O presidente da Turquia, Erdoğan, retirou oficialmente a objeção de Ancara ao ingresso da Finlândia e da Suécia à OTAN, com os três países assinando um memorando trilateral em uma cúpula da OTAN em Madri.
A remoção da objeção de Erdoğan teria sido obtida por meio de concessões natsec significativas das outras duas nações, em grande parte voltadas para facilitar o conflito em andamento da Turquia com facções curdas regionais, e remover o obstáculo final para a Finlândia e a Suécia iniciarem o processo de se tornarem membros da OTAN. A adição da Finlândia mais que dobrará o tamanho da fronteira direta da OTAN com a Rússia, uma grande preocupação de segurança nacional para Moscou.
“A Suécia e a Finlândia agiram rapidamente para se candidatarem à OTAN após a invasão da Ucrânia pela Rússia, revertendo décadas de política de segurança e abrindo as portas para a nona expansão da aliança desde 1949”, relata o Axios.
Assim, o império ocidental estará expandindo a OTAN novamente em resposta a uma guerra que foi predominantemente causada pela expansão da OTAN. Brilhante.
Na mesma cúpula da OTAN, o presidente Biden anunciou planos para aumentar a presença militar dos EUA na Europa em resposta à guerra na Ucrânia.
“Conversando com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, Biden disse que os EUA aumentarão o número de contratorpedeiros da Marinha dos EUA estacionados em uma base naval em Rota, na Espanha, de quatro para seis”, relata Dave DeCamp do Antiwar. “O presidente disse que este foi o primeiro de vários anúncios que os EUA e a OTAN farão na cúpula sobre o aumento de suas forças na Europa, medidas tomadas em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.”
Esta notícia partiu de uma nova reportagem da CNN que nos diz que o governo Biden não acredita que a Ucrânia tenha qualquer chance de vencer esta guerra, mas ainda assim não encorajará nenhum tipo de negociação de um acordo para acabar com o derramamento de sangue.
Da CNN:
Autoridades da Casa Branca estão perdendo a confiança de que a Ucrânia será capaz de recuperar todas as terras que perdeu para a Rússia nos últimos quatro meses de guerra, disseram autoridades dos EUA à CNN, mesmo com o armamento mais pesado e sofisticado dos EUA e seus aliados planejam enviar.
Assessores do presidente Joe Biden começaram a debater internamente como e se o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deveria mudar sua definição de uma “vitória” ucraniana – ajustando-se à possibilidade de que seu país tenha encolhido irreversivelmente. Autoridades dos EUA enfatizaram à CNN que essa avaliação mais pessimista não significa que os EUA planejam pressionar a Ucrânia a fazer concessões territoriais formais à Rússia para acabar com a guerra.
Isso confirmaria o que eu e muitos outros temos dito desde a invasão da Rússia: que esta guerra por procuração está sendo travada não com a intenção de salvar vidas ucranianas entregando uma derrota rápida a Moscou, mas com a intenção de criar um atoleiro militar custoso e extenuante para enfraquecer a Rússia no cenário mundial.
Isso é confirmado ainda por uma nova reportagem do Politico que diz que o primeiro-ministro britânico Boris Johnson desencorajou o presidente da França Macron de facilitar um acordo de paz negociado entre Moscou e Kiev, o que apoiaria uma reportagem anterior da mídia ucraniana de que Johnson havia desencorajado o presidente Zelensky de tal acordo durante sua visita a Kiev em abril.
Essas revelações surgem logo após autoridades ocidentais admitirem que a Ucrânia está repleta de funcionários da CIA e agentes das forças especiais dos EUA e de outros países da OTAN.
“Como de costume, parece que o governo quer ter as duas coisas: garantir ao povo americano que está sendo ‘contido’ e que não estamos ’em guerra’ com os russos, mas fazendo tudo menos plantar um soldado e uma bandeira dos EUA dentro da Ucrânia”, escreve Kelley Beaucar Vlahos, da Responsible Statecraft, sobre essa admissão. “Os russos podem não ver a distinção e considerar esta notícia como mais uma evidência de que sua guerra é mais com Washington e a OTAN do que com a Ucrânia.”
O império é guiado por tão pouca sabedoria em suas escaladas contra a Rússia que o Congresso dos EUA está agora empurrando caros mísseis de cruzeiro nucleares lançados por navios em suas forças navais, mesmo quando a Marinha dos EUA lhes diz que não quer essas armas e não tem utilidade para elas.
Algo tipo “ei, apenas aceite as armas nucleares. Que mal que pode acontecer?”
Precisamos realmente começar a levar a sério a possibilidade de que uma arma nuclear possa detonar como resultado de mal-entendidos ou mau funcionamento em meio ao caos e confusão de todas essas escaladas frenéticas e tolas e levar a uma troca que acaba com nosso mundo inteiro. Isso quase aconteceu em várias ocasiões na última guerra fria, e não há razão racional para acreditar que teremos sorte novamente.
O único curso de ação sensato aqui é a desescalada e a trégua, e todos os principais atores dessas escaladas estão indo exatamente na direção oposta.
Isso é muito mais perigoso do que a maioria das pessoas está pensando. Isso está sendo sustentado por compartimentalização psicológica, fuga emocional e uma profunda falta de sabedoria.
Como David S. D’Amato observou “Se nossa espécie encontrar uma maneira de sobreviver em um futuro distante, nossos descendentes olharão para o momento atual de desastre iminente; e eles vão pensar, ‘Uau, essa passou perto.’ Como convencer as pessoas no poder a preservar esse futuro?”
Artigo original aqui
Cara, é impressionante como o editor deste Instituto Rothbard Brazil consegue encontrar publicações que enxergam a situação com extremo realismo. Sem gritos, sussurros ou cacofonia. Valeu mesmo!
Exatamente, qualquer pessoa que usa o Instituto Rothbard como meio de se informar e atualizar acaba tendo uma visão muito mais próxima a realidade do que qualquer mídia que eu tenho conhecimento.
Um trabalho realmente brilhante que está sendo feito aqui.