Socialismo — Por que existem tantas discrepâncias entre a teoria e a prática?

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Quem possui um conhecimento coeso e concreto sobre o socialismo sabe perfeitamente que as diferenças existentes entre a teoria e a prática são simplesmente imensuráveis. Na verdade, podemos afirmar categoricamente que o socialismo promete uma coisa, mas entrega outra completamente diferente. Na teoria, o socialismo promete um paraíso perfeito, onde todas as necessidades das pessoas serão plenamente saciadas e satisfeitas. Ninguém mais passará fome, todos terão o necessário para viver, ninguém mais será oprimido pelo capitalismo e a felicidade se tornará uma radiante e formidável realidade.

Quando colocado em prática, no entanto, o socialismo é tudo, menos isso. No mundo real, o socialismo é o completo oposto de tudo aquilo que promete ser na teoria. O socialismo na prática produziu terríveis e opressivos regimes de terror totalitário, inanição em massa e morticínio generalizado, em uma escala sem precedentes. Quando confrontado com fatos históricos irrefutáveis, um socialista precisa necessariamente fazer um malabarismo intelectual espetacular para defender sua preciosa ideologia de estimação.

Mas de onde vem toda essa discrepância? Por que o socialismo real é tão distinto do socialismo teórico? Por que, na teoria, o socialismo promete uma coisa, mas na prática entrega outra?

As respostas para essas questões são relativamente simples. O socialismo na teoria é uma idealização. E não apenas uma idealização qualquer, mas a idealização de um mundo perfeito, uma utopia colorida, infantil e retumbante, que seria simplesmente impossível de ser concretizada na realidade.

Socialistas ignoram as imperfeições e deficiências da natureza humana

A teoria em si, no entanto, não é a raiz principal dos problemas gerados pelo socialismo, mas o fato de que tanto ela quanto os seus adeptos desconsideram as falhas, ingerências, deficiências e imperfeições inerentes à natureza humana. Infelizmente, todos os militantes — sem quaisquer exceções — cometem o erro de ignorar a essência fundamental da natureza humana: o fato de que ela não é perfeita, portanto não pode gerar um paraíso perfeito, onde tudo será alegre, gracioso, formidável e colorido.

É essa desconsideração substancial que acaba gerando todos os problemas inerentes ao socialismo, e que são responsáveis diretos pela própria existência e difusão da doutrina. A partir dessa desconsideração — uma ignorância veemente e irredutível sobre a natureza humana —, o socialismo consegue parecer um projeto de sociedade viável e alcançável. A realidade, no entanto, é muito diferente. Seres humanos imperfeitos jamais poderiam produzir um paraíso perfeito e imaculado, onde problemas, discórdias, dificuldades e adversidades são inexistentes.

O socialismo também ignora um elemento indispensável da natureza humana, que se torna um eixo axial de quase todos os problemas promovidos pela doutrina. O desejo de alcançar e ter poder, que é indissociável e inerente às deficiências da natureza humana, sobretudo dentro de um contexto político.

Sabemos que em uma sociedade socialista, tudo dependerá majoritariamente de uma elite de burocratas, que tomarão todas as decisões da sociedade, sem respeitar o direito de escolha dos indivíduos. Depois que as decisões são tomadas, portanto, elas serão implementadas sem levar em consideração as particularidades e as circunstâncias individuais de cada integrante da sociedade.

Em um regime socialista, portanto, tudo será vertical; quem possui o poder é quem toma todas as decisões e define praticamente tudo sobre todas as coisas. Os indivíduos comuns, portanto — aqueles que são destituídos de poder — ficarão reféns das escolhas, das preferências e das decisões que foram tomadas pelos burocratas, independente delas os beneficiarem ou não.

O exacerbado nível de poder, portanto, que um político pode ter em um regime socialista certamente despertará as suas ambições, visto que esse sistema favorece a manutenção de um ambiente que irá invariavelmente atiçar as deficiências mais bestiais da natureza humana; a saber, o desejo ensandecido por poder e controle. Fatalmente, um ambiente dessa natureza despertará o pior dos indivíduos que integram os círculos políticos e a estrutura estatal de governo.

Certamente, muitos deles farão de tudo para conquistar o maior nível de poder possível, e eles farão isso em benefício próprio. É uma grande ingenuidade acreditar que os indivíduos que buscam o poder dentro de uma estrutura governamental — e isso, evidentemente, não se resume a um regime socialista, mas se estende a qualquer tipo de governo — farão isso pensando no bem do povo e no desenvolvimento da nação.

A teoria socialista, portanto, desconsidera — de forma brutalmente irresponsável e aviltante — o fato de que ela viabiliza uma estrutura na qual indivíduos naturalmente imperfeitos, que são escravos de suas deficiências intrínsecas, irão se digladiar de forma voraz e ensandecida pelo poder. Sempre, é claro, com a pior das intenções.

Um indivíduo que alcançar o poder, fatalmente, irá lutar por mais poder, e consequentemente tentará eliminar todos os seus adversários, para suprimir os riscos à sua soberania política. Invariavelmente, psicopatas obcecados por poder e controle se sentirão altamente inclinados a promover o socialismo, já que eles enxergam a si próprios como competidores implacáveis, dispostos a tudo para conquistar o prêmio do primeiro lugar dentro da estrutura de poder. Esses indivíduos normalmente são demagogos populistas com uma oratória arguciosa, cujo comportamento dissimulado e carismático pode facilmente seduzir as multidões.

Evidentemente, todos os indivíduos que promovem o socialismo para alcançar e conquistar o poder irão convenientemente omitir as falhas e deficiências da doutrina. Muitos, de fato, nem sequer chegam a estudá-la com profundidade, e aprendem apenas o necessário para ludibriar as multidões. Afinal, para eles o que interessa é o poder, e absolutamente nada além disso. Para tanto, uma das prioridades destes indivíduos é doutrinar e estimular os militantes, que servirão como idiotas úteis do projeto de poder político. Portanto, além do psicopata que pretende chegar ao poder, a sociedade passa a ter que lidar com uma expressiva quantidade de militantes doutrinados, que irão difundir e promover incansavelmente o socialismo, convictos de que este é um sistema capaz de produzir o impecável paraíso igualitário com o qual tanto sonham.

Ignorância generalizada sobre a história dos regimes socialistas

A verdade, no entanto, é que muitos entusiastas do socialismo são aguerridos militantes marxistas porque não conhecem as catástrofes, as tragédias e as fatalidades que o socialismo provocou nas dezenas de países em que este sistema político foi implementado. Infelizmente, a maioria dos militantes são indivíduos saturados de conhecimento teórico — que lhes são transmitidos através de livros, geralmente recomendados por colegas militantes —, mas por alguma razão, essas pessoas nunca estudaram com dedicação e profundidade como foi o socialismo na prática. Muitos militantes nunca tiveram a oportunidade de conhecer alguém que lhes apresentasse o outro lado da sua crença política.

Muitos deles, no entanto, até possuem um conhecimento superficial sobre as tragédias e catástrofes humanitárias provocadas por alguns regimes socialistas, mas estes indivíduos ou não associam diretamente estes desastres como uma responsabilidade direta das políticas socialistas ou afirmam cinicamente que esses governos nunca foram representantes legítimos do “verdadeiro” socialismo. De qualquer maneira, é fácil perceber que a ignorância generalizada sobre o socialismo real é persistente entre a militância. Portanto, é fundamental combater com veemência esses conceitos deturpados e incompatíveis com a realidade histórica.

O socialismo teórico e sua relação prática com o socialismo real

A verdade é que o socialismo na teoria é relativamente confuso, e isso porque ele aparenta desejar um resultado que é relativamente diferente daquele que a doutrina acaba produzindo no mundo real. Não obstante, o socialismo real é, inextricavelmente, o resultado da aplicação das diretrizes teóricas do socialismo, e justamente por isso ele é totalitário, despótico, caótico, opressivo, tirânico, cruel e excessivamente desumano.

Na verdade, quanto mais próximo do socialismo teórico for um regime, mais caótico, opressivo, maledicente, hostil e arbitrário ele será na prática. O socialismo de fato não tem como produzir absolutamente nenhum resultado diferente daqueles que ocorreram nas experiências socialistas históricas, e que foram saturados de fome, miséria, mortandade, tirania, escassez, opressão estatal e colapso econômico.

Logo abaixo, descrevo alguns dos acontecimentos mais nefastos e devastadores do século XX, todos eles resultados diretos da aplicação da doutrina socialista, que só consegue parecer relativamente “justa” e “benévola” graças às inúmeras distorções semânticas, verborragia irracional e profusão de sentenças confusas empregadas pelos seus autores, para fazer a teoria parecer relativamente interessante, razoável e aceitável aos leitores.

Analisando o totalitarismo das ditaduras stalinista e maoísta

Vamos começar pelo regime stalinista — possivelmente o mais notório dos regimes socialistas —, que durou aproximadamente quase trinta anos. Começando na segunda metade da década de 1920, terminou com a morte de Stálin em 1954, e matou aproximadamente vinte milhões de russos. Centenas de milhares de pessoas morreram durante os chamados expurgos stalinistas, nos quais o ditador Joseph Stálin mandou executar até mesmo inúmeros parentes seus, diretos e indiretos, especialmente familiares de sua primeira e de sua segunda esposa.

Quando o regime se estabeleceu, na segunda metade da década de 1920, o nível desconcertante de violência institucionalizada do estado contra a sociedade produtiva — especialmente contra pequenos agricultores e latifundiários nas zonas rurais do país — foi simplesmente estarrecedor e descomunal. Algo de proporções até então inéditas. O estado pretendia se apropriar de tudo o que os camponeses possuíam e produziam, para então redistribuir arbitrariamente, de acordo com os seus próprios caprichos.

O que ocorreu na prática foi um grande assalto do estado soviético contra indivíduos e famílias pacíficas, agredidas com um nível colossal de violência, para realizar a fantasia do sistema de planejamento central do governo de partido único, que obedecia a uma ideologia terrivelmente hostil, sanguinolenta e despótica, totalmente beligerante e avessa aos seres humanos. Um alvo especial do estado soviético foram os cúlaques, camponeses russos considerados inimigos de classe e opositores da revolução.

No livro Os Ditadores, Richard Overy descreve de forma exata esta situação: “– Não podemos deixar que nossa indústria — anunciou Stálin no início de 1928 — dependa do capricho dos cúlaques. Os efeitos da renovada guerra de classes foram, a curto prazo, desastrosos. (…) Os camponeses destruíram o seu gado para não deixa-lo cair nas mãos do estado: entre 1928 e 1933, o estoque de gado caiu 44 por cento, o número de carneiros, 65 por cento, o de cavalos, vital para a aradura numa época pré-trator, mais da metade. A produção dos grãos caiu, mas o fornecimento central subiu, deixando grande parte do campo deliberadamente com escassez de comida. A resistência camponesa provocou uma espiral de violência quando membros do Partido Comunista, autoridades e policiais se espalharam nas províncias a partir das cidades para combater a sabotagem camponesa. Os choques violentos e atos de terrorismo subiram de pouco mais de mil incidentes em 1928 para 13 mil em 1930. Naquele ano, houve 1.198 assassinatos e 5.720 tentativas de homicídio e sérias agressões físicas, a maioria contra ativistas do partido e camponeses que voluntariamente entravam nos coletivos. Multiplicaram-se também os motins e manifestações, chegando a mais de 13 mil em 1930 e envolvendo, segundo estimativas oficiais, um total de 2,4 milhões de camponeses. As autoridades encolheram-se sob o ataque, e em março de 1930, Stálin anunciou uma pausa temporária, culpando os ativistas comunitários por estarem “estonteados com o sucesso” no campo. Em outubro, a proporção de fazendas coletivizadas na Rússia caiu de 59 por cento para 22 por cento. O regime reagrupou-se, e no ano seguinte a coletivização foi imposta à força: mais de dois milhões de camponeses foram deportados para campos de trabalho forçado no norte e no leste, e outro milhão dentro de suas regiões.”

Dissidentes políticos morreram em quantidades inenarráveis em campos de trabalhos forçados — conhecidos como gulags —, localizados na gélida região da Sibéria. Em sua maioria, os condenados morriam de hipotermia, mas também podiam morrer de fome, exaustão, enfermidades diversas, ou de uma combinação de todos estes fatores. Boa parte dos soviéticos durante a ditadura stalinista, no entanto, morreram de fome.

Na Ucrânia — que na época atendia pela nomenclatura de República Socialista Soviética Ucraniana —, aproximadamente dez milhões de pessoas morreram de inanição durante um período que ficou conhecido como Holodomor (alguns estudiosos e historiadores afirmam que o número mais exato seria de quatorze milhões), uma grande fome que foi causada pelo sistema stalinista de coletivização da agricultura.

O estado soviético, no entanto, deliberadamente provocou a escassez de alimentos em uma tentativa de dizimar o povo ucraniano. De todas as formas, tentavam sufocar seu espírito nacionalista, pois temiam insurreições populares e movimentos separatistas. Primeiramente, tentaram proibi-los de falar o seu próprio idioma. Depois, viram no extermínio do povo ucraniano uma possibilidade de manter intacta a integridade territorial da União Soviética.

Como Richard Overy escreveu em seu livro, “a situação na Ucrânia, onde o partido insistia em extrair as quotas máximas como castigo pela resistência camponesa, era tão desesperada que levou Stálin a observar, numa carta escrita em agosto de 1932, “Podemos perder a Ucrânia”.” Neste período trágico — de extrema miséria e fome causada deliberadamente pelo estado soviético — muitas pessoas recorreram ao canibalismo para sobreviver.

Infelizmente, tudo isso é deliberadamente ignorado pela esquerda política contemporânea. Diversos grupos de extrema-esquerda, até mesmo aqui no Brasil, louvam e admiram Stálin, entre outros ditadores, e o consideram um herói revolucionário. Entusiastas mais “moderados” do comunismo afirmam que o que ocorreu na União Soviética não era o “verdadeiro” comunismo, mas o stalinismo, uma deturpação (segundo eles) do “verdadeiro” comunismo. Mesmo que aceitemos este fato — o que seria um grave equívoco —, estes indivíduos deveriam entender que o stalinismo foi um sistema totalmente derivado do socialismo marxista-leninista. Ou seja, foi basicamente o marxismo-leninismo sendo implantado na prática.

A China maoísta foi outro exemplo de regime socialista cruel, hostil e opressivo, responsável por aproximadamente sessenta milhões de mortes — alguns estudiosos e historiadores afirmam que a mortandade foi muito superior, sendo cem milhões de vítimas a quantidade mais realista —, o que faz deste, portanto, o mais letal e implacável de todos os regimes totalitários.

Assim como o regime de Stálin, na União Soviética, a China se transformou em um sistema de partido único, governado por um ditador, Mao Tsé-tung, que ascendeu ao poder depois de uma guerra civil que durou décadas, e que foi travada contra os seus opositores políticos, os nacionalistas, que por sua vez eram liderados por Chiang Kai-shek. Depois de perderem a guerra, os nacionalistas fugiram para Taiwan, e lá também estabeleceram uma ditadura, embora de caráter fascista.

Mao Tsé-tung, como todo ditador socialista, pretendia controlar todos os aspectos concernentes à sociedade chinesa, principalmente a produção de alimentos e a economia. E o resultado de um sistema de planejamento central, como a história comprovou inúmeras vezes posteriormente, é sempre catastrófico.

No final da década de 1950, Mao deu início a um ambicioso projeto de desenvolvimento e coletivização da agricultura, que ficou conhecido como Grande Salto Adiante. Invariavelmente, o resultado deste ambicioso projeto foi a total escassez de alimentos. Os planejadores centrais — que não entendiam absolutamente nada de agricultura — importaram da União Soviética técnicas completamente equivocadas de plantio.

Os planejadores centrais chineses decidiram aplicar técnicas de agrônomos soviéticos, como Trofim Lysenko e Terentiy Maltsev, que foram em grande parte responsáveis por colheitas catastróficas. Lysenko promovia em seus livros técnicas heterodoxas de plantio — como o chamado plantio fechado —, que pressupunha que várias sementes deveriam ser plantadas próximas umas das outras, pois, se fossem da mesma espécie, não competiriam entre si durante o processo de crescimento. A questão é que tal conclusão tratava-se de um equívoco grosseiro; as sementes disputavam espaço no processo de crescimento, e isso resultou em plantações atrofiadas, impossibilitadas de vicejar e gerar alimentos em quantidades suficientes.

Como a colheita produzida e posteriormente colhida nas lavouras era relativamente insignificante, o medo de registrar quantidades tão inexpressivas de alimentos fez os fiscais do partido inflarem deliberadamente os números, o que deu ao governo uma ilusão de superabundância. No entanto, jamais foram produzidos alimentos em quantidades suficientes para toda a população. Em consequência disso, diversas regiões da China a partir de 1958 passaram a sofrer com uma brutal e dramática escassez de alimentos. Como as autoridades não queriam admitir que esse problema foi uma consequência direta de graves e deploráveis equívocos por parte do governo, trataram logo de achar um bode expiatório.

O governo então culpou a escassez de alimentos no pardal-montês, afirmando que — pelo fato dele comer sementes — a lavoura e as plantações não vicejavam. Decidiram então exterminar completamente este pequeno pássaro, endêmico das estepes eurasianas, alegando que assim as plantações poderiam supostamente crescer sem problemas. Além do pardal-montês, no entanto, o governo decidiu exterminar também ratos, moscas e mosquitos, deflagrando o que ficou historicamente conhecido como “A Campanha das Quatro Pestes”.

A campanha de extermínio contra o pardal-montês foi um grande sucesso. Esta espécie de pássaro foi praticamente erradicada na China. O que aconteceu em seguida, no entanto, deixou muitos chineses estarrecidos, especialmente os dirigentes do Partido Comunista. As poucas plantações que ainda produziam alimentos foram totalmente destruídas por fulminantes e imbatíveis enxames de gafanhotos.

Como os dirigentes governamentais descobriram da pior forma possível, o pardal-montês era o predador natural do gafanhoto. Sem o pardal-montês, os gafanhotos se reproduziram de forma incontrolável. O extermínio dos pássaros causou um severo desequilíbrio no ecossistema. Para tentar reverter este problema, diversos pardais tiveram que ser trazidos da União Soviética.

Como em qualquer regime socialista, na China os planejadores centrais tomavam decisões e implementavam medidas sobre assuntos à respeito dos quais eram terrivelmente ignorantes. Ao invés de deixar a sociedade seguir naturalmente o seu curso, os burocratas do estado tentavam antecipar, controlar e conduzir a ação humana através de medidas discricionárias. Mas evidentemente, isso sempre produzia os piores resultados possíveis. Jamais querendo admitir os seus erros, no entanto, os burocratas procuravam bodes expiatórios para tentar justificar porque suas decisões resultavam em catastróficos desastres. E assim eles prosseguiam obstinadamente, nessa tragédia de calamidades anunciadas, que é o sistema de planejamento central.

De fato, o grande erro era e sempre foi o sistema de planejamento central. Esse era o grande problema que gerava todos os outros problemas na China comunista. Era o sistema que deveria ter sido abolido. Abolindo o sistema, desapareceriam todos os problemas causados por ele. Mas é claro que os planejadores centrais jamais admitiriam isso ou levariam isso em consideração.

A Grande Fome da China se prolongou de forma especialmente fatídica até 1962. Como resultado, milhões de pessoas morreram de inanição. Outras tantas recorreram ao canibalismo para sobreviver. Muitas pessoas trocavam os seus bebês com outras famílias, para não serem obrigadas a devorar os próprios filhos.

Como o socialismo chinês, da mesma forma que o soviético, transformou-se invariavelmente em uma ditadura — o que seria um padrão não apenas recorrente, mas inevitável em regimes socialistas —, o tirano Mao Tsé-tung, como qualquer ditador socialista marxista-leninista, possuía a ambição de criar o estado proletário perfeito, a utopia comunista ideal. Por essa razão, ele ficou obcecado em tentar controlar absolutamente todos os aspectos da vida de seus correligionários, nos mínimos detalhes.

Tudo deveria funcionar de acordo com os caprichos de Mao; tudo deveria corresponder às suas expectativas de como seria uma sociedade socialista ideal. Por essa razão, na segunda metade da década de 1960, Mao deu início a um deplorável e ambicioso projeto, que ficou conhecido como Revolução Cultural, no qual o estado se dispôs a controlar tudo o que as pessoas faziam, em uma tentativa de redefinir a cultura chinesa de acordo com valores “proletários”. Quem fosse considerado subversivo era severamente castigado e punido pelo estado, e frequentemente a punição aplicada era a morte.

Tomando medidas simplesmente absurdas, despóticas e totalmente arbitrárias, o estado passou a regulamentar até mesmo que tipo de animais de estimação as pessoas poderiam ter. Os chineses, por exemplo, eram expressamente proibidos de possuir gatos e canários, pois estes eram considerados animais “burgueses”. Para a construção da utopia de um país genuinamente “proletário”, todo o tipo de agressões contra pessoas pacíficas passou a ser válido. Quem ousasse fazer algo que não tivesse sido previamente aprovado pelo partido era severamente castigado.

O governo socialista invariavelmente acabou por deixar a sociedade chinesa saturada de restrições e proibições. Diversas obras de arte, filmes e literatura — especialmente ocidentais — que não se enquadravam com as diretrizes e os princípios do Partido Comunista, foram sumariamente destruídos; na rígida seleção do que era permitido e do que era proibido, no entanto, nem mesmo artefatos e esculturas que eram patrimônios culturais milenares da China escaparam da destruição. Nesse difícil período, muitos chineses foram estimulados e coagidos a denunciar parentes, vizinhos e familiares que não fossem comunistas fervorosos.

A perseguição das décadas de 1960 e 1970 foi tão brutal e aterradora — de fato, a carnificina foi tão desmesurada —, que absolutamente ninguém conseguia escapar, nem mesmo os próprios membros do Partido Comunista. O próprio Deng Xiaoping, que foi o governante máximo da China de 1978 a 1989, foi um alvo da repressão do estado durante a Revolução Cultural, sendo vítima de expurgo não uma, mas duas vezes.

Aqui podemos constatar — para além de qualquer dúvida razoável — que o socialismo é tão brutal, cruel e implacável, que o sistema basicamente se torna uma autofagia. Devora-se a si mesmo. Os próprios socialistas acabam invariavelmente se tornando vítimas da violência do socialismo.

O Khmer Vermelho do Camboja

Outro regime brutal e maligno — que foi na verdade até pior que a ditadura maoísta, resguardadas as devidas proporções — foi o do Khmer Vermelho, no Camboja. Apesar de ter se estendido por apenas três anos e alguns meses, indo de 1975 a 1979, foi um dos regimes ditatoriais mais brutais, cruéis e sanguinolentos da história. Quando o ditador Saloth Sar, que ficou conhecido como Pol Pot, tomou o poder, ele obrigou toda a população a sair das zonas urbanas, realocando-as para as áreas rurais do país. A capital, Phnom Penh, foi evacuada em setenta e duas horas, transformando-se depois disso em uma grande cidade fantasma.

Tudo isso aconteceu porque o ditador queria realizar a sua utópica fantasia coletivista de matriz nacionalista, capitaneada pelo rigor produtivo de um socialismo agrário, do qual emergiria uma nova civilização — que resgataria a grandiosidade do passado histórico da nação —, cuja pretensão máxima era a absoluta autossuficiência: a nação deveria ser capaz de produzir tudo aquilo de que necessitava. Esse tipo de fetiche é bastante comum em nações governadas por fábulas e delírios políticos socialistas. A ideologia política da Coreia do Norte, oficialmente conhecida como Juche, tem uma premissa muito similar.

Por sua ojeriza a tudo o que era ocidental, e que não era parte inerente da cultura cambojana, o ditador mandou destruir farmácias, medicamentos e hospitais inteiros. A população, forçada a trabalhar muitas horas por dia nos campos e nas fazendas coletivizadas — a maioria não estava familiarizada com a atividade agrícola, pois nunca havia exercido a função antes —, morria de exaustão durante as extensas e infindáveis jornadas de trabalho, de fome, pois a produtividade acabou sendo insuficiente para alimentar a todos os cambojanos, ou de uma combinação de ambos.

Com uma produção de alimentos escassa, que ficava progressivamente menor a cada dia — e um regime de terror implacável no tratamento de dissidentes e de indivíduos considerados subversivos pelo regime —, o morticínio de cambojanos executado pela ditadura do Khmer Vermelho foi elevadíssimo. Adicionalmente, com a total ausência de medicações e tratamentos médicos, muitas pessoas passaram a morrer de infecções e doenças que, em circunstâncias normais, teriam sido facilmente tratadas.

Diversas raças e etnias eram ostensivamente reprimidas e discriminadas pela doutrina oficial do regime. A ditadura — com sua pretensiosa retórica nacionalista —, enxergava camponeses natos como os únicos cambojanos genuínos. Para todos os demais, o tratamento dispensado era frio, hostil e cruel.

Até mesmo um curto ditado do Khmer Vermelho tornou-se proverbial para descrever o desprezo institucionalizado do estado para com os cidadãos: “Mantê-lo não é nenhum benefício. Destruí-lo não é perda nenhuma”. O governo comunista também estabeleceu zonas específicas de extermínio para os inimigos do regime, que ficaram conhecidas como campos de matança.

Apesar de ser um minúsculo país do sudeste asiático — e que, na época dos acontecimentos, contava com uma população de aproximadamente oito milhões de habitantes —, a ditadura do Khmer Vermelho, que durou apenas três anos e alguns meses, dizimou entre um milhão e dois milhões e duzentos mil cambojanos; ou seja, aproximadamente ¼ da população. Congruente com todo este deplorável morticínio, o Camboja possui a distinção de ser o país com o maior número de sepulturas coletivas que existe no mundo, com cerca de vinte e três mil.

Infelizmente, todos os exemplos citados acima constituem apenas uma modesta fração das desgraças, fatalidades e atrocidades que o socialismo provocou pelo mundo. Na verdade, a lista de horrores, tragédias e crimes que aconteceram em regimes socialistas é tão extensa que poderíamos fazer enciclopédias inteiras dedicadas unicamente a descrever as atrocidades do socialismo.

Outros exemplos de regimes socialistas

A Romênia comunista de Nicolae Ceaușescu foi um deplorável exemplo de regime totalitário terrivelmente tirânico e opressivo; Ceaușescu foi um ditador despótico e implacável, que buscava controlar toda a população nos mínimos detalhes. Sua data de aniversário era considerada feriado nacional; neste dia, todos os cidadãos eram obrigados a ficar o dia inteiro sorrindo. Ser visto desanimado ou descontente nesse dia era demasiadamente perigoso.

A Romênia de Ceaușescu foi uma nação onde todos os sintomas inerentes do socialismo, como escassez, hiperinflação e opressão estatal — que, de tão ostensivamente brutal, era considerada excessiva até mesmo para os padrões stalinistas do leste europeu — deixaram marcas profundas na população. Eventualmente, a população, de tão exasperada, chegou ao seu limite e acabou se insurgindo para derrubar o seu algoz.

O ditador invariavelmente acabou sendo deposto através de uma revolução popular; a única que foi violenta, na série de revoluções que desmantelou regimes comunistas em vários países europeus no final da década de 1980. Depois de deposto, Nicolae Ceaușescu tentou fugir, mas foi eventualmente capturado. O ditador e sua esposa foram fuzilados no dia 25 de dezembro de 1989, e a execução foi transmitida em rede nacional, para todos os romenos assistirem.

De 1944 a 1985, a Albânia foi governada por um brutal e truculento ditador comunista chamado Enver Hoxha, que estabeleceu o primeiro estado compulsoriamente ateu. Conhecido por eliminar sumariamente seus opositores políticos, durante a ditadura de Enver Hoxha, repressão política e assassinatos extrajudiciais tornaram-se extremamente comuns. Na década de 1980, a Albânia era o mais miserável, estagnado e isolado de todos os países europeus.

A Alemanha Oriental do ditador Erich Honecker — uma nação de impiedosa e frívola brutalidade, no qual alemães desesperados tentavam pular o muro de Berlim para conquistar a sua liberdade —, é mais um exemplo de ditadura socialista implacável, que nunca foi analisada com a devida seriedade. Suas cicatrizes remanescentes ainda estão muito presentes em determinadas regiões da Alemanha. A polícia secreta da ditadura, a Stasi, era uma das mais implacáveis do bloco socialista.

A Sérvia do ditador socialista Slobodan Milošević — também conhecido como o carniceiro dos Balcãs —, que presidiu um verdadeiro regime de terror na antiga nação iugoslava, sendo depois julgado pelo tribunal de Haia, até hoje é lembrado com extremo repúdio e desgosto pela população da Sérvia. Milošević se sobressaiu graças ao exacerbado nível de crueldade e opressão praticado contra dissidentes.

A Coreia do Norte — governada pela dinastia Kim desde 1948 — é uma ditadura socialista totalitária há mais de setenta anos. O primeiro ditador foi Kim Il-sung, que governou o país de 1948 a 1994, sendo o terceiro governante com o mandato mais longo a exercer o poder no século XX. De 1994 a 1998 — durante a ditadura do seu filho, Kim Jong-il, que governou até morrer, em 2011 —, a Coreia do Norte passou por uma grande fome, que matou aproximadamente três milhões de pessoas de inanição.

De 1977 a 1991, a Etiópia foi governada por um ditador comunista, chamado Mengistu Haile Mariam. Depois que tomou o poder, ele realizou um expurgo generalizado contra todos os seus opositores políticos, em uma série de ataques repressivos e truculentos que ficaram coletivamente conhecidos como O Terror Vermelho Etíope. Entre 1983 e 1985, mais de quatrocentos mil etíopes morreram de fome, em consequência de uma série de políticas econômicas irracionais implementadas pelo ditador. Além de não ajudar os famintos, ele proibiu terminantemente organizações beneficentes estrangeiras de entrarem no país para oferecer auxílio humanitário.

De 1969 a 1991, a Somália foi governada por um marxista-leninista cruel e opressivo, chamado Siad Barre. Sempre obcecado em manter o poder, ele não hesitava em reprimir brutalmente a população usando excessiva violência quando julgava necessário. Como considerava a influência política e social de determinadas dinastias somalis uma séria ameaça ao seu poder, Siad Barre decidiu exterminá-las completamente, em dramáticas e sanguinolentas campanhas de limpeza étnica, que transformaram o país em um gigantesco campo de concentração. No final da década de 1980, mais de duzentas mil pessoas que pertenciam ao clã isaaq foram brutalmente exterminadas, em um episódio que ficou conhecido como Holocausto de Hargeisa.

O Zimbábue de Robert Mugabe — que governou o país de 1980 até ser destituído por uma intervenção militar, em 2017, depois de quase quatro décadas no poder —, foi outro exemplo de um regime socialista brutal, nefasto e truculento, caracterizado pela repressão sistemática de dissidentes políticos. Conhecido por liderar um dos regimes mais corruptos na história do continente africano, Robert Mugabe, como todo ditador, tinha como prioridade máxima o desejo de se perpetuar no poder. Ele foi afastado através de um golpe de estado pacífico, tendo morrido em setembro de 2019, aos 95 anos.

Infelizmente, são abundantes os exemplos trágicos, nefastos, fatídicos e implacavelmente desumanos, quando o assunto em questão são as desgraças, tragédias e atrocidades provocadas pelo socialismo. Por isso, é fundamental disseminar o conhecimento exato de tudo o que acontece em um país quando o socialismo é colocado em prática.

Truculência, tirania e despotismo são inerentes ao socialismo

Por sua matriz centralizadora, despótica e autoritária — que não oferece nenhum espaço para a autonomia e a liberdade individual —, é impossível que exista estabilidade, paz, prosperidade, harmonia e progresso em um regime socialista. Adicionalmente, por sua teoria irracional que não leva em consideração a ortodoxia de uma ordem natural de mercado, a economia de um país socialista sempre estará invariavelmente fadada ao colapso total, o que levará à nação a experimentar a sofreguidão da miséria, da escassez e da carestia e, consequentemente, o morticínio de milhares ou milhões de pessoas de inanição.

Como está alicerçado a um condicionamento de extremo poder para o estado, o socialismo sempre resultará em ditaduras, sendo um sistema formidável para psicopatas que querem conquistar poder político irrestrito, total e supremo sobre tudo e sobre todos, com capacidades plenas para exercer completo controle absoluto sobre a sociedade e sobre todos os cidadãos que estão sob o seu jugo.

Confiar em líderes políticos — além de ser algo extremamente imprudente e irracional — é cometer a imprudência de colocar nossa própria vida e a vida de terceiros em risco. Este perigo é altamente potencializado quando o político em questão defende abertamente o socialismo, pois ele está implicitamente defendendo poder absoluto para ele, para o governo e, consequentemente, para quem estiver no controle das instituições de estado.

Como acontece em qualquer sistema socialista, todos os indivíduos que chegam ao poder estabelecem um regime de partido único, e tudo passa a girar de acordo com os caprichos de um ditador. Ao longo de todo o século XX, vimos esta situação se repetir dezenas de vezes, e as consequências catastróficas foram sempre as mesmas. A única variação estava no nível de destruição infligido, que sempre será proporcional ao despotismo dos governantes e ao grau de irracionalidade econômica dos planejadores centrais.

Um militante socialista inveterado é alguém que está solicitando aos seus correligionários que exerçam completa confiança e entreguem todas as decisões de suas vidas a um corpo de burocratas, cuja inclinação ao poder absoluto será não apenas inevitável, como totalmente provável. Confiar de forma cega em políticos e planejadores centrais não é apenas insensato e imprudente, como completamente imoral e irracional. Os indivíduos que compõem a sociedade humana tem todo o direito de manter a sua liberdade, a sua independência e a sua autonomia, assim como também tem todo o direito de rechaçar a terceirização de suas escolhas por burocratas.

Por isso, pessoas que defendem o socialismo precisam de indivíduos que lhes proporcionem doses cavalares de sensatez e razoabilidade, para que consigam despertar da bestialidade ríspida e irracional daquilo que propõem. Afinal, os seres humanos precisam de independência e autonomia, e não de servidão escravagista e tirania.

O discernimento de que o socialismo, na teoria, parece superficialmente justo e interessante, mas na prática é responsável por um sistema de opressão, tirania, terrorismo de estado institucionalizado e mortandade em larga escala, é fundamental para estabelecermos os alicerces de verdades imutáveis e incontestáveis sobre o socialismo.

E — ainda que existam diferenças aparentes entre a teoria e a prática —, é fundamental entender que o socialismo na prática nada mais é do que a rígida aplicação do socialismo teórico. Todas as desgraças que o socialismo produziu na prática, portanto, são o resultado da teoria, que nada mais é do que o arcabouço vulgar de idealizações incoerentes, fantasiosas e irracionais, que seriam completamente incapazes de funcionar em qualquer outro lugar, além das páginas de um livro.

Na verdade, o corpo teórico do socialismo serve unicamente como uma ferramenta de recrutamento de idiotas úteis. O socialismo, na prática, é um tirânico e nefasto projeto de poder. O grande triunfo da teoria é justamente ludibriar as pessoas e torná-las incapazes de perceber quão letal, opressivo, desumano, assassino, maligno e nocivo o socialismo realmente é.

Conclusão

O socialismo já foi colocado em prática em aproximadamente quatro dezenas de países. E em nenhuma dessas ocasiões ele foi implementado de forma “errada” ou “equivocada”. São determinadas pessoas que precisam ser corrigidas para exercer o seu discernimento e aprender a distinguir o socialismo por aquilo que ele realmente é: uma brutal, cruel, agressiva e opressiva ferramenta política, cujo objetivo real é a escravização compulsória de seres humanos, e a sua total submissão a um vertical e totalitário projeto de poder. Socialismo é isso e nada mais do que isso.

No decorrer do século XX, o socialismo mostrou ser, em todas as ocasiões, a mais eficiente máquina de extermínio. Projetado para triturar seres humanos, o único triunfo do socialismo foi ter sido eficiente o suficiente para executar mortandades em escalas monumentais, sendo uma inflexível, porém versátil máquina de matar. Através de inanição, expurgos, execuções sumárias, assassinatos extrajudiciais e campos de trabalho forçado — obrigando seres humanos a sobreviver em níveis de degradação inimagináveis, tendo muitas vezes que recorrer ao canibalismo para não morrer de fome —, o socialismo sem dúvida foi a mais letal e deplorável criação na história da civilização.

A idealização de um gracioso, benigno e festivo paraíso utópico é apenas um recurso criado para recrutar adeptos e militantes; ou seja, idiotas úteis que irão trabalhar de graça para psicopatas desesperados para conquistar o poder, e que posteriormente serão descartados quando perderem utilidade para os seus donos. O socialismo nunca foi absolutamente nada além de um imoral, bestial e criminoso artifício ideológico, projetado para servir como plataforma para o poder político absoluto. Nunca foi e jamais será qualquer coisa além disso.

5 COMENTÁRIOS

  1. Como sempre artigo longo, porém necessário pela necessidade de muitos esclarecimentos, artigo completo citando praticamente todos os regimes totalitários.

  2. Ótima crítica!
    Entretanto não acho que a imperfeição da natureza humana seja um bom argumento pra apontar a falha da prática socialista. Esse seu ponto me fez me questionar sobre o que seria um ser humano perfeito? O socialismo seria o sistema ideial se a natureza do ser humano fosse perfeito?
    Ao meu ver um sistema próximo ao socialismo utópico só seria possível se o não houvesse escassez no mundo de absolutamente nada, e se tudo existente estivesse disponível pra todo mundo, a qualquer momento. Nesse cenário a imperfeição da natureza humana nem importaria.

    Parabéns pelo artigo!

  3. Ótima crítica!
    Entretanto não acho que a imperfeição da natureza humana seja um bom argumento pra apontar a falha da prática socialista. Esse seu ponto me fez me questionar sobre o que seria uma natureza humana perfeita? O socialismo seria o sistema ideial se a natureza do ser humano fosse perfeita?
    A escassez de recursos e tempo, já é suficiente para refutar o socialismo.

    Parabéns pelo artigo!

  4. Razoabilidade, como isso deixa um grande potencial para soças convencerem as pessoas. “”Um pouco de imposto, não vai fazer mal a ninguém, é só 1% da sua renda. Então, vamos fazer um estado bastante leve””. Poxa, imposto é uma atrocidade, tanto menor ou maior grau. Um assassino começa matar sua vítima com micro cortes no dedo da vítima, “”mas, nem sai sangue direito””, isso já é uma atrocidade, como também um assassino cortar a cabeça da vítima. O fazendeiro tem 10 caminhões de maçã, roubar uma micro maçã não deixa de ser roubo, como também não deixa de roubo roubar 9 caminhões de maçãs.

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