Uma solução simples para as guerras tarifárias

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O presidente dos EUA, Donald Trump, deu início a uma guerra tarifária, alegando que as tarifas estrangeiras contra produtos americanos prejudicam os Estados Unidos e que as tarifas americanas contra produtos estrangeiros são essenciais para reconstruir a base manufatureira dos Estados Unidos. Francamente, é difícil acompanhar todas as razões pelas quais ele instituiu sua sanha tarifária do “Dia da Libertação“, exceto que os supostos benefícios das tarifas sejam algo em que ele acreditou por toda sua vida e que ele se recusa a reconsiderar. Então, o que os países estrangeiros devem fazer? Tenho uma resposta muito simples que é benéfica para os cidadãos de países estrangeiros visados pelas tarifas do presidente Trump – façam o que ele pede!

A interferência no comércio prejudica os próprios cidadãos

Sim, elimine suas tarifas contra produtos americanos. Na verdade, elimine completamente as tarifas e torne-se uma nação de livre comércio. Isso não significa necessariamente que o presidente Trump realmente recuará em sua sanha tarifária, mas o que ele faz ou não faz na frente tarifária é irrelevante, porque as tarifas – e todas as outras formas de interferência do governo no comércio, como cotas e subsídios – prejudicam os cidadãos da nação que as impõe. Eliminar todas as formas de interferência no comércio é benéfico para os cidadãos do país que declara o livre comércio unilateral, independente do que outras nações fazem.

As tarifas criam uma perda líquida para o país que promulga a tarifa

Uma alegação comum para impor tarifas, mesmo contra nações de livre comércio, é que as tarifas ajudarão a reconstruir a base manufatureira dos Estados Unidos. Esse não é um argumento válido, mesmo que fosse verdade, porque o uso da coerção do governo para direcionar capital e trabalho para segmentos favorecidos da economia deve ocorrer às custas do resto da economia. Como o professor Don Boudreaux, da George Mason University, afirmou muitas vezes em seu blog diário Café Hayek, o verdadeiro propósito da produção é o consumo, e os consumidores estão em melhor situação usando seus escassos recursos para obter os bens que desejam com a qualidade e o preço que desejam. O propósito não é tornar a indústria automobilística ou a indústria siderúrgica maior e mais lucrativa, pois o aumento da produção e dos empregos nessas indústrias ocorre às custas do consumidor. Esta é uma conclusão a priori, o que significa que é uma conclusão alcançada por dedução pura e racional.

Um exemplo deve ser suficiente para ilustrar este ponto. Se você puder comprar um carro de fabricação estrangeira que seja superior em preço e/ou qualidade a um carro de fabricação nacional, sua satisfação aumenta, caso contrário, você não teria comprado o carro de fabricação estrangeira. Se você está menos preocupado com suas finanças pessoais e obtém mais satisfação psíquica em saber que está pagando por um carro fabricado no seu país que custa mais ou é de qualidade inferior, essa satisfação pessoal é suficiente para superar sua perda financeira.

Tarifas retaliatórias são irracionais

E se, depois de os países eliminarem as tarifas sobre produtos americanos, os EUA não eliminarem suas próprias tarifas sobre produtos estrangeiros? Os países estrangeiros devem retaliar? Não. Em primeiro lugar, se retaliarem os cidadãos de países estrangeiros serão prejudicados, pelas razões explicadas acima. Em segundo lugar, nenhuma nação tem direito a ter outra nação como cliente. Se o governo dos Estados Unidos desencoraja as compras de um país estrangeiro, ele prejudica a si mesmo sem incorrer em danos reais em países estrangeiros. Mesmo que as empresas do país estrangeiro não atinjam participação no mercado mundial como previsto, isso não é um dano real. Conforme explicado pelo professor T. Patrick Burke em No Harm, Ethical Principles for a Free Market, ambos os países são deixados na mesma posição de antes. Não é diferente de uma pessoa decidir comprar um bem do vendedor A, embora o vendedor B tenha produtos de qualidade superior a um preço mais barato. O vendedor B não tem como forçar ninguém a comprar seu produto. No caso da política comercial de uma nação, o poder coercitivo da tarifa do estado visa empobrecer seus próprios cidadãos, deixando inalterados os cidadãos e empresas de países estrangeiros. Esses cidadãos e empresas devem procurar comércio em outras partes do mundo.

Meu conselho para os países estrangeiros que estão pensando em como responder à sanha tarifária do presidente Trump é fazer o que ele pede e se tornar uma nação de livre comércio. Nenhum país precisa da aprovação de outros para adotar o livre comércio. Nenhum dano e muito benefício podem advir para os cidadãos de qualquer país que abolir todas as tarifas de importação.

 

 

 

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