Discurso de Javier Milei na CPAC

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[Discurso do Presidente da Nação argentina, Javier Milei, na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Washington, Estados Unidos. Texto do original aqui]

Olá a todos. Eu sou o leão. Eu os amo também. Viva a liberdade, caralho! Parece que o que diziam ser um fenômeno de bairro, foi ampliado um pouco além do bairro.

Em primeiro lugar, muito obrigado por este convite. Quanto à conferência de hoje, dado o impacto da conferência de Davos, na qual apontei que o Ocidente está em perigo, dado o avanço das ideias estatistas, hoje vou me concentrar nos fundamentos técnicos que sustentaram essas visões políticas, naquela conferência. Nesse sentido, irei focar em como a economia neoclássica e sua visão das falhas de mercado são funcionais para o avanço do socialismo e como isso destrói o crescimento econômico ao frear as melhorias no bem-estar e a luta contra a pobreza.

Quanto à gênese desse problema, o problema é um problema metodológico entre modelos versus realidade. Como a realidade é sempre muito complexa de analisar, ela é analisada com modelos, mas – em termos gerais – quando o modelo não bate com a realidade, corrige-se o modelo, descarta-se o modelo, e o problema do mundo neoclássico é que diante desse problema, que o modelo não bate com a realidade, eles se irritam com a realidade, chamando-a de falha de mercado.

A origem desse problema tem a ver com o estudo das qualidades normativas do equilíbrio competitivo, ou seja, enquanto a análise se concentrava na existência, singularidade e estabilidade, este não era um problema sério do ponto de vista político. E, a rigor, o problema surge quando a análise normativa entra de mãos dadas com a análise de Pareto. Basicamente, a ideia do ótimo de Pareto é que eu não posso melhorar alguém sem piorar alguém. Especificamente se eu estou em uma situação, onde eu posso melhorar alguém e eu faço uma melhora para alguém, sem piorar alguém, isso se chama melhora paretiana. E, obviamente, quando essas oportunidades se esgotam, significa que estamos no ótimo de Pareto.

E é aí que entram as definições de falhas de mercado, que têm nomes diferentes; uma delas são as não-convexidades, ou seja, a existência de retornos crescentes, ou para dizer mais popularmente, estruturas de mercados concentrados e monopólios. Outros casos incluem externalidades: bens públicos em formação assimétrica e o “Dilema dos Prisioneiros”. E, na realidade, todas essas definições elegantes são elementos que possibilitam a intervenção do Estado e com ele o avanço dos estatistas e socialistas. Mas para que não fique tão abstrato, vou dar um exemplo aplicado: vamos supor que estamos vivendo no momento em que estávamos usando velas para iluminação e a Ericsson ainda não tinha chegado; obviamente, no momento em que a Ericsson vem com a lâmpada, todos os fabricantes de velas vão à falência. Naturalmente, se tivéssemos dado ouvidos aos intervencionistas, hoje, em vez de termos esta bela conferência, com todas estas luzes, continuaríamos com velas; é assim que os socialistas arruínam nossas vidas. Felizmente, vamos descartar o ótimo de Pareto e avançar com o progresso tecnológico. (APLAUSOS.)

Então a primeira coisa que a gente tem que entender é o que é o mercado; ter uma boa definição do que é o mercado. Nesse sentido, o mercado é um processo de cooperação social, onde os direitos de propriedade são trocados, voluntariamente. Na verdade – como as trocas são voluntárias – não é possível falar em falhas de mercado porque ninguém estaria fazendo ações autoflagelantes. Portanto, quando definimos bem o mercado, todas as definições de intervenção entram em colapso.

Por outro lado, também é muito importante ter muita clareza sobre as instituições sobre as quais se constrói a ideia de mercado. Duas instituições muito importantes são a propriedade privada e os mercados livres da intervenção estatal, porque – basicamente – se eu vou trocar direitos de propriedade significa que a propriedade privada é importante. E se as trocas não forem voluntárias, não há espaço para a presença intrusiva e violenta do Estado. (APLAUSOS)

Nesse sentido, quando se faz uma troca e alguém dá um bem, em troca de dinheiro, isso estabelece um registro histórico, chamado de preço. E esse registro histórico, chamado preço, é um mecanismo de transmissão de informações, que também se torna um mecanismo de coordenação porque faz com que algumas pessoas sejam fornecedoras e outras demandantes.

E como a quantidade demandada não coincide necessariamente com a quantidade fornecida, quando a demanda é maior que a oferta, os preços sobem, e descem no caso oposto. Ou seja, há um processo de ajuste. Em suma, a propriedade privada e o livre mercado determinam o funcionamento do sistema de preços e é isso que permite realizar o cálculo econômico. E isso mostra por que o socialismo em nenhum de seus aspectos pode funcionar. No caso mais extremo, porque não há propriedade privada, portanto, as trocas que o mercado exige não podem ser feitas. E, em segundo lugar, as versões mais leves que permitem a existência do setor privado, a interferência do Estado coloca ruído no sistema de preços, e quanto mais Estado há, mais violência há, mais distorção há e pior o sistema funciona.

Outra instituição importante para os mercados é o que se chama de livre concorrência, mas não no sentido neoclássico de concorrência perfeita, mas em termos de entrada e saída. E, por outro lado, há duas instituições que são muito importantes, que são a divisão do trabalho e a cooperação social. Adam Smith explicou melhor a divisão do trabalho: uma única pessoa poderia produzir apenas 20 alfinetes, mas se a tarefa fosse dividida em quinze, cada um poderia produzir 5.000 alfinetes, estamos falando de 75.000 alfinetes, mas o se não houver demanda para 75.000 alfinetes, não haverá tanta divisão de trabalho. E isso, combinado com a ideia de combinação social, acaba sendo absolutamente destrutivo para as ideias socialistas. A ideia é: eu posso odiar ele, mas preciso que ele compre meu produto, portanto, inexoravelmente tenho que me dar bem com ele. Por isso, como disse Bastiat, “onde entra o comércio, não entram balas”. E promover o livre comércio é promover a paz.

E, ao mesmo tempo, o mercado como um processo de cooperação social é uma tremenda bomba contra o socialismo, porque se as trocas são livres, isso significa que as duas partes envolvidas na troca ganham. Portanto, não há lugar para a teoria da exploração, não há lugar para a mais-valia, não há lugar para o marxismo e o socialismo.

Ao mesmo tempo, é importante ressaltar, na lógica do mercado, que um empreendedor de sucesso é um benfeitor social, pois no capitalismo de livre iniciativa só é possível ser bem-sucedido servindo aos outros com bens de melhor qualidade ou melhor preço. E se esse empreendedor não está fazendo isso direito, pode aparecer outro que pode fornecer o mesmo bem a um preço melhor, ou ao mesmo preço, com melhor qualidade, e que vai falir o ineficiente e vai aumentar o bem-estar; e, portanto, os empresários são benfeitores sociais porque nos fornecem bens de melhor qualidade, a um preço melhor, ao mesmo tempo que criam empregos e progresso em toda a sociedade. Então, vamos abraçar os empreendedores que são a base da prosperidade.

Portanto, diante dessa introdução, vale a pena enfrentar, agora, onde está o dilema neoclássico. Isso dentro da teoria do crescimento econômico e suas evidências empíricas é chamado: “O taco de hóquei”. Se você olhar para a história, a partir da era cristã, o PIB per capita entre o ano 0 e 1800 foi praticamente constante. No entanto, do ano de 1800 até agora, multiplicou-se por mais de 15 vezes, e nesse mesmo período, a população no ano de 1800 era de 800 milhões de seres humanos, e hoje se multiplicou por 10. Ou seja, a produtividade per capita aumentou e, além disso, o PIB aumentou quase 150 vezes, a ponto de estarmos no melhor momento da história da humanidade. Tudo isso, apesar da existência do Estado. E nesse mesmo período de crescimento econômico tão significativo, a pobreza extrema passou de 95% da população para 5%. No entanto, essa presença de retornos crescentes significa que há estruturas concentradas, ou seja, há monopólios. Então, a questão é: se tanto bem-estar foi gerado, por que a teoria neoclássica diz que os monopólios são ruins, se nos trouxe tanto bem-estar e tanta queda na pobreza? E, na verdade, como diria Murray Newton Rothbard, o inventor do anarcocapitalismo, o problema é que a análise neoclássica está errada. Digamos que eu tenha 10 empresas competindo para fazer celulares, e uma delas descobre uma técnica para fazer um celular de melhor qualidade a um preço melhor, naturalmente existem 9 empresas que vão falir. No entanto, algum de vocês reclamaria de ter telefones melhores a um preço melhor? Então, a fuera com a teoria neoclássica.

Então, vamos ver onde estão esses erros da teoria neoclássica. Na versão mais simples, é porque dizem que o preço do monopólio é maior do que o da concorrência e que a quantidade produzida é menor do que na concorrência. No entanto, essa análise é falha porque tem vários problemas. Em primeiro lugar, porque é apenas uma análise de equilíbrio parcial, considera apenas o equilíbrio num mercado único e não considera o resto da economia. Ou seja, eu tenho o monopólio do Javier Milei e vocês têm o monopólio de vocês mesmos, de cada um de vocês, e não há nada de errado nisso; felizmente somos todos diferentes, graças a Deus. Além disso, celebramos nossas diferenças porque não gostamos da uniformidade cinzenta do socialismo. Mas não só está errada porque é uma análise de equilíbrio parcial que não considera o resto dos mercados, como também é tão grosseira que não considera os efeitos futuros, ou seja, o impacto no futuro dessas estruturas de mercado. Na verdade, isso me lembra um belo livro de um economista e pensador americano, Henry Hazlit, chamado Economia Numa Única Lição, que dizia: “A diferença entre um bom economista e um mau economista é que o mau economista só olha para o mercado em um período, enquanto o bom economista olha para todos os mercados e não apenas para o presente. mas também o futuro”. Portanto, isso estaria mostrando que a análise tradicional do monopólio, e pela qual eles são regulados, faz parte de uma análise econômica ruim. E se, além disso, assumirmos o papel que os lucros assumem como elemento gerador de crescimento econômico, além disso, mexer com lucros implica ter um impacto negativo no crescimento. Então, a pergunta é: qual é a resposta real, ou a verdadeira lógica, dessa análise? E a resposta realmente não está na análise econômica, está na estrutura matemática que o equilíbrio geral usa. Basicamente, tem a ver com a análise do ótimo de Pareto e o problema das não-convexidades no conjunto de produção. Para o ótimo de Pareto, para que o equilíbrio existente seja ótimo de Pareto, tanto os consumidores quanto os produtores devem estar maximizando. E o problema é que quando temos rendimentos crescentes temos funções de produção convexas e o problema com essas funções é que você não consegue encontrar um máximo. Naturalmente, isso também é um erro matemático, porque se eu tiver retornos crescentes eu posso encontrar um máximo se eu usar todas as dotações da economia e, em seguida, outro problema apareceria que teríamos uma única empresa. Mas o que parece algo empiricamente correto também tem outro erro conceitual, pois basicamente implica desconhecimento da natureza da firma e, entre outras coisas, deixa de lado o fato de que as empresas são gerenciadas por seres humanos e, naturalmente, quando se quer trabalhar mais para produzir mais, o custo de oportunidade do tempo livre cresce fenomenalmente. De que adiantaria um emprego que lhe oferecesse US$ 12 milhões por ano se você tivesse que trabalhar 7 dias por semana, 24 horas por dia? Eles vão esbarrar em sua própria humanidade. No entanto, a análise neoclássica trata as empresas como se fossem máquinas e não como empresas que dependem de seres humanos.

Por último, outra crítica aos monopólios é que eles geram menos quantidades produzidas na economia, o que também é falso, porque o dinheiro ganho pelos monopolistas pode, obviamente, ser utilizado para consumo e gerar produção e emprego noutras partes da economia.

Agora vamos citar alguns casos que mais irritam os keynesianos. O que acontece se pouparmos esses grandes ganhos? Essas economias são transformadas em investimento em outras empresas e isso gera crescimento da produção e do emprego em outros setores. Nada está perdido. Ou suponha que esse monopolista seja tão ambicioso que queira investir tudo em sua própria empresa. Tanto que todas as suas economias são transformadas em investimento. Mas esse investimento significa mais capital, mais produtividade, salários mais altos e, ao mesmo tempo, mais produção do bem, baixando assim o preço, portanto, salários mais altos e preços mais baixos, daí todo ganho de bem-estar.

Então, não se pode mais encontrar algo para atacar o monopolista, porque se ele consome gera bem-estar, porque se ele poupa no sistema financeiro gera bem-estar, e se ele poupa e investe em si mesmo, ele também gera bem-estar. Agora vamos pensar no que acontece se o “maldito empresário” decidir enterrar esse dinheiro. Dessa forma, ninguém pode acessar esse dinheiro.

O que vai acontecer? A quantidade de dinheiro na economia será reduzida e os preços cairão, beneficiando toda a população. E mais: esse maldito empresário vai se beneficiar mais daqueles que menos têm, porque são eles que se beneficiam da deflação. Então, tudo o que acabamos de ver é que toda a análise que justifica a intervenção só cria mais Estado e mais danos às pessoas.

Portanto, para encerrar esta apresentação, vou mostrar como a intervenção socialista destrói a economia. E basicamente esse ataque que os socialistas estão fazendo possui dois pontos de vista. De um lado, há a regulação dos monopólios, que ao regular os monopólios quebra o efeito de retornos crescentes e faz com que as economias fiquem estagnadas. Se fosse regulada sob o ideal neoclássico, a quase-renda seria zero. E, portanto, estaríamos em um mundo de competição perfeita, onde não há incentivo para crescer.

No final, o que faz é abortar o processo de destruição criativa à la Schumpeter. Porque esses processos de destruição criativa são baseados na ideia de resolver alguns problemas da sociedade que lhes permite mais dinheiro e é isso que gera progresso e crescimento tecnológico. Então, se eu regular o lucro, o problema que eu vou ter é a estagnação. Além do fato de que regular preços e quantidades implica destruir o direito de propriedade.

Na verdade, vou contar um caso de um país que conheço, chamado Argentina. Um país que entrou no século XX como um dos países mais ricos do mundo e hoje é o 140º no ranking mundial, com mais de 50% de pobres e mais de 10% de indigentes. E quando você olha para o número de regulamentações, você vai entender o porquê.

Dentro de nossas equipes de governo, descobrimos, até agora, 380 mil regulamentações que dificultam o funcionamento do sistema econômico. E, de fato, nossos dois grandes pedidos de medidas, de reformas estruturais, o DNU e a Lei de Bases, propostas que propõem dar mais liberdade aos argentinos, avançar para estruturas de mercado mais competitivas e, sobretudo, eliminar a corrupção da política, encontramos grande resistência por parte dos beneficiários desse sistema decadente que empobrece os bons argentinos em favor da casta corrupta. Onde a casta corrupta é formada por políticos ladrões, que colocam seus privilégios acima do bem-estar dos argentinos, por empresários do clero que fazem negócios com políticos corruptos, por meios de comunicação corruptos que estão muito zangados conosco porque eliminamos a diretriz oficial, também pelos sindicalistas que em seus negócios agem contra o povo, e também por aqueles profissionais funcionais à religião do Estado que vivem defendendo esses corruptos. Portanto, eles se conscientizarão da grande luta que estamos travando. Mas não vamos desistir de tornar a Argentina grande novamente.

A outra grande ameaça a partir da qual socialistas e estatistas atacam é basicamente a discussão entre eficiência e distribuição, onde o capitalismo é apontado como um sistema hiperindividualista e comparado ao altruísmo socialista com o dinheiro dos outros. Sempre com o dinheiro dos outros. E essa aberração é realizada em nome da justiça social, que Hayek destacou como uma das palavras doninha. Onde toda vez que colocavam um adjetivo, significava o contrário. Na verdade, como diz o grande Jesús Huerta de Soto, a justiça social é violenta e injusta, não é justa nem social nem nada, é uma aberração.

Em primeiro lugar, é injusta porque implica tratamento desigual perante a lei; e a redistribuição que a justiça social implica é roubar de um para dar a outro. O que torna a justiça social não apenas violenta, mas também injusta. Na mesma linha, isso é agravado pela ideia de democracia ilimitada. Ou seja, a democracia foi originalmente concebida para respeitar o direito da menor das minorias, o indivíduo. Mas quando entram as ideias socialistas e entra a ideia de democracia ilimitada, entra o populismo. Mas para que terminar meu discurso com algo tão abstrato, vou dar um exemplo. Suponha que quatro lobos e uma galinha se reúnam. Agora vamos votar sobre o que comer esta noite. Eles simplesmente comem a galinha.

No fim das contas, é isso também que acontece na economia, a galinha dos ovos de ouro é o segmento que gera riqueza, mas devido à forma de distribuição de renda, 80% da população tem uma renda inferior à renda média. E é aí que aparece o político populista que diz que é preciso tirar dos ricos para dar aos pobres. Não só Venezuela, Argentina e todo o populismo latino-americano. E quando isso acontece, os lucros são destruídos e o crescimento econômico é destruído. Se você quiser ver isso em termos práticos, a Argentina é um país que produz alimentos para mais de 400 milhões de seres humanos e a carga tributária sobre o setor produtor de alimentos é de 70%. Ou seja, o Estado fica com a alimentação de 280 milhões de seres humanos. Apesar disso, há 5 milhões de argentinos que não podem se dar ao luxo de comer graças ao maldito Estado.

Outra parte que os socialistas também discutem, que tem a ver com distribuição de renda, dizem que o sistema é injusto, há um belo livro de Israel Kirzner, que se chama Criatividade, Capitalismo e Justiça Distributiva. E esse livro se baseia na hipótese que Kirzner diz, o sistema capitalista é mais produtivo, mas que, se fosse realmente injusto, não haveria razão para defendê-lo. Nesse sentido, ele trabalha com duas ideias: trabalha com o princípio de apropriação de Locke, quem descobre, mantém. Se você descobre algo, você é o dono. E a outra ideia é a ideia de Hayek, que é a do mercado como um processo de descoberta, o que implica que não há bolo a ser compartilhado, mas que esse bolo é criado quando é produzido. Portanto, se esse bolo está sendo descoberto à medida que você avança no processo de produção, então é lógico que esse bolo deve ser apropriado por quem o estava descobrindo. Então, agora o sistema não só é mais produtivo, mas também é o único sistema que é justo.

E a verdade é que dizendo tudo isto aos socialistas, temos mais do que em xeque-mate, e por isso que eu vou lhes dar mais um, eu vou dar bis. É claro que, quando você regula monopólios, você regula as empresas, os processos competitivos e, ao mesmo tempo, você introduz o conceito de justiça social, obviamente que leva à estagnação. E essa estagnação, dado o crescimento da população, leva ao empobrecimento gradual daquele país; e como eles corrigem isso? Corrigem com a agenda assassina do aborto. Uma agenda assassina que podemos encontrar suas origens ou com os egípcios tentando exterminar os judeus ou com o caso de Malthus com seu tratado sobre a população e a lei de ferro e salários que ele promoveu no controle da natalidade; ou mais perto de casa – no final da década de 1960 – o Clube de Roma, onde o Clube de Roma dizia que como o mundo se movia com combustíveis fósseis e como essas energias não são renováveis, eles previram que no ano 2000 esses recursos se esgotariam. E, no entanto, o que essa situação iria gerar é que não haveria comida para todos e que iríamos morrer e que só restariam um bilhão de pessoas no planeta Terra. E com base nisso, hoje, com a disponibilização dos arquivos secretos de Nixon e Kissinger, sabemos que eles propuseram essa agenda assassina do aborto; onde, por exemplo, a Planned Parenthood tem mais filiais do que o McDonald’s em todo o mundo. Mas, felizmente, eles erraram novamente porque hoje existem 8 bilhões de seres humanos vivendo no mundo. No entanto, essa agenda assassina não cessa, de fato, o pós-marxismo, diante de sua derrota na economia, transferiu suas batalhas de luta de classes para outros aspectos da vida, por exemplo, o ambientalismo; onde se levanta a luta do homem com a natureza, onde os seres humanos são culpados pelo aquecimento global, quando isso já aconteceu quatro vezes na história do planeta terra em que os seres humanos nem existiam, e onde para corrigir esse problema os neomarxistas não podem pensar em outra coisa senão exterminar os humanos. Se realmente tivéssemos um problema de recursos, deveríamos estar esperando colonizar outros planetas, não nos condenar à morte. Na verdade, todas essas análises contra o crescimento populacional são falsas, então quero contar o caso de um economista muito otimista chamado Julian Simon, que apontou que o crescimento populacional trouxe mais progresso tecnológico. Então, por exemplo, ele apontou que houve crescimento tecnológico impulsionado pela demanda, onde basicamente quando havia mais pessoas e havia problemas de escassez e assim por diante, que afetavam o sistema de preços e geravam novas reformas e novos progressos tecnológicos para resolver estes problemas, e por outro lado apontou o progresso tecnológico impulsionado pelo lado da oferta, onde – por exemplo – as chances de nascer um Mozart são muito maiores se viver 1 milhão de pessoas do que se viver 10?

Em suma, a mensagem é a seguinte: não deixem o socialismo avançar, não endossem a regulamentação, não endossem a ideia de falhas de mercado, não permitam que a agenda assassina avance e não se deixem levar pelos cantos de sereia da justiça social. Venho de um país que comprou todas essas ideias estúpidas e de ser um dos países mais ricos do mundo está em 140º lugar. Portanto, não desista da sua liberdade, lute pela sua liberdade, porque se você não lutar pela liberdade você será levado à miséria. Mas também quero deixar-vos uma mensagem de otimismo. A Argentina parecia um país de cordeiros condenado à pobreza que os socialistas nos conduzem, e lembro-me que quando iniciei a minha carreira política para deputado nacional disse: que não vim para liderar cordeiros, vim para despertar leões. E foi assim que a cada dia acordamos mais leões e a mensagem de liberdade não só nos levou à presidência da Argentina, mas também estamos acordando o mundo inteiro. Então, não ceda na luta pela liberdade, viva a liberdade caralho! Viva a liberdade caralho! Muito obrigado.

 

 

1 COMENTÁRIO

  1. Os últimos parágrafos do discurso foram os meus prediletos!

    O próprio Milei descreveu cirurgicamente as idéias torpes que destróem um país, citando, sem mesmo vergonha, o qual é hoje regido pelo próprio e como os números, ao longo da História, lhes foram cruéis, de membro dos 20 países mais ricos do mundo em meados no século passado à horrenda posição de 140! Fico a pensar em qual posição nos encontramos agora!

    E claro, não deixei de lembrar da parentada progressista, que crucifica até hoje o mandatário argentino, enquanto sequer espirram contra o ladrão ídolo dos wokes, feminazistas, feministos e demais inúteis. Só sabem arrotar asneiras quando se trata dos políticos de “extrema-direita”, não sabendo mencionar um de extrema-esquerda de fato!

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