O sonho dos ambientalistas se tornou realidade

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Você ouviu recentemente algo sobre a grande ameaça existencial às nossas vidas? Não estou falando da periculosidade exagerada do vírus que está causando estragos em nossas sociedades globalizadas, mas do impacto infinitamente perigoso das mudanças climáticas? Do aumento do nível do mar e do clima volátil, levando a perda de colheitas e a fome em massa e o colapso de preciosos ecossistemas?

Você sabe, a iminente Sexta Extinção em Massa? O “ecocídio”, como o presidente francês Emmanuel Macron chamou de incêndio na Amazônia no ano passado, e como o jornal britânico The Guardian descreve rotineiramente todos os tipos de coisas que afetam a natureza?

Eu acho que não.

E você nem deveria ter ouvido: como seres humanos, claramente tínhamos coisas mais urgentes com que nos preocupar do que ursos polares moribundos ou florestas tropicais desmatadas ou outros tipos de danos climáticos – reais ou imaginários – acumulados para séculos adiante. Na linguagem seca do economista, nossas preferências temporais aumentaram: de repente, nos preocupamos muito mais com o presente em comparação com o futuro do que fazíamos recentemente.

Ao mesmo tempo, estranhamente, os ambientalistas tiraram vantagem da pandemia do Corona. As políticas anti-humanas pelas quais eles demandaram, protestaram, perturbaram as sociedades e a vida de outras pessoas, foram subitamente implementadas em massa, embora temporariamente. Pense nisso como um teste para políticas verdes.

Para os ambientalistas mais ingênuos, esse foi um experimento de enorme sucesso. Poderíamos fechar a sociedade industrializada moderna que eles detestam freneticamente. Fábricas em muitas províncias da China, a fábrica do mundo, fecharam por meses; A Itália pausou sua sociedade de mercado enquanto seus mortos se amontoavam, e a maioria dos outros países seguia o exemplo: shoppings fechados, os centros urbanos estavam assustadoramente vazios, os supermercados racionavam mercadorias e clientes. Aeroportos e aviões, esses lugares lotados, que em geral a qualquer momento, abrigam mais de um milhão de pessoas – uma cidade do tamanho de Dallas nos céus – praticamente vazios.

E o ambiente melhorou um pouco. A qualidade do ar em muitas cidades chinesas melhorou quase da noite para o dia. As emissões de CO2 no primeiro trimestre de 2020 caíram 5%, em comparação com o crescimento constante de 2 a 3% ao ano — “uma das maiores reduções nas emissões de CO2 já registradas”, como o Fórum Econômico Mundial descreveu a notícia. A redução de emissões foi vista até do espaço, quase instantaneamente.

Ambientalistas intelectualmente consistentes deveriam estar comemorando nas ruas.

No entanto, eles estão bem quietos. E a maioria dos cientistas não está muito feliz. Embora tenhamos parado de viajar de avião, de comer fora e reduzimos nosso consumo, cerca de 80% das emissões não foram afetadas – considere aquecimento, eletricidade, consumo de alimentos e muitos descartáveis ​​que agora – razoavelmente – começamos a usar. O lockdown do coronavírus mostra que podemos fazer muito para mudar nossas sociedades e ainda assim não causaria cósegas nas emissões globais. Extrapolar a redução de 5% no primeiro trimestre de emissões para o resto do ano nos leva de volta aos níveis de emissão de 2012, não exatamente um ano comemorado por suas realizações climáticas.

Valeu a pena?

Fazer a pergunta irritante de economista é a tentativa de achar sanidade em um mundo enlouquecido. A resposta exige que tenhamos mais de um valor em mente ao mesmo tempo, fazendo um trade off entre eles – um atributo que nossos amigos políticos da esquerda e da direita não gostam de fazer. O mundo não é, ao contrário da ilusão da maioria, unidimensional; não existe uma única coisa que importe majoritariamente. Em vez disso, existem delicados trade offs entre saúde, bem-estar financeiro e econômico e impacto climático.

A maioria das pessoas quer preservar a natureza e minimizar nosso impacto climático – mas não “à custa de seus filhos sentirem frio ou fome“.

Com 13% de desemprego nos EUA e relatórios de todos os tipos de doenças aumentando – desde pobreza, violência doméstica e suicídios – é altamente duvidoso que qualquer redução percentual das emissões globais justifique isso. Mesmo deixando de lado a pandemia por um momento, é preciso atribuir um valor muito grande aos ursos polares e às árvores, e um valor muito pequeno ao florescimento humano para racionalizar esse trade off. Você pode, em princípio, ter quaisquer avaliações dessas coisas que deseja, mas poucas pessoas as compartilhariam – e aposto que a maioria dos ambientalistas não compartilhariam.

Andy Kessler, do Wall Street Journal, acertou em cheio quando ele, em abril, escreveu:

“Hoje temos 17 milhões de recém-desempregados, mas. . . as emissões de carbono despencaram, os golfinhos voltaram a Veneza, os lobos andam pelas ruas de São Francisco e o uso de maconha está no auge de todos os tempos. Unicórnios e igualdade em todo lugar? Não é bem assim. A poluição e o crime caíram porque estamos todos basicamente na prisão. Isso é horrível. Liberte-nos.”

Para algumas pessoas, em algum lugar, passar um tempo imprevisto com os entes queridos tem sido uma bênção. Para outros, esse amor de família foi mediado através de telefones ou janelas de hospitais. Não visite seus idosos. Não encontra seus amigos. Se o fizer, fique longe deles. Desejos carnais ou intimidade fora da coabitação claramente não são essenciais. De todas as formas possíveis, a vida tem sido pior. As viagens de lazer, prazer ou negócios cessaram. A renda de parte insanamente grande da sociedade americana diminuiu, se não completamente. Isso não é ótimo.

Da distopia idealizada pela esquerda verde, a primavera de 2020 foi apenas um gostinho. Um gosto que suportamos, sobrevivemos, ansiamos por causa de medidas extremas de empresas e governos projetados para hibernar a vida comercial e cívica – e salvar nossa vulnerável população idosa. Déficits fiscais e impressão de dinheiro de magnitudes astronômicas. Não teria como durar muito, razão pela qual muitos países estão ansiosos para abrir suas sociedades antes da temporada turística, ainda que fraca, de 2020.

O green new deal de harmonia anti-humana e anticapitalista seguiria esse caminho todo, sem fim à vista, sem riqueza ou poupança para atrair, sem cadeias de suprimentos fantasticamente produtivas que sobraram de uma economia próspera e globalizada temporariamente paralisada.

Redução cavalar nos padrões de vida – ou uma redução cavalar de pessoas. Essa sempre foi a proposta ambientalista. Temos que abandonar essa crença equivocada de que a atividade humana é parasitária para o planeta. O sempre ótimo Matt Ridley escreve:

“Não devemos nos desesperar ou retornar permanentemente à autarquia e ao localismo. Com as devidas precauções, um mundo aberto, de livre comércio, de movimento livre e inovador é possível sem pandemias e é essencial para elevar o padrão de vida.”

Se os danos causados ​​pelas paralisações obrigatórias e pela população em pânico – financeira, social e economicamente – parecerem devastadores para você, isso é apenas uma prévia do que é um Admirável Mundo Verde Novo.

Vamos fugir dele.

 

Artigo original aqui.

1 COMENTÁRIO

  1. Excelente artigo. Essa novo mundo de pobreza sonhado pelos verdes não tem sido muito agradável quando jogado em seus colos. Quando os estragos causados pelos ambientalistas são mais focados – impedir que alguém derrube uma árvore para construir uma cabana no meio do nada, por exemplo -, eles tendem a passarem despercebidos. Hoje estamos vendo em larga escala os danos de que esses caras são capazes. E como sempre – e assim também foi com o socialismo, suas teorias não precisam serem aplicadas na prática para sabermos que não funcionam.

    Isso me faz lembrar que os liberais – esses malditos, tem a mesma lógicas de socialistas e verdes: o liberalismo é uma impossibilidade teórica e material, porém, esses canalhas foram capazes de sequestrar o uso da palavra liberdade no ambiente político, principalmente entre os empresários. São uma gente tóxica, principalmente os randianos. Fica fácil posar de amigo da liberdade quando o estado rouba 50% da riqueza produzida. a liberdade deles vai apenas até a pag. 5 do livro. Depois disso se tornam os estatistas mais boçais e virulentos que existem, pior até mesmo que os soças. Fogo nos liberais! IMPOSTO É ROUBO SEJA LIBERTÁRIO

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