Insanidade total do Covid-19: como tão poucos mandam em tantos?

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Por hora gostaria apenas de entender como pode ser que tantos homens, tantos burgos, tantas cidades, tantas nações suportam às vezes um tirano só, que tem apenas o poderio que eles lhe dão, que não tem o poder de prejudicá-los senão enquanto têm vontade de suportá-lo, que não poderia fazer-lhes mal algum senão quando preferem tolerá-lo a contradizê-lo. Coisa extraordinária, por certo; e porém tão comum que se deve mais lastimar-se do que espantar-se ao ver um milhão de homens servir miseravelmente, com o pescoço sob o jugo, não obrigados por uma força maior, mas de algum modo (ao que parece) encantados e enfeitiçados apenas pelo nome de um, de quem não devem temer o poderio pois ele é só…. – Étienne de La Boétie, 1553, O Discurso da Servidão Voluntária

O que faz o homem se curvar à autoridade impotente, se encolher diante de um ou alguns tiranos, sem a vontade de ser livre? Esta pergunta me assombra desde que eu era muito jovem, mas a resposta aparentemente é, como La Boétie afirmou tão claramente há quase 500 anos, que as pessoas comuns são consumidas pela indiferença. Certamente, com mais de 300 milhões de pessoas vivendo neste país, seria necessária apenas uma pequena porcentagem praticando desobediência para eliminar o poder governante e reivindicar liberdade. Por que isso não aconteceu? Por que tantos obedecem a tão poucos? Sem um forte desejo de ser livre, o destino do homem sempre será ser governado, e essa regra pode levar apenas a uma vida de servidão.

Ser livre significa não se conformar em ser governado ilegitimamente por outras pessoas, não obedecer a ordens, não consentir com a tirania e se opor a todo e qualquer mandato totalitário. Ninguém pode forçar os outros a reivindicar sua própria liberdade; eles têm que chegar a essa posição por conta própria. Se eles escolherem não fazê-lo, ou se optarem por ser tolos obedientes, então restará a eles se conformarem com as leis inválidas de seus senhores aceitos, e viver uma vida em escravidão. Muitos sugeriram maneiras adequadas de evitar isso, mas se as pessoas em massa optarem seguir voluntariamente sem resistência, serem indiferentes aos seus próprios interesses, tudo o que é oferecido, sugerido ou dado como um plano para recuperar a liberdade, será inútil. Se o desejo de ser livre não está nos corações e mentes da população em geral, a liberdade se torna inatingível.

Por mais incrível que possa parecer neste tempo de farsa sobre existência de uma ‘pandemia mortal’, essa vida atual de servidão, de vazio e desespero, da eliminação proposital de prazer e alegria, de divisão e de medo constante do contato com humanos gera um sentimento entre os homens conscientes de que a vida não vale a pena ser vivida e a morte é a salvação. Esta é uma tragédia humana. Por que alguém aceitaria essa miséria quando a cura para a tirania é tão simples de alcançar devido ao fato óbvio de que existem tantos milhões de nós e apenas alguns tiranos?

Um dos conceitos errôneos que persistem na mente das pessoas é que elas precisam de um líder ou figura autoritária para guiá-las, e isso é muito evidente neste país. Esse pensamento não é natural, mas foi incorporado nas mentes dos homens ao longo da história pela doutrinação de longo prazo. A população em geral reverencia os governantes e pessoas que desonestamente se classificam como heróis, seja o presidente, comandantes militares, líderes de partidos políticos ou os chamados “famosos” na sociedade. Em vez de agir por conta própria, as massas realmente pedem que alguém lhes diga o que fazer e continuamente pedem orientação. Em vez de procurar respostas, elas reclamam que ninguém lhes diz o que fazer para ganhar sua própria liberdade. Esse comportamento subserviente é gerado nas pessoas comuns por meio de um sistema educacional estatal planejado e implementado por aqueles que desejam uma sociedade obediente, a fim de manter o poder e obter controle sobre as massas. Ao assumir o controle do sistema educacional no país, o estado eliminou o indivíduo e o pensamento individual em favor do coletivo. As sociedades coletivas funcionam com base na premissa de um bem maior, e não nas necessidades do indivíduo, e isso por si só prepara o terreno para a submissão em massa e a perda de toda a liberdade.

A atual classe dominante está usando um vírus falso em vez de monstros longínquos para cercar esse rebanho analfabeto e patético de cidadãos, e mantê-los sob controle. Ordens vêm de todos os níveis insidiosos de falsa autoridade, do governador até o fiscalzinho local, e a maioria das pessoas está cumprindo voluntariamente os mandatos autodestrutivos que, em muitos casos, acabaram sendo fatais. Por mais ridículas que tenham sido as mentiras sobre essa farsa de coronavírus criada propositadamente, as pessoas deste país permanecem alheias à realidade e continuam a obedecer todas as orientações colocadas à sua frente pela horda governante. Isso levou ao desânimo, ruína financeira, divisão e raiva, e alterou a vida de quase todos neste país, prejudicando milhões no processo.

As pessoas se acostumaram à tirania e a aceitam sem questionar. Elas permitiram que poucos fizessem leis que restringissem a liberdade; elas se acostumaram a ser governadas e simplesmente ouvem as regras e as seguem, em vez de pensarem como indivíduos livres. Elas se movem em uníssono e mostram desprezo por qualquer um que siga seu próprio caminho. Elas vivem em um mundo confuso que elas mesmas criaram. As elites dominantes realizaram todos os aspectos desse plano hediondo para dominar a humanidade devido à aceitação voluntária de tudo isso pelo povo. Nenhum desses planos malignos poderia ter sido tentado, a menos que as pessoas permitissem. Essa é a verdade da questão e é o exemplo mais patético de apatia e fraqueza universais.

Todos os governos tirânicos, todo governo despótico, todas as ditaduras e todos os sistemas totalitários, incluindo a democracia, só podem existir se as pessoas o aceitarem voluntariamente e permitirem que ocorra e se perpetue. Nenhuma tirania pode ser criada ou durar em nenhuma sociedade livre, e nenhuma sociedade livre pode querer existir na presença de qualquer regra autoritária. Aqueles que voluntariamente aceitam e se submetem a qualquer sistema ditatorial ou oligárquico não possuem nenhum direito de reclamar. O próprio povo é responsável, e somente aqueles que se recusam a aceitar a regra têm direito a se opor.

“A questão política fundamental é por que as pessoas obedecem a um governo. A resposta é que eles tendem a se escravizar, a se deixar governar pelos tiranos. A libertação da servidão não vem de ações violentas, mas da recusa em servir. Os tiranos caem quando o povo retira seu apoio.” – Introdução à Política de Obediência de Étienne de La Boétie: O Discurso da Servidão Voluntária (1975), p. 39.

 

Artigo original aqui.

3 COMENTÁRIOS

  1. Artigos escancarando verdades como este tinham de constar dos editoriais de qq jornal minimamente comprometido de fato com a liberdade…

  2. Também nunca entendi como o povo aceita passivamente determinações absurdas de meia dúzia de canalhas (autoridades, governantes) que sobrevivem justamente do roubo praticado contra o povo. Parece que gostam de pagar pra serem escravos.

  3. Eis a caixa de Pandora:

    Art. 5º, inciso II, CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”;

    Eis a chave da caixa de Pandora: a interpretação desse inciso ficou na mão de onze pessoas.

    A “infeliz” constituição brasileira garante: basta qualquer governante criar um decreto e obter a chancela de onze pessoas. Ou apenas seis dentre as onze. Ah, e para os incrédulos, basta observar os diversos decretos municipais que estamos vendo na atualidade.

    Como bem sabe qualquer estudante de Direito: não importa o “texto” da lei, e sim a “interpretação do texto”. Docilmente, entregamos tamanho poder a onze pessoas.

    #acordabrasil

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