Pela total separação entre as empresas de tecnologia e o estado

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O senador do Partido Democrata Ed Markey recentemente deixou aflorar seu mafioso interior e ameaçou Elon Musk – o novo proprietário do Twitter, CEO da empresa de carros elétricos Tesla e da empresa de empreendimentos espaciais SpaceX. Ele disse a Musk: “Conserte suas empresas” ou “o Congresso o fará”. Como parte dessa ameaça, Markey referiu-se a uma investigação em andamento da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) sobre o sistema de piloto automático da Tesla e ao decreto de consentimento de 2011 do Twitter com a Federal Trade Commission (FTC).

Markey fez mais do que ameaças: ele faz parte de um grupo de senadores democratas que escreveu à FTC pedindo uma investigação para saber se as ações de Musk como novo proprietário do Twitter violaram o decreto de consentimento ou as leis de proteção ao consumidor. Como a presidente da FTC, Lina Khan, deseja investigar o maior número possível de empresas, é provável que ela responda favoravelmente à carta dos senadores.

O presidente Biden também endossou uma investigação sobre o papel que os investidores estrangeiros desempenharam no financiamento da compra do Twitter por Musk. Biden pode estar preocupado com o fato de que Musk provavelmente não proibirá tweets sobre os negócios escusos de seu filho, Hunter Biden.

A preocupação de que Musk permitiria tweets contendo informações embaraçosas (ou coisa pior) para o governo Biden aponta para o verdadeiro motivo pelo qual muitos políticos democratas, autores e ativistas progressistas estão atacando Musk. Eles apoiam medidas para suprimir discursos de conservadores, libertários e outros que “não façam parte da lacrosfera” nas redes sociais. Eles veem a perspectiva de uma grande plataforma se recusar a silenciar aqueles que discordam dos lacradores ou do establishment do Partido Democrata como uma ameaça ao seu poder. Musk irritou ainda mais a esquerda ao cometer o que, para muitos democratas (e Liz Cheney), é o maior dos crimes de ódio – permitir que Donald Trump volte ao Twitter.

A ameaça contra Musk mostra que a ameaça à liberdade não vem apenas das grandes empresas de tecnologia; é da aliança entre as grandes empresas de tecnologia e o grande governo.

Alguns conservadores acham que aumentar o poder do governo sobre as mídias sociais é a maneira correta de fazer com que as grandes empresas de tecnologia respeitem a liberdade de expressão. No entanto, aumentar o poder do governo dos EUA sobre a mídia social pode acabar colocando mais poder em ameaças governamentais, como as do deputado Markey. O controle expandido do governo sobre como as empresas de mídia social conduzem seus negócios também pode incentivar ainda mais as empresas a trabalhar com o governo federal para acabar com a liberdade de expressão.

Uma vez que o governo intervém com maior regulamentação, o risco é que haja um maior controle sobre o que é comunicado nas mídias sociais. A questão será apenas quem está dando as ordens no exercício desse controle. O resultado será um aumento da pressão progressista ou “woke” sobre as empresas de mídia social para silenciar conservadores, libertários, oponentes do ensino da teoria racial crítica e transgenerismo nas escolas e aqueles que questionam a segurança e eficácia das vacinas contra a covid? Alternativamente, será que um novo tipo de pressão se tornará dominante, talvez uma pressão para cumprir com os limites conservadores ou preferenciais republicanos na fala? De qualquer forma, a liberdade perde.

As grandes empresas de tecnologia silenciam seus usuários para bajular políticos e burocratas, muitas vezes após um “encorajamento” de políticos e burocratas. Portanto, para acabar com a censura das Big Techs, os americanos devem exigir que todos os membros do governo – incluindo o presidente – não violem a Primeira Emenda. Devemos trabalhar para de uma vez por todas evitar que os funcionários públicos pressionem ou mesmo “encorajem” as plataformas de mídia social a silenciar qualquer cidadão por causa de suas opiniões, bem como ocultar ou suprimir qualquer notícia. A maneira de proteger a liberdade de expressão online é separar tecnologia e estado.

 

 

 

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Ron Paul
é médico e ex-congressista republicano do Texas. Foi candidato à presidente dos Estados Unidos em 1988 pelo partido libertário e candidato à nomeação para as eleições presidenciais de 2008 e 2012 pelo partido republicano. É autor de diversos livros sobre a Escola Austríaca de economia e a filosofia política libertária como Mises e a Escola Austríaca: uma visão pessoal, Definindo a liberdade, O Fim do Fed – por que acabar com o Banco Central (2009), The Case for Gold (1982), The Revolution: A Manifesto (2008), Pillars of Prosperity (2008) e A Foreign Policy of Freedom (2007). O doutor Paul foi um dos fundadores do Ludwig von Mises Institute, em 1982, e no ano de 2013 fundou o Ron Paul Institute for Peace and Prosperity e o The Ron Paul Channel.

1 COMENTÁRIO

  1. Aqui, no Brasil, o Supremo Tirano Federal “coloca no bolso” as lacradoras americanas.
    Já chamou as plataformas principais tais como google, twitter, facebook, instagram e outras para colocar diretrizes do que se pode e o que não se pode escrever, falar, argumentar, etc.
    E o protagonista do show é o iluministro alexandre de moraes.

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