As escolas são o núcleo da hegemonia esquerdista

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Ryan McMaken escreveu um excelente artigo recentemente, explicando “3 razões pelas quais a esquerda continua vencendo”. O artigo era curto e agradável, mas seus pontos eram profundos e perspicazes. Os dois primeiros motivos dados por McMaken para a vitória da esquerda são, pode-se dizer, gêmeos: “A esquerda compreende a importância das ideias e ideologias” e “A esquerda tem uma visão de longo prazo”. No artigo, McMaken fez várias referências à educação, ou seja, a inculcar ideias nas mentes das crianças; a disseminação de ideias por meio de professores de escolas e professores universitários para as gerações subsequentes de jovens. Pode-se dizer que essas ideias merecem alguma consideração adicional, em meio a confusão em que nos encontramos atualmente. McMaken acertou em cheio.

Pode-se considerar as artes e a cultura uma fonte de corrupção nas mentes de nossos jovens, é claro. Este tem sido um ótimo passatempo da direita desde pelo menos os anos 1960. Também se poderia tentar colocar a culpa nos especialistas da mídia e dos jornalistas, se não fosse por aquele maldito problema de que muitos jovens não leem jornais ou assistem a programas de notícias. Talvez as drogas tenham se infiltrado em nossa vizinhança e entre nossos jovens. Isso é possível. No entanto, parece haver um problema – mais óbvio e problemático – que se destaca dos demais. Ou seja, que muitos de nossos filhos passam muitas de suas horas do dia, e pelo menos uma dúzia de anos – seus anos de formação – sob o comando e cuidados de professores socialistas radicais, coletivistas e fanaticamente ateus.

Há quanto tempo sabemos que os inimigos declarados de nossa civilização dirigem nossas instituições educacionais? Há quanto tempo sabemos que nossas escolas, desde escolas primárias e secundárias, faculdades e universidades, estavam doutrinando nossos filhos no marxismo, coletivismo, ateísmo fanático e todos os tipos de ideologias que, apenas algumas gerações atrás, teriam sido consideradas hostis aos valores e ideias da sociedade e cultura ocidental?

Nas aulas, pelo menos nas que tratam do estudo do homem, como as de história, parece plausível que pouco mais se alcançou do que um profundo ódio e dissociação por parte dos alunos. Bebês inocentes foram devorados por lobos; seus corações, mentes e almas formados em um ambiente no qual são ensinados a memorizar as lições repugnantes de uma coleção de ideologias cruéis e odiosas.

Muitos deles ouvem e obedecem, conforme são instruídos por seus professores, e conforme são encorajados por seus pais – na medida em que têm pais que se interessam por sua educação. As outras, aquelas crianças que têm a sorte de não prestar muita atenção nas aulas, não parecem emergir da experiência mais felizes ou menos zangadas do que as outras. Embora nem todas façam o dever de casa, as escolas pressionam as crianças a levar as aulas para casa e a continuar os estudos à noite e nos fins de semana, para que não encontrem algo mais estimulante para fazer em seu tempo livre.

Por doze anos, muitas dessas crianças foram submetidas a essa malformação e doutrinação. Ao mesmo tempo, muitas delas são incentivadas por professores e pais a se comprometerem com os estudos e se destacarem. Muitos alunos, especialmente aqueles de inteligência ou diligência excepcional, são incentivados a continuar seus estudos por um período de anos na faculdade de graduação e, possivelmente, na pós-graduação. O custo para eles não é apenas o de mensalidades e taxas, moradia e alimentação, mas as oportunidades perdidas de começar suas vidas, de começar seu trabalho, de começar uma família ou de buscar seus próprios objetivos.

Com que frequência, e com que rapidez, balançamos a cabeça e olhamos com desprezo para esses jovens? Como eles poderiam aflorar, depois de tudo isso, e ainda sofrer de uma combinação mortal de ignorância, ódio e ingratidão? Como, de fato.

Vamos considerar uma situação hipotética, um exercício mental, se você preferir. Imagine se aproximar de alguns de seus amigos libertários, do mercado livre, conservadores ou religiosos e contar a eles um de seus segredos mais embaraçosos: que você está considerando uma carreira de professor, educador de crianças. Provavelmente muitos deles o chamariam de idiota; de acordo com o dicionário, uma pessoa tola ou estúpida; uma pessoa que carece de julgamento ou bom senso. Você suportaria de boa vontade a indignidade e o tédio de tentar ensinar crianças sem esperança em troca de um salário miserável? Meu Deus, e os pais delas, eles devem ser insuportáveis! Enquanto isso, os coletivistas, muitos dos quais odeiam a humanidade, reconhecem o ensino como uma das atividades mais nobres, a mais nobre das profissões. Os professores são heróis e santos da esquerda.

Para sermos justos, seus amigos mais conservadores têm razão. Existem obstáculos. As marés estão contra você. O Estado exigirá licenciamento, o que significa pedagogia, exame e escrutínio. O estado também exigirá que sua escola atenda a certos “padrões”, o que significa currículos sancionados pelo estado. Além disso, como você vai superar o RH (recursos humanos), o DIE (diversidade, inclusão e equidade) e todo o resto da sopa de letrinhas? O comitê de contratação? O chefe do departamento? O diretor da escola? Os pais?

Felizmente, porém, existem algumas boas opções. Existem escolas particulares – escolas cristãs, a principal delas. Existem também escolas particulares seculares dedicadas a fornecer às crianças uma educação clássica, como as que foram fundadas pelo próprio Robert Luddy do Mises Institute. O Grande Ron Paul tem seu programa de homeschooling. Existem até algumas escolas públicas autônomas que se ergueram sozinhas, dedicadas ao mesmo – a rede Barney Charter School, que é afiliada ao Hillsdale College, e a rede Great Hearts, para citar apenas algumas.

Além do simples reconhecimento de que existem sérios problemas em nossas instituições educacionais, talvez mais de nós devamos levar a sério a busca por escolas e instituições que permanecem, na forma antiga, dedicadas à inculcação do conhecimento e ao cultivo da virtude. Mais de nós, incluindo este autor, devemos utilizá-las e apoiá-las – talvez devamos agradecê-las por seus serviços! Um dos aspectos positivos das quarentenas e da revolução cultural deste ano, como muitos comentaristas aqui e em outros lugares apontaram, é que muitos pais estão finalmente despertando para a realidade de nossas instituições educacionais e fazendo exatamente isso.

Pode-se argumentar que muito do que aflige a mente humana, o coração humano e a alma humana são resultados da ignorância, da falta de educação e da malformação. Embora não seja a única causa, certamente muitos dos problemas e males em nossos corações, em nossas casas, em nossas comunidades e em nosso país podem ser rastreados até suas raízes nas escolas e instituições de ensino superior, e os danos que elas têm causado na mente, coração e alma de tantos.

Não é preciso abraçar os bandidos e criminosos ignorantes, odiosos e ingratos que têm atormentado tanto nossas ruas e escurecido nossas salas de estar recentemente. É preciso reconhecer, porém, que o homem não sai do útero com um martelo em uma das mãos e uma foice na outra; nem com um ódio obstinado pela humanidade em sua mente e em seu coração.

Talvez seja a hora de resolvermos o problema que tantos de nós, por tanto tempo, deixamos de lado. Alguém deve cuidar do rebanho, embora seja uma tarefa suja, difícil e solitária – nem há fortuna a ser feita como pastor. No entanto, alguém deve proteger os bebês contra os lobos em pele de cordeiro. Afinal, essas pobres artes liberais não vão ensinar a si mesmas.

 

Artigo original aqui.

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