A política monetária é – além da guerra – a principal ferramenta de engrandecimento do Estado. Ela garante o crescimento do governo, financia déficits, recompensa interesses especiais e determina eleições. Sem ela, o leviatã federal entraria em colapso e poderíamos retornar à república dos Pais Fundadores.
Nosso sistema monetário não é apenas politicamente abusivo, também causa inflação e os ciclos econômicos. O que podemos fazer quanto a isso?
Em resposta a essa pergunta, o Mises Institute tem o prazer de apresentar esta quarta e ligeiramente ampliada edição do clássico de Murray N. Rothbard, O que o governo fez com o nosso dinheiro?.
Publicado pela primeira vez em 1964, este é um dos trabalhos mais influentes do professor Rothbard, apesar de sua extensão. Eu não consigo contar o número de vezes que acadêmicos e não acadêmicos me disseram que esse livro mudou para sempre a maneira como eles encaravam a política monetária. Ninguém, depois de ler este livro, ouve os pronunciamentos dos membros do Fed com admiração ou lê textos monetários com credulidade. O que o governo fez com o nosso dinheiro? é a melhor introdução ao dinheiro, sem exceção. A prosa é direta, a lógica implacável, os fatos convincentes – como em todos os escritos do professor Rothbard.
Seus temas aqui são teóricos, políticos e históricos. Em teoria, ele concorda com Ludwig von Mises que o dinheiro se originou através de trocas voluntárias no mercado. Nenhum contrato social ou decreto do governo gerou o dinheiro. É uma consequência natural de indivíduos que buscam relações econômicas mais complexas do que o escambo.
Mas, ao contrário de todas as outras mercadorias, um aumento no estoque de dinheiro não traz nenhum benefício social, uma vez que a principal função do dinheiro é facilitar a troca de outros bens e serviços. De fato, aumentar o estoque de dinheiro por meio de um banco central como o Fed tem consequências horríveis, e o professor Rothbard fornece a explicação mais clara disponível sobre a inflação.
Na política, ele argumenta que o livre mercado pode e deve ser encarregado da produção e distribuição de dinheiro. Não há necessidade de torná-lo um monopólio do Tesouro dos EUA, muito menos de um cartel bancário público-privado como o Fed.
Um dinheiro bem-sucedido precisa apenas de uma definição fixa enraizada na mercadoria mais adequada para um uso monetário e um sistema legal que faça cumprir os contratos e puna o roubo e a fraude. Em um mercado livre, o resultado sempre foi, e continuaria sendo, um padrão-ouro.
Em tal sistema de livre mercado, o dinheiro seria conversível nacional e internacionalmente. Os depósitos à vista teriam 100% de reservas, enquanto os índices de reserva para depósitos a prazo estariam sujeitos à prudência econômica dos banqueiros e ao olhar atento do público consumidor.
É, no entanto, a dimensão histórica do trabalho do professor Rothbard que o torna tão persuasivo. Começando com o padrão ouro clássico do século XIX, ele termina com o provável surgimento de uma unidade monetária europeia e uma eventual moeda fiduciária mundial. Especialmente notáveis são suas explicações sobre o sistema de Bretton Woods e o fechamento do guichê de ouro no início dos anos 1970.
O professor Rothbard mostra que o governo sempre e em todos os lugares foi inimigo da moeda sólida. Por meio de cartéis bancários e inflação, o governo e seus interesses favorecidos saqueiam os ganhos do povo, enfraquecem o valor do dinheiro do mercado e causam recessões e depressões.
Na economia convencional, a maior parte disso é negada ou ignorada. A ênfase está sempre na “melhor” maneira de usar a política monetária. O que deve orientar as políticas do Banco Central? O PIB? Taxa de juros? A curva de rendimento? O valor cambial do dólar? Um índice de commodities? O professor Rothbard nos diria que todas essas questões pressupõem planejamento central e são a raiz do mal monetário.
Que este livro seja distribuído por toda parte, para que, quando a próxima crise monetária chegar, as pessoas finalmente, se recusem a tolerar o que o governo está fazendo com nosso dinheiro.
Llewellyn H. Rockwell
Ludwig von Mises Institute
Universidade de Auburn
Novembro de 1990