Em minhas aulas, preparo alunos de graduação para se tornarem professores de história do ensino médio. Em um curso, os candidatos a professores preparam e ministram aulas simuladas. Seus colegas desempenham o papel de alunos do ensino médio, e eu observo e dou feedback após essas aulas práticas. Seja coincidência ou um reflexo dos tempos, neste outono muitas lições simuladas trataram da ascensão do totalitarismo. Em uma excelente aula, um candidato a professor fez seus alunos examinarem os contextos que deram origem ao totalitarismo. Ele acompanhou esta lição com um trecho de um livro de história mundial listando características do totalitarismo.
Esta lição atingiu o verdadeiro propósito de incluir o totalitarismo nos currículos do ensino médio. O propósito não é honrar pessoas como Hitler, Stalin ou Mussolini. Nem é fornecer os métodos do totalitarismo como um manual de instruções a seguir. Em vez disso, o propósito de ensinar sobre o totalitarismo é dar um aviso: observe bem as condições que produziram o totalitarismo, para que você possa reconhecê-las e evitá-las. Ao observar a aula desse candidato a professor, não pude deixar de pensar nesse propósito no contexto de nosso tempo presente.
Uma passagem do livro usado na lição me preocupou mais: “Líderes totalitários muitas vezes criam ‘inimigos do estado’ para culpar por coisas que dão errado. Frequentemente, esses inimigos são membros de grupos religiosos ou étnicos. Muitas vezes esses grupos são facilmente identificados e submetidos a campanhas de terror e violência. Eles podem ser forçados a viver em certas áreas ou serem sujeitados a regras que se aplicam apenas a eles” (pág. 876).
Criar um inimigo do Estado requer apartação: um processo de desumanização através da marginalização de um grupo de humanos como algo diferente, inferior e distinto. Esses outros grupos tornam-se um alvo fácil de bode expiatório, levando injustamente a culpa pelos males de uma sociedade.
A história está repleta de exemplos de apartação. Os gregos antigos se diferenciavam com base na linguagem, rotulando aqueles que não falavam gregos de bárbaros. Nos Estados Unidos, a escravidão e a segregação eram sustentadas por meio da apartação baseada na cor da pele. Na Alemanha nazista, Hitler se baseou na religião, colocando os judeus como inimigos do Estado.
A apartação frequentemente joga com os estereótipos e medos das pessoas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os homens negros foram classificados como “bandidos”, jogando com medos sobre violência e criminalidade. Em outro exemplo, as autoridades de saúde pública na Polônia ocupada pelos nazistas jogaram com o medo humano primordial da doença. Cartazes de propaganda proclamavam “Judeus são piolhos: eles causam tifo”.
Agora, alguns políticos estão apartando os “não-vacinados”. Esses políticos tentam usar de bode expiatório e marginalizar esse grupo minoritário, apesar de saber que pessoas vacinadas e não vacinadas podem contrair e espalhar o COVID-19. Abaixo, forneço as palavras de três políticos como exemplos de linguagem de apartação. Eu também encorajo você a ler suas palavras no contexto.
Nos Estados Unidos, a coletiva de imprensa do presidente Joe Biden em 9 de setembro anunciou decretos abrangentes sobre vacinas. Ele expressou que “muitos de nós estão frustrados” com pessoas não vacinadas. Ele as culpou pela continuação da pandemia; Biden afirmou que essa “pandemia dos não-vacinados” foi “causada por… quase 80 milhões de americanos que não tomaram a vacina”. Ele culpou “uma distinta minoria de americanos” por “nos impedir de virar a página”. E ele prometeu: “Não podemos permitir que essas ações atrapalhem a proteção da grande maioria dos americanos que fizeram sua parte e querem voltar à vida normal”.
Em uma entrevista de 17 de setembro no talk show de Quebec La semaine des 4 Julie, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau classificou aqueles que se opõem à vacinação de “misóginos” e “racistas”. Em seguida, exclamou que o Canadá precisava fazer uma escolha: “Toleraremos essas pessoas?”
Na França, o presidente Emmanuel Macron deu uma entrevista ao Le Parisien em 4 de janeiro. Nesta entrevista, ele categorizou os não-vacinados como não-cidadãos, referiu-se às suas “mentiras e estupidez” como os “piores inimigos” da democracia e proclamou “Eu realmente quero provocar [os não-vacinados].” Macron argumentou que essas pessoas não vacinadas são apenas “uma minoria muito pequena que está resistindo” e fez uma pergunta assustadora: “Como reduzimos essa minoria?”
Nessas comunicações, Biden, Trudeau e Macron empregaram várias práticas de apartação.
- Eles criaram um grupo majoritário, sinalizado pelo uso da primeira pessoa do plural (nós, nosso), e um grupo minoritário, sinalizado pelo uso da terceira pessoa do plural (eles, deles).
- Eles jogam a culpa pelas políticas de pandemia do governo sobre esse outro grupo (“impedindo-nos de virar a página”).
- Eles usaram palavras para sinalizar ao grupo que eles deveriam estar com raiva do outro grupo apartado (“muitos de nós estão frustrados”, “eu realmente quero provocá-los”).
- Trudeau e Macron usaram especificamente rótulos que desvalorizavam esse outro grupo: misóginos, racistas, inimigos, não-cidadãos.
- O mais preocupante é que Macron e Trudeau questionaram se e como eliminar esse outro grupo (“Toleraremos essas pessoas?” e “Como reduzimos essa minoria?”).
Minha esperança é que tudo isso não passe de retórica política que ninguém vai levar à sério – fanfarronice vazia que esses políticos esperam que marque alguns pontos de popularidade com sua base eleitoral. Meu medo é que não. De qualquer forma, essa perigosa linguagem de apartação deve ser reconhecida e condenada.
Os historiadores estudam a causalidade: contextos, condições, eventos e seus resultados. Examinamos as condições que produziram a escravidão, o gulag, o Holocausto, Jim Crow, Ruanda. Esta não é uma tentativa de igualar as atuais políticas de pandemia com essas tragédias passadas.
Pelo contrário, esta é uma chamada de atenção. Já vimos essas condições antes e vimos aonde elas levam. Devemos parar – esse caminho leva à escuridão.
Artigo original aqui
E, enquanto isso, a Big Pharma faturando bilhões (ou trilhões).
Os pandeminions perderam seus direitos?
A partir do momento que você nega a propriedade absoluta do corpo do indivíduo você está tratando o ser humano como um animal.
Oras existe a regra de ouro da economia:
Trate os outros como gostaria de ser tratado.
Existe também a noção da justiça libertária: você só possuí direitos enquanto vc respeita os direitos dos outros. Por exemplo agressão é errado se você está agredindo uma pessoa pacífica, porque um assaltante violento perdeu seus direitos ao não respeitar os direitos de terceiros.
Então no meu modo ver os pandeminions ao defender o uso da violência policial para violar a propriedade absoluta do corpo perderam seus direitos e para sempre vou tratá-los como uma subespécie do ser humano! Até para mantêr uma simetria no tratamento que eles me oferecem e imaginando sempre que estou lidando com adultos coerentes e se me tratam dessa forma é porque eles gostam de ser tratados assim também!
O problema substancialmente, é que a ditadura nazicovidiana é sutil. Ela é frágil e ao mesmo tempo terrível. Porque a opressão está em tornar a dissidência cada vez mais marginalizada. O inimigos públicos por assim dizer. Só que ao mesmo tempo em que eles tornam a vida dos indivíduos um inferno cotidiano de maneira progressiva, o sistema tem uma porta de saída simples: basta tomar o zykoln b. Considerando algum desvio padrão qualquer, para a vasta maioria dos indivíduos é só um placebo inofensivo.
O que aconteceria se todos tomassem o zykoln b? os políticos ficariam sem a sua festa dos maníacos por controle. Eles não teriam mais nada. Portanto no final, o que o sistema quer é somente enriquecer o complexo industrial farmacêutico. Todo o político é um pequeno Lenin em desenvolvimento – esse foi o último psicopata e genocida brilhante. Evidente que eles gostam disso. Mas vai chegar um momento que vai ser somente pela grana. Eu já não acredito mais em uma distopia totalitária. É só mesquinharia por dinheiro e poder mesmo. Hoje eu acredito como o professor do artigo: ” tudo isso não passe de retórica política “.
A minha vida social acabou, assim, o sistema não tem como me obrigar a tomar o zykoln b com alguma chantagem. A única maneira que eu vejo hoje tomar o placebo é eles recusarem atendimento médico de urgência para os dissidentes. Aí vai ser complicado… espero que isso não aconteça.
Excelente artigo! a aula do professor de ensinar o totalitarismo me lembrou na hora o experimento ” A Terceira Onda”, que resultou em um espetacular filme alemão chamado “Die Welle”
Análise perfeita de reconhecimento na formação do totalitarismo. E é o que ocorre hoje sobre os povos em todo o mundo. Precisamos agora de uma análise para sair dessa “sinuca de bico”.