Nunca é tarde para protestar contra a moeda digital do Banco Central

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Quer você goste ou não, as moedas digitais do banco central (MDBCs) estão chegando. Isso é o que informa uma recente coluna de tecnologia no Wall Street Journal. Um tom semelhante pode ser encontrado em organizações como o Fórum Econômico Mundial, o Fundo Monetário Internacional e o Conselho Atlântico.

A leitura dessas fontes pode levar você a confundir as chamadas MDBCs com caminhões autônomos ou criações de textos por inteligência artificial (IA) – tecnologia que atende tão bem às necessidades dos consumidores que é impossível resistir. Mas isso não é verdade. As MDBCs não são um novo desenvolvimento inovador em tecnologia financeira. Elas são o próximo passo na corrupção do dinheiro do governo e uma grave ameaça à liberdade.

O dinheiro evoluiu organicamente no mercado livre. As pessoas que trabalham para atingir seus próprios fins, limitadas pela escassez e pela lei econômica, escolheram diferentes mercadorias para ajudá-las a transcender o escambo e a se envolver em trocas indiretas. Gado, búzios, couro e bronze foram todas as primeiras formas de moeda. Mas, à medida que as nações espalhadas pela superfície do mundo começaram a interagir e negociar, metais preciosos como ouro e prata surgiram como a forma dominante de dinheiro.

As casas da moeda privadas começaram a moldar os metais em moedas, apostando suas reputações em sua capacidade de rotular com precisão o peso e a pureza de uma moeda – atributos importantes para os comerciantes. Mais tarde, os comerciantes descobriram que poderiam evitar o incômodo de carregar moedas pesadas ao armazenar seu dinheiro e negociar com os recibos de depósito.

O dinheiro se desenvolveu sem uma autoridade central, mas, assim como a lei e a linguagem, a classe política sequestrou essa instituição apátrida para servir a seus próprios fins. O controle estatal representou um ponto de virada para o dinheiro, da evolução de baixo para cima para a corrupção de cima para baixo. Tudo começou com casas da moeda estatais e leis de curso legal, que permitiam aos governos desvalorizar as moedas.

Em seguida, veio o banco central, uma parceria entre o governo e os bancos para aumentar o número de recibos de depósitos além da oferta de dinheiro que deveriam representar. Com isso, o dinheiro se deteriorou ainda mais até que os governos cortaram o vínculo entre as notas e o dinheiro real, suspendendo o padrão-ouro. Isso aconteceu na maior parte do mundo ocidental na década de 1930 e nos EUA em 1971. Isso inaugurou a era do dinheiro por decreto do governo, ou moeda fiduciária, sob a qual vivemos hoje.

Então, como as moedas digitais do banco central se encaixam nessa história? Elas representariam o próximo estágio da decadência monetária. Até agora, os governos lentamente concederam a si mesmos o controle direto sobre a oferta monetária. As MDBCs iriam ainda mais longe e dariam ao governo o controle sobre a distribuição e circulação de dinheiro. A estrutura contornaria o sistema bancário e exigiria que os cidadãos mantivessem dinheiro digital em uma conta no Banco Central.

O fato de os bancos politicamente conectados serem abolidos com a adoção de MDBCs de varejo é provavelmente a maior barreira enfrentada pelo programa. As MDBCs que estão sendo testadas hoje são MDBCs de atacado, ou reservas digitais para os bancos depositarem no Banco Central. O lançamento de MDBCs de varejo diretamente para indivíduos provavelmente ocorreria durante um colapso bancário nacional, quando o governo poderia abandonar os bancos do país sem medo de represálias.

Mas observe a diferença entre a evolução econômica e a corrupção política do dinheiro. Um é escolhido e o outro é imposto. E se algo é imposto, pode ser resistido. Não há nada natural ou inevitável nas MDBCs, apesar do que dizem alguns colunistas de tecnologia. Se um número suficiente de pessoas se rebelasse e dissesse “não”, não haveria MDBCs. Basta olhar para o que aconteceu com a obrigatoriedade de vacina do presidente Joe Biden.

Pessoas de todas as convicções políticas devem se opor as MDBCs. Esse novo sistema bancário nacionalizado permitiria ao governo federal adicionar ou remover reais digitais das contas bancárias das pessoas e rastrear para onde vão esses reais. Os cheques de auxílios poderiam ser depositados e monitorados, talvez até com um limite de tempo. O governo, quando quer impor sanções, poderia tornar os boicotes estrangeiros obrigatórios. O governo federal pode congelar o dinheiro de qualquer pessoa a qualquer momento por motivos que vão desde suspeita de crime até dissidência política. Não faltam implicações preocupantes. E mesmo que algumas pareçam inverosímeis, é ingênuo entregar ao governo o controle total sobre o dinheiro e esperar que eles se abstenham de usar todo esse poder em benefício próprio.

Como qualquer programa governamental, o momento de anular as MDBCs seria antes de serem implementadas. Outro argumento para as MDBCs de varejo é que elas ajudarão os não- bancarizados a acessar o sistema financeiro global. Existem muitas maneiras de resolver esse problema sem violar os direitos de ninguém. Mas se as MDBCs forem usadas, aqueles que dependem dessas moedas serão usados ​​para difamar qualquer um que tente reverter o programa. “Tire nosso controle sobre o dinheiro e os pobres serão cortados da economia” será a ameaça implícita usada pela classe política, disfarçada em linguagem compassiva.

As moedas digitais do banco central não são uma tecnologia financeira nova e inovadora. Elas representam o próximo estágio na corrupção do dinheiro provocada pelos governos. Mas se um número suficiente de pessoas estiver ciente dos perigos representados por um sistema bancário nacionalizado, o programa MDBC de varejo pode nunca decolar. Como é muito mais difícil reverter um programa do governo do que interromper a implementação de um, agora é a hora de repreender alto e assertivamente o governo por ousar considerar uma tomada de poder tão flagrante.

 

 

Artigo original aqui

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Como quase todos os países do mundo já estão agindo para implementar sua moeda digital do Banco Central, temos um movimento de pessoas se organizando para oferecer maneiras de continuar transacionando fora do sistema MDBC.

Veja o evento CBDC Opt Out Challenge, que conta com a participação de James Corbett (vídeo abaixo).

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