Por que os economistas não podem ser expulsos por negligência?

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Os advogados podem perder sua OAB por todos os tipos de razões: com base em atividades antiéticas e ilegais, como fraude, engano ou falsidade ideológica, ou por qualquer outro motivo que equivalha a ser inapto para ser advogado. Os médicos podem perder sua CRM se se envolverem em má conduta sexual com um paciente, forem considerados culpados de fraude (por exemplo, alterar falsamente registros médicos ou cobrar por tratamentos que o paciente não recebeu), prescreverem medicamentos desnecessários e por alcoolismo ou dependência de drogas. Se um psicólogo namora uma paciente enquanto ela está sob seus cuidados, isso praticamente encerra sua carreira. Quando um farmacêutico confunde medicamentos, é mais ou menos o fim para ele.

Depois, há recalls para quase tudo sob o sol: carros, pneus, alimentos, doces, brinquedos, bonecas, cadeirinhas, etc.

Por que não há essa penalidade para os economistas? Será porque somos muito melhores do que os nossos colegas profissionais? Somos mais puros? Espertos? Mais éticos? Longe disso. E quando foi a última vez que você ouviu falar alguém perdendo seu Ph.D. por negligência? Nunca. Mas, certamente, há pelo menos alguns economistas que são culpados de imperícia, abandono, conduta não profissional, negligência, etc.

No topo da lista de acadêmicos que deveriam ter os doutorados rescindidos e perder os empregos para os quais o diploma é um requisito, estão todos aqueles que negam que as leis do salário mínimo levem ao desemprego para os trabalhadores não qualificados. Eles são verdadeiros traidores da ciência sombria. Eles sabem muito bem, ou pelo menos deveriam saber, que uma lei de salário mínimo desempregará todos aqueles cujo produto de receita marginal está abaixo do nível salarial estipulado por lei; que, quando colocado acima do ponto de equilíbrio, cria um excedente de trabalho, conhecido pelos leigos como desemprego. Às vezes, a análise econométrica não consegue demonstrar esse efeito. Se assim for, os economistas estão cientes do fato, ou pelo menos deveriam estar, de que tais resultados emanam de dados falsos, ou de tempo insuficiente para produzir esses resultados, ou da incapacidade de manter as condições ceteris paribus. No entanto, em vez disso, causam danos irreparáveis aos mais desamparados de nós, cujos níveis de produtividade estão abaixo do nível exigido por lei.

Milton Friedman afirmou: “Uma lei de salário mínimo é, na realidade, uma lei que torna ilegal para um empregador contratar uma pessoa com habilidades limitadas”. Na visão de Gary Becker: “É simples: aumente o salário mínimo e você torna as pessoas desempregadas”. Thomas Sowell comparou esta lei a uma tentativa de “Revogar (…) a Lei da Gravidade” e demonstrou “Por que os racistas amam as leis do salário mínimo” (elas criam desproporcionalmente desemprego para trabalhadores negros).

Agora considere o caso dos “economistas” marxistas. Eles ainda acreditam na teoria do valor-trabalho, segundo a qual esse fator de produção, sozinho, é responsável pela criação de todos os bens e serviços, mas é explorado por pagamentos de lucro, juros, aluguel, etc. São charlatães econômicos. Eles são o equivalente a geógrafos da Terra plana, químicos de flogisto e astrônomos que afirmam que a Terra é plana e que o Sol gira em torno dela. Eles não durariam um minuto em uma academia que tivesse padrões mínimos, mas prosperam atualmente.

Depois, há aqueles – economistas profissionais, acreditem ou não – que defendem que o livre comércio é pernicioso, que o controle de aluguéis é necessário para sustentar a oferta de habitação e ser justo para os inquilinos, e que os lucros são maus e prejudiciais. A mão invisível? Ordem espontânea? Esquece!

Bem, talvez não seja uma boa ideia defender a expulsão de membros desta profissão. É perfeitamente possível, dado o triste estado dessa disciplina, que os presos votem para os guardas serem expulsos. Quem exatamente participaria da votação? Há alguns economistas que realmente acreditam que a verdade pode ser melhor determinada com base no voto da maioria! Outros flertam com a noção – só podem estar sendo irônicos – de que a maneira de determinar quem está certo nesse campo é com base naquele que publica por último. Excelentes economistas como os mencionados acima poderiam ser expulsos se tal processo fosse instituído. Talvez seja melhor deixar os cães dormindo como estão.

 

 

 

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