Minha decepção com os liberais de palestrinha

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Em dezembro de 2024, uma influenciadora política autodenominada “liberal” conhecida em suas redes sociais como Olívia Sensata, assumiu que votou no bandido comunista Luiz Inácio Lula da Silva. A jovem, que se gaba de ter feito mestrado em economia na Universidades de Chicago, além de ter estudado na USP, falou num vídeo com toda a naturalidade que votou no Lula e que quem não aceitasse isso era antidemocrático, como se ela fosse imune a críticas. Mais uma vez, eu me decepcionei com esse tipo de gente que de fato estudou alguns autores liberais – pelo menos em algum grau – e fez questão de sair de casa em pleno domingo para ajudar a destruir a economia brasileira e nossa liberdade votando no pior presidente da história. Isso depois de já saber que uma famosa economista que fazia parte do Instituto pseudo-liberal chamado de “LIVRES” também votou no Lula; trata-se de Elena Landau. Não vou mencionar aqui o ex-presidente multimilionário do partido Novo porque esta figura repugnante e autoritária pra mim já ultrapassou o nível de comunista. Felizmente, as pessoas com bom senso e um mínimo de inteligência e compromisso com a liberdade e a moral foram contra a permanência do João Amoedo no partido, e isso levou a sua retirada do próprio partido que fundou.

Agora, eu gostaria de fazer uma breve pausa sobre essas figuras pseudo-liberais e minha decepção com boa parte dos autodenominados liberais brasileiros, para falar como me tornei libertário e como contribuí com as ideias libertárias aqui no Brasil.

Em 2016 entrei num curso de ciências humanas numa universidade federal e, para variar, lá era um antro de esquerdistas e o ambiente era muito hostil a pessoas conservadoras ou libertárias. Professores militantes e parciais que em sua maioria são marxistas, usam em sua bibliografia, em maior parte, autores esquerdistas que vão apenas corroborar com suas ideologias. É muito mais fácil doutrinar os estudantes quando eles só são expostos a uma visão sobre a realidade, e são privados de ter uma compreensão melhor sobre vários temas importantes, como economia, filosofia, ética e história. Como eu não era muito engajado e estava lá apenas para fazer algum curso que gostasse, felizmente não me tornei um fanático militante que participava de todos os eventos e movimentos que eram feitos por alunos e professores marxistas. Até porque, esses eventos, palestras e grupos de estudos são oportunidades perfeitas para que os alunos sejam mais doutrinados ainda.

Como eu ainda era um social-democrata ignorante e ficava mais na minha, não me envolvi com aquelas pessoas e preferia ver conteúdos educativos no Youtube. Foi nessa rede social que descobri o Canal “Ideias Radicais” do Raphael Lima, e logo fui aprendendo coisas diferentes que pra mim faziam sentido. Como o Brasil é um país pobre, cheio de problemas sociais, como insegurança e falta de infraestrutura, e dominado por corrupção, eu já tinha uma boa noção de que os políticos de alguma forma eram parte do problema. Ainda mais naqueles anos de 2015 e 2016 quando a operação Lava Jato estava a pleno vapor, e ouvíamos quase que diariamente novas notícias sobre prisões de políticos e empresários corruptos. Então, para mim, essa ideia de que o governo é lindo e maravilhoso e basta tacar mais dinheiro em políticas públicas começou a ficar sem sentido. Mas eu ainda iria demorar um bom tempo para me tornar libertário, amadurecer de fato e ser contra toda política pública e contra a mera existência do estado. De toda forma, mesmo com tanta doutrinação e toda a hostilidade esquerdista, formei no bacharelado interdisciplinar em ciências humanas e logo depois fui para a licenciatura em história, a qual não quis concluir.

Não foi difícil para mim estar receptivo a novas ideias e aprender muita coisa sobre a realidade política e econômica com um jovem desconhecido chamado Raphael, mas que sequer tinha se formado em economia, mas que usava umas camisetas interessantes com estampas “mais Mises, menos Marx”, “privatize tudo”, “Escola Austríaca de Economia” e coisas assim. Logo conheci o Instituto Mises Brasil e encontrei também o Instituto Rothbard Brasil, entre outros canais como o do Paulo Kogos, Alexandre Porto e mais tarde a Universidade Libertária. Todos esses canais e influenciadores libertários me agregaram de alguma forma, apesar de cada um ter alguma discordância uns com os outros. Não vou me delongar tanto nessa parte, mas para minha sorte, comecei no caminho certo.

Após ler vários artigos na internet sobre o liberalismo e tudo o que envolve economia política e o tema da liberdade, em 2019 eu li dois livros que mudaram minha vida. Foram A Lei, de Frederic Bastiat, e o Manifesto Libertário, de Murray Rothbard.  Ter lido essa obra de Bastiat me fez ver o absurdo que é a ideia de direitos sociais e direitos positivos, e que não há sociedade justa regida por direito público. Já ao ler o Manifesto Libertário, descobri não só a coerência da ética rothbardiana, mas vi que todo serviço público e gasto público é um malefício em por si só, e que o modelo de sociedade anarcocapitalista é o mais coerente e justo possível, permitindo o enriquecimento geral e aumentando os incentivos para a paz. A forma simples e didática de escrever de um homem brilhante como Rothbard, com toda sua coerência sempre trazendo argumentos lógicos bem embasados, foi uma vacina contra o relativismo. Enfim, esses dois livros me amadureceram muitos e hoje agradeço a Deus por não ter começado por autores como Milton Friedman ou Friedrich Hayek que infelizmente estavam mais preocupados com suas carreiras acadêmicas e não ousaram desafiar, de fato, o poderoso establishment social-democrata, e condenar veementemente todo intervencionismo estatal. Talvez isso explique bem porque essas duas figuras conseguiram ganhar o famoso prêmio Nobel de economia, sendo que Ludwig von Mises, Rothbard ou Hans-Herrmann Hoppe nunca foram agraciados com esses prêmios.

Citar o meu começo nesse mundo libertário explica o porquê eu não me tornei um “liberal de palestrina”, ou seja, indivíduos relativistas, utilitaristas, preocupados apenas com objetivos pessoais e carreiristas que almejam fazer parte do status quo. Para você frequentar certos grupos, mesmo entre a direita considerada “limpinha, ponderada e liberal”, você precisa ser castrado intelectualmente e politicamente correto. Se for muito a fundo na ética e considerar o estado uma organização criminosa e dizer isso como o Javier Milei gosta de dizer, logo vão achar que você é o doidinho da turma e muitos vão evitar ter contato com você. Assim, para aqueles que buscam um carguinho no governo como virar assessor de político, você só consegue isso se aparentar ser um estatista. Isso explica o porquê dos libertários sérios serem odiados mesmo entre a direita política de forma geral, e que Instituições sérias como o Instituto Rothbard estão numa espécie de periferia da direita, recebendo pouco prestígio dos pseudo-liberais que vemos por aí. Vemos isso com toda a ridicularização de Javier Milei por parte da extrema e velha imprensa que tentou pintar o economista libertário argentino como se fosse um maluco com um parafuso a menos. Já no Brasil, sabemos que muitos tentam ridicularizar pensadores e influenciadores como o Paulo Kogos, apesar de seu jeitão peculiar, como se seus argumentos não valessem de nada porque ele se exalta em suas falas. A verdade é que nenhum social-democrata ou pseudo-liberal, incluindo a turminha do MBL, tem coragem de desafiar o Paulo Kogos para um debate.

Mas adiantando um pouco minha trajetória no libertarianismo, eu gostaria de já acrescentar qual foi minha maior realização pessoal e como eu me vinguei desse sistema podre e criminoso que destruiu minha vida, e dei um tapa na cara dos meus antigos professores marxistas. Foi a internet e as redes sociais que me salvaram e me permitiram pegar a tocha da liberdade acendida por Murray Rothbard e passar ela para centenas de milhares de brasileiros. Foi quando eu precisava de algum dinheiro extra e virei colaborador do Visão Libertária, um canal no Youtube com mais de 470 mil inscritos, e que, ao longo de vários anos, alcançou milhões de visualizações. Tendo a oportunidade de escrever e revisar centenas de textos, e produzir outros tantos vídeos, cheguei à conclusão que eu alcancei mais pessoas do que qualquer professor que eu tive poderia alcançar trabalhando durante décadas em universidades. Além disso, aprendi mais sobre o Bitcoin e a importância do agorismo e da contra economia, já que o dono do canal em que trabalhei sempre pagou em Bitcoin.

Como abandonei a licenciatura em história em 2021, em plena fraudemia, e vi que aquela área não teria boas perspectivas de retorno financeiro ou benefício para minha vida, perdi a chance de seguir carreira acadêmica e me tornar professor, o que não me arrependo. Hoje, vejo que o sistema de ensino tradicional controlado pelo estado é totalmente falido desde sua criação e que atuar nesse modelo de ensino não iria agregar em nada na minha vida. O Ministério da Educação já passou da época de ser abolido e com ele todas as secretarias de educação, sindicatos do setor junto com as escolas públicas deveriam chegar em seu devido fim, e libertar as crianças e adolescentes desse sistema de tortura. Não acredito em ensino compulsório, isso pra mim está mais para um sistema de torturar mentes e sonhos e castrar intelectualmente nossas crianças e jovens.

Agora, irei voltar a falar sobre minha experiência negativa com os liberais brasileiros que estão mais preocupados com projeção e ganhos pessoais do que com a verdade e a ética. Ao entrar na Instituição Students For Liberty em 2021, eu tinha uma certa inocência de achar que todo liberal tinha uma mentalidade muito parecida com a do grande pensador Frederic Bastiat ou mesmo com a do Ludwig von Mises. Claro que as pessoas são diferentes e alguns realmente são mais consistentes com a defesa da liberdade e dos direitos individuais, mas eu acabei me iludindo muito… logo percebi que muitos estão apenas preocupados em fazer parte de algum grupo e defender apenas uma parte da liberdade que é a economia de livre mercado, e talvez nem isso. Vemos também os jovens oportunistas do Movimento Brasil Livre que na verdade só querem alcançar o poder e se beneficiar disso, e muitos deles odeiam os libertários e anarcocapitalistas. Essas pessoas não percebem que parar criarmos uma sociedade verdadeiramente livre, precisamos desenvolver sistemas éticos que serão a base dessa sociedade justa, e que irão impedir que o veneno do estatismo e do relativismo logo destrua essa sociedade. Por isso, logo compreendi que apenas um desejo por eficiência econômica e mais riqueza é algo muito limitado e tende a se perder para as investidas do governo e seus apologistas se não tivermos bons argumentos para a defensa de nossos direitos. A história do agigantamento do estado americano que começou bastante limitado e sem banco central, para se tornar o maior império – e um dos mais criminosos – da história da humanidade, prova a falência de um estado mínimo no longo prazo.

Os dois anos de 2020 e 2021 foram de extrema importância, devido a tudo o que aconteceu na fraudemia e com os lockdowns, para ver quem de fato tinha compromisso com o direito natural à propriedade e tinha parâmetros éticos e morais. Foi nesse momento de prova de fogo que fiquei mais estarrecido ainda com a mentalidade depravada dos “liberais” brasileiros. O anarcocapitalista que eu admirava tanto que era o dono do canal “Ideias Radicais” em momento algum se posicionou contra os criminosos lockdowns que impediram, somente no Brasil, dezenas de milhões de pessoas de poderem buscar seus meios de subsistência – isso pra mim foi uma decepção enorme. Autoridades públicas prendiam pessoas em praias vazias e praças públicas e toda essa turminha autodenominada liberal de instituições como SFLB e LIVRES ficaram calados como se NADA estivesse acontecendo no país. Enquanto isso, crianças ficavam tendo que usar focinheiras quentes na cara, uma medida não só anticientífica, mas torturante e criminosa. Durante a fraudemia, até mesmo a constituição socialista de 1988 foi violada inúmeras vezes, como no direito de ir e vir e de trabalhar, algo que tanto sociais-democratas quanto liberais não contestaram. Isso tudo prova que para ser um libertário sério é preciso muito amadurecimento moral, intelectual e espiritual para defender a coisa certa, a verdade e o direito natural acima de tudo, mesmo em situações extremas. Aprendi que o coletivo é sempre ignorante e emocional, e que precisamos sempre ir contra essas maiorias.

Felizmente, por outro lado, vi que alguns poucos mantiveram a coerência com seus princípios e tiveram muita coragem de nadar contra a maré totalitária que o famoso vírus chinês e o terrorismo psicológico causado pela mídia geraram. É fácil ver como as pessoas estão dispostas a vender sua liberdade e sua alma para não serem canceladas pela sociedade, ou para não parecerem ridículas e serem rotuladas de conspiracionistas e anticientíficas. E foi nesse momento que além do instituto Rothbard, que publicou inúmeros artigos mostrando a fraude que acontecia, alguns conservadores – mesmos os bolsonaristas – se posicionaram do lado correto: contra as medidas draconianas e autoritárias de lockdown. Ao final da fraudemia eu percebi que todo aquele antro de liberais politicamente corretos que amam ir em eventos e segurar a famosa bandeira de Gadsden, não serviam para nada. São pessoas fracas, sem princípios sólidos, que só querem viver num país mais rico e seguro, mas não estão dispostas a lutar por isso e entender que precisamos, sim, ser radicalmente à favor da liberdade, e não apenas de forma moderada e “prudente”. Afinal, toda moderação na defesa da verdade é, na verdade, um vício perigoso.

Hoje está mais do que provado que a suposta pandemia de Covid foi causada propositalmente por elites poderosas com ajuda da mídia, que as vacinas não só foram pouco eficazes, mas mataram e adoeceram inúmeras pessoas, e que se minha liberdade dependesse da turminha do LIVRES, do SFLB e do Novo, eu já estaria dentro de um Gulag canavieiro indo direto para o abate.

Este é meu relato, e espero que muitas pessoas possam ler e refletir sobre isso, pois a direita brasileira tem muito o que evoluir e amadurecer. Deixar todo o seu ego e suas ambições materialistas de lado e defenderem a liberdade humana e o direito natural.

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