O capitalismo tem se mostrado o sistema mais pró-mulheres

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Não, não vou pegar leve com relação aos impostos e ao estado de bem-estar social; todos concordamos que haverá alguma parte disso, mesmo que possamos e iremos discutir o quanto. Afinal, não vamos criar os abrigos para moradores de rua novamente.

Esse é um assunto que Chelsea Follett tem abordado na outra ponta quando descreve a forma como o socialismo originalmente se opunha à emancipação econômica feminina. Podemos usar essas ideias iniciais, mesmo as do próprio Marx, para mostrar porque foi o capitalismo e os mercados que produziram essa liberdade.

Reduzindo o risco

O barbudo realmente insistiu que o capitalismo – sempre, na sua visão, auxiliado pelos mercados – foi o sistema econômico mais produtivo de sempre. Também impulsionou o avanço tecnológico com mais força e rapidez do que qualquer outro sistema. Seria precisamente isso que resolveria o problema da escassez econômica que, por sua vez, é o que Marx pensava que permitiria a chegada do verdadeiro comunismo. Não sou (e talvez você não seja) muito a favor do verdadeiro comunismo – e certamente não da fase intermediária do socialismo enquanto este está sendo construído – mas resolver a escassez econômica parece ser um objetivo bastante decente.

Então, o que esse avanço tecnológico conseguiu? Poderíamos apontar a Medicina como exemplo. As taxas históricas de mortalidade no parto eram da ordem de 1.000 a 2.000 por 100.000 nascidos vivos. As taxas de hoje estão na faixa de 10 a 20. Acho que uma redução de duas ordens de magnitude é muito boa. Mas isso não é tudo. Naquela época, uma mulher passava toda a sua vida adulta grávida ou amamentando: tais eram as taxas de mortalidade infantil que talvez fossem necessárias até 10 gestações para garantir a perspectiva de netos. Atualmente, gerimos a mesma probabilidade de continuação da existência familiar com uma taxa de fertilidade de apenas dois – o que significa uma redução do risco para as mulheres de 500 vezes.

Muito bom para um sistema socioeconômico. Especialmente aquele que também produziu, nas últimas décadas, meios eficazes para as mulheres controlarem essa fertilidade. Um controle que é ao menos parte do caminho para a liberdade econômica.

Trocando músculos por máquinas

Poderíamos também olhar para a segunda maior mudança no mundo do trabalho ao longo do século passado – a quase eliminação do trabalho doméstico. O avanço da tecnologia ao menos reduziu enormemente o trabalho não remunerado necessário para manter uma casa nos eixos – como mostra em detalhe a liberdade das lavadeiras. Diferentes observadores como Hans Rosling e Ha-Joon Chang defenderam a mesma opinião de que a tecnologia doméstica libertou as mulheres em particular.

Mas a mudança abrangente foi a eliminação da força muscular no mercado de trabalho remunerado. Antes de o capitalismo começar a automatizar tarefas, o que realmente estava sendo contratado era a força humana. Algo para o qual a musculatura das mulheres geralmente as tornava inadequadas, de modo que a divisão do trabalho consistia rotineiramente em os homens realizarem o trabalho remunerado no mercado e as mulheres, o trabalho doméstico não remunerado. Depois que as máquinas começaram a levantar e transportar, essas diferenças inatas se tornaram cada vez menos importantes. Foi isso, mais do que qualquer outra coisa, que permitiu a entrada das mulheres no trabalho remunerado. E isso, claro, levou à liberdade econômica.

É inteiramente verdade que nem tudo é igual ainda, mas alcançamos uma igualdade econômica muito maior do que qualquer outro sistema alguma vez concebido. Precisamente por meio dessa tecnologia que o próprio Marx concluiu que os mercados livres capitalistas eram o melhor sistema em produzir. Os resquícios da desigualdade também parecem ser resolvidos. Como Zoe Williams observa – mas não percebe as implicações disso –, cortes no Estado recaem desproporcionalmente sobre os ombros das mulheres. O que deve significar que, em termos gerais, a atual distribuição das despesas do Estado deve favorecer as mulheres. Já deve ter havido tentativas de fornecer esse fator de equilíbrio.

O objetivo do Dia Internacional da Mulher não é celebrar o quão longe chegamos e o quão bem estamos indo, mas sim choramingar o quão longe ainda há para ir. Mas qualquer análise do assunto tem que nos dizer que percorremos um longo caminho, impulsionados por uma combinação de capitalismo e livres mercados. Dado que obviamente funciona, e que é o mais pró-mulheres de todos os sistemas socioeconômicos, a conclusão lógica é que um pouco mais dele resolverá o problema da desigualdade na sua totalidade. E, como disse o próprio Marx, resolveria o problema mais básico da escassez econômica.

 

 

 

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1 COMENTÁRIO

  1. “o socialismo originalmente se opunha à emancipação econômica feminina”

    Um bom motivo para trocar Mises por Marx…

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