CAPÍTULO 14- O DESEMPREGO: UMA CRIAÇÃO DO ESTADO

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A natureza é feroz perante a violação das suas regras. Uma dessas regras da qual o homem não se livra é a condenação do homem ao trabalho. Os animais, desde tenra idade, aprendem as habilidades básicas de conseguirem alimentos para a sua própria sobrevivência.

O mesmo ocorre entre os humanos numa sociedade livre. Seja pescando, caçando, recolhendo, escambando, praticando a agricultura, pecuária, prestando serviços, o homem precisa de trabalhar para sobreviver desde a tenra idade. Nas comunidades rurais, as crianças são ensinadas a lidar com o seu meio, aprendendo a semear o milho, pastar bois, ordenhar, cultivar, pescar, dependendo da actividade econômica praticada pela sua comunidade. É como se a acção humana estivesse orientada para dar resposta à ordem divina, segundo a qual “do teu suor comerás”. É dessa forma que o homem aprende desde a tenra idade as mais básicas regras de produção que lhe garantem a sua sobrevivência. Essa forma de produção que permite o homem lidar com o seu meio para poder sobreviver é chamada de autoemprego.  O homem só opta pelo emprego, quando percebe que os rendimentos que espera receber deste são superiores do que os propiciados pelo autoemprego. Assim, por obrigação natural, o homem passa a ter duas alternativas de sobrevivência, podendo ser por meio de emprego e do autoemprego. O que chamamos de desemprego é, na verdade, o autoemprego, a não ser que o homem ignore todas as regras naturais e decida optar por um processo de não agir, o que equivale ao suicídio.

É por isso que os economistas têm defendido que numa economia de livre mercado o desemprego não existe e quando existe é voluntário. Aliás, o desemprego involuntário ou induzido só ocorre em economia intervencionada pelo estado. Isso acontece quando o estado, por exemplo, regula o exercício de uma profissão, quando proíbe a comercialização de certas mercadorias ou a produção de certos bens ou ainda com a política de salários mínimos. Um dos exemplos mais claros é, por exemplo, a tentativa de não só regular a aplicação de películas nos automóveis, que, agora, ficarão a cargo de certas empresas e com algumas especificações, como ainda a de exigir, como obrigatório, a qualificação de técnico médio para ser habilitado a conduzir automóveis. Essa medida deixará de fora pessoas sem essa qualificação, colocando-os no desemprego induzido ou involuntário, mesmo quando a sua competência no volante é manifestamente reconhecida.

Portanto, o desemprego é um fenómeno criado ou induzido pelo próprio estado, quando escolhe quem acede ao mercado de trabalho para assim empreender o seu domínio sobre os indivíduos.

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