais liberdade para que trabalhadores comuns se tornassem empreendedores e capitalistas, gerando uma necessária concorrência para os setores já estabelecidos.
Se o mundo for inundado por mais empreendedores capitalistas, a taxa de retorno do capital — que é o grande pecado do capitalismo, segundo Piketty — seria instantaneamente diminuída.
Quando isso ocorrer, pode contar com o futuro surgimento de um novo Thomas Piketty, que agora escreverá um livro de mil páginas sobre como os malefícios do capitalismo levaram a uma diminuição da taxa de retorno dos empreendedores, que agora estão com dificuldades para ter lucro. E como o governo deve intervir para aumentar a taxa de retorno dos empreendedores.
Nota do IMB: o governo francês recuou e aboliu a recém-implementada alíquota de 75% do imposto de renda após as receitas adicionais — contrariamente ao que foi previsto por Piketty — terem se revelado ínfimas. Não prenda a respiração na expectativa de que isso abalará a credibilidade de Piketty.