A temeridade da proibição de veículos a combustão

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Um governo sabe dizer belas mentiras, através de regulamentações que enfraquecem o mercado e enchem seus próprios bolsos.

Uma regulamentação que proíbe empresas de comercializarem veículos a combustão não foge dessa lógica.

Primeiro deve ser levado em consideração que este método utilizado (veículos a combustão) é produzido há muitos anos. A inovação para carros elétricos sem emissão de poluentes é realmente benéfica para o meio ambiente, porém, é algo que ainda está em desenvolvimento e os custos desta nova tecnologia ainda é exorbitante. Sem falar que para a produção de carros elétricos, as fábricas poluem igualmente ou as vezes mais que os veículos a combustão.

Em segundo lugar, é importante pontuar que para as grandes empresas, muitas subsidiadas pelo próprio governo, acabam ficando em uma situação confortável, sendo que, caso infrinjam as novas leis de proibição, dinheiro para pagar multas nunca falta. Isso enfraquece as empresas menores que não tem a logística e o capital para burlar o sistema implantado.

Em terceiro, como não há uma tecnologia avançada, com cem porcento de funcionamento e com zero poluição (contando as industrias), as grandes empresas procuram por aditivos que são piores que os antes utilizados, para seguirem a nova regra imposta, afim de não pagarem multas e andarem em conformidade com a lei.

Uma matéria publicada no site Uol Noticias, pelo jornalista Matthew Campbell, que inclusive enaltece a produção de carros elétricos, não deixou de observar o ponto importante da poluição:

“A China tem mais razão que a maioria dos países para se afastar do petróleo. Em relação ao tamanho de sua economia, suas reservas domésticas são modestas, e grande parte do petróleo que importa viaja de navio-tanque do Golfo Pérsico através de águas dominadas pelas marinhas dos EUA e de seus aliados. Então há poluição. Fábricas e usinas de energia são os piores contribuintes para a fumaça que sufoca as cidades chinesas(…). E, ao contrário dos EUA, as principais companhias petrolíferas são estatais, dando-lhes pouca escolha senão alinhar-se com os decretos do governo. A coisa mais próxima que a China tem de um lobby de combustíveis fósseis é sua indústria de carvão, um importante empregador que responde por cerca de dois terços da produção de eletricidade — uma limitação significativa às alegações de que os veículos elétricos conduzirão a China a um futuro de baixo carbono.”

Vê-se a controvérsia em dizer que as principais empresas petrolíferas na China, por serem estatais, não lhes dão escolha, senão estarem de acordo com os decretos governamentais, porém, novamente, isso força a empresa a adicionarem aditivos muitas vezes mais nocivos que os antes utilizados. A sociedade empresa estado, não é benéfica em nenhum aspecto, tanto para as pequenas empresas quanto para uma economia que visa o cuidado com o meio ambiente.

Uma outra matéria publicada pelo jornalista Ricardo Ribeiro também no site Uol Noticias, aponta um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de Munique, afirmando que os veículos elétricos emitem mais CO2 do que os veículos a diesel:

“Os veículos elétricos dificilmente ajudarão a reduzir as emissões de CO2 na Alemanha nos próximos anos, já que a introdução de veículos elétricos não leva necessariamente a uma redução nas emissões de CO2 do tráfego rodoviário, afirma trecho da conclusão dos pesquisadores(…) A análise comparou um elétrico Tesla Model 3 e um Mercedes Classe C, com motor 2.0 turbodiesel. No entanto, os cálculos não consideram apenas as emissões pelos próprios carros durante a rodagem, que obviamente é zero para o elétrico. O estudo inclui também o CO2 emitido na fabricação das baterias e na produção da energia usada para as recargas.”

Logo há um impasse na imposição sobre uma economia: a limitação tecnológica. Não há como obrigar alguém a “descobrir o fogo” sem que uma série de fatores seja considerada. Uma nova tecnologia que tende ao cuidado com o meio ambiente deve ser sim aplaudida e abraçada pelo mercado. Para que isso ocorra, o pensamento de uma empresa a longo prazo, tanto economicamente quanto para a preservação do nosso planeta, tem que ser mantido dentro das empresas, não as obrigando a tomar decisões que afetam de forma relativamente benéfica a curto prazo e destroem no futuro.

É sabido que existem várias linhas de estudo relacionadas ao aquecimento global. Há uma divisão dentro do ramo científico relacionado a veracidade dos fatos facilmente encontrados nas redes sociais. Linkado com o cuidado do nosso meio ambiente e ainda sobre a emissão de CO2, o renomado meteorologista Carlos Madeiro, com 40 anos de experiencia em estudos do clima planetário, da Universidade Federal de Alagoas, disse ao site Uol, quando perguntado sobre o impacto das emissões de gases no planeta:

“Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.”

Carlos Madeiro ainda completa sobre a energia gerada pelos gases emitidos:

“Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.”

Quando questionado sobre a influencia do homem no aquecimento da Terra, Carlos respondeu:

“Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões? Não vai mudar absolutamente nada no clima.”

Observa-se então que mesmo com a preocupação em reduzir a emissão de CO2, ainda há um ramo científico que, com base em estudos, enxerga que a própria emissão desses gases não tem sequer efeito considerável no aquecimento global.

Não tenho conhecimento meteorológico e científico suficiente para opinar em qualquer questão relacionada aos malefícios ou benefícios de algum elemento químico sobre nosso planeta. O que me resta é apenas apontar as consequências econômicas de uma lei proibitiva, que relacionei neste texto. O que me preocupa é ver que muitas pessoas, por ignorância do assunto, levantam bandeiras que nem sequer conhecem seu real significado. Na maioria das vezes, essas bandeiras estão sendo manipuladas por partidos políticos, que só visam a parasitagem e nem sequer ligam para qualquer consequência no nosso meio ambiente, mas o discurso é bonito e enganador.

Como Rothbard sempre apontou: o Estado sempre usa a influência maior de sua época contra o povo, seja um poder estatal designado por uma entidade divina ou os cientistas com dados falsos, tudo para se manter numa parasitagem constante e se mostrando como a única solução para todo e qualquer problema.

Ainda há um campo desconhecido na tecnologia de carros elétricos, sua fabricação ainda é caríssima e não contribui para a redução da poluição. Espero, sinceramente, que em 2030, estejamos avançados e com automóveis que não poluem assim como suas fábricas, porém, não é através de uma proibição que chegaremos lá.

“Os programas de ajuda podem aquecer o coração dos ingênuos, mas o que realmente significam é colocar mais poder nas mãos dos burocratas.” Thomas Sowell.

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