II — Liberdade, Autoridade e Poder

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Um bárbaro acredita na coerção como um meio de estabelecer a cooperação. Uma pessoa civilizada acredita na cooperação como um meio de eliminar a coerção.

 

 

Um bárbaro acredita na benevolência do poder. Uma pessoa civilizada acredita no poder da benevolência.

 

 

Um bárbaro acredita que a liberdade corroa a comunidade. Uma pessoa civilizada sabe que a liberdade cria a comunidade.

 

 

Um coletivista numa sociedade libertária pode ser um pato estranho, mas um individualista numa sociedade estatista só pode ser uma vaca leiteira.

 

 

Um amante coerente da liberdade é um anarquista em formação.

 

 

Um estado democrático é um dispositivo para alimentar-se da sociedade ao colocá-la contra si mesma.

 

 

Um estado democrático é um dispositivo pelo qual todos conseguem uma oportunidade de afirmar em escala social a sua capacidade de irritar.

 

 

Um estatista democrático é alguém que acredita que a liberdade individual consista na participação no processo de autoescravização coletiva.

 

 

Um tolo acredita que a liberdade individual possa ser estabelecida por meio do poder político. Uma pessoa de razão acredita que o poder político pode ser abolido por meio da liberdade individual.

 

 

Um tolo acredita que a liberdade provenha da participação no poder. Uma pessoa de razão sabe que ela provém da dissipação do poder.

 

 

Um tolo acredita que a luta de classes fundamental seja entre proletários e plutocratas. Uma pessoa de razão sabe que ela é entre libertários e burocratas.

 

 

Um tolo acredita que o estado seja o que impeça a sociedade de cair nas mãos de bandidos. Uma pessoa de razão sabe que o estado é o que resulta de a sociedade cair nas mãos de bandidos.

 

 

Um tolo acredita que o estado de natureza seja uma guerra de todos contra todos. Uma pessoa de razão sabe que a guerra de todos contra todos é a natureza do estado.

 

 

Um tolo acredita que, sem o estado, as pessoas estariam à mercê de pequenos criminosos. Uma pessoa de razão sabe que, sem o estado, as pessoas não estariam à mercê de criminosos gigantescos.

 

 

Uma vida livre pode ser má, mas uma vida não livre não pode ser boa.

 

 

Um homem livre acredita que tem direitos. Um escravo acredita que mereça direitos.

 

 

Um homem livre acredita que é livre. Um escravo acredita que lhe é permitido ser livre.

 

 

Uma sociedade livre é aquela em que as regras são feitas pelos proprietários, não pelos controladores.

 

 

Um escravo de verdade odeia a liberdade dos outros mais que a sua própria submissão. Uma pessoa livre de verdade desfruta da liberdade dos outros tanto quanto da sua.

 

 

Um libertário é alguém que evoluiu de pensar que há problemas com o estado para perceber que o estado é o problema.

 

 

Um libertário é alguém que não tem talento para racionalizar a pilhagem institucionalizada.

 

 

Um libertário é alguém que rejeita a curiosa noção de que o bem comum requeira violência comum.

 

 

Um governo limitado é, logicamente falando, algo semelhante a uma pandemia limitada.

 

 

Um minarquista é alguém que fica feliz em se trancar numa cela com um assassino psicopata assim que tal assassino solenemente prometa bater nele apenas uma vez por mês e fazer isso com muita delicadeza.

 

 

Um estado mínimo é um estado máximo em construção.

 

 

Um escravo perfeito não acredita que a escravidão seja boa, mas que ela seja inevitável. Ele não acredita que a liberdade seja ruim, mas que ela seja impossível.

 

 

Um escravo perfeito é alguém que acredita que a liberdade seja a capacidade de administrar a própria jaula.

 

 

Um político jurando fidelidade à liberdade é algo parecido com uma prostituta fazendo um voto de castidade.

 

 

Um prisioneiro é alguém que perdeu a liberdade. Um escravo é alguém que a entregou.

 

 

Um escravo de verdade não é alguém cuja liberdade seja restringida, mas alguém que se sente restringido pela sua liberdade.

 

 

Um laico é alguém que defende a separação entre Igreja e estado. Um libertário é alguém que defende a separação entre sociedade e estado.

 

 

Um escravo acredita que a liberdade consista em ser capaz de obter permissão para governar a si mesmo. Uma pessoa livre acredita que isso consiste em não ser capaz de obter permissão para governar os outros.

 

 

Um escravo acredita que a liberdade consista em escolher os seus dominadores. Uma pessoa livre acredita que ela consiste em dominar as suas escolhas.

 

 

Um escravo acredita que a liberdade seja o preço da segurança. Uma pessoa livre sabe que ela é o seu alicerce.

 

 

Um escravo acredita que a segurança seja um pré-requisito da liberdade. Uma pessoa livre sabe que a liberdade é um pré-requisito de segurança.

 

 

Um escravo acredita que a lei deva definir o âmbito da liberdade. Uma pessoa livre acredita que a liberdade deve definir o âmbito da lei.

 

 

Um escravo exige a felicidade. Um homem livre a busca.

 

 

Um escravo identifica o estado com a sociedade. Uma pessoa livre substitui o estado pela sociedade.

 

 

Um escravo é alguém que acredita que a liberdade seja a situação de ser governado da maneira correta. Uma pessoa livre é alguém que sabe que a situação de ser governado da maneira que for é escravidão.

 

 

Um escravo cede inquestionavelmente à autoridade. Uma pessoa livre questiona incessantemente a autoridade.

 

 

Uma sociedade sem regras é como um corpo desprovido de nutrientes. Uma sociedade sem governantes é como um corpo livre de parasitas.

 

 

Um estatista acusando um libertário de acreditar em soluções simplistas é como um batedor de carteiras acusando um investidor de acreditar em esquemas de enriquecimento rápido.

 

 

Um estatista é alguém que acredita que nada consiga promover o senso de comunidade como a ameaça da violência organizada.

 

 

Um estatista é alguém que acredita que o veículo perfeito para cometer o mal atrairá os candidatos perfeitos para promoverem o bem.

 

 

Um estatista é alguém que se sente ameaçado por um vendedor monopolista de audiolivros, mas se sente protegido por um usuário monopolista de drones bélicos.

 

 

Um defensor do estado acredita na libertação através do poder. Um defensor da sociedade acredita no empoderamento através da liberdade.

 

 

Um ladrão somente rouba. Um hipócrita apenas mente. Um bandido de rua só intimida. Não são muitos os que podem se gabar da versatilidade dos políticos.

 

 

Um estatista típico é alguém que acredita que a ameaça fantasticamente hipotética de uma corporação monopolizar o fornecimento de água seja uma objeção devastadora ao libertarianismo, mas que a ameaça dolorosamente real de um estado exterminar metodicamente dezenas de milhões de indivíduos não é uma objeção devastadora ao estatismo.

 

 

Um anarquista utópico pretende destruir o poder político. Um anarquista pragmático pretende torná-lo inócuo.

 

 

Um anarquista utópico acredita que, sendo os seres humanos inerentemente bons, nenhum governo é necessário. Um anarquista pragmático acredita que, não sendo os seres humanos inerentemente bons, nenhum governo é desejável.

 

 

Um mercado violento é uma possibilidade, mas um estado violento é um pleonasmo.

 

 

Uma sociedade voluntária não é aquela em que as pessoas se tornaram santas, mas aquela em que elas deixaram de obedecer aos vilões.

 

 

Uma sociedade voluntária não é aquela em que não existam criminosos, mas aquela em que nenhum criminoso é cultuado.

 

 

O abolicionismo foi um movimento para acabar com a escravidão privada. O libertarianismo é um movimento para acabar com a escravidão privada e pública.

 

 

Anarquismo: a assustadora noção de que ninguém deve estar isento do princípio da não agressão.

 

 

Anarquista: um teórico da conspiração que acredita que o objetivo de submeter as pessoas à violência monopolizada é explorá-las em vez de servi-las.

 

 

Anarquista: alguém curiosamente resistente à brilhante noção de que a maneira de manter-se protegido da violência seja submeter-se ao domínio dela.

 

 

Um anarquista é um minarquista que leva a secessão a sério.

 

 

Um anarquista é alguém que seguiu o rastro da liberdade até a sua conclusão lógica.

 

 

Um anarquista é alguém que perdeu a capacidade de arranjar desculpas para a bandidagem institucionalizada.

 

 

Um anarquista é alguém que rejeita a curiosa noção de que os crimes se tornem virtudes à medida que cresçam em tamanho.

 

Uma tentativa de racionalizar a agressão é um estímulo à agressão contra a racionalidade.

 

 

A barbárie substituída pela civilização é chamada de sociedade. A barbárie disfarçada de civilização é chamada de estado.

 

 

Implorar ao estado proteção contra a “crueldade do mercado” é como implorar a um assassino proteção contra a agitação da vida.

 

 

Acreditar que a política possa promover a causa da liberdade é como acreditar que o charlatanismo possa promover a causa da saúde.

 

 

Acreditar que a função da política seja resolver conflitos é como acreditar que a função da gasolina seja apagar incêndios.

 

 

Acreditar que o estado seja a salvaguarda da sociedade é como acreditar que a pilhagem seja a salvaguarda da prosperidade.

 

 

Chamar um libertário de hipócrita por trafegar em rodovias é como chamar um abolicionista de hipócrita por usar meias de algodão.

 

 

Pedir ao estado que impeça a propagação da violência é como pedir a um vírus que impeça a propagação de uma doença.

 

 

A civilização é o processo de substituir o poder pela liberdade.

 

 

A civilização começará verdadeiramente no dia em que a crença no direito de governar realmente desaparecer.

 

 

Afirmar que uma sociedade sem estado esteja fadada a se transformar num campo de batalha para senhores da guerra faz tanto sentido quanto afirmar que uma sociedade sem escravos esteja fadada a se transformar num campo de caça para caçadores de escravos.

 

 

Intervencionismo consistente é totalitarismo em construção.

 

 

Constituição: o artifício do estado mínimo para ocultar o estatismo máximo.

 

 

A política do compadrio não é uma aberração, mas uma tautologia.

 

 

Exigir um projeto exato para uma sociedade livre é como exigir um algoritmo determinista para a criatividade espontânea.

 

 

A democracia é um dispositivo para encobrir a escravidão por meio do convencimento dos escravos de que eles sejam senhores uns dos outros.

 

 

A democracia é uma ferramenta para preservar a violência coletiva ao convidar todos a participarem dela. A liberdade é uma ferramenta para dissolver a violência coletiva ao impelir os convidados a pagarem pela bagunça que fazem.

 

 

Democracia é todo mundo ter uma participação no poder. Liberdade é ninguém ter participação no poder.

 

 

Democracia é a liberdade de escolher a forma preferida de escravização. Liberdade é a capacidade de tornar essa escolha desimportante.

 

 

A democracia é a liberdade para escolher autoridades. A autonomia é a autoridade para escolher a liberdade.

 

 

A democracia está para a liberdade assim como a pirita está para o ouro.

 

 

Democracia: a noção de que as ovelhas possam controlar os lobos quando lhes é dada a opção de se juntarem à alcateia.

 

 

Eleição: um leilão de males com todos os participantes pagando.

 

 

Eleição: a tragicomédia dos comuns.

 

 

Esperar que a violência monopolizada proteja a liberdade é como esperar que as pandemias promovam efeitos terapêuticos.

 

 

Acima de tudo, a liberdade é a capacidade de recusar o status quo.

 

 

Os governos representam os seus cidadãos da mesma forma como os parasitas representam os seus hospedeiros.

 

 

“Heroísmo” é o eufemismo mais comum para a sede de sangue dos agentes do estado.

 

 

Se alguém parece um político, soa como um político e age como um político, então provavelmente é um bandido psicopata.

 

 

Se os seres humanos fossem anjos, nenhum governo seria necessário; porém, como eles não são, nenhum governo é desejável.

 

 

Se alguém acredita que organização requeira coerção, então a coerção é a única coisa que tal pessoa será capaz de organizar.

 

 

Se o contrato social pode ser feito no estado de natureza, então o estado é redundante. Se o contrato social não pode ser feito no estado de natureza, então o estado é impossível. Se nenhum contrato social é de fato feito no estado de natureza, então o estado é injustificado. Se nenhum contrato social precisa ser feito no estado de natureza, então o estado é uma ficção.

 

 

Se ser humano é pensar e escolher por si mesmo, então ser governado é ser categorizado como sub-humano.

 

 

Se você afirma que a violência seja necessária para manter unida a sociedade, você comprova que não tem ideia do que a sociedade seja.

 

 

Se você acha que nada pode realizar a proeza de insultar simultaneamente o intelecto, a consciência e o gosto de alguém, não pense em nada muito além de qualquer campanha eleitoral.

 

 

Se você quer paz, não pergunte como a violência institucional pode ser usada para eliminar resistência e desobediência, mas sim como resistência e desobediência podem ser usadas para eliminar a violência institucional.

 

 

O individualismo é a semente da liberdade. A cooperação é o fruto dela.

 

 

Intervencionismo: a arte de culpar a liberdade pelas falhas da coerção.

 

 

É necessário instinto para obedecer à autoridade. É necessária razão para questioná-la.

 

 

É necessária inteligência para valorizar a própria liberdade, mas é necessária sabedoria para valorizar a liberdade dos outros.

 

 

Justiça sem lei chama-se de integridade. Lei sem justiça chama-se de política.

 

 

Libertário: alguém inexplicavelmente cético em relação à noção de que os maiores especialistas em intimidar e violentar os fracos sejam os maiores especialistas em ajudar os necessitados.

 

 

Libertarianismo: abolicionismo cego a cores.

 

 

O libertarianismo é um lembrete constante de que o rei não apenas está nu, mas também fedendo à morte.

 

 

O libertarianismo não é um chamado para revolucionar a política, mas um convite para transcendê-la.

 

 

O libertarianismo é para o estatismo o que o abolicionismo é para a escravidão.

 

 

Libertarianismo: a ideia de que a melhor forma de governo é a do indivíduo sobre si mesmo.

 

 

Libertarianismo: a ideia de que desperdiçar voluntariamente a própria vida não justifica desperdiçar coercitivamente a vida de outros.

 

 

Libertarianismo: a única filosofia social que não discrimina em favor da agressão.

 

 

Libertarianismo: a noção radical de que a ação coletiva não precisa significar violência coletiva.

 

 

A liberdade começa com o reconhecimento de que não existe algo como o direito de governar.

 

 

A liberdade não garante soluções, mas a coerção garante problemas.

 

 

A liberdade não é uma receita para uma vida boa, mas a única oportunidade de evitar uma vida miserável.

 

 

A liberdade não é suficiente para encontrar o sentido da vida, mas é necessária para viver uma vida com sentido.

 

 

A liberdade é a mãe de todas as virtudes, mas a parteira de nenhuma.

 

 

A liberdade não oferece nada além da chance de tudo tentar.

 

 

Minarquismo é a curiosa ideia de que trapalhões e valentões não são confiáveis, exceto em assuntos da maior importância.

 

 

Minarquismo: a ideia de que seja inteligente entrar nas mandíbulas abertas de um monstro carnívoro assim que ele solenemente se declara vegetariano.

 

 

Minarquismo: a ideia de que seja utópico pensar que um monstro carnívoro pode morrer de fome, mas seja pragmático pensar que ele possa ser transformado em vegetariano.

 

 

Um dos erros mais comuns e traiçoeiros que um libertário pode cometer é ser mais contra o estatismo que a favor da liberdade.

 

 

A “autoridade política” é a única coisa que não pode ser ridicularizada o suficiente.

 

 

A política é uma guerra sem fim e sem fronteiras contra a liberdade individual.

 

 

A política é a arte de cultivar síndromes de Estocolmo.

 

 

A política é a arte de arruinar o mundo enquanto se apresenta como o seu salvador.

 

 

A “liberdade positiva” é a mãe de todos os orwellianismos.

 

 

O poder excita, mas a liberdade inspira.

 

 

O poder é a liberdade de oprimir os fracos. A liberdade é o poder de enfraquecer os opressores.

 

 

“Interesse público”: o interesse daqueles que utilizam ficções coletivas para subjugar realidades individuais.

 

 

“Interesse público”: o interesse privado de alguém que acredita que o interesse privado de outra pessoa possa ser sacrificado para promovê-lo.

 

 

Redistribuição: a curiosa noção de que a melhor maneira de aprimorar a situação de quem necessita de ajuda seja deixar tal pessoa ser roubada por quem almeja o poder.

 

 

Redistribuição: a transferência de propriedade de cada um conforme a sua inocência política para cada um conforme a sua influência política.

 

 

Democracia representativa: a curiosa noção de que ser livre seja carimbar periodicamente a sua escravização.

 

 

Não exigir justificativa para a liberdade individual é a característica definidora de uma pessoa inerentemente civilizada.

 

 

As regras são uma manifestação da ordem espontânea. Os governantes são uma manifestação do caos planejado.

 

Rules are a manifestation of spontaneous order. Rulers are a manifestation of planned chaos.

 

 

Dizer que “o controle de armas é necessário para impedir a violência armada” é como dizer que “uma guerra civil é necessária para impedir brigas de bar”.

 

 

Dizer “as pessoas não são anjos, então precisamos de um governo para vigiá-las” é como dizer “sociopatas com armas são perigosos, então permitiremos que eles tenham tanques e bombas nucleares”.

 

 

Dizer que não há sentido em tentar construir uma sociedade voluntária porque sempre haverá criminosos é como dizer que não há sentido em respeitar a propriedade do vizinho porque sempre haverá ladrões.

 

 

Dizer que está disposto a renunciar à liberdade por segurança é como dizer que está disposto a renunciar à vida por um colete salva-vidas.

 

 

Secessão: processo pelo qual os leviatãs são reduzidos a duendes.

 

 

Busque a liberdade no poder — e nenhum dos dois você encontrará. Busque o poder na liberdade — e ambos você encontrará.

 

 

Escravo: alguém que prefere bens gratuitos à escolha livre.

 

Slave: someone who prefers free goods to free choice.

 

 

A escravidão começa com a crença de que, para garantir a liberdade, alguns devam ser livres para restringir a liberdade de outros. A liberdade começa com a crença de que, para eliminar a escravidão, todos devem ser livres para se opuserem às restrições dos outros.

 

 

Escravidão: pleno emprego menos pleno consentimento.

 

 

Escravos desejam líderes. Pessoas livres desejam parceiros.

 

 

“Contrato social”: a noção de que a melhor maneira de proteger a liberdade seja voluntariamente transformar-se em escravo.

 

 

A ordem social é uma rede coordenada de anarquias individuais.

 

 

O progresso social é o processo de substituição de governantes por regras.

 

Social progress is the process of substituting rules for rulers.

 

 

 

A sociedade é um dispositivo para eliminar a violência ao ostracizar qualquer um que dela participe. O estado é um dispositivo para encobrir a violência ao convidar todos a dela participarem.

 

 

A sociedade é um reflexo das virtudes individuais das pessoas. O estado é um reflexo dos seus vícios coletivos.

 

 

A sociedade é um esquema voluntário de benefício mútuo. O estado é um esquema compulsório de exploração mútua.

 

 

A sociedade se baseia na crença de que a cooperação supera a violência. O estado baseia-se na crença de que a cooperação requeira violência.

 

 

A sociedade é cooperação contra a pilhagem. O estado é cooperação na pilhagem.

 

 

A sociedade é o maior custo de oportunidade do estado.

 

 

O estado é o sonho supremo de todo ambicioso esquema de proteção.

 

 

O estatismo é um vírus que infecta a ordem espontânea da sociedade com o caos planejado da política.

 

 

O estatismo é a crença de que a forma de lidar com o mal não seja combatê-lo, mas institucionalizá-lo. Em outras palavras, é a crença de que o caminho para fazer o mal desaparecer não seja combatê-lo com o bem, mas mostrá-lo como bom.

 

 

Estatismo: anarquismo para privilegiados.

 

 

O estatismo é a continuação da escravidão por outros meios.

 

 

O estatismo é a ideia de que a melhor apólice de seguro contra incêndios seja dar aos incendiários o direito exclusivo de usar fósforos.

 

 

O estatismo é a forma mais organizada de selvageria tribal.

 

 

Estatismo: a crença de que uma vantagem comparativa na violência tenha maior probabilidade de promover uma vantagem comparativa na proteção que uma vantagem comparativa na pilhagem.

 

 

Estatismo: a crença de que a única alternativa à utopia da paz seja a distopia da violência.

 

 

Estatismo: a crença de que você precise de permissão para ser livre.

 

 

Estatismo: a ideia de que a agressão deva estar no comando da paz.

 

 

Estatismo: a prática de sacrificar as razões individuais no altar das superstições coletivas.

 

 

A defesa de uma sociedade voluntária não se baseia na esperança utópica de que as pessoas comecem a amar o bem, mas na modesta expectativa de que possam parar de louvar o mal.

 

 

A melhor maneira de assimilar a humilhação de ser governado por idiotas é imaginar ser governado por intelectuais.

 

 

A bênção da espécie humana é que ela pode apreciar a liberdade. A tragédia da espécie humana é que ela pode temê-la.

 

 

A escolha entre liberdade e obediência é a escolha entre o risco de fracasso e a certeza dele.

 

 

A escolha nunca é entre liberdade absoluta e regulação, mas entre regulação pelos consumidores e regulamentação pelos saqueadores.

 

 

A escolha nunca é entre liberdade e segurança, mas sempre entre a segurança da liberdade e o perigo da escravização.

 

 

A escolha nunca é entre ordem e anarquia, mas entre a ordem do poder e a ordem da liberdade — isto é, entre a anarquia para os governantes e a anarquia para todos.

 

 

A afirmação de que a liberdade não seja o único valor é quase sempre uma ameaça velada de violência delegada.

 

 

A alegação de que a liberdade deva ser restringida raramente inclui a liberdade do alegante.

 

 

O “consentimento dos governados” é algo semelhante à autonomia dos escravizados.

 

 

A diferença entre um bárbaro e um civilizado é que o primeiro está disposto a fazer o que está dentro da legislação mesmo que seja imoral, ao passo em que o segundo está disposto a fazer o que é moral mesmo que não esteja dentro da legislação.

 

 

A diferença entre um anarquista e um governante é que o governante acredita na anarquia exclusivamente para os governantes.

 

 

A diferença entre sofrer relutantemente com o poder e colaborar voluntariamente com ele é a diferença entre manter o que resta da liberdade e perder o que resta da dignidade.

 

 

A diferença entre o estado e a máfia é que a máfia não exige a gratidão das suas vítimas.

 

 

A característica essencial da estupidez moral é a crença de que bons resultados possam ser coagidos a existir.

 

 

O estabelecimento de uma sociedade voluntária não será o ápice da história humana, mas o verdadeiro início da sua fase não bárbara.

 

 

A desculpa de um tirano insignificante é que ele precisa se proteger de você. A desculpa de um grande tirano é que ele precisa proteger você de você mesmo.

 

 

O primeiro passo para dar à paz o poder de eliminar a violência é rejeitar a crença no poder da violência para preservar a paz.

 

 

O primeiro passo para livrar a sociedade da violência é parar de acreditar que sejam as ameaças de violência o que a mantém unida.

 

 

O primeiro passo para substituir a coerção pela cooperação é parar de acreditar que a cooperação requeira coerção.

 

 

O primeiro passo para eliminar a violência é parar de confundi-la com proteção.

 

 

O objetivo do libertarianismo não é oferecer soluções sociais, mas permitir que todos os membros da sociedade as busquem.

 

 

O objetivo do libertarianismo não é permitir que as pessoas sejam livres, mas fazê-las perceberem que não precisam da permissão de alguém para serem livres.

 

 

O objetivo do libertarianismo não é resolver os problemas da política, mas demonstrar que o problema é a política.

 

 

O objetivo do libertarianismo é substituir a violência pela cooperação. O objetivo do estatismo é disfarçar a violência como cooperação.

 

 

O objetivo da sociedade é promover o poder do progresso. O objetivo do estado é promover o progresso do poder.

 

 

A maior conquista moral da maioria dos indivíduos é nunca terem se tornado políticos.

 

 

O maior obstáculo à eliminação da violência não é o seu mal real, mas a crença no seu potencial para o bem.

 

 

O maior obstáculo à liberdade não é que alguns desejem ser senhores, mas que muitos não se importem de serem escravos.

 

 

A maior tragédia do estatismo não é que bilhões sejam submetidos ao domínio da violência, mas que dificilmente consigam imaginar uma situação mais natural.

 

 

O princípio orientador de um escravo é ter medo da liberdade. O princípio orientador de uma pessoa livre é libertar-se do medo.

 

 

O conflito social inerente não é entre ricos e pobres, patrões e empregados, nativos e imigrantes, puritanos e hedonistas ou maioria e minoria, mas sim entre estado e sociedade — ou seja, entre violência organizada e liberdade organizada.

 

 

O alicerce intelectual do libertarianismo é um simples reconhecimento do fato de que os métodos da barbárie primitiva não podem resolver os problemas da civilização moderna.

 

 

A mensagem da ética é: quanto maior o mal, maior a tragédia. A mensagem da política é: quanto maior o mal, maior a oportunidade.

 

 

A mensagem do libertarianismo é um lembrete constante de que a agressão por qualquer outro nome apenas fede a podre.

 

 

O fundamento metafísico de toda forma de estatismo é a crença numa divindade secular onipotente da violência.

 

 

Quanto mais estatal o estado, menos social a sociedade.

 

 

O sintoma mais comum de barbárie é a incapacidade de distinguir entre desaprovação e proibição.

 

 

O sintoma mais comum de escravidão mental é a crença numa incompatibilidade entre liberdade e comunidade.

 

 

O tipo mais perigoso de violência é aquele que pode com sucesso se passar por proteção.

 

 

A característica mais marcante de uma mente bárbara é a crença de que a violência seja a melhor garantia de sucesso.

 

 

A maneira mais eficaz de o estado escravizar a sociedade é se passar por ela.

 

 

A maneira mais eficaz de destruir a sociedade é legislar sobre as suas funções.

 

 

A maneira mais eficaz de tornar a escravidão atraente é transformar num cargo eletivo a posição de senhor de escravos.

 

 

A maneira mais eficaz de tornar a sociedade estúpida é permitir que ela seja remendada por intelectuais.

 

 

A escolha social mais importante não é entre individualismo e coletivismo, capitalismo e socialismo, autocracia e democracia, consumismo e ascetismo ou conservadorismo e progressismo, mas sim entre voluntariedade e coerção.

 

 

O passo mais importante no caminho para a liberdade não é desafiar o seu senhor, mas parar de achar que seja normal ter um senhor.

 

 

A razão mais óbvia pela qual o mundo não é um lugar melhor é que praticamente todos os seus habitantes inteligentes e com princípios acreditam que a coisa que o mantém inteiro seja a violência, a agressão e a pilhagem monopolizadas.

 

 

A fonte mais potente de escravidão mental é a crença irrefletida na grandeza da nação.

 

 

O mito mais socialmente prejudicial é a crença de que a ação coletiva requeira coerção centralizada.

 

 

O único bem comum é a liberdade comum de buscar bens individuais.

 

 

A única transigência entre individualismo e estatismo é existirem tantos estados quantos forem os indivíduos.

 

 

O único consolo de ser governado por cínicos é não ser governado por idealistas.

 

 

O único bem público é a liberdade da submissão à visão privada de qualquer pessoa sobre o que seja o bem público.

 

 

A única maneira de impedir que algo seja governado é transformar tudo em propriedade privada.

 

The only way to prevent anything from being ruled is to make everything owned.

 

 

 

O oposto da tirania não é a democracia, mas a liberdade. O oposto do privilégio não é a igualdade, mas a autonomia. O oposto da opressão não é o bem-estar, mas a caridade. E o oposto da barbárie não é o estado, mas a sociedade.

 

 

A crença persistente no “bom governo” é a forma mais destrutiva de masoquismo moral.

 

 

O progresso da liberdade individual é o processo pelo qual o instinto de violência é substituído pela lógica da paz.

 

 

O fundamento psicológico de toda forma de estatismo é a satisfação perversa de pertencer à gangue do maior valentão da vizinhança.

 

 

O estado “regulamentador” é o estado totalitário em câmera lenta.

 

 

A função da ética é separar o mal do bem. A função da política é disfarçar o mal como o bem.

 

 

A função da liberdade não é tornar a vida boa, mas permitir que ela seja boa.

 

 

A função da liberdade não é resolver problemas, mas torná-los solucionáveis.

 

 

O estado é um dispositivo para transformar proteção em intimidação, cooperação em exploração, educação em doutrinação, empreendedorismo em busca por benesses e lealdade em submissão.

 

 

O estado é um dispositivo para encobrir o mal ao tornar popular a sua aceitação, vicária a sua perpetração, impessoais as suas causas e remotos os seus efeitos.

 

 

O estado é a manifestação suprema da crença bárbara no poder onipotente da violência organizada.

 

 

A tragédia do homo sapiens é que ele é livre por natureza, mas um escravo por instinto.

 

 

O exemplo supremo de adicionar insulto ao dano é sugerir aos saqueados que exista um contrato social implícito entre eles e os saqueadores.

 

 

A visão de uma sociedade livre não se baseia na esperança utópica de que a violência desaparecerá, mas na modesta expectativa de que ela deixará de ser glorificada.

 

 

O mundo conhecerá a paz quando as hostilidades entre estados forem substituídas pela hostilidade contra o estatismo.

 

 

Não há incompatibilidade entre liberdade e segurança, a menos que o que se queira dizer é a liberdade dos governados e a segurança dos governantes.

 

 

Aceitar ser governado pode ser uma questão de prudência, mas gostar de ser governado é apenas uma questão de vergonha.

 

 

Ser herói não é sacrificar a sua liberdade em prol do coletivo, mas defendê-la contra o coletivo.

 

 

Ser um libertário é ser coerente na sua condenação da violência agressiva.

 

 

Acreditar que exista algo como o direito de governar é não acreditar que a vida civilizada seja possível.

 

 

Clamar por um bom governo é clamar por um senhor de escravos benevolente. Clamar por boa governança é clamar por um parceiro prudente.

 

 

Chamar a política de “ética aplicada” não é dignificar a política, mas insultar a ética.

 

 

Confundir a sociedade com o estado é confundir o controle da violência com a violência do controle.

 

 

Confundir agressão com proteção é proteger a agressão.

 

 

Confundir o poder do estado com o poder da sociedade é confundir a voracidade de um parasita com a vitalidade do seu hospedeiro.

 

 

Para vencer um conflito, fique do lado do poder. Para resolver um conflito, fique do lado da liberdade.

 

 

O crente de hoje na impossibilidade do libertarianismo é o crente de ontem na inevitabilidade da escravidão.

 

 

A guerra total é o estatismo levado à sua conclusão lógica.

 

 

Usar a palavra “nós” em nome de estranhos é o primeiro passo para o totalitarismo mental.

 

 

A violência pode fazer de alguém um cativo, mas é apenas a submissão à violência que pode fazer de alguém um escravo.

 

 

Eleitor: alguém livre para escolher a forma da sua submissão.

 

 

A guerra é um conflito de estados. A paz é uma harmonia de anarquias.

 

 

A guerra nasce da crença de que a violência organizada seja necessária para preservar a liberdade. A paz nasce da crença de que a liberdade organizada é necessária para derrotar a violência.

 

 

Estatismo assistencialista: a ideia de que ser responsável pelos outros requeira destruir a liberdade dos outros de serem responsáveis por si mesmos.

 

 

O que um estatista chama de “anarquia” é um estado disfuncional. O que um anarquista chama de “anarquia” é uma ausência funcional do estado.

 

 

O que distingue uma pessoa civilizada de um bárbaro não são as habilidades verbais, o desenvolvimento tecnológico ou a apreciação das artes, mas sim o respeito genuíno pela liberdade pessoal.

 

 

Sempre quando alguém disser que, se os seres humanos fossem anjos, nenhum governo seria necessário, pergunte-lhe por qual anjo ele mais gosta de ser governado.

 

 

A paz mundial acontecerá quando cada grito de “é uma ordem!” for combatido com um encolher de ombros.

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Jakub Bozydar Wisniewski
é membro do Mises Institute, professor assistente na Faculdade de Direito, Administração e Economia da Universidade de Wroclaw e um acadêmico afiliado e membro do Conselho de Administração do Ludwig von Mises Institute na Polônia. Ele possui mestrado em filosofia pela Universidade de Cambridge e doutorado em economia política pelo King's College London. Ele é o autor de The Economics of Law, Order, and Action: The Logic of Public Goods, Libertarian Quandaries e The Pith of Life: Aphorisms in Honor of Liberty. Ele é o ganhador do prêmio Douglas E. French do Mises Institute e o prêmio George and Joele Eddy. Seus principais interesses de pesquisa incluem a teoria do empreendedorismo, a teoria dos bens públicos, a metodologia da economia e a ética nos negócios.

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