A Sociedade dos Seguidores de Ordens

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Não vivemos em uma sociedade de pessoas contestadoras e questionadoras, que raciocinam, pesquisam, analisam fatos e pensam por conta própria. Não, longe disso. Vivemos em uma sociedade de seguidores de ordens, com multidões que não hesitam em seguir as opiniões estabelecidas como consenso pela mídia corporativa mainstream. A pandemia de covid-19 de alguns anos atrás mostrou como as massas possuem enorme propensão para seguir ordens sem efetuar qualquer tipo de contestação ou questionamento. Elas veem na televisão jornalistas muito bem pagos para ler textos em um teleprompter e prontamente aceitam toda a informação transmitida como uma verdade absoluta. Qualquer pessoa que se atreva a pensar minimamente fora do eixo convencional estabelecido de emburrecimento institucionalizado é prontamente classificada como um “teórico da conspiração” ou um “negacionista”.

De fato, a sociedade se acostumou com o consenso e o segue de forma irrefletida e obstinada, como se tivesse sido efetivamente condicionada para isso. Pensar e raciocinar por conta própria é praticamente um crime, um delito, uma grave e insidiosa contravenção, uma transgressão abominável e verdadeiramente escandalosa, especialmente se a conclusão a que o livre pensador chegou divergir drasticamente do consenso estabelecido.

É difícil dizer exatamente quando a sociedade se tornou tão facilmente controlada pelos veículos de comunicação de massa. No entanto, antes da invenção da televisão e do rádio, seria impossível consolidar uma sociedade de pensamento homogêneo. A ditadura covid, por sua vez, nos forneceu as circunstâncias propícias para que verificássemos in loco quão ostensivamente manipulada uma grande parte da sociedade é. As massas realmente levam muito a sério aquilo que aparece na televisão (especialmente quando há uma aparente ameaça à vida delas).

O que a ditadura covid fez foi institucionalizar de fato um estado de medo baseado na manutenção de um fervoroso e irrefreável ciclo de pânico permanente, veiculando incessantemente informações sobre a mortandade de uma aparente pandemia e o vírus que supostamente ameaçava a humanidade. O sensacionalismo midiático foi simplesmente assombroso.

Inúmeros canais de televisão passaram a se dedicar quase que exclusivamente a isso. Todos eles, no entanto, recorreram a estratégias muito similares de manipulação sistemática da informação, com claro viés de confirmação. Eles exploravam o medo da infecção e da morte de forma contumaz, mostravam números da crescente mortandade para justificar o pânico e exerciam uma sagaz operação psicológica através da manipulação emocional.

Fatos concretos, dados científicos e estudos analíticos realizados de forma independente, revisados por pares e sem viés de confirmação, foram sumariamente ignorados (ainda que tenham sido produzidos em abundância, as emissoras de televisão preferiram fingir que eles não existiam). Durante o primeiro estágio da pandemia, houve uma queda de aproximadamente 90% dos diagnósticos de gripe. O fato da temporada sazonal de influenza ter sido simplesmente ignorada, como se nem sequer existisse, foi no mínimo alarmante. Algo que, por si só, seria suficiente para despertar a curiosidade de todo bom jornalista e as suspeitas de qualquer cientista com o mínimo de escrúpulos.

Não obstante, no auge da pandemia, as pessoas inteligentes, de elevada capacidade analítica, inclinadas à investigar o assunto por conta própria, se dividiram em dois grupos: houve aqueles que se integraram à massas de usuários de máscaras e fanáticos por álcool gel, simplesmente porque não desejavam se incomodar, e pretendiam tentar conduzir suas vidas mais ou menos dentro da normalidade, e houve aqueles que contestaram a ditadura sanitária abertamente, em seus mais variados aspectos. Sem dúvida nenhuma, as pessoas do segundo grupo se incomodaram muito mais.

As pessoas inteligentes que decidiram ficar invisíveis, se mesclando à multidão, fingindo aderir à histeria, usando máscara em público, mas tirando a máscara assim que ficavam sozinhas, e que fingiram se vacinar e compraram passaportes falsos de vacina, o fizeram principalmente porque sabiam ser um exercício de futilidade tentar convencer amigos, conhecidos, colegas de trabalho e parentes próximos sobre a farsa. Pessoas inteligentes tem plena consciência de que elas são raras; a maioria das pessoas é facilmente manipulada pelos meios de comunicação de massa, e é muito difícil persuadir o rebanho de seguidores de ordens a desenvolver suas faculdades de raciocínio.

Durante a pandemia, as pessoas contaminadas pela histeria da mídia corporativa mainstream se tornaram escravas do medo e do pânico, sendo completamente incapazes de raciocinar. As massas definitivamente não foram guiadas pelo exercício do raciocínio lógico, pela leitura de artigos científicos ou pela pesquisa meticulosa baseada na verdadeira ciência. Não, longe disso. A maioria das pessoas tinha suas crenças e seu comportamento totalmente moldado pela histeria midiática realizada em cima da suposta pandemia.

Portanto, em muitas circunstâncias — mesmo tendo informações verossímeis sobre o que estava acontecendo —, conversar com as pessoas sobre a ciência real era de fato uma tarefa totalmente inútil. É possível dialogar e tentar convencer pessoas cujo comportamento é totalmente baseado na histeria emocional? Não, na grande maioria dos casos, não é.

As pessoas que aderiram à histeria eram, em uma avaliação prática, pessoas emocionais, e esse foi o principal motivo pelo qual elas cederam com tanta facilidade à uma propaganda que usou em grande parte o medo, o pavor e o pânico para persuadir as massas. Tentar apelar a essas pessoas usando a racionalidade é, infelizmente, um exercício de futilidade.

Portanto, as pessoas inteligentes que se integraram à multidão durante a ditadura covid o fizeram para se preservar de discussões inúteis. De fato, conversar com pessoas cuja capacidade analítica é inferior a de um protozoário não leva uma pessoa inteligente a lugar nenhum. As massas tem uma crença quase absoluta em tudo aquilo que veem na televisão, e não contestarão nenhuma informação que ela lhe transmite.

Por outro lado, as pessoas inteligentes que questionaram e contestaram todos os aspectos da ditadura sanitária sofreram retaliação, das mais graves às mais circunstanciais, variando de um caso para outro. Sabemos que cientistas íntegros e médicos corajosos foram censurados, pessoas comuns perderam seus empregos e a restrição à liberdade de movimentos — com direito a toques de recolher em algumas partes do mundo, com intervenção direta da polícia em muitos casos — exigiu enorme coragem de inúmeras pessoas que se insurgiram com determinação contra a ditadura. Seja porque desejavam levar uma vida normal, dentro da medida do possível, seja porque estavam desgastadas e pessoalmente indignadas com a difusão e a aceitação em massa de uma mentira tão absurda.

Portanto, verifica-se que, se há uma coisa que a ditadura covid nos mostrou, é que a maioria das pessoas é altamente influenciada pela mídia corporativa mainstream. Ela influencia praticamente todos os aspectos da vida das pessoas comuns, sempre tão cheias de opiniões sobre tudo — apesar de não lerem um livro sequer, e muitas vezes não passarem os olhos nem mesmo em um artigo sobre determinado assunto.

Infelizmente, é fato incontestável que as massas atribuem à televisão uma condição quase divina, como se o que os jornalistas leitores de teleprompter dissessem fosse uma verdade absoluta, que não pode ser contestada ou questionada, de nenhuma forma, maneira ou circunstância. Pelo contrário, chega a ser um ato de blasfêmia, um sacrilégio, contestar ou questionar o que o jornalista leitor de teleprompter falou na noite passada, em determinado canal de televisão. Você deve acreditar em tudo o que ele disse sem fazer questionamentos, assim como as massas obedientes especialistas em subserviência fazem.

Evidentemente, não é apenas com relação a covid que uma pessoa inteligente pode suscitar polêmicas ou controvérsias, se — à respeito de determinados assuntos — ela manifestar opiniões que divergem do consenso estabelecido. E não importa o quão alicerçada em relevante informação científica, princípios éticos ou fatos históricos sejam essas opiniões. Mudanças climáticas e aquecimento global, colonialismo europeu, igualdade, feminismo e os supostos direitos das mulheres, armamento civil, a imoralidade inerente do estado, a equivalência entre impostos e extorsão, direitos de propriedade e os direitos inalienáveis do indivíduo são excelentes exemplos de tópicos cujas verdades fundamentais certamente são consideradas demasiadamente desagradáveis e pouco ortodoxas para o establishment vigente.

Não obstante, o consenso das massas nos mostra como são poucas as pessoas inteligentes, como são poucas as pessoas dispostas a pensar e como são poucas as pessoas dispostas a pesquisar determinados assuntos por conta própria. A maioria das pessoas simplesmente aceita como uma verdade absoluta aquilo que é difundido pela televisão, sem questionar ou contestar absolutamente nada. E elas ainda tem a ousadia de se considerarem bem informadas.

Muitos acham tal atitude justificável, porque a maioria das pessoas faz exatamente a mesma coisa, como se o fato da maioria acreditar em uma determinada opinião automaticamente faz com que tal opinião se torne correta. E então essas mesmas pessoas se sentem escandalizadas — ou até mesmo ofendidas — quando alguém que pensa, raciocina e exerce a sua competência analítica, emite uma opinião completamente diferente, depois de ter pesquisado meticulosamente sobre determinado assunto.

É fato incontestável que a maioria das pessoas não sabe pensar, só sabe obedecer. Elas seguem ordens e continuarão a seguir ordens sem contestar ou questionar coisa alguma, dominadas e condicionadas que são pela televisão e pela mídia corporativa mainstream. Quando o pânico e o pavor de uma suposta ameaça são inseridos no contexto social, a tendência das massas para a obediência cega e irracional é sumariamente ampliada.

Definitivamente, a sociedade em que vivemos não estimula o pensamento crítico ou o raciocínio lógico independente. As massas são condicionadas a seguir ordens — como autômatos previamente programados — e devem se resignar a obedecer sem contestar ou questionar coisa alguma. Se os “especialistas” falaram na televisão, então as massas devem se limitar a fazer tudo aquilo que foi dito.

Infelizmente, serão poucas as pessoas que conseguirão escapar dessa programação de subserviência institucionalizada, para desenvolver um raciocínio independente, aprendendo a exercer o pleno potencial de suas faculdades cognitivas.

A maioria das pessoas permanecerá agindo como um escravo do sistema, sem nunca tomar consciência disso.

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