Não precisamos da flexibilização do porte de armas, precisamos de belicismo radical

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Há pouco mais de 5 meses, publicamos neste site um texto que combatia a ideia do então governador eleito do Rio de Janeiro Wilson Witzel, de abater pessoas que estivessem portando fuzis em qualquer circunstância. No texto, argumentamos que a medida era populista, não atacava o real problema, elevava o prêmio econômico do crime e feria o direito natural ao livre acesso às armas. O texto foi largamente criticado nas redes sociais, em vista do incrível apelo emocional que a medida continha. A postagem expôs também os defeitos no conhecimento da ética de muitas pessoas que já se consideravam libertárias. Contudo, reações como tais são normais em um movimento que cresce a altas taxas, como é o caso do libertarianismo brasileiro.

Para muitos leitores, passou batido no texto o nosso argumento de que o acesso ao armamento deveria se dar de forma incondicional, irrestrita e sem nenhum tipo de regulação estatal. Apenas a paridade de forças poderia acabar com o banho de sangue pelo qual o Brasil passa hoje, seja por parte dos bandidos, seja por parte do Estado.

Ontem recebemos a triste notícia de que um carro com 5 pessoas de bem foi fuzilado por militares no Rio de janeiro. Sem oferecer flagrante ameaça, sem exibir armas, sem expor a população a qualquer tipo de risco, pessoas inocentes foram alvejadas por agentes do Estado, os quais alegaram tê-las confundido com bandidos que praticaram roubos na região horas antes do ocorrido.

Os que criticaram o texto sobre o abatimento de supostos criminosos ignoraram o fato de que a medida proposta aumentaria as forças de uma organização (também criminosa) muito maior, mais eficiente e mais violenta que o tráfico. A saber, o Estado. Não importa a metodologia utilizada, ao se medir as práticas violentas, nenhuma organização criminosa na história pode ser comparada ao Estado.

Os que confiam que instituições de controle, as quais fazem parte do próprio Estado serão capazes de contê-lo, nada mais fazem que demonstrar uma adolescente ingenuidade. Os homens que fuzilaram o carro sem dar a mínima chance de defesa às vítimas serão julgados por um tribunal militar, o qual faz parte do mesmo Estado que os emprega. As leis positivas que são postas diariamente na tentativa de conter eventuais abusos, são fiscalizadas e punidas por agentes do mesmo Estado que as propõe. Na prática, em qualquer situação em que agentes do Estado (ou de um de seus poderes) propõem medidas para conter abusos de outros agentes (ou outros poderes), haverá o fortalecimento do próprio Estado.

E é por isso que a confiança em instituições reguladoras estatais é pura tolice, bem como é tolo o indivíduo que acredita que a polícia é capaz de protege-lo de criminosos. No máximo, o Estado elimina a concorrência. Os carrapatos serão arrancados do gado apenas quando começarem a reduzir a quantidade de leite produzida.

A única solução viável para indivíduos de bem é o armamento sistemático e a elevação de uma cultura belicista. Flores, livros, armas leves e leis positivas de nada valem diante de fuzis carregados. Se o governo compra para si metralhadoras, os indivíduos devem comprar lança mísseis, se o governo se arma com blindados, os indivíduos devem se armar com tanques. Se o governo treina seus agentes, também os indivíduos devem treinar seus filhos para o combate armado, caso o mesmo seja necessário e inevitável.

Nunca foi tão útil dizer que: Si vis pacem, para bellum.

7 COMENTÁRIOS

  1. Quão leviano é este texto… tsc, tsc, tsc… o Estado é legitimamente entidade reguladora e normativa, responsável por promover a coesão social, proteger cidadãos e o patrimônio público. Com o poder legitimado, o Estado detém o monopólio da violência, desse modo, você não pode se opor ao estado ou combate-lo, pois não tem legitimidade para tal… ademais, jamais haverá paridade de forças, pois o poder econômico do Estado é maior…

  2. A “legitimidade” emana da força. Estado pressupõe coerção organizada e monopólio da violência, muitas vezes exercida contra pessoas inocentes. O resto é ideologia e mitos jurídico. Vejamos: todo poder emana do povo, alguém porventura acredita seriamente nisso?

  3. Muito interessante Talles, quem raios deu legitimidade ao Estado para regular o poder bélico de cada individuo? E desde quando o estado promove a coesão social, e protege os cidadãos? Afinal com certeza ele protege os cidadãos utilizando sua própria força bélica quando eles discordam de tal né, ksks.

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