Sabe quem ama as leis de salário mínimo? Fabricantes de totens de autoatendimento

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Para Karl Marx e aqueles que ele influenciou, a história consiste em uma luta de classes. No capitalismo, a luta é entre a burguesia proprietária do capital, exploradora, e a classe trabalhadora sem capital. A exploração cruel e brutal foi contida, se não encerrada, quando ativistas progressistas com ideias avançadas promulgaram regulamentos de condições de trabalho, salários mínimos e outras regras protegendo os pobres trabalhadores de seus exploradores insensíveis.

A realidade sobre o surgimento dessas regras é um pouco mais complicada. O salário mínimo e a regulamentação trabalhista protegem algumas pessoas, é verdade, mas essas pessoas não são os trabalhadores. Em vez disso, essas regras protegem qualquer um que forneça um substituto para o trabalho que os trabalhadores ofereçam.

Entre os beneficiários do salário mínimo estão trabalhadores que enfrentam muito menos concorrência. A empresa de mudanças Two Men and a Truck [[Dois homens e um caminhão] poderia se chamar “Three Teens and a Truck”[Três adolescentes e um caminhão], se o salário mínimo e as regulamentações trabalhistas não tornassem a mão de obra adolescente mais cara e, portanto, menos atraente. Talvez a empresa de mudanças Two Men and a Truck fosse “Four Teens and Two Smaller Trucks” [Quatro adolescentes e duas caminhonetes], mas os regulamentos e controles de preços tornam esse negócio pouco lucrativo. Os consumidores têm menos opções e menos empregos estão disponíveis.

Entre os beneficiados também estão empresas que fazem e programam totens de autoatendimento e aplicativos para restaurantes fast food. Como Jacob Vigor apontou crucialmente em um episódio do EconTalk sobre o estudo do Salário Mínimo de Seattle, uma vez que uma tecnologia que economize mão de obra tenha sido desenvolvida para uma área, ela pode ser implementada para outras áreas com bastante facilidade. Salários mínimos mais altos em Seattle e São Francisco significam que cafeterias e lanchonetes precisam encontrar substitutos para a mão de obra agora inacessível, como aplicativos e totens de autoatendimento. Uma vez resolvido o problema em mercados como São Francisco e Seattle, não há razão para não implantar o aplicativo para o Alabama, que não tem seu próprio salário mínimo acima do salário mínimo federal (que basicamente se tornou facultativo devido à inflação), assim como funciona na Califórnia e Nova York, onde os salários mínimos são muito mais altos.

Um “trabalhador” de fast-food em Las Vegas, Nevada, onde o salário mínimo é alto o suficiente para ter efeitos, é um totem de autoatendimento. Um dos insights básicos que a economia traz para qualquer questão é que, quando as coisas ficam mais caras, as pessoas procuram substitutos. Isto vale para bifes e batatas. Vale também para o trabalho. Quando a mão de obra de baixa qualificação se torna mais cara, seja por meio de salários mínimos, seja por regulamentações trabalhistas que dificultam a contratação de jovens de 14 e 15 anos (presenciamos isso com nosso filho mais velho no verão passado), isso dá às pessoas incentivos para procurar substitutos. Existem muitas maneiras de fazer um trabalho, e tornar a mão de obra de baixa qualificação mais cara induz as pessoas a usar métodos que usam mais capital e trabalho de maior qualificação.

Como Thomas Leonard mostrou em seu importante livro Illiberal Reformers, os primeiros defensores de salários mínimos mais altos e regulamentações trabalhistas sabiam que as regras prejudicariam os menos favorecidos entre nós, especificamente imigrantes e afro-americanos. Os salários mínimos não tornam explicitamente ilegal a contratação de imigrantes e afro-americanos, mas a tornam mais cara. Os trabalhadores que foram prejudicados pela péssima educação e discriminação não serão empregados de forma lucrativa com salários mais altos, então os salários mínimos essencialmente os empurram para fora do mercado de trabalho. Os reformadores progressistas não viam problema nisso e achavam que era uma característica das leis, e não um bug. O apartheid da África do Sul aplicou a mesma lógica. As leis de “taxa para o trabalho” – salários mínimos – protegiam os trabalhadores brancos sul-africanos da concorrência negra e eram um tema recorrente na pesquisa de WH Hutt sobre sindicatos e mercados de trabalho. Hutt argumentou, especificamente, que as leis de “taxa para o trabalho” eram especialmente insidiosas porque pareciam esforços nobres para proteger todos de empregadores vorazes, mas na verdade protegiam os mineiros brancos de concorrentes nativos.

Ter boas intenções não é a mesma coisa que fazer o bem. Os eleitores médios que podem pensar que estão ajudando trabalhadores oprimidos e explorados podem ter boas intenções, mas devem perceber que na verdade estão enriquecendo trabalhadores de alta qualificação (que não precisam tanto da ajuda), desenvolvedores de software e pessoas que possuem ações em empresas de totens de autoatendimento e prejudicando os trabalhadores menos qualificados.

 

 

 

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