Li aqui artigos recentes sobre a “gestão” da Covid na Austrália e na Áustria e tentei escrever algumas linhas sobre a situação italiana. Pelo menos, acho que poderei dar algumas pistas interessantes. Aqui na Itália, o caminho para a servidão está agora totalmente claro, e acho que os italianos estão correndo rapidamente na direção de um estado totalitário.
Eu gostaria de relatar algumas novidades e alguns sentimentos:
Sobre as novidades, acho que podemos resumir dizendo que a partir de segunda-feira, 6 de dezembro, só pessoas vacinadas terão autorização do Estado para viver. Minha definição é um exagero?
Estes são os fatos;
- A Itália está dividida em zonas (branca, amarela, laranja e vermelha) com base na situação do sistema de saúde pública e na difusão do vírus. Atualmente temos apenas zonas brancas, mas como o sistema público de saúde está em péssimo estado desde… bem, desde quando tenho memória, temos certeza que teremos muitas zonas amarelas e laranjas, ou mesmo vermelhas. Em cada zona você tem uma limitação pior de seus direitos, desde a paralisação de algumas atividades até o lockdown total.
- Atualmente é obrigatório um passaporte vacinal, chamado passaporte verde, (seguramente uma alusão à nova pandemia, dessa vez a climática) ou um passaporte “básico” (obtido com o teste anti- Covid-19): você tem que tê-lo para trabalhar, para ir ao restaurante, entrar em escritórios e prédios públicos e assim por diante.
- A partir de 6 de dezembro será obrigatória também para hotéis, vestiários de academias, para atividades esportivas, transporte ferroviário regional e transporte público local.
- A partir de 6 de dezembro haverá também um passe “super” verde (passe verde reforçado), que você só pode obter se vacinado ou recuperado do Covid. Será obrigatório para ter acesso a espetáculos, eventos desportivos, bares e restaurantes, festas e discotecas, cerimônias públicas (atividades permitidas apenas na zona branca e amarela). A zona laranja terá mais limitações se você não tiver o passe verde reforçado.
- A vacinação obrigatória será estendida a funcionários administrativos de saúde, professores e funcionários escolares, militares, forças policiais, servidores públicos…
- O ex-primeiro ministro senador Mario Monti disse «comunicação como a de guerra (…) temos que encontrar um sistema seguro de informação que divulgue as informações de cima (ou seja, que venha da cabeça dos poderosos, será que posso dizer isso?) e não de meios de comunicação menos democráticos, segundo a segundo », Houve um jornalista que comentou:
– Este é um ponto de vista interessante, por favor explique porque vejo o que se vai dizer amanhã. (a credibilidade e a liberdade de imprensa das mídias na Itália é uma das piores da Europa, segundo pesquisas). Talvez possamos ignorar as declarações do senador, mas a ausência de reações dos jornalistas parece um sintoma de algo mais profundo e preocupante.
- A polícia revistou as casas dos organizadores das manifestações contra o passe verde e os acusa de instigar a prática de crimes. Não é esse o comportamento típico de um estado policial?
Essas são as notícias, e eu acho que são notícias preocupantes, especialmente em um estado tão fácil de cair no autoritarismo (os italianos inventaram o fascismo, mas eles se esquecem facilmente!). Talvez eu seja muito exigente quando penso que as coisas que eles estão limitando e autorizando (e, pelo contrário, forçando) eram direitos naturais que nenhum estado poderia limitar, autorizar, forçar.
Agora, eu gostaria de compartilhar alguns sentimentos. Estou assustado. Vejo muitos amigos meus mudando e expressando ideias violentas e totalitárias.
- «Estou feliz por estarmos impedindo a vida social aos não vacinados, também tivemos muita paciência», disse um policial que conheço bem.
- «Um não-vacinado está hospitalizado, Deus existe e sabe fazer o seu trabalho», ouvi um médico, uma boa pessoa, dizer.
- «Deviam pagar multas enormes e ir para a cadeia», ouvi um jovem falar. Eu não o conheço, mas seu rosto era um rosto totalmente normal, um empresário em sua hora de almoço.
Não só pessoas normais dizem isso, também jornalistas e políticos referem que os não-vacinados «Devem pagar pelo tratamento» disse um jornalista, esquecendo que todos os italianos, mesmo os não-vacinados, pagam um imposto absurdo (aliás: é um roubo) que deveria justificar qualquer tratamento. Mas essa ideia também foi proposta por um político do Lazio.
Eu poderia continuar dando mais exemplos, mas de que adiantaria? Eu acredito que você já entendeu.
Para mim, parece que na Itália estamos prestes a enfrentar novamente a banalidade do mal, e estou com medo por minha família e por nosso futuro.
Artigo original aqui
Triste depoimento, muito triste. A Itália tradicionalmente sempre foi o país europeu mais parecido com o que nós chamamos de jeitinho brasileiro. Até aparecer essa ditadura nazicovidiana.