Cabul ruiu – mas não culpem Biden

0
Tempo estimado de leitura: 3 minutos


16 de agosto 2021 – Neste fim de semana, os EUA experimentaram outro “momento Saigon”, desta vez no Afeganistão. Depois de uma guerra de 20 anos que drenou trilhões dos bolsos dos americanos, a capital do Afeganistão caiu sem lutar. O regime corrupto de Potemkin que os EUA vinham sustentando por duas décadas e os militares afegãos nos quais tínhamos gasto bilhões em treinamento simplesmente desapareceram.

A corrida agora é para encontrar alguém para culpar pelo caos no Afeganistão. Muitos dos “especialistas” que apontam o dedo são os maiores culpados. Políticos e analistas que bancaram os líderes de torcida nesta guerra por duas décadas agora estão correndo para culpar o presidente Biden por finalmente tirar os Estados Unidos dela. Onde eles estavam quando os presidentes sucessivos continuaram a adicionar tropas e expandir a missão no Afeganistão?

A guerra dos EUA no Afeganistão não foi perdida ontem em Cabul. Perdeu-se no momento em que passou de uma missão limitada de prender aqueles que planejaram o ataque em 11 de setembro para um exercício de mudança de regime e construção de nação.

Imediatamente após os ataques de 11 de setembro, propus que emitíssemos mandados de busca e apreensão para levar os responsáveis à justiça. Mas essa resposta limitada e direcionada ao ataque foi ridicularizada na época. Como a máquina de guerra dos EUA e todos os seus aproveitadores aliados ganhariam bilhões se não travássemos uma guerra massiva?

Então, quem é o culpado pelas cenas do Afeganistão neste fim de semana? Há muitos para culpar.

O Congresso chutou o balde por 20 anos, continuamente financiando a guerra afegã muito depois de terem entendido que não havia sentido a ocupação americana. Houve alguns esforços de alguns membros para acabar com a guerra, mas a maioria, numa base bipartidária, apenas concordou em se dar bem.

Os generais e outros oficiais militares de alto escalão mentiram para seu comandante-chefe e para o povo americano durante anos sobre o progresso no Afeganistão. O mesmo é verdade para as agências de inteligência dos Estados Unidos. A menos que haja um grande expurgo daqueles que mentiram e enganaram, podemos contar com esses desastres para continuar até que o último dólar americano vire fumaça.

O complexo industrial militar passou 20 anos no trem da alegria com a guerra do Afeganistão. Eles construíram mísseis, eles construíram tanques, eles construíram aeronaves e helicópteros. Eles contrataram exércitos de lobistas e redatores de think tanks para continuar a mentira que os estava tornando ricos. Eles embrulharam sua corrupção na bandeira americana, mas são o oposto dos patriotas.

A grande mídia tem repetido sem crítica a propaganda dos líderes militares e políticos sobre o Afeganistão, Iraque, Síria e todas as outras intervenções inúteis dos EUA. Muitas dessas empresas de mídia são propriedade de empresas ligadas à indústria de defesa. A corrupção é profunda.

Os cidadãos americanos também devem compartilhar alguma culpa. Até que mais americanos se levantem e exijam uma política externa pró-América e não intervencionista, eles continuarão a ser espoliados pelos aproveitadores da guerra.

O controle político no Afeganistão voltou para as pessoas que lutaram contra aqueles que consideravam invasores e pelo que consideravam sua pátria. Essa é a verdadeira lição, mas não espere que seja entendida em Washington. A guerra é muito lucrativa e os líderes políticos são muito covardes para ir contra a maré. Mas a lição é clara para quem deseja ver: o império militar global dos EUA é uma grave ameaça para os Estados Unidos e seu futuro.

 

Artigo original aqui.

Artigo anteriorPor que até os vacinados devem ser apaixonadamente contra os “passaportes sanitários”
Próximo artigoNenhuma ciência jamais foi estabelecida
é médico e ex-congressista republicano do Texas. Foi candidato à presidente dos Estados Unidos em 1988 pelo partido libertário e candidato à nomeação para as eleições presidenciais de 2008 e 2012 pelo partido republicano. É autor de diversos livros sobre a Escola Austríaca de economia e a filosofia política libertária como Mises e a Escola Austríaca: uma visão pessoal, Definindo a liberdade, O Fim do Fed – por que acabar com o Banco Central (2009), The Case for Gold (1982), The Revolution: A Manifesto (2008), Pillars of Prosperity (2008) e A Foreign Policy of Freedom (2007). O doutor Paul foi um dos fundadores do Ludwig von Mises Institute, em 1982, e no ano de 2013 fundou o Ron Paul Institute for Peace and Prosperity e o The Ron Paul Channel.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.