O homem habita o planeta Terra há milhões de anos. As mesmas terras, os mesmos rios e oceanos e os mesmos recursos e riquezas. Ou seja, os insumos estão à disposição da humanidade há longa data. Como, então, a capacidade do homem de voar, navegar, pilotar e se alimentar com fartura é algo tão recente em nossa história? Porque nossos antepassados não tão distantes necessitavam perambular com pouca segurança para sobreviver e procurar comida e, atualmente, nossas condições são tão superiores visto que os recursos do planeta sempre estiveram disponíveis? A resposta para essas perguntas se encontra em uma só palavra. Economia. Toda a evolução da humanidade que hoje vivenciamos com grande satisfação decorreu da maneira com que passamos a lidar com os escassos recursos. Isso possibilitou desenvolvimento, produtividade e, com isso, uma vida mais confortável para grande parte das pessoas.
Entre pequenos e grandes saltos, entre sistemas mais ou menos produtivos, a economia surgiu de um ponto básico. O acúmulo. Primordialmente, o homem e seus entes próximos formavam pequenos grupos que literalmente lutavam de forma diária para conseguir alimentos. A escassez era regra e, muitas vezes, as noites eram marcadas pela estressante sinfonia dos roncos de um estômago vazio. O sucesso na coleta de mantimentos não era constante. O instrumental de apoio e de caça era arcaico o que dificultava grandes empreitadas. Um mesmo homem deveria incorporar quase todas as habilidades necessárias à sua sobrevivência e manutenção da espécie, características essas sabidamente não uniformes em uma população. O pequeno grupo deveria ter a capacidade de caçar, coletar, montar e desmontar abrigos, promover defesa, reproduzir, criar seus descendentes e desenvolver o instrumental necessário para todas essas tarefas. Inúmeras vocações para poucas e despreparadas pessoas. Não é preciso dizer que algumas dessas habilidades não eram executadas a contento. Dessa forma, as pequenas tribos foram forjadas com diferentes atributos. Umas eram mais afeitas a guerras, outras mais afeitas à caça, umas mais dedicadas à construção e outras mais preocupadas com a questão cultural. O saudável caos que nos diferencia. Dentro desse universo nada promissor, a população seguia crescendo e demandando maior quantidade de mantimentos. Era necessário otimizar os escassos recursos e, com isso, utilizá-los de forma mais eficiente. Portanto, estava na hora do homem aprender a lidar com a escassez. Até porque se isso não tivesse ocorrido, jamais teria se dado a evolução econômica. E como isso foi feito? Como o homem foi capaz de sair desse ciclo de baixa produtividade e conduzir a economia para os moldes que hoje conhecemos?
O primeiro passo primordial para favorecer que a economia deslanchasse foi o processo migratório populacional. Segundo Hans-Hermann Hoppe as sociedades caçadoras e coletoras possuíam estilo de vida francamente parasitário. Por despreparo, falta de conhecimento e diversos outros fatores, os pequenos grupos não acrescentavam nada ao suprimento natural de bens de certa região. Apenas os esgotavam. Todavia, era inevitável que esse parasitismo acabasse se defrontando com o problema do crescimento populacional. À medida que os rebentos tinham seu número incrementado, os insumos se tornavam insuficientes para toda a sociedade. Como resolver esse grave problema? Segundo Hoppe, algumas soluções eram viáveis. Com um baixo contingente populacional no globo, a primeira alternativa foi a migração. O grupo se fragmentava e se separava. Com isso, novos territórios eram explorados e, sequencialmente, parasitados. Assim, a ocupação de novas terras, o surgimento de novos desafios e a descoberta de novos recursos impôs o florescimento de habilidades indispensáveis à sobrevivência em desconhecidas situações. Por conseguinte, começaram a se configurar grupos bem heterogêneos onde cada pequena sociedade passou a se especializar em certo habitat com específicas aptidões e com insumos variados. O aperfeiçoamento demandado fomentou a criação dos especialistas. Pessoas com expertise em determinada atividade. Portanto, essa errática movimentação pelo globo foi fundamental sob três perspectivas. De imediato, abasteceu as pequenas comunidades parasitas com recursos indispensáveis às suas sobrevivências. Em segunda instância promoveu uma grande heterogeneidade humana pois as novas demandas culminaram em novos talentos. E, como pano de fundo e não menos importante, desbravar territórios virgens proporcionou a descoberta de recursos inéditos e com eles possibilidades inimagináveis. Fica claro que a mobilidade migratória como primeira medida representava um desenlace muito viável. Porém, com esse sustentado movimento, os campos fecundos e parasitáveis desapareceram. E com eles a disponibilidade de comida. Diversas pequenas tribos passaram a dividir determinada região e, consequentemente, os insumos básicos à subsistência. Surgia a vizinhança. Com mais esse impasse era urgente a criação de nova alternativa para sobrevivência, já que o crescimento populacional seguia de forma vertiginosa. Sem muito conhecimento e com poucas possibilidades e habilidades, esses povos ancestrais vislumbraram duas soluções. Lutar e saquear grupos próximos o que demandava expertise militar e grandes riscos ou negociar e trocar recursos diversos com os vizinhos mais próximos. Entretanto, como eram povos parasitas, segundo Hoppe esse comércio arcaico não era muito utilizado, pois a carência produtiva não oferecia produtos sobressalentes para trocas. Para trocar é necessário, inicialmente, possuir excesso de determinado recurso. E, de forma geral, essas sociedades consumiam o pouco que tinham capacidade de produzir. Resultado? Diversas guerras foram travadas. Mas, felizmente, as vocações humanas iriam florescer. E com elas a habilidade de otimizar o processo produtivo. Esse necessário de enriquecimento econômico estava se configurando como questão de vida ou morte. Nesse específico ponto de nossa história se deu a Revolução Neolítica. Trata-se do período transicional entre a produção de alimentos através da caça e da coleta para a produção de alimentos a partir do cultivo e criação de animais. Concomitantemente a esse magnífico salto evolucional, as sociedades perceberam que poderiam se organizar de uma forma mais inteligente onde a cooperação e a utilização mais enxutas dos especialistas poderia ser uma maneira mais efetiva de produzir e acumular recursos e tornar os produtos mais eficientes. E assim, mais pessoas poderiam dividir e sobreviver em uma mesma região sem a necessidade de mais derramamento de sangue. A civilidade começava a brilhar. Mas como otimizar as habilidades de um especialista? Como um homem poderia, por exemplo, focar na fabricação somente de armas já que ele também precisaria se alimentar e se defender? Para tornar tal imbróglio factível seriam necessárias algumas mudanças nevrálgicas do ponto de vista econômico. O homem deveria, pela primeira vez na sua história, poupar. Algo totalmente novo e inconcebível para um ser com uma mentalidade parasita por natureza. Nesses moldes, a roda evolucional deu mais um giro. E um substancial giro. A partir desse momento, para que o ferreiro pudesse sobreviver somente da produção de espadas, ele deveria desenvolver uma forma de obter outros recursos fundamentais, como comida. Deveria ter em mãos algum item atrativo capaz de fomentar futuros negócios. E para isso, necessitaria acumular seu principal produto – as espadas – para posteriormente trocá-las por outros bens. Surgia o comércio e, com ele, a cooperação. Com o sucesso desse sistema de trocas, logo o ferreiro percebeu que espadas mais afiadas e mais resistentes tinham maior aceitação no mercado e uma precificação muito mais compensatória e atrativa. O especialista passou a focar em formas de desenvolver produtos cada vez melhores que pudessem, a grosso modo, lhe trazer melhores indenizações futuras. O anterior acúmulo começou a movimentar a força motriz do desenvolvimento econômico. E essa magnífica cinesia favoreceu a cadeia por completo. Com o ferreiro se fortaleceram o mineiro, focado na extração do minério de ferro ou cobre para a produção de espadas, o curteiro, determinado a produzir o couro que seria transformado posteriormente pelo artesão em bainha e diversos outros especialistas nas mais variadas áreas, segmentando o meio produtivo da forma mais heterogênea e caótica possível. O garboso caos.
Nesse exato momento começava a ser dado o segundo passo primordial para favorecer que a economia deslanchasse. O nascimento do comercio. Segundo destaca William J. Bernstein, o surgimento do comércio mudou completamente a nossa história. Atacar, roubar e matar deixaram de ser os únicos métodos garantidores da sobrevivência de muitas tribos. Em 430 a.c. Heródoto faz sua primeira descrição a algo parecido com comércio destacando essa relação de trocas entre os cartagineses e um povo desconhecido. Todavia, a história do bronze nos aproxima um pouco mais do momento em que as negociações se tornaram a força motriz da economia. De acordo com Bernstein, foi na Suméria por volta de 3.000 ou 3.500 a.c. que essa liga foi criada. Ferreiros conseguiram isolar o cobre, o combinando com outro metal exótico não originário do Crescente Fértil, o estanho. Essa mistura culminou em um metal muito mais rígido e resistente chamado de bronze. O fato de os sumérios utilizarem o estanho, um metal não existente em seus domínios, demonstra que nesse período as trocas com outros povos já existiam e que o estanho foi obtido provavelmente através dessas negociações. O desenvolvimento comercial foi algo tão impactante em nossa existência que seus lucros e seu resplendor ainda são facilmente vistos em antigas cidades comerciais como Veneza, um resultado magnífico do sucesso desse sistema de trocas. Assim, o acúmulo gerou o excedente. O excedente possibilitou as trocas. As trocas criaram o comercio. O comercio trouxe consigo maior disponibilidade de recursos e maior satisfação das pessoas. E a maior satisfação das pessoas reduziu a frequência de embates violentos pela subsistência. A civilidade floresceu. Pode-se verificar tal fato durante o período da pax romana por volta de 20 a.c., momento onde houve diminuição dos conflitos bélicos e de rebeliões bárbaras e houve um incremento comercial com o desenvolvimento de novas e longas rotas para negociar. As famosas rotas comerciais.
Com o nascimento do comercio e a maior satisfação por ele proporcionada, a roda econômica deveria mais uma vez girar. O uso dos escassos recursos e suas aplicações de formas alternativas necessitariam ser otimizados, conforme já preconizava Thomas Sowell. Dois pontos deveriam, então, receber maior ênfase: a criatividade humana e o lucro. Dessa forma, a criatividade humana foi o terceiro passo primordial para favorecer que a economia deslanchasse. O poder inventivo do homem foi ponto crucial nessa errática engrenagem visto que proporcionou alternativas que tiveram a capacidade de otimizar, aumentar, baratear e melhorar a qualidade da cadeia produtiva. Só que para que isso ocorresse de forma plena era de suma importância fortalecer a atuação dos especialistas e emancipar de modo impactante o poder cognitivo de algumas pessoas. Thomas Bottomore afirmava que a palavra elite é empregada desde o século XVII como forma de descrever produtos de qualidade excepcional. Ou seja, recursos de considerável excelência. Posteriormente, esse termo foi alocado para designar grupos sociais considerados “superiores” pelos mais diversos motivos. Inclusive, um de seus usos foi definir quais os seres humanos são dotados de maior capacidade cognitiva, a dita elite intelectual em termos atuais. E, para girar a roda econômica novamente, essas pessoas de maior brilhantismo deveriam focar exclusivamente em criar e efetivar tarefas consideradas mais nobres, como forma de otimizar o uso dos escassos recursos e promover maior acúmulo de insumos. Todavia, para que a elite se dedicasse somente a ofícios cognitivamente superiores era fundamental que os afazeres mais básicos fossem exclusividade dos intelectualmente menos favorecidos. Portanto, sem a estratificação de uma sociedade direcionando as massas para trabalhos menos complexos mas indispensáveis à sobrevivência da elite seria impossível que essa mesma elite tivesse tempo hábil para desenvolver setores que foram essenciais para a evolução econômica como artes, ciência, medicina e tecnologia. Em outras palavras, servir-se da mão de obra das massas é indispensável para o progresso econômico, inclusive para a própria massa que também acabará por usufruir desses grandes avanços. Essa afirmação se torna cristalina quando se percebe que uma pessoa de classe média baixa no Brasil atual possui muito mais conforto, acesso à saúde e à alimentação do que reis na Idade Média. Do ponto de vista econômico, a Teoria das Elites se torna peça chave para que o avanço aconteça. Infelizmente, pensadores socialistas passaram a direcionar o termo (ou a filosofia) para o campo político como uma forma de justificar diversas atrocidades estatais realizadas no século XX. Só os piores chegam ao poder, como dizia Hayek. Fato é que Ludwig Gumplowitz, Gaetano Mosca, Vilfredo Pareto, Gustave Le Bon, entre outros, utilizaram o conceito econômico de divisão de classes como forma de domínio e não de livre arbítrio. E sem o livre arbítrio nunca existirá economia plena. Até porque governar nunca deveria ser prioridade da verdadeira elite cognitiva em uma República Constitucional conforme a definição aristotélica. Participar da criação e da aplicação das leis acaba corrompendo o mais inteligente dos homens e isso faz com que sua capacidade inventiva deixe de ser interessante e prioritária. É muito mais fácil manter a superioridade sobre a concorrência através de novas leis do que empregando continuamente energia mental. E o esquecimento do potencial cognitivo acaba por prejudicar a evolução econômica e, consequentemente, o bem estar de todos. Joseph Schumpeter argumentava que o povo, como maioria, possui grau muito mais baixo de racionalidade e maior sensibilidade a influências irracionais, ou seja, é incapaz de agir para realizar um determinado desejo. Tal afirmativa fortalece a tese de que a capacidade criativa e de cognição maior é uma virtude de poucos e esses devem ser favorecidos pelo conjunto para que a humanidade evolua economicamente, beneficiando a todos. Com a tradicional sanha para chegar ao poder e ao domínio das leis, diversos grupos socialistas no início do século XX passaram a tratar de forma pejorativa o termo elite. Sensibilizar a irracionalidade da massa era a forma de derrubar adversários políticos. Cinismo absoluto, visto que vários desses socialistas provinham da elite financeira e intelectual da época como Friedrich Engels, Vladimir Lenin, Pol Pot entre muitos outros.
Com o comercio e a produtividade crescendo graças a novas invenções e à ciência, seria necessário aplicar mais um giro na roda evolutiva econômica. Como se tornaria viável manter e incrementar essa curva ascendente de crescimento econômico? A resposta? Com mais investimento. E, para os desavisados, o investimento está necessariamente conectado ao lucro. Então, o quarto e último passo primordial para favorecer que a economia deslanchasse foi o lucro, o mais debatido, controverso e abominado passo. Inicialmente, devemos definir o que é lucro. Trata-se do ganho auferido durante uma operação ou exercício da uma atividade econômica. É a vantagem financeira ou de recursos que se tem sobre algo de nossa propriedade. Para Thomas Sowell, sob a ótica individual, investimento é o sacrifício de se abster de coisas reais hoje a fim de se ter mais coisas reais no futuro. Sob a ótica da sociedade como um todo o investimento representa abrir mão da produção de alguns bens de consumo hoje de modo que o trabalho, os insumos e o capital que teriam sido usados para produzi-los passe a ser usado na produção de máquinas e fábricas que farão com que a produção futura seja maior do que seria se não fosse feita tal opção. Thomas Sowell segue dizendo que como o futuro não pode ser conhecido com antecedência, os investimentos envolvem necessariamente riscos e esses devem ser compensados para que continuem a ser feitos. E sem lucro nenhuma pessoa teria a capacidade de reinvestir. Afinal, qualquer indivíduo em sã consciência considera em primeiro plano satisfazer suas necessidades básicas como saúde, moradia e alimentação para posteriormente planejar ampliar ou abrir um negócio. Portanto, o lucro estimula o investimento. O investimento gera o trabalho. O trabalho ocasiona o crescimento e o desenvolvimento. O desenvolvimento possibilita novas descobertas. E as descobertas promovem o avanço e a satisfação de mais indivíduos. Vamos exemplificar de uma maneira bem prática e pueril. Imagine que você estava caminhando por seu pequeno sitio não muito produtivo e coletou a única laranja que nasceu de sua debilitada laranjeira. Parecia suculenta e seu desejo inicial foi abri-la e degustar seu provável doce suco. Todavia, resolveu se abster dos prazeres momentâneos em busca de maiores ganhos futuros, correndo o grande risco do insucesso. Você abriu a suculenta laranja e ao invés de comê-la, com lágrimas nos olhos e água na boca, a replantou. Você estava, nesse momento, praticando o investimento com um recurso que lhe pertence e arcando com os possíveis riscos do fracasso caso nada floresça. A partir desse ponto, o trabalho foi gerado. Dias e dias regando, espantando pragas e adubando a terra. Finalmente, uma nova laranjeira floresceu. E com ela novas e mais suculentas laranjas. Sucesso! Agora você poderia se sentar ao pé da nova árvore e degustar seus frutos. Mas você é um investidor nato. Novamente deixa de lado suas vontades momentâneas e replanta cada fruto que nasceu. São tantas possíveis novas árvores que você resolve contratar um ajudante para manter o cuidado necessário. A geração de emprego é um efeito direto do investimento. Chegamos ao esperado desenvolvimento. Você e seu ajudante acabaram por produzir um pomar. Com tantas laranjas o legitimo lucro será, com certeza, alcançado na próxima feira. Mas o seu investimento prévio foi mais frutífero. Uma laranjeira infelizmente caiu. Você, um novo expert em laranjas, vislumbrou um uso apropriado para o tronco da desafortunada árvore. Desenvolveu uma máquina capaz de plantar e colher laranjas com o triplo da velocidade de um homem. A nova descoberta otimizou seu processo produtivo e você, com seu investimento inicial visando lucros futuros, transformou um pequeno sitio não muito promissor em uma aprazível propriedade produtora de laranjas que satisfaz muito mais pessoas. Essa é a mágica do investimento e do lucro. O grande incremento da economia. Sabiamente dizia Sowell que o lucro ou reembolso dos investimentos não é uma questão de moralidade, mas de economia.
Apesar do lucro ser peça chave no incremento econômico, pensadores de esquerda insistem em condenar a sua aplicação. Obviamente, se refere a um posicionamento infantil, para não dizer mal intencionado. Ou talvez, a origem dessa aberração econômica sejam os escritos de Marx que insistia em repreender o lucro inclusive o definindo como “mais valia”. Ademais defendem que a produção é estimulada pelo consumo, sem a necessidade do investimento prévio de recursos poupados. Seria, mais ou menos, como você pegar a única laranja de sua árvore e comê-la. Deitar na sua cama e esperar que magicamente surgisse um pomar. A perversidade e a imbecilidade forjam governos que visam exclusivamente surrupiar o povo. E acabam constantemente interferindo de forma drástica no maquinário econômico. É fato peremptório que sem o anterior acúmulo de riqueza e o investimento desses recursos visando lucros futuros é impossível haver o posterior desenvolvimento econômico e tecnológico. A história é rica nesses catastróficos exemplos. John Maynard Keynes foi um desses obtusos economistas. Keynes enxergava o maquinário econômico de forma totalmente enviesada. Focava o resultado em investimentos governamentais feitos diretamente com capital. Com sua “Revisão da Teoria Liberal” defendia que o Estado deveria ser um player ativo na economia, interferindo quando necessário através de seu poder para garantir o bom funcionamento do sistema econômico que, em tese, não teria a capacidade de auto correção. Como o ser humano tem a tendência de se comportar de forma imprevisível, os empreendedores poderiam, ao obter lucro, desistir de investir tal quantia, aumentando suas poupanças. Sem novos investimentos, a economia não iria se expandir. Com mais dinheiro acumulado, menos capital estaria circulando, fato esse que, consequentemente, diminuiria o dinheiro em posse do povo. Com poder de compra reduzido, a oferta superaria a demanda. Com a queda dos lucros, os empresários reduziriam a produção o que geraria desemprego e recessão. E nesse ponto o Estado deveria intervir, “injetando” mais dinheiro na economia a fim de aumentar a circulação de moeda para reequilibrar o sistema. Todavia, o economista britânico pondera uma teoria com equívocos de concepção. E uma delas é sua valorização extremada a um pedaço de papel sem valor prático preterindo o acúmulo prévio de recursos. Keynes argumentava que quando o governo injeta mais dinheiro na economia, fomenta a geração de empregos, acaba reduzindo o gasto com auxílios desemprego e aumenta a arrecadação de impostos. Com mais dinheiro circulando maior seria o consumo. E o aumento do consumo, consequentemente, estimularia a produção. O consumo, em tese, aumentaria a produtividade. Magicamente, do papel nasceria o sucesso econômico. Do papel, os recursos floresceriam. O New Deal foi o exemplo prático da teoria keynesiana. Além de atrasar em anos a recuperação da economia americana acabou gerando a estagflação. O desemprego se manteve e se deu a inflação. Dados e mais dados demonstram o fracasso da tese do economista britânico. Quando gastar se torna atividade mais comum que poupar, ocorre o atraso econômico, caracterizado pela recessão. Voltaremos a ser nossos antigos ancestrais parasitas. O investimento prévio é pilar indiscutível para a evolução econômica e ele só será possível com a existência do lucro, ou “mais valia” para Marx.
Atualmente, a humanidade vivencia uma constante evolução econômica. Obviamente, algumas regiões e seus governos interferem diuturnamente em certos passos que foram fundamentais para chegarmos onde chegamos. O crucial ponto de que só os piores chegam ao poder. E com a gestão das leis visam, exclusivamente, seu próprio benefício. Todavia, a evolução da economia é muito mais robusta que qualquer mentecapto com uma caneta na mão, proferindo bravatas para a massa sensível ao irracional. Não deixamos de ser caçadores coletores e alcançamos os níveis econômicos atuais ao acaso. Foi um processo penoso, com diversos desafios ambientais e muitos pessoais. Uma constante necessidade de lidar com pessoas que não compreendem os primórdios e o funcionamento da economia e suplantar condutas cruéis dos inexoráveis frutos das democracias atuais – os demagogos. Entretanto, entre erros, acertos e perversidades é fato que o homem de um indefeso parasita se tornou a espécie dominante do planeta. E isso graças a sua capacidade de entender que o acúmulo é o primeiro passo para prosperar.
Em crises agudas, até OK o governo intervir pontualmente (Ex: 2008 e 2020), o problema é a intervenção diária, quanto mais o governo intervém, piora a economia.
Deveriam deixar o ordem espontânea florescer mais e reduzir o planejamento central.
Falou cagada amigo. Não está nada OK o governo intervir pontualmente. Essas intervenções “pontuais” também são um enorme problema.