Apenas algumas palavras a título de introdução a esta coleção de ensaios variados. O título deste livro e de seu primeiro ensaio é um equívoco, infelizmente aconselhável para evitar confusão superficial. Ou seja, não havia liberalismo “clássico”, apenas um liberalismo único, baseado na propriedade privada e no livre mercado que se desenvolveu organicamente, do início ao fim.
Hoje em dia, a essa doutrina se opõe algo chamado liberalismo “moderno”, que é de fato indistinguível do socialismo democrático.
Acredito que dou boas razões para considerar que isso é uma fraude ideologicamente inspirada, uma fraude instanciada na elevação ao panteão do liberalismo de autores como John Stuart Mill e John Maynard Keynes. Tenho muito a dizer sobre esses autores aqui.
O leitor notará que ocasionalmente sou bastante crítico de F.A. Hayek. Surpreendentemente, talvez, já que Hayek foi meu principal professor na pós-graduação da Universidade de Chicago e o chefe do meu comitê de tese de doutorado. Espero que isso não engane ninguém. Sempre tive o maior respeito por Hayek, um dos grandes praticantes da economia austríaca e um excelente estudioso. Minhas fortes discordâncias com ele dizem respeito, primeiro, à sua propensão admitida para o estado de bem-estar social e, segundo, ao que percebo ser sua superestimação da tradição liberal na Grã-Bretanha e sua depreciação da tradição francesa. Se esta coleção diversificada de ensaios tem um tema importante, é que não foi a Grã-Bretanha, mas a França, que nos deu os melhores pensadores liberais, por mais de um século, de Benjamin Constant a Gustave de Molinari.
Também incluí um artigo sobre um dos meus heróis, o líder liberal alemão, Eugen Richter. Tenho uma grande queda pelos combatentes da liberdade que permaneceram firmes – “como os espartanos de Leônidas nas Termópilas” – contra a corrente de seus tempos, como o próprio Ludwig von Mises.
Meus avós navegaram para os Estados Unidos do sul da Itália e da Sicília, na esperança de serem bem sucedidos e, eventualmente, obtiveram algum pequeno grau de sucesso. Sou grato a eles e aos EUA para o qual vieram pelo que ele já foi. O último ensaio mostra meu profundo pesar pelo estado quase fascista que nos confronta agora.


