O fantástico e utópico Mundo de Fantasias da Esquerda

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Todos nós estamos perfeitamente acostumados aos discursos da esquerda política: a militância multicolorida da resplandecente e cintilante terra da fantasia reivindica direitos, privilégios, benefícios, igualitarismo e reparação histórica, além da defesa dos negros, dos índios, das mulheres, dos grupos LGBT (sigla que a toda hora aumenta), da ideologia de gênero e de outras pautas igualmente enfadonhas e fantasiosas. A olimpíada da opressão já se tornou corriqueira, previsível e interminável. Há uma competição desenfreada para ver quem é mais “oprimido” pelo capitalismo e pelo homem branco heterossexual.

A defesa de pautas previsíveis com discursos politicamente requentados — cujo conteúdo é sempre similar e apresenta apenas algumas ligeiras variações — há muito tempo nos deixa exauridos. A militância basicamente reivindica um monte de exigências para um número cada vez maior de grupos privilegiados. Quem nunca pode ser beneficiado, é claro, é o homem branco “cisgênero heteronormativo” (como a esquerda chama o homem comum), essa criatura malvada que é supostamente responsável por todos os problemas e catástrofes que acometem a humanidade.

A visão de mundo simplória da esquerda política mostra perfeitamente que, como movimento político, ela não passa de um ajuntamento de crianças histéricas e choronas. Reducionistas, inclinados a generalizações redundantes e histriônicas e completamente incapazes de compreender as vastas complexidades da realidade, os militantes dividem a sociedade em opressores e oprimidos. Os opressores, obviamente, são todos os homens brancos “cisgêneros heteronormativos” da sociedade, enquanto os oprimidos são todos os demais grupos. A equação de benevolência ou malevolência de um indivíduo, para a esquerda, pode ser definida dependendo do grupo ao qual o sujeito pertence: se você é negro, índio, trans, não-binário ou mulher, você é do bem. Se você for um homem branco comum “cisgênero heteronormativo”, então você é do mal.

Isso quer dizer que, para a esquerda, méritos individuais não tem importância alguma. Se você como indivíduo fez coisas boas para alguém, isso é irrelevante. Para a esquerda, o mais importante é o grupo ao qual você pertence, o posicionamento desse grupo na olimpíada da opressão e no quanto você sinaliza virtudes nas redes sociais, curtindo publicações da Sônia Guajajara, exigindo vacinas para todos, para todas e para “todes”, criticando avidamente Bolsonaro (uma das mais importantes sinalizações de virtude dos últimos 4 anos) e defendendo a internacionalização da Amazônia — por acreditar que supostamente a ONU se preocupa mais com a fauna e a flora da região do que os povos nativos. Basicamente, tudo o que você precisa fazer para ser considerado um ser humano puro, gracioso e bondoso é imitar os artistas lacradores famosos. Faça tudo o que os famosos fazem, e então você será considerado um ser humano puro, benévolo e iluminado.

Para a esquerda, se você faz todas as coisas citadas acima, então você está definitivamente contribuindo para um mundo melhor. Mas se você é um homem branco “cisgênero heteronormativo”, e decide montar uma empresa — empregando assim dezenas ou centenas de pessoas —, então você é um capitalista ganancioso que está explorando a mão de obra de pobres proletários.

Em sua infantil, delirante e ingênua visão de mundo, a esquerda desconsidera questões básicas da realidade. Para citar um exemplo — atualmente, as mulheres usufruem de um exacerbado grau de poder jurídico, social e político, como nunca tiveram antes na história. A grande maioria dos homens, por outro lado, são indivíduos comuns completamente destituídos de poder. A cada dia que passa, as mulheres conquistam cada vez mais privilégios e benefícios institucionais. Mas as feministas insistem em dizer que vivemos em uma sociedade patriarcal e machista. Afirmar isso em qualquer país ocidental atualmente, na melhor das hipóteses, não passa de puro delírio progressista.

A verdade é que militantes de esquerda vivem em um mundinho muito particular, completamente alienado da realidade e plenamente destituído de referências concretas. De fato, eles não precisam de referências do mundo real para defender as pautas que defendem, ou fazer as exigências que fazem. Por isso mesmo eles desconsideram dois fatores elementares quando reivindicam direitos: o primeiro deles vem do fato de que tudo tem um custo a ser pago por alguém. O segundo, e mais crucial deles é — quem vai pagar por esses direitos?

Obviamente, a esquerda não se importa com isso porque ela não representa a parcela produtiva da sociedade. Se representasse, ela entenderia que tudo tem um custo, e faria o possível e o impossível para reduzir o tamanho e os custos do estado. Mas a esquerda está sempre se empenhando em fazer exatamente o contrário — em expandir continuamente o estado e sua capacidade de intervenção. Além de ignorar completamente os custos exorbitantes disso e rotular como fascista quem decide expor o problema.

Nessa questão, é fundamental apontar outro fator igualmente grave, que a esquerda, como sempre, não se importa em ignorar: os pobres frequentemente arcam com a maior parte desses custos, não apenas com seus rendimentos presentes, mas também com rendimentos futuros, o que perpetua e intensifica a condição de pobreza dessas pessoas.

Evidentemente, as despesas públicas também pesam arduamente sobre a classe média, o que verificamos quando percebemos o nível de estagnação que acomete as pequenas e médias empresas.

Isso mostra como expandir o estado e o nível de sua intervenção — o que acarretará fatalmente em uma expansão dos seus custos — terá sempre um efeito dramático: a pobreza e a miséria irão se expandir na mesma proporção, enquanto a classe política irá enriquecer cada vez mais e os integrantes da burocracia estatal, da mesma maneira, aumentarão o seu padrão e a sua qualidade de vida.

Mas não vá desperdiçar o seu tempo explicando para um militante de esquerda que o estado é um agente de destruição de riquezas e desperdício de recursos. Sempre disposto a ignorar os fatos e a realidade, o militante vai continuar achando mais importante venerar o deus-estado, e considerá-lo a solução para todos os problemas da sociedade. Para justificar a expansão da miséria e da pobreza na sociedade, ele simplesmente dirá que o capitalismo é responsável por todas essas infelizes mazelas.

A capacidade de ignorar ativamente a realidade é, possivelmente, o maior problema da esquerda — que acaba gerando uma quantidade exorbitante de outros problemas. Afinal, não importa quantas vezes a realidade se mostre — e não importa quão brutais e contundentes sejam as colisões com a realidade —, a militância irá sempre se refugiar no narcisismo patológico da seita progressista, tendo a crença ferrenha de que é a realidade que deve se adequar à visão de mundo deles, e não eles que devem se adaptar à realidade.

Qualquer ser humano que tenha atingido a idade adulta consegue perceber com facilidade que o esquerdismo não passa de uma seita psicodélica de crianças histriônicas e egocêntricas que sempre encontram algum motivo para choramingar e reclamar da vida, do mundo e da realidade. E, previsivelmente, elas sempre veem o estado como a entidade sagrada que irá finalmente “consertar” o mundo e deixá-lo de acordo com a sua preciosa ideologia de estimação.

Portanto, ao invés de estudar economia e compreender que a única maneira de resolver problemas na sociedade é maximizar a produção de riquezas alocando recursos de forma racional, o militante prefere solicitar continuamente coisas “gratuitas” do estado porque ele foi doutrinado para crer que esse é um “direito” que ele tem, pelo simples fato de existir — e não importa quem vai pagar por esses direitos. Se para garantir um determinado número de privilégios o estado acabar elevando a carga tributária, para o militante isso é completamente irrelevante. Ele não está interessado em saber quem vai pagar pelos direitos dele, contanto que ele os receba. Sua mentalidade infantil, narcisista e egocêntrica não permite que ele assuma as responsabilidades por sua vida e encare o mundo de forma coesa, como um adulto naturalmente faria.

O ciclo infindável de tributação e redistribuição que os populistas normalizaram — levando a militância woke a acreditar que eles possuem amplos direitos —, invariavelmente acarreta em uma disputa cada vez mais acirrada por recursos escassos, e fatalmente agrava a condição de pobreza daqueles que já tem pouco. Mas é óbvio, não espere que um militante woke da esquerda progressista consiga compreender o óbvio sobre estímulos econômicos. Ele continuará acreditando que riquezas caem do céu ou que podem ser produzidas por decreto estatal.

Dadas as circunstâncias, é fácil compreender que a esquerda, enquanto força e movimento político, só consegue se perpetuar em virtude da ignorância de seus integrantes e de suas baixas capacidades intelectuais. Afinal, o estado, além de não ser nem um pouco confiável e ter os seus próprios interesses escusos — o principal deles é parasitar a parcela produtiva da sociedade para se perpetuar —, pode apenas expropriar daqueles que produzem, e dar para aqueles que nada produzem.

Portanto, o estado não tem como aumentar a quantidade de riquezas existente na sociedade, ele pode apenas fazer redistribuição. Mas novamente, não perca seu precioso tempo tentando explicar economia básica para um militante de esquerda. Ele provavelmente vai chamar você de fascista, apesar de ser ele que defende um estado forte, interventor e onipotente. Ou seja, até nisso militantes conseguem expor, ainda que involuntariamente, o grau intenso de sua brutal ignorância.

Além da ignorância econômica crônica, o militante é uma criatura que foi levada a acreditar que o estado é uma entidade mágica que pode fazer tudo: criar riquezas do nada, ampliar recursos e deflagrar o paraíso na Terra. Nem toda a lógica e racionalidade existentes conseguirão fazer um militante compreender como o mundo e a economia funcionam de fato. O militante genuinamente acredita que o estado é inerentemente bom, pode moldar de forma benévola a natureza humana através da educação “pública, gratuita e de qualidade” e que políticos são criaturas dóceis, graciosas e incorruptíveis, que amam a humanidade, e jamais poderiam nutrir interesses escusos ou manifestar ambições egoístas nas posições de poder que exercem. Quando eles reconhecem a existência de políticos maus, ignóbeis e corruptos, obviamente esses serão todos classificados como políticos de direita.

Como fica fácil constatar, a esquerda comprou de maneira árdua e feroz a fábula do estatismo (a direita também o fez, mas em grau comparativamente menor). De maneira que eles acreditam com toda a convicção que basta o estado adotar — e consequentemente implementar — a ideologia progressista, em todos os seus aspectos e matizes, que invariavelmente o paraíso na Terra será deflagrado. Basta combater o homem branco conservador heteronormativo, o capitalismo e o fascismo, que o mundo se tornará um lugar gracioso, feliz, majestoso e reluzente. Unicórnios saltitantes correrão ao redor de um gracioso e resplandecente arco-íris, o igualitarismo triunfará e a vitória sobre o fascismo anunciará a aurora de um novo amanhecer. É fácil perceber que ideologias universitárias e utopias estudantis são basicamente o combustível nefasto que move o populismo político. Iludindo jovens eleitores economicamente ignorantes e prometendo a eles o paraíso na Terra, você garante alguns milhares de votos para a sua coalizão política.

Ignorando toda a problemática da realidade, além das impossibilidades econômicas e logísticas de tal empreitada, a militância woke acredita com mordacidade na capacidade do estado de projetar e construir um mundo melhor. Tanta ingenuidade seria cômica, se não fosse de fato uma degradante tragédia social, e a consequência de um nível exacerbado de ignorância.

Você não precisa ser libertário para entender quão delirante é acreditar na capacidade do estado de construir um mundo melhor. Basta ter uma compreensão mínima de como é a natureza humana e de como funciona a economia no mundo real. Então você compreenderá perfeitamente que o esquerdismo é uma megalomaníaca fantasia delirante de adultos infantilizados que acreditaram na utopia igualitária, na fábula do estado altruísta e na mitologia do oprimido e do opressor.

O esquerdismo é uma mistura de ignorância com o desejo de permanecer na infância pelo resto da vida. O que a militância woke mais deseja é um estado-babá que cuide de todas as suas necessidades pelo resto da vida. Os custos disso, é claro, não importa quem irá pagar. Afinal, os militantes têm “direitos”. Quem é você para contestar isso e chamá-los para a realidade?

Na graciosa, delicada e resplandecente terra da fantasia woke, a realidade não precisa ser levada em consideração. Você não precisa nem mesmo ser homem ou mulher; pode se considerar qualquer coisa não-binária e exigir que o chamem por pronome neutro.

O caminho para a ruína social e econômica é sempre igual, e passa pelas nebulosas oscilações emocionais do ativismo político. A verdade é que enquanto políticos populistas estiverem dispostos a prometer o impossível e adultos infantilizados permanecerem ignorantes quanto a natureza humana e a economia, o paraíso estará sempre à uma eleição de distância.

6 COMENTÁRIOS

  1. O camarada Hertzog recebeu uma intimação da Polícia Federal por causa de uma publicação. Vocês do Instituto Rothbard Brasil sabem que fim levou essa ladainha dos leões de chácara do sistema?

    • Camarada Mauricio, a denúncia contra o Wagner ainda segue na justiça, e não é só ele. Eu também estou tendo de responder na justiça uma acusação contra o Instituto Rothbard de, acredite se quiser, apologia ao nazismo.

      • Obrigado pela resposta camarada Fernando.
        Eu não imaginava que a coisa estivesse nesse nível de periculosidade. Pelo o que haviam me dito, era só uma consulta para esclarecimentos na delegacia da PF – Prato Fudido. Inclusive que o Hertog podia até ignorar…
        E no caso do Instituto Rothbard Brasil para mim é uma surpresa.
        Isso dá uma tristeza sem fim.
        Deus esteja com vocês.

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