Após o fracasso do primeiro impulso em direção ao banco central com a derrota do Projeto de Lei Fowler em 1902, e o colapso dos esforços do Secretário Shaw para usar o Tesouro como um banco central substituto, as forças de reforma bancária decidiram colocar suas cartas na mesa e pressionar francamente por um Banco Central para os Estados Unidos.
A campanha reavivada foi iniciada por um discurso fatídico em janeiro de 1906 do poderoso Jacob H. Schiff, chefe da Firma de Investimento Bancário de Wall Street, de Kuhn, Loeb & Company, anteriormente à New York Chamber of Commerce. Schiff reclamou que o país havia “precisado de dinheiro” no outono de 1905, e não conseguiu obtê-lo do Tesouro. Uma “moeda elástica” para a nação era, portanto, imperativa, e Schiff incitou o Comitê de Finanças da Câmara de Nova York a elaborar um plano geral por um novo sistema bancário moderno, para providenciar um plano compreensivo por um novo sistema bancário moderno a fim de proporcionar uma moeda elástica. Um parceiro de Kuhn-Loeb e parente de Schiff que tinha agitado os bastidores por um banco central foi Paul Moritz Warburg, que tinha sugerido a ideia a Schiff já em 1903. Warburg havia emigrado em 1897 do M. M. Warburg & Company, banco de investimento Alemão, e se dedicava ao modelo de banco central que havia se desenvolvido na Alemanha.
Quando o Comitê de Finanças da Câmara de Nova York se mostrou relutante, Frank A. Vanderlip relatou este desenvolvimento indesejável a seu chefe, James Stillman, chefe do National City Bank, e Stillman sugeriu que uma nova comissão especial composta por cinco homens fosse criada pela Câmara de Nova York para relatar um plano de reforma monetária. O importante era assegurar uma comissão predisposta a ser amigável, e Vanderlip conseguiu assegurar uma comissão totalmente a favor de um banco central. Esta comissão especial da Câmara de Nova York era composta por Vanderlip, um homem dos ; Isidor Straus, o amigo íntimo de Schiff, diretor da R. H. Macy & Company; dois homens dos Morgan: Dumont Clarke, presidente do American Exchange National Bank e conselheiro pessoal de J. P. Morgan, e nosso velho amigo Charles A. Conant, tesoureiro da Morton Trust Company. O quinto membro foi John Claflin, da H. B. Claflin & Company, uma grande empresa atacadista, que era um veterano da Convenção Monetária de Indianápolis. Entrando a bordo como secretário da nova comissão monetária estava o amigo de Vanderlip, Professor Joseph French Johnson, agora da Universidade de Nova York.
A comissão ressuscitou a velha técnica de interrogatório de Indianápolis: adquirir legitimidade ao enviar um questionário detalhado sobre moeda a vários líderes financeiros. Enquanto Johnson enviava e coletava os questionários, Conant visitava e entrevistava os chefes dos bancos centrais da Europa.
A comissão especial entregou seu “Relatório Monetário” para a Câmara de Nova York em outubro de 1906. Para eliminar a instabilidade e o perigo de uma moeda inelástica, a comissão solicitou a criação de um “banco central de emissão sob o controle do governo”. Em janeiro seguinte, Paul Warburg tornou pública sua agitação por um banco central, publicando dois artigos em seu nome. Os grandes banqueiros reconheceram, entretanto, que desde a derrota do Projeto de Lei Fowler, uma tarefa primordial seria converter um grande número de pequenos banqueiros da nação à causa de um banco central.
O pânico de 1907 ocorreu em outubro, resultado de uma inflação, estimulada pelo Secretário do Tesouro Leslie Shaw nos dois anos anteriores. O Pânico agitou os grandes banqueiros a darem um golpe planejado por um emprestador de última instância na forma de um banco central. Os grandes banqueiros perceberam que um dos primeiros passos na marcha por um banco central foi ganhar o apoio dos economistas, acadêmicos e especialistas financeiros do país. Felizmente para os reformadores, duas organizações úteis para a mobilização dos acadêmicos estavam próximas: a American Academy of Political and Social Science (AAPSS) da Philadelphia, e a Academy of Political Science of Columbia University (APS) ambas compostas por importantes empresários, financistas e advogados corporativos liberais, bem como acadêmicos. Cada uma destas organizações, juntamente com a American Association for the Advancement of Science (AAAS), realizou simpósios sobre assuntos monetários durante o inverno de 1907-1908, e cada uma delas exigiu a criação de um banco central. A conferência de Columbia foi organizada pelo economista da Columbia E. R. A. Seligman, que não por acaso era um membro da família do proeminente banco de investimentos de Wall Street da J. & W. Seligman and Company. Seligman foi grato pela universidade ter sido capaz de fornecer uma plataforma para os principais banqueiros e jornalistas financeiros promoverem um banco central, especialmente porque “é proverbialmente difícil em uma democracia garantir uma audiência para as conclusões dos especialistas”. Enfatizando a importância de um banco central nas reuniões, além de Seligman, estavam Frank Vanderlip do National City Bank, A. Barton Hepburn do Chase National Bank de Morgan, e Paul M. Warburg de Kuhn-Loeb.
No simpósio da American Academy of Political and Social Science em Philadelphia, vários dos principais banqueiros de investimentos, bem como o Controlador da Moeda William B. Ridgely se pronunciaram por um banco central. pessoal e estadista dos Morgan, Elihu Root; o advogado pessoal de longa data dos Morgan, Francis Lynde Stetson; e o próprio J. P. Morgan. Enquanto isso, o simpósio da AAAS em janeiro de 1908 foi organizado por ninguém menos que o próprio Charles A. Conant, que foi presidente da seção social e econômica da AASS naquele ano. Entre os oradores favoráveis a um banco central estavam Conant, o economista J. B. Clark da Columbia, Vanderlip e o amigo de Vanderlip, George E. Roberts, diretor do Banco Comercial Nacional de Chicago, orientado pelos Rockefeller, que mais tarde terminaria no National City Bank.
A tarefa dos reformadores bancários foi bem resumida por J. R. Duffield, secretário da Bankers Publishing Company, em janeiro de 1908: “Reconhece-se em geral que antes de se ter uma legislação, deve ser realizada uma campanha educacional, primeiro entre os banqueiros, depois entre as organizações comerciais e, finalmente, entre o povo como um todo”.
Durante o mesmo mês, a liderança legislativa na reforma bancária foi tomada pelo senador Nelson W. Aldrich (R., R.I.), chefe do Comitê de Finanças do Senado e, como sogro de John D. Rockefeller Jr., homem dos Rockefeller no Senado dos EUA. O Aldrich-Vreeland Act de Aldrich foi aprovado pelo Congresso naquele ano, sua disposição mais proeminente o aumento da quantidade de moeda de emergência que os bancos nacionais poderiam emitir. Uma disposição mais importante embora amplamente negligenciada, entretanto, estabeleceu uma National Monetary Commission (NMC) que investigaria a questão monetária e sugeriria propostas para uma reforma bancária abrangente. O objetivo subjacente da NMC foi revelado por dois admiradores que aplaudiram esta nova proposta. Seren S. Pratt do Wall Street Journal admitiu que o verdadeiro objetivo da NMC era inundar, sobrecarregar o público com supostos conhecimentos especializados, “educando-o” a aceitar a reforma bancária. Pratt salientou que “de nenhuma outra forma tal educação pode ser realizada de maneira mais completa e rapidamente do que por … uma comissão”. Outra função de uma comissão, observou Festus J. Wade, um banqueiro de St. Louis e membro da Comissão de Moeda da American Bankers Association, foi “manter a questão financeira fora da política”, e colocá-la diretamente na custódia segura de “especialistas cuidadosamente selecionados”. A Comissão Monetária de Indianápolis estava agora sendo recriada em escala nacional.
O Senador Aldrich não perdeu tempo no lançamento da NMC, em Junho de 1908. A Comissão era composta por um número igual de Senadores e Representantes, mas esses membros do eram mera fachada para os conselheiros e funcionários que faziam o verdadeiro trabalho da Comissão. Desde o início, Aldrich imaginou que a NMC, e o movimento de reforma bancária em geral, seria dirigido como uma aliança do pessoal dos , Morgan, e Kuhn-Loeb. Aldrich escolheu como principais especialistas aconselhando ou integrando à Comissão dois homens sugeridos pelos líderes dos Morgan. Como seu principal conselheiro, Aldrich escolheu, por sugestão de J. P. Morgan, secundado por Jacob Schiff, provavelmente o mais poderoso dos sócios de Morgan, Henry P. Davison. Para o principal especialista em economia técnica e diretor de pesquisa, Aldrich aceitou a recomendação do amigo íntimo e colega de Roosevelt, o presidente da Universidade de Harvard Charles Eliot, que havia solicitado a nomeação do economista Abram Piatt Andrew, de Harvard. Andrew encomendou e supervisionou inúmeros relatórios e estudos sobre todos os aspectos relevantes da área bancária e financeira. Em dezembro, Aldrich contratou o inevitável Charles A. Conant para pesquisa, relações públicas e propaganda ideológica para a NMC. Enquanto isso, Aldrich reuniu a seu redor círculos internos de consultores influentes, que incluíam Warburg e Vanderlip. Warburg reuniu ao seu redor subcírculos, que incluíam Irving T. Bush, chefe do Comitê Monetário da Associação de Mercadores de Nova York, e homens das primeiras fileiras da American Economic Association, ao qual Warburg proferiu um discurso defendendo o banco central em dezembro de 1908. Warburg se reuniu e se correspondeu frequentemente com os principais economistas acadêmicos que favoreciam a reforma bancária, incluindo Seligman; Davis R. Dewey, historiador do setor bancário do M.I.T., secretário e tesoureiro de longa data da American Economic Association e irmão do filósofo e educador progressista John Dewey; Frank W. Taussig; Irving Fisher de Yale; e Oliver M. W. Sprague, Professor de Serviços Bancários em Harvard, da família Sprague, influenciada pelos Morgan.
No mês de setembro de 1909, os reformadores aceleraram sua campanha por um banco central drasticamente. O banqueiro George M. Reynolds, de Chicago, orientado pelos Morgan, fez um discurso presidencial à Associação dos Banqueiros Americanos, clamando categoricamente por um banco central para a América. Quase simultaneamente em 14 de setembro, o Presidente William Howard Taft, falando em Boston, sugeriu que o país seriamente considerasse um banco central. Taft tinha sido próximo dos reformadores, especialmente de seu amigo, orientado pelos , Nelson Aldrich, desde 1900. O Wall Street Journal entendeu a importância desse discurso público, como “removendo o assunto do campo da teoria para o da política prática”.
Uma semana depois, os reformadores bancários organizaram um complexo virtual governo-banco-mídia para dirigir através de um banco central. Em 22 de setembro, o Wall Street Journal iniciou uma série de editoriais de primeira página sem precedentes, com 14 partes, intitulada “A Central Bank of Issue”. Esses editoriais não assinados foram na verdade escritos pelo Charles A. Conant, de seu ponto de vista como chefe propagandista assalariado da Comissão Monetária do Governo dos Estados Unidos. Com base em sua experiência em 1898, Conant, auxiliado pelo secretário de Aldrich, preparou resumos de materiais de comissão e os distribuiu aos jornais no início de 1910. J. P. Gavitt, chefe do escritório de Washington da Associated Press, foi recrutado pela NMC para extrair “parágrafos novos” para editores de jornais de resumos de comissão, artigos e futuros livros. E duas organizações acadêmicas ostensivamente desinteressadas emprestaram sua coloração à NMC: a Academy of Political Science, publicando um volume especial de seus Procedimentos em colaboração com a NMC, “para popularizar, no melhor sentido, alguns dos valiosos trabalhos da Comissão”. Entretanto, a Academy of Political and Social Science publicou seu próprio volume especial em 1910, Banking Problems, introduzido por Andrew, e incluindo artigos de reformadores bancários veteranos, incluindo Johnson, Horace White, e o baqueiro de truste dos Morgan, Fred I. Kent, bem como de vários altos funcionários do National City Bank of New York, dos .
Enquanto isso, Paul M. Warburg limitou sua longa e intensa campanha intensiva por um banco central em um famoso discurso para a New York YMCA, em 23 de março de 1910, em “A United Reserve Bank for the United States”. Warburg delineou a estrutura de seu amado Reichsbank alemão, mas ele era cuidadoso para acalmar os medos de Wall Street, insistindo que o banco central não seria “controlado por ‘Wall Street’ ou qualquer interesse monopolista”. Portanto, Warburg insistiu que o Novo Banco de Reserva não deve ser chamado de “banco central”, que o conselho de administração do Banco Central seja escolhido por funcionários do governo, comerciantes e banqueiros; os banqueiros, é claro, deveriam dominar as seleções.
Um dos grandes líderes de torcida para o Plano Warburg, e o homem que introduziu o volume sobre a reforma bancária, apresentando o discurso de Warburg e publicado pela Academy of Political Science (The Reform of the Currency, editado por H. R. Mussey, New York, 1911), era parente e economista da família de bancos de investimento Seligman, E. R. A. Seligman. Tão encantada, também, com o discurso de Warburg ficou a Associação de Mercadores de Nova York que distribuiu trinta mil cópias do discurso durante a primavera de 1910. Warburg havia preparado cuidadosamente o caminho para esta ação da Associação de Mercantes ao se reunir regularmente com o Comitê Monetário da Associação dos Mercadores desde o outono de 1908. Os esforços de Warburg foram auxiliados pelo fato de que o perito residente para esse comitê era Joseph French Johnson.
Durante a mesma primavera de 1910, os numerosos volumes de pesquisa da NMC sobre vários aspectos da atividade bancária foram lançados no mercado. O objetivo era inundar a opinião pública com um desfile de impressionante erudição analítica e histórica, tudo supostamente “científico” e “imparcial”, mas tudo projetado para promover a agenda de um banco central.