Capítulo 4. A Negação da Avaliação
AO LIDAR com julgamentos de valor consideramos que eles são dados finais, que não podem ser reduzidos a outros dados. Não afirmamos que julgamentos de valor, tais como são, feitos pelos homens e utilizados como guia de seus atos, são fatos primários, independentes de todas as outras condições do universo; tal suposição seria absurda. O homem faz parte do universo, ele é fruto das forças que atuam nele, e todos os seus pensamentos e atos são, como as estrelas, os átomos e os animais, elementos da natureza. Estão incrustados na concatenação inexorável de todos os fenômenos e eventos. Afirmar que os julgamentos de valor são, no fim das contas, fatos incontestáveis, significa dizer que a mente humana é incapaz de identificar a sua origem naqueles fatos e acontecimentos com os quais lidam as ciências naturais. Não sabemos por que e como as condições definidas do mundo externo despertam numa mente humana uma reação específica. Não sabemos por que tanto pessoas diferentes quanto as mesmas pessoas, em diversas ocasiões ao longo de suas vidas, reagem de maneiras diferentes aos mesmos estímulos externos. Não temos como descobrir a ligação necessária entre um evento externo e as ideias que ele produz no interior da mente humana.
Para esclarecer esta questão, devemos agora analisar as doutrinas que apoiam a opinião contrária. Lidaremos com todos os tipos de materialismo.