Por mais que, à princípio, possa parecer estranho fazer uma associação da família tradicional com o anarquismo, não há dúvida nenhuma de que a família é a expressão máxima de uma ordem natural espontânea e descentralizada. Afinal, a família não foi criada por decreto estatal, nem veio à existência por imposição governamental. Não foi o estado, o governo ou a classe política que criaram a família. A família já existia antes de todos eles.
Se você se casou e tem filhos, certamente não fez isso porque um político mandou ou porque o governo ordenou que você o fizesse. Aconteceu naturalmente. Da mesma forma, antes de você, seus pais também o fizeram de forma totalmente espontânea e natural, e não porque o governo assim o decretou. E o mesmo se deu com todos os seus ancestrais. De fato, a família tradicional precede a criação do estado, e — no decorrer da história humana — mostrou ser o expoente e a expressão máxima da civilização. A família tradicional é a estrutura basilar, o eixo axial da sociedade humana, em torno do qual todas as demais atividades e acontecimentos gravitam. E é por essa razão que ela é tão vilipendiada e atacada atualmente, tanto pelo estado positivista pós-moderno quanto pelo establishment progressista, que faz de tudo para destruí-la, desacreditá-la e desestabilizá-la.
Desde o alvorecer da história, a família tradicional mostrou ser o alicerce da civilização. O homem saía para trabalhar e a mulher ficava encarregada das tarefas domésticas e da criação dos filhos. Por milênios, foi assim que a família se comportou, com pouca ou nenhuma alteração nessa conjuntura. No século XX, no entanto — com a ascensão do feminismo e do progressismo, que culminou com a “emancipação” das mulheres —, a dinâmica familiar mudou drasticamente; mas não necessariamente para melhor.
Com o liberalismo social da contracultura que atingiu o seu ápice na segunda metade da década de 1960, as mulheres tornaram-se mais promíscuas, e o sexo antes do casamento, que antes era vulgar e religiosamente reprimido, tornou-se demasiadamente comum. A partir da década de 1970, a contracultura progressista obteve êxito em consumar a degeneração da família tradicional, que culminou com a explosão da geração do divórcio de 1980. A partir desse período, casamentos passaram a durar cada vez menos, e a família tradicional — enquanto estrutura social —, passou a definhar gradativamente, em virtude dos ataques cada vez mais fulminantes de ideologias degradantes que lutavam para colocar as mulheres contra os homens, além de normalizar a promiscuidade e o liberalismo.
Toda essa decadência e degeneração desenfreadas — que são consequências de ataques diretos e indiretos do sistema contra a família tradicional — podem ser sentidas de forma superlativa em países como o Japão. Nação que em um passado nem tão distante assim foi a expressão máxima do tradicionalismo e da cultura patriarcal, o Japão do século XXI é uma nação muito diferente da que costumava ser no passado, e hoje enfrenta uma irrefreável decadência, com taxas de matrimônio, fecundidade e natalidade em declínio frenético ano após ano.
Hoje, japoneses e japonesas se casam cada vez menos; a perda de habilidades sociais transformou esse povo — um dos mais culturalmente relevantes na história da civilização humana — em uma multidão de solitários complexados e disfuncionais, o que também pode ser averiguado pela maximização desenfreada da produção e do consumo exacerbado de pornografia, que normalizou uma cultura de degradação, degeneração e decadência social, que se acentuou de forma inexorável nas chamadas décadas perdidas (décadas de 1990 a 2010, em que o Japão estagnou economicamente em consequência de desenfreado e ininterrupto keynesianismo).
Infelizmente, hoje o Japão é um dos maiores produtores mundiais de filmes pornográficos, tendo uma das maiores indústrias do segmento. Tendo sido uma nação de homens corajosos, aguerridos e beligerantes, que há séculos atrás começavam a trabalhar quando ainda eram crianças pequenas, eram recrutados e lutavam nas guerras dos xogunatos armados apenas com uma katana, e quando necessário cometiam haraquiri — sacrifício ritual suicida executado para restaurar a honra — para reparar uma infâmia e assim manter o nome e a glória ancestral de sua dinastia intactos, hoje esse país outrora esplendoroso se transformou em uma nação de adolescentes tardios de trinta anos de idade que leem história em quadrinhos, nunca conversaram com uma mulher na vida, interagem com outras pessoas apenas através das redes sociais, cultivam fetiches bizarros, compram bonecas sexuais e jogam videogame o dia inteiro. A degradação e a degeneração institucionalizada da Flower Power Generation cobrou o seu preço até mesmo nas sociedades mais avançadas da civilização.
Apesar de todos esses ataques persistentes e disruptivos que são executados há décadas, a família tradicional — apesar de combalida — continuou a existir. A promiscuidade degradante do liberalismo social e as pressões econômicas causadas por um nível de intervenção estatal cada vez mais exacerbado na economia não foram capazes de acabar em definitivo com a família tradicional, o que sempre foi uma ambição dos marxistas, que consideravam a família tradicional uma instituição “burguesa”, e se opunham ativamente a ela justamente porque sabiam que a família tradicional, além de ser uma inimiga natural e intransigente da revolução, era antiestatista por natureza, visto que, enquanto organização hierárquica e espontânea, sempre fez questão de exercer sua autonomia e independência em todos os seus assuntos e tarefas, jamais necessitando do estado para viver, se organizar, se manter e prosperar. Na verdade, assim permaneceu por milênios, antes de virar alvo de degradantes ideologias modernas, que assumiram o objetivo de eliminar e destruir a família tradicional por completo.
O famoso psicanalista marxista Wilhelm Reich dedicou boa parte do seu livro Psicologia de Massas do Fascismo a demonizar ativamente a família tradicional, e considerá-la responsável por quase todas, senão todas, as mazelas que afligem o mundo. No entanto, nesse livro, Reich cita passagens escritas por um clérigo religioso — por ele identificado apenas como Braumann —, citando-o como exemplo da “ideologia reacionária”. Uma relevante passagem de Braumann destacada por Reich sobre a degradação e a degeneração promovidas pelo marxismo diz o seguinte:
“Isso serve para destruir tanto a vida familiar como a religião… O mais preocupante são os danos causados pelo bolchevismo no plano sexual. Através da corrosão da vida familiar e conjugal, favorece todo tipo de degradação moral, chegando ao ponto de permitir relações antinaturais entre irmãos, pais e filhos. [Isto é uma referência à abolição da punição do incesto na União Soviética.] O bolchevismo já não conhece qualquer inibição moral.”
Ou seja, a família tradicional — a expressão máxima do anarquismo — incomoda significativamente revolucionários marxistas porque eles tem plena consciência de que a família tradicional é e sempre foi um anátema para o estado e suas aspirações onipotentes, porque sua existência, cultura e modo de vida sempre mostraram ativamente como o estado é descartável e desnecessário para a manutenção da ordem social.
Ou seja, fica muito evidente que enquanto existir a família tradicional, a sociedade será plena, produtiva e funcional. Consequentemente, os indivíduos terão autonomia, controle e poder sobre a própria vida. Não precisarão nem dependerão do estado para nada. Isso compromete ativamente os planos marxistas revolucionários de um estado onipotente, que tenha controle sobre tudo e sobre todos.
Para conquistar esse objetivo, é fundamental fazer com que todas as pessoas dependam do estado. Para que todos os indivíduos dependam do estado, é fundamental desmantelar a família tradicional (bem como toda a religiosidade que a resguarda). Assim — e somente assim — o estado pode se tornar o epicentro e o baluarte máximo da sociedade, se tornando um deus absoluto sobre tudo e sobre todos. Para que essas aspirações sejam consolidadas, no entanto, é fundamental destruir a família e tomar o seu lugar.
Por essa razão, desintegrar a família tradicional tornou-se um objetivo central dos marxistas revolucionários, bem como de muitos outros grupos políticos e culturais progressistas. A família tradicional sempre foi um obstáculo hercúleo para as revoluções culturais, políticas e sociais da esquerda, e por isso ela é tão vilipendiada, hostilizada e odiada.
Apesar de todos esses ataques persistentes, a família tradicional continuou existindo e sendo o eixo axial da civilização, da economia, do progresso e do desenvolvimento. Atualmente, a grande maioria das pequenas e médias empresas são organizações familiares, e uma expressiva parcela de toda a atividade econômica mundial depende delas. Apesar de todos os ataques impenitentes e avassaladores da militância e do establishment progressista, a família tradicional resiste e continua carregando a civilização nas costas. Nada do que a esquerda fazia parecia capaz de dar fim definitivo à família. Os marxistas falharam no seu propósito declarado de desintegrar a família tradicional. Mas isso não significa que eles se deram por vencidos ou que desistiram de sua nefasta empreitada.
Da mesma forma, o progressismo — especialmente através do feminismo — sempre persistiu em atacar de forma desenfreada e contundente a família tradicional (também descrita como patriarcal e burguesa), promovendo todo o tipo de aberrações abomináveis, em suas persistentes tentativas de desintegrá-la. A ativista feminista britânica Sophie Lewis, autora de livros como Full Surrogacy Now: Feminism Against Family, é uma entusiasta da desintegração da família tradicional. No seu livro, ela propõe verdadeiras abominações parentais e pedagógicas, se atrevendo a sugerir que crianças devem ser educadas, não pelos pais, mas pelo coletivo.
Esse tipo de sugestão não é nenhuma novidade. Ativistas como Sophie Lewis pretendem apenas normalizar algo que foi relativamente comum no auge da contracultura. Pessoas que tiveram esse tipo de “educação” durante a infância — como celebridades de Hollywood, como o ator Joaquin Phoenix e a atriz Winona Ryder, o primeiro criado em uma seita excêntrica chamada Children of God e a segunda em uma comunidade hippie psicodélica — relataram sofrer todo o tipo de abusos nas mãos dos diversos adultos que viviam nessas comunidades, quando eram crianças.
Em um ambiente assim — sendo criadas pelo coletivo — crianças ficarão suscetíveis a todo o tipo de abusos físicos, sentimentais e sexuais. Além do risco à própria vida das crianças, elas estarão propensas a desenvolver traumas emocionais e psicológicos severos, tendo enormes chances de se tornarem adultos problemáticos e desajustados. Propor a normalização de aberrações dessa natureza é algo que só poderia ser produto da mentalidade doentia e deturpada de marxistas. É conhecimento consumado o fato de que crianças sempre serão mais bem cuidadas pelos seus pais biológicos do que por estranhos, assim como é muito mais provável que uma criança seja sexualmente molestada por um estranho do que por seus próprios pais.
Sugerir que crianças sejam educadas e cuidadas pelos diversos adultos de um grupo coletivo ou de uma comunidade livre ao estilo hippie equivale a negligenciar completamente a segurança física e emocional delas, deixando-as totalmente vulneráveis a ação de predadores sexuais, além de deixá-las suscetíveis a muitos outros perigos. A irresponsabilidade desse tipo de sugestão é não apenas criminosa, como altamente nociva e maligna. Mas os marxistas e as feministas — ávidos por destruir a família tradicional —, não se importam com nada nem com ninguém, muito menos com a segurança das crianças. Eles apenas querem ver a família tradicional extinta, não importa a que preço.
Como se todas as tentativas de desmantelar a família tradicional não fossem suficientes, o establishment progressista sempre tentou promover uniões homossexuais como uma alternativa à família tradicional, que pode e deve ser igualada a esta no nível de importância social e civil; o que, evidentemente, é algo que nunca aconteceu e jamais acontecerá, por razões óbvias. Primeiramente, uniões homossexuais — sejam elas constituídas por dois homens ou duas mulheres — não podem reproduzir ou gerar descendência; são portanto, estéreis e antinaturais.
Em segundo lugar, essas uniões, em sua maioria, são o resultado de militância ativa coordenada por décadas, que normalizou comportamentos que até pouco tempo atrás não seriam socialmente aceitáveis. Não obstante, a verdade é que a militância progressista decidiu defender homossexuais muito mais como uma forma de atacar a família tradicional, se rebelar contra os padrões socialmente (e naturalmente) estabelecidos e recrutar idiotas úteis para a causa, do que por qualquer genuína preocupação que ela tivesse pelos indivíduos que fazem parte deste grupo. Promover uniões homossexuais é apenas uma forma de tentar desmantelar a família tradicional e exibi-la como uma estrutura social arcaica, obsoleta e ultrapassada. Essa é a principal razão pela qual progressistas defendem uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Apesar de todos os ataques que sofreu no passado e continua sofrendo no século XXI, a família tradicional continua e continuará a ser o eixo axial e a principal estrutura da sociedade humana. Isso não mudou e nunca vai mudar, por diversos motivos. Sendo a expressão máxima do anarquismo, a família tradicional é — por excelência — a guardiã da ordem natural. E a ordem natural deriva todas as potencialidades e axiomas dos seus princípios fundamentais do fato de que ela é absolutamente imutável, sendo uma expressão natural da condição humana.
Ou seja, por mais que o estado positivista, o feminismo, o ativismo anti-homem branco e o establishment progressista se oponham com veemência à família tradicional, ela continuará existindo, pelo simples fato de que os homens continuarão se apaixonando por mulheres, se casando e tendo filhos, assim gerando uma descendência, a possibilidade de transmitir os seus valores à sua linhagem e dessa forma perpetuar a espécie humana. Isso faz parte de instintos intrínsecos aos condicionamentos humanos. Jamais irá mudar. É demasiadamente utópica e irrealista a fantasia progressista de acreditar que a natureza humana pode ser suprimida por uma ideologia artificial ou alterada por decreto estatal.
Mesmo que o estado tentasse suprimir a família tradicional por decreto, ela não desapareceria. Os instintos, a imutabilidade e os princípios inerentes à natureza humana se encarregariam de desmantelar todos os obstáculos artificiais criados por ideologias antinaturais, para dar vazão aos anseios inerentes da espécie. A esquerda política, portanto, pode continuar relinchando e reclamando. A família tradicional vai continuar existindo, porque formar e constituir famílias é inerente à condição humana; tentar extinguir, tornar ilegal ou suprimir a família tradicional seria o mesmo que tentar mudar o movimento de rotação e translação da Terra por decreto estatal. A verdade é que a ordem natural é imutável e não se inclina perante abominações ideológicas e fetiches positivistas, porque ela é muito maior e muito mais forte do que todas as aberrações antinaturais que lutam contra ela.
A família tradicional é — por extensão — o próprio sustentáculo da civilização. Se o estado decidisse abolir a família, o matrimônio e proibisse os homens de se apaixonarem e se envolverem com mulheres, eles se tornariam mais discretos em seus relacionamentos românticos, mas sua natureza jamais seria apagada ou alterada, e acima de tudo, eles jamais deixariam de fazer aquilo que está programado de forma profunda e imutável em seu DNA. Por mais que os progressistas sejam incapazes de compreender verdades fundamentais, a realidade mostra efetivamente que é sumariamente impossível controlar ou modificar a natureza humana por meio de leis positivadas ou de decretos estatais.
Os ataques desferidos de forma implacável pelo marxismo, sobretudo, mas não exclusivamente, no ocidente, deixaram a família tradicional relativamente enfraquecida, o que é perceptível pela queda drástica no número de casamentos e no aumento dos divórcios nas últimas décadas. Não obstante, é formidável perceber que, apesar de todos os ataques contundentes que sofre — por vezes tendo ficado irremediavelmente combalida —, a família tradicional continua incólume como o verdadeiro baluarte atemporal da sociedade humana.
Tradicionalista, anarquista, guardiã da ordem natural — é verdade que muitas vezes de forma involuntária e inconsciente —, a família tradicional, apesar de todas as agressões injustas de que é vítima, resiste de forma inabalável através dos tempos. As necessidades intrínsecas de homens e mulheres, inerentes à condição humana, garantem a continuidade da instituição familiar. E assim a família prevalecerá e permanecerá, pelos séculos e milênios que virão, como o axioma máximo da civilização.
Caramba Wagner.
Nesse artigo aqui você transcendeu.
Excelente.
Estamos vivendo a volta ao estágio das cavernas. O macho alfa dominava a massa mais fraca de machos, que podiam comer todas as fêmeas, que eram obrigadas a dar para todos os machos e ninguém sabia de quem eram os filhos.
A fêmea de hoje só difere das de antanho por poderem ganhar o seu sustento, escolher para quem dar e caso fiquem prenhas e venham a dar à luz um novo ser, deixa-lo aos cuidados de terceiros bem remunerados. Se bem que a preferência é pela interrupção da gestação como forma de não perder sua individualidade pelo comodismo. Todos se acham invulneráveis, desde que possam ganhar bem para seu sustento, esquecendo que a vida é curta, todos irão envelhecer e a ausência de uma família no final da vida será 9 verdadeiro inferno a que se submeterão antas da partida deste mundo.
Excelente artigo. Eu gosto deste tipo, capaz de ser uma porta para ampliar reflexões.
Existe uma banda de rock que a minha favorita desde sempre: The Doors. Esta provavelmente seja a banda mais intelectual de todos os tempos. O seu vocalista, Jim Morrison, foi o primeiro astro de rock a dizer palavrões no palco, e também por conta disto, o primeiro a ser preso em pleno palco. As revoluções nos costumes, por assim dizer, são paulatinas e graduais, sendo que se nos anos 60 isso ainda podia chocar as platéias, hoje em dia isso é um comportamento naturalizado. Assim é com a família tradicional: paulatinamente sendo destruída em favor de outros tipos de arranjos familiares.
O artigo está certo ao esclarecer os ataques que a família tradicional vem sofrendo no mínimo há mais de 150 anos. E evidentemente ao considera-la como o principal núcleo de resistência ao estado leviatã e anarquista por natureza. Eu não consigo imaginar um casal e seus filhos no café da manhã discutindo a validade das palavras dos políticos para determinar a organização familiar. Pessoas que tem a tendência a aceitar as ordens da máfia estatal moram sozinhas e pertencem a famílias desestruturadas. Mas, na minha opinião, a família tradicional já não existe mais em larga escala, e exerce seu poder de ser um bloqueio como o estado de maneira limitada. A família tradicional hoje vive em um bunker cercada de famílias por todos os lados.
Vejamos o seguinte. A união entre homens e mulheres segue certos códigos biológicos que são impossíveis de conter: a grosso modo é atração sexual. O problema é que a máfia estatal e seus engenheiros sociais vem canalizando seus esforços não para normatizar o casamento homosexual – algo restrito ao mimimi de aristas famosos, algo de relevância zero para a população, majoritariamente conservadora -, mas para destruir o universo masculino dentro da instituição do casamento, através de leis que tornam as mulheres com direitos maiores do que os homens, algo inconcebível quando se espera que todos sejam iguais perante a lei. A mulher surgida da revolução cultural e da ampliação ilegal de seus direitos, transformou o casamento em apenas um namoro ampliado, não algo que surge naturalmente através de um complexo relacionamento namoro/noivado. É verdade que temos homens e mulheres morando juntos, mas esse tipo de arranjo é a favor do estado leviatã, e não contra ele.
Os homens que são fruto da revolução cultural a partir dos anos 60 e que vem sendo massacrados continuamente pelo direito positivo – todos os nascidos a partir de 1970 estão com as mentes danificadas, se mostram cada vez mais a vontade com o feminismo e suas “conquistas”. Em resumo, negam a validade da diferença entre os sexos e seus papéis culturais que formaram o núcleo sociológico do casamento tradicional: homem protege e sustenta a mulher, e esta cuida da casa e das crianças. Dizer hoje em dia que mulher tem esquentar a barriga no fogão e esfriar a barriga na geladeira virou ofensa grave. Acreditar nisso e falar afirmar publicamente é garantia de se tornar um INCEL pro resto da vida. Lamentável.
O homem atual, mesmo quando é casado, diz: a Márcia isso…. no passado, costuma-se dizer a minha mulher – ou esposa, isso… é desfragmentação masculina – acabaram até com o pátrio poder. É o sentimento de que a mulher não é uma posse do homem, mas um ser dotado de direitos mais complexos. Na realidade concreta desta transformação refletida em direito positivo, as mulheres tem as suas próprias delegacias de polícia, a palavra delas vale como prova contra o homem – quase uma fé pública, mulheres ficam com uma pensão mesmo quando necessitam, seus alienações parentais não são levadas em consideração pelos juízes – várias jogam os filhos contra os pais. Tudo isso é fruto do direito positivo, cujo feminismo é só auxiliar em busca de hegemonia cultural. O autor citou de maneira certíssima que o incesto foi descriminalizado na URSS, os filhos nascidos fora do casamento passaram a serem legítimos. Ou seja, um incentivo para a mulher ter uma família para dar nome paterno aos filhos, perdeu-se. O ódio à família tradicional era tão antigo, que os primeiros decretos sobre a família sairam apenas dois meses após os bolcheviques tomarem o poder. Eu já escrevi antes aqui neste Instituto que estatistas tem tempo de sobra para implementar a sua agenda de poder. No Brasil, somente em 1988 acabou-se com a distinção entre filhos nascidos fora ou dentro do casamento.
Existem outros diversos elementos que contribuem para a família ser apenas um aglomerado de pessoas, cujo objetivos estão em consonância com a agenda do sistema em destruir a família tradicional. Dentre eles eu destaco uma tendência entre o poderoso corpo de burocratas do estado em aceitar essa ideologia feminista. Bem remunerados, monopolistas e em sua vasta maioria de esquerda, são um forte fonte de opinião publicada a respeito desta nova fase das famílias. Ser progressista com dinheiro falsificado do governo é facil.
Alguém poderia dizer que os conservadores estão empenhados em preservar os valores da família tradicional e sua existência. Errado. O conservador não tem capacidade de ver a família como um ente revolucionário anti-estatal por natureza, mas como um elemento que visa dar estabilidade ao estado. Eles podem concordar com a dissolução da família tradicional, mas considerando que a família também pode ser ás vezes um elemento opressor, o conservador atual é um reacionário. Além disso, a versão da famíla que ele quer preservar já é o modelo médio que serve ao estado, a aglomeração homem e mulher do namoro ampliado. A família tradicional que deve ser preservada porque é anti-estatal é a surgida do casamento celebrado pela Santa Igreja Católica Romana.
Neste sentido, é possível compreender porque o suposto ateísmo dos movimentos revolucionários atacam somente a Igreja Romana, e nenhuma outra. Um esquerdista aloprado não gosta dos evangélicos, é fato. Mas isso não passa de implicância tática. Ele sabe que só os católicos romanos são um inimigo natural.
Obviamente que eu vejo o casamento tradicional de uma maneira normativa/moral. Muitas vezes não é fácil manter a cabeça no lugar, com a quantidade de estímulos visuais do mundão. Até nisso o sistema consegue incentivar. Aqui em Porto Alegre – que já foi uma cidade conservadora, e hoje é um antro socialista secular com bolsões de resistência -, quando a primeira mulher teve a ousadia de sair de mini-saia na rua nos hoje longínquos anos 70, ela foi perseguida nas ruas e teve que se esconder em uma loja de discos. Hoje os rabos de fora desfilam com a maior naturalidade. Não é ser puritano, mas não é um comportamento que possa fazer bem para uma sociedade que busca compromissos de longo prazo para enfrentar a máfia estatal. Eu associo os níveis de violência e degradação do cotidiano – um pesadelo urbano, a este tipo de liberalismo moral da sociedade, onde somente a máfia estatal tem a ganhar. Os anti-libertários por outro lado, dizem que esse inferno é somente fruto da desigualdade social. Ta bem…
Excelente seus comentários, Maurício! Agregam bastante informação e conteúdo de qualidade, obrigado.
Que texto maravilhoso de ser lido em tempos tão escuros que vivemos. É muito confortador saber que, mesmo inconscientemente, estou (estamos) mantendo, mesmo que a duras penas, a base da civilização e da ordem natural. Muito obrigado por esse texto maravilhoso.
Texto sensacional.
Vai ao encontro do que China faz de melhor.
Destruir a família tradicional.
Acabar com todo e qualquer tipo de religião e crença.
Quem já assistiu o filme sete anos no Tibet sabe do que estou falando.