A sociedade ocidental acostumou-se tanto com as mentiras difundidas, propagadas e alardeadas por ideologias sórdidas como o feminismo, o progressismo e o liberalismo, que hoje grande parte do imaginário popular está profundamente enraizado em mitos falaciosos, que são praticamente considerados verdades absolutas e incontestáveis pelo status quo. Um desses mitos diz respeito ao privilégio masculino, que consiste na crença de que homens usufruirão de inúmeros benefícios, pelo simples fato de serem homens.
Ainda que esta crença esteja profundamente enraizada em boa parte da sociedade ocidental contemporânea, ela está alicerçada em um mito tão divorciado da realidade, que expor o grau inenarrável de mentiras que sustentam uma fábula popular tão infundada e incongruente é tanto um dever sagrado quanto uma obrigação moral.
Hoje, por influência da esquerda política e de seus offshoots ideológicos fundamentalistas — como o progressismo e o feminismo —, a sociedade foi levada a acreditar que homens são criaturas naturalmente privilegiadas pelo simples fato de serem homens. Especialmente se você for um homem branco, então você ganhou na loteria da existência humana. Você terá uma vida incrivelmente fácil, repleta de privilégios e benefícios, pelo simples fato de que você é homem e é branco.
Se você nasceu mulher, no entanto, você terá uma vida árdua, será escrava de uma sociedade patriarcal machista e sexista, e sofrerá muito nas mãos de homens inerentemente malvados e terríveis. Você será assediada por seu chefe no local de trabalho, e só conseguirá emprego se for naturalmente bonita e atraente, não importa que habilidades e qualidades você tenha, que possam ser úteis para o mercado de trabalho. Você só receberá promoções caso aceite ter um caso extraconjugal com o seu superior imediato. Caso contrário, você estará fadada a ser uma reles subalterna para o resto da vida, e o patriarcado abusará de você impunemente.
Embora não há dúvida de que algumas mulheres possam enfrentar algumas dificuldades muito sérias em seu local de trabalho, também não temos dúvida nenhuma de que isso são casos bem específicos, que não podem ser generalizados. Sabemos perfeitamente que o feminismo — por tratar-se de um movimento ideológico que busca conquistar espaço e poder a qualquer custo — tem muito capital político a ganhar retratando homens de formas extremamente negativas. De fato, inúmeras pautas feministas não se importam em ignorar a realidade e desconsiderar inteiramente os fatos, quando eles não são condizentes com a sua ideologia.
Objetivamente, a vida de um homem não é esplendorosa, magnífica e repleta de privilégios pelo simples fato dele ser um homem. Uma leitura prática da realidade acaba sendo muito mais complexa do que aquilo que é apresentado por determinadas ideologias políticas, que sempre serão invariavelmente tendenciosas e reducionistas, e analisarão todas as coisas pelo filtro dos seus postulados ideológicos. Quando os fatos são expostos de forma objetiva, percebemos que a grande maioria dos homens são tudo, menos privilegiados.
Quando a realidade é analisada de forma crua e objetiva, sem qualquer inclinação ideológica, percebemos que os homens sofrem de forma tão brutal — e seu sofrimento é tão ostensivamente menosprezado e ignorado —, que falar em uma sociedade de privilégios masculinos torna-se algo completamente fora da realidade.
Na verdade, não vivemos em uma sociedade que confere privilégios aos homens. Muito pelo contrário. Os fatos mostram que vivemos em uma sociedade ostensivamente ginocêntrica, que não se cansa jamais de conferir inúmeros privilégios para as mulheres. No decorrer deste artigo, vamos discorrer sobre isso em maiores detalhes.
Quando falamos em alistamento militar obrigatório, por exemplo, falamos de uma obrigação exclusivamente masculina. Apenas alguns países do mundo — como Cuba, Coreia do Norte, Israel, Tunísia e Noruega, entre alguns outros — mantém alistamento militar obrigatório para as mulheres. Na grande maioria dos países do mundo, no entanto, ele é totalmente voluntário para o sexo feminino, sendo obrigatório unicamente para o sexo masculino.
Na Coreia do Sul, por exemplo, mulheres estão isentas do serviço militar. Por outro lado, homens que por motivos de objeção de consciência desejam abster-se do serviço militar obrigatório são invariavelmente presos e podem passar um tempo considerável encarcerados.
No ano passado, na Coreia do Sul, o debate nacional sobre a igualdade entre homens e mulheres tornou-se particularmente interessante, quando Park Yong-jin, integrante da Assembleia Nacional e membro do Partido Democrático da Coreia, sugeriu à ministra Chung Young-ai — coordenadora do Ministério da Igualdade de Gênero e da Família —, que as mulheres fossem obrigadas a prestar serviço militar. Assim, elas alcançariam um importante passo na igualdade com os homens.
Evidentemente, a reação das mulheres sul-coreanas — sobretudo das assumidamente feministas —, a essa proposta, foi extremamente negativa. E por uma razão óbvia. As mulheres querem apenas os supostos privilégios e benefícios masculinos, jamais as obrigações, os deveres e as responsabilidades. Na Coreia do Sul, no entanto, a aversão ao feminismo é tão grande, que uma petição online que exigia o recrutamento militar obrigatório para as mulheres, pouco tempo depois de ter sido iniciada, acumulou mais de trezentas mil assinaturas.
Mas é claro que a vitimização feminista tentou contornar esse debate de várias maneiras oportunistas, alegando que os reais problemas do país estão na desigualdade de renda entre homens e mulheres e na discriminação sistêmica contra o sexo feminino. Chung Young-ai afirmou que as mulheres foram particularmente afetadas pela pandemia. Como sempre, não faltaram desculpas para colocar as mulheres no papel de pobres e desafortunadas vítimas oprimidas. E isso não é de forma alguma surpreendente. Sabemos que o feminismo, de forma geral, rejeita categoricamente qualquer correspondência com a realidade. O importante é perpetuar o mito da mulher como uma criatura frágil e injustiçada, que está à deriva em uma sociedade que as maltrata e discrimina. E a partir dessa prerrogativa, a ideologia feminista busca conquistar cada vez mais privilégios, direitos e benefícios, sob a alegação de luta pela igualdade.
E o que dizer de outros privilégios femininos, como a aposentadoria? No Brasil, os homens se aposentam com 65 anos, e as mulheres com 60. As mulheres se aposentam antes, apesar de possuírem uma expectativa de vida superior a dos homens. Enquanto os homens no Brasil vivem em média 73 anos, as mulheres vivem 80.
E o que dizer de todos os problemas e aflições que afetam majoritariamente os homens? Todas as indústrias de trabalhos pesados são ocupações majoritariamente masculinas. Estações hidrelétricas, saneamento e tratamento de esgoto e construção civil são áreas onde a grande maioria dos trabalhadores são homens. Na construção civil, por exemplo, quem carrega tijolos, sacos de cimento e manuseia bobinas de aço com empilhadeiras são os homens. As mulheres do negócio geralmente trabalham como arquitetas ou engenheiras em salas climatizadas, muito distantes do local da obra.
De fato, 95% das atividades de alto risco são exercidas por homens. Não nos surpreendemos, portanto, com o fato de que homens correspondem a aproximadamente 90% dos acidentes de trabalho.
Para qualquer problema social que analisarmos, a maioria das vítimas serão os homens. A maioria dos moradores de rua são do sexo masculino (de cada quatro, três são homens). A maioria das vítimas de homicídio são homens. No Brasil, 79% dos suicidas são homens (para efeitos de comparação, na Austrália, eles respondem por 75%).
Em qualquer emergência, mulheres e crianças sempre tem a prioridade no resgate. Na tragédia do RMS Titanic, por exemplo — que naufragou no Atlântico em 15 de abril de 1912 —, 74% das mulheres e 52% das crianças foram salvas. Em contrapartida, apenas 20% dos homens sobreviveram.
Em função desses números, podemos questionar: onde estão exatamente os privilégios masculinos?
Serem os homens a maioria das vítimas em acidentes de trabalho, a maioria dos suicidas, a maioria das vítimas de homicídio e a maioria dos moradores de rua só mostra como a sociedade prioriza e protege as mulheres. As leis relacionadas a divórcio, pensão e partilha de bens — priorizando as mulheres na grande maioria dos casos — confirma isso de forma incontestável. As mulheres são superprotegidas; elas não são vítimas de um sistema patriarcal e machista, de maneira alguma. Tal afirmação é proveniente de militantes completamente desconectados da realidade. Indo mais longe ainda, podemos afirmar categoricamente que vivemos em uma sociedade cujo organograma é totalmente liberal-progressista, e tal conjuntura em absolutamente nada se assemelha a uma civilização genuinamente tradicionalista e patriarcal, nem sequer no mais ínfimo grau.
As feministas reclamam que as mulheres ainda são minoria na política, e também representam uma parcela muito ínfima como líderes executivas (CEO’s) das grandes corporações. Ora, isso pode ser explicado pelo simples fato de que as mulheres geralmente não se interessam por tais ocupações.
O que a ideologia feminista previsivelmente ainda não foi capaz de compreender é que homens e mulheres são, por natureza, criaturas extremamente diferentes. E possuirão, portanto, interesses, inclinações e ambições radicalmente diferentes. É praticamente impossível que homens e mulheres se interessem exatamente pelas mesmas coisas, tenham exatamente as mesmas ambições, os mesmos hobbies e os mesmos objetivos de vida. Mas o movimento feminista parece estar plenamente determinado a ignorar sistematicamente as diferenças biológicas e psicológicas que são patentes entre homens e mulheres, para emponderar as mulheres e torná-las as protagonistas da sociedade a qualquer custo.
Por persistir em ignorar as diferenças intrínsecas entre o sexo masculino e o feminino, o movimento feminista é incapaz de discernir as distinções inerentes entre homens e mulheres. Por exemplo — um campo ou área de atuação que é predominantemente masculino assim o será pelo simples fato de que ele é um interesse natural dos homens, e não desperta tanto a atenção das mulheres. Por que não existem tantas mulheres que são jogadoras profissionais de golfe, ou que fazem comédia stand-up ou que trabalham como roteiristas e desenhistas de histórias em quadrinhos? Porque mulheres não são naturalmente inclinadas a se interessarem por essas coisas. Algumas mulheres podem até possuir tais interesses e de fato se tornarem profissionais competentes dessas áreas. Mas mulheres que possuem tais inclinações serão exceções, não a regra geral.
O que o movimento feminista fará? Pretende obrigar as mulheres a se interessarem por atividades predominantemente masculinas? Vai exigir regulação governamental para que todas as profissões tenham igualmente o mesmo número de homens e mulheres? E isso vale para ocupações como eletricista, encanador, pedreiro, sapateiro e minerador, ou apenas para profissões mais glamourosas?
A verdade é que o feminismo — apesar de afirmar que representa os interesses das mulheres —, é um movimento que se mostra, paradoxalmente, completamente incapaz de compreender a real essência da natureza feminina. Em essência, o feminismo pretende masculinizar as mulheres, deixando-as similares aos homens, tanto quanto for possível.
Isso invariavelmente acaba criando uma série de discrepâncias, como mulheres que realmente acreditam que podem ser iguais aos homens, além de extremistas misândricas que acreditam que as mulheres são superiores aos homens.
A verdade é que a tal sociedade “patriarcal” contemporânea não passa de uma grande ficção criada pela ideologia progressista. A realidade expõe circunstâncias muito diferentes daquelas expostas pela militância feminista. Os fatos —analisados de forma objetiva —, mostram que a imensa maioria dos homens não são criaturas privilegiadas. Grande parte dos homens na sociedade são criaturas invisíveis, que vivem vidas precárias, solitárias e miseráveis, com inúmeros problemas que permanecem sendo ostensivamente negligenciados pela sociedade.
Quando fez o seu documentário intitulado The Red Pill — produzido e lançado em 2016 —, a cineasta e então ativista feminista Cassie Jaye percebeu que o universo masculino é muito mais complexo, sombrio e brutal do que ela poderia imaginar. E isso a obrigou a reavaliar completamente toda a sua visão de mundo.
Cassie Jaye começou sua carreira na indústria do entretenimento como atriz. Depois de alguns anos interpretando papéis que ela não considerava interessantes para as suas ambições profissionais, ela começou a encarar a indústria cinematográfica americana como sexista, pois ela era sempre escalada para interpretar o papel da garota bonita, que nunca passava de uma personagem coadjuvante, sem qualquer relevância para a trama dos filmes de que participava. Então ela decidiu que se tornaria uma documentarista, determinada a mostrar os desafios das mulheres na indústria cinematográfica.
Ao tomar conhecimento sobre a “manosphere” (homenosfera, em tradução direta para o português) e os movimentos pelos direitos dos homens — que são considerados grupos de ódio pelo movimento feminista, que supostamente odeiam as mulheres e espalham a misoginia online —, Cassie Jaye decidiu fazer um documentário sobre esse tema, e entrevistou vários homens envolvidos com essas organizações.
O documentário foi um divisor de águas na vida de Cassie Jaye, pois ela descobriu um mundo inteiramente desconhecido.
No documentário, ela analisou diversos aspectos, bem como dificuldades muito particulares relacionadas à vida dos homens em geral. E ela foi gradualmente percebendo que os homens são tudo, menos privilegiados.
Por exemplo: ao estudar os casos de violência doméstica em que os homens eram as vítimas, ela descobriu o problema da subnotificação. Muitos desses casos nem sequer viram inquéritos policiais; adicionalmente, agentes da lei tem a tendência de menosprezar ocorrências de violência doméstica quando o homem é a vítima, e a maioria desses casos nem sequer são devidamente registrados ou catalogados. Ela também percebeu como o movimento feminista é tendencioso, opressivo e até mesmo violento, e está sempre disposto a combater tudo aquilo que ameaça a sua hegemonia política.
No seu documentário, Cassie Jaye entrevistou Erin Pizzey, uma ex-feminista que fundou o primeiro abrigo no Reino Unido destinado a acolher mulheres vítimas de violência doméstica. Ao longo de décadas de estudo, no entanto, Erin Pizzey — tendo inúmeros livros publicados sobre esse tema —, concluiu que a violência doméstica é recíproca, e que mulheres não são de maneira alguma pobres e injustiçadas vítimas indefesas, mas são tão propensas a iniciar agressão no ambiente doméstico quanto os homens.
Ou seja — ao estudar meticulosamente esse assunto, é fácil constatar que não há um lado que é essencialmente a vítima, e outro lado que é essencialmente o agressor. Tanto homens como mulheres são igualmente inclinados a praticar a violência em âmbito doméstico, e em inúmeros casos mulheres podem ser absurdamente violentas e agressivas com os seus cônjuges. Mas as autoridades jamais investigam com a mesma seriedade ou aplicam a lei com o mesmo rigor quando o agressor é a mulher e a vítima é o homem.
Desde que começou a divulgar e a publicar os seus estudos sobre a natureza da violência doméstica — ainda na década de 1970 —, Erin Pizzey passou a receber inúmeras ameaças de militantes feministas; suas propriedades passaram a ser alvo de vandalismo, e ela também passou a ser totalmente ignorada, desprezada e boicotada em conferências sobre o tema. Erin Pizzey argumenta que o feminismo se tornou, basicamente, uma grande indústria, e para continuar relevante, ele precisa justificar sua existência — bem como os bilhões de dólares que recebe anualmente de patrocínio de grandes fundações — alegando tratar-se de uma necessária força social que luta ativamente para proteger e defender as mulheres.
No entanto, isso só se torna viável se as mulheres forem constantemente colocadas no papel de pobres vítimas de uma sociedade cruel, machista e patriarcal. A partir do momento que tivesse que admitir que os homens também são vítimas de violência doméstica — e que a realidade pode ser ainda mais brutal e implacável com eles do que é com as mulheres —, o feminismo perderia relevância, e consequentemente, perderia também financiamento e poder político. Por razões óbvias, todas as militantes carreiristas que tem o feminismo como profissão não desejam que isso aconteça.
A pesquisa que Cassie Jaye empreendeu para mostrar a verdade no seu documentário analisou a violência doméstica de várias perspectivas. Depois de perceber que o homem também é vítima de violência doméstica — e que o problema real da subnotificação inviabiliza uma avaliação e uma quantificação exata do problema quando as vítimas são do sexo masculino —, Cassie Jaye percebeu como a sociedade privilegia de fato as mulheres. Elas, além de contarem com total apoio do estado, tem suas aflições e dificuldades amplamente expostas pela grande mídia e recebem suporte de várias organizações, tanto políticas quanto comunitárias. O mesmo não pode ser dito com relação aos homens.
Durante sua pesquisa, Cassie Jaye descobriu que existem nos Estados Unidos aproximadamente dois mil abrigos destinados a acolher mulheres vítimas de violência doméstica, ao passo que existe apenas um no país inteiro destinado exclusivamente para homens (localizado no estado do Arkansas). Dois mil abrigos para mulheres, e apenas um para os homens. A discrepância é, no mínimo, aterradora.
Representantes do movimento feminista — que Cassie Jaye também entrevistou para oferecer um contraponto à visão masculina — argumentaram que essa discrepância se deve ao fato de que as mulheres representam a grande maioria das vítimas de violência doméstica. O número de homens que pode eventualmente sofrer algum tipo de abuso da sua parceira é insignificante demais para receber qualquer tipo de atenção ou auxílio substancial do estado.
Mas não foi isso que Cassie Jaye constatou ao realizar uma investigação pessoal sobre violência doméstica na qual os homens eram as vítimas. Ao analisar vários casos isolados, ela percebeu que eles não eram tão isolados assim. O que ocorria de fato era um descaso e um desinteresse sistêmico por parte das autoridades competentes em apurar qualquer tipo de problema nos quais as vítimas de agressão eram do sexo masculino. O que acontece de fato é que se as autoridades negligenciam as mulheres, a repercussão é muito negativa, especialmente por parte da mídia. Portanto, mulheres são prontamente atendidas, com rigor e eficiência máxima, pois existe uma cobrança da sociedade. Por outro lado, se as autoridades negligenciam os homens, absolutamente nada acontece. Não há nenhuma demanda por excelência no atendimento ou cobrança por parte de ninguém. Consequentemente, não existe nenhum empenho do estado em atender os homens com a mesma dedicação que é aplicada às mulheres.
Da mesma forma, Cassie Jaye também reparou em uma coisa muito importante, que nunca havia chamado sua atenção, enquanto ativista feminista.
Aos poucos, ela reparou como o movimento feminista é tendencioso, apresenta opiniões parciais sempre inclinadas a atender os seus interesses, e está plenamente disposto a censurar e silenciar vozes destoantes e dissidentes. Para o seu documentário, Cassie Jaye entrevistou indivíduos como Harry Crouch, presidente da National Coalition for Men (Coalizão Nacional pelos Homens), Paul Elam, fundador do grupo A Voice for Men (Uma Voz para os homens) e Warren Farrell, autor do livro The Myth of Male Power (O Mito do Poder Masculino). Em sua maioria, esses individuos, os movimentos e os grupos que eles representam são considerados organizações misóginas que promovem o ódio contra as mulheres. Mas não foi isso que Cassie Jaye constatou ao entrevistar, conversar e conviver pessoalmente durante semanas com esses homens.
Além de ter sido muito bem recebida — tendo encontrado homens educados e solícitos, dispostos a conversar —, a documentarista percebeu que eles não tentavam silenciar arbitrariamente os seus opositores. Eles queriam apenas ser ouvidos. Mas em eventos públicos, raramente conseguiam fazer palestras ou conferências sem serem perturbados pela histérica militância feminista.
Sempre que essas organizações masculinas davam palestras ou promoviam seminários em algum lugar, ativistas de esquerda e feministas radicais iam até esses lugares para protestar, provocar tumultos e proferir diversas ofensas e acusações, contra homens que pretendiam apenas expor os seus pontos de vista sobre determinados problemas. Ela percebeu que esses grupos radicais que acusam as organizações masculinas de promover o ódio e a misoginia contra as mulheres são bastante agressivos e a favor da censura.
Por outro lado, ela percebeu que as organizações dos direitos dos homens nunca tentaram censurar a militância feminista ou provocar tumultos durante eventos e protestos de esquerda. Apesar de estarem sendo constantemente acusados de difundir misoginia e ódio contra as mulheres pela militância feminista, Cassie Jaye não viu isso em lugar algum dentro do movimento pelos direitos dos homens. Inclusive, ela conheceu muitas mulheres que são ativistas pelos direitos dos homens.
Durante os meses de gravação e pesquisa — que renderam um ótimo documentário de quase duas horas —, Cassie Jaye percebeu que as dificuldades abundantes do mundo masculino podem ser terrivelmente excruciantes, além de amplamente subestimadas, ou até mesmo totalmente ignoradas, pelo mundo exterior. Em determinado momento, ela confessou que, assim que percebeu quão dura e cruel pode ser a realidade para a maioria dos homens, ela não desejaria trocar de lugar — ou seja, deixar de ser mulher para ser um homem.
O documentário é concluído com Cassie Jaye afirmando que ela não mais se identificava como feminista. Ironicamente, a própria cineasta provou do veneno totalitário da censura feminista, quando o seu filme foi lançado. Ele foi censurado e proibido em diversos festivais, acusado de difundir propaganda em favor da misoginia e do ódio às mulheres.
Cassie Jaye foi obrigada a sentir na pele o furor histérico da militância feminista, que pretendia silenciá-la de qualquer maneira. Uma ex-ativista virou o alvo da censura autoritária do movimento feminista. Um grupo de mulheres que existe para supostamente defender as mulheres se empenhou avidamente em censurar uma mulher, sabotar o seu trabalho, restringir a divulgação do seu filme e proibir a sua exibição.
Evidentemente, o documentário de Cassie Jaye é muito interessante, e revela com grande sensibilidade muitas lutas travadas pelos homens, que são praticamente invisíveis para a sociedade. Tanto homens quanto meninos sofrem de formas arbitrárias, traumáticas e excruciantes no decorrer de suas vidas, e não usufruem do mesmo nível de proteção, apoio e benefícios que o estado e a sociedade concedem às mulheres.
A cineasta dedicou a parte final do seu documentário a mostrar a violência da circuncisão, um procedimento realizado no pênis de bebês, poucos dias após o nascimento. O procedimento é uma dolorida, cruel e maligna forma de violência. Mais associado a práticas religiosas — é um mandamento do judaísmo ortodoxo —, em certas ocasiões, o procedimento é realizado de forma imprudente e incorreta, e a uretra acaba ficando deformada. Consequentemente, o bebê se tornará um homem com problemas para urinar. Em casos mais extremos, o órgão genital fica totalmente mutilado e tem que ser amputado. Cassie Jaye assistiu a alguns vídeos de circuncisão e começou a chorar.
Entre outros problemas que apontou em seu documentário, Cassie Jaye também mostrou como o câncer de mama afeta as mulheres mais ou menos na mesma proporção em que o câncer de próstata afeta os homens (ambos estão na faixa dos 29%). Mas quem recebe mais financiamento para tratamento e prevenção é o câncer de mama, sem qualquer comparação.
Atualmente, não há dúvida nenhuma de que as mulheres são ostensivamente privilegiadas pelas democracias ginocêntricas ocidentais, que garantem inúmeros direitos, privilégios e benefícios a elas, pelo simples fato delas serem mulheres. Mas elas nunca estão satisfeitas. Como crianças mimadas, arrogantes e exigentes, a cada dia que passa, elas querem mais direitos e mais privilégios.
E é fundamental entender que as mulheres não conquistaram os inúmeros privilégios dos quais elas usufruem, muito pelo contrário. Elas os receberam sem a obrigação de oferecer qualquer contrapartida. Historicamente, os homens ganharam o direito ao voto como uma contrapartida pelo serviço militar. As mulheres ganharam o direito ao voto sem ter que prestar uma obrigação social correspondente.
Em questões judiciais, envolvendo a guarda e a custódia de crianças, as mulheres acabam sendo favorecidas na grande maioria dos casos (como se os filhos fossem propriedade única e exclusiva da mãe, e o pai tivesse que suplicar pelo privilégio de conviver com os seus próprios filhos). Hoje, as mulheres usufruem de um grau de proteção estatal que as torna praticamente imbatíveis em qualquer contenda ou disputa jurídica contra os homens. Sinal de que há muito tempo o feminismo fisiológico governamental cresce de forma contínua e exponencial para todos os lados, com plena disposição para massacrar todos os homens que aparecem em seu caminho. Há muito tempo o feminismo também se mostra como uma ideologia conveniente para políticos populistas, que usam pautas da ideologia feminista para arrebanhar votos do eleitorado feminino.
Ao analisar os fatos, portanto, torna-se demasiadamente irrealista afirmar que — em qualquer parte do ocidente —vivemos em uma sociedade machista e patriarcal. Muito pelo contrário: vivemos em uma sociedade aos moldes do liberalismo, do feminismo, do progressismo e do ginocentrismo, onde as mulheres são as protagonistas dos setores e das áreas de atuação mais glamorosas da civilização contemporânea. Elas não são encanadoras, serventes de pedreiro ou motoristas de uber. Elas são psicólogas, pedagogas e nutricionistas.
De fato, nunca antes na história da humanidade as mulheres usufruíram de tanto poder e foram tão representadas. Desde a década de 1980, as mulheres são a maioria nas universidades brasileiras. Mas elas querem ainda mais espaço e mais direitos, porque elas são “oprimidas” pelo “patriarcado”.
Em virtude dos fatos apresentados, podemos afirmar — sem qualquer hesitação — que a civilização ocidental saiu completamente do polo masculino e ingressou integralmente no polo feminino. Vivemos em uma sociedade que se preocupa ostensivamente em atender a todas as necessidades femininas, até mesmo nos mínimos detalhes, mas não se importa nem um pouco em negligenciar por completo as necessidades masculinas.
Uma prova disso é o próprio estado de bem-estar social paternalista, que pretende regular cada singular aspecto de nossas vidas, e tributar cada centavo que ganhamos. A todo momento, o estado de bem-estar social implementa novas medidas assistencialistas, que são usufruídas majoritariamente pelas mulheres (apesar da maioria dos impostos serem pagos pelos homens). Por vivermos em uma sociedade que está totalmente no polo feminino, acabamos reféns de um estado ávido por nutrir, cuidar e proteger. Ele faz isso majoritariamente com relação às mulheres, cujo instinto primário é também o de nutrir, cuidar e proteger.
Em uma sociedade que estivesse no polo masculino, no entanto, viveríamos em um ordenamento social radicalmente distinto, onde o protagonismo seria dos homens, da iniciativa privada e do mercado. Os maiores valores de uma sociedade que estivesse nessa conjuntura seriam virtudes como independência, autonomia e liberdade.
Andar armado, por exemplo, não seria um grande tabu social, pelo contrário. Seria algo corriqueiro. Antes de sair de casa e pegar o celular, a carteira e a chave do carro, o cidadão pegaria também a sua arma. E a masculinidade não seria demonizada e desprezada, como é atualmente. Não haveriam campanhas para combater a “masculinidade tóxica”. Muito pelo contrário. A masculinidade seria exaltada como algo benéfico e positivo. Ela não seria associada a coisas degradantes, como agressividade e violência, mas a virtudes como coragem e proteção.
Conclusão
Uma análise objetiva e contundente da realidade mostra que nós não vivemos em uma sociedade machista e patriarcal, de maneira alguma. Vivemos em um contexto social e cultural completamente liberal-progressista. A verdade é que a alienação progressista e o desejo de poder da ideologia feminista não se importam em ignorar ativamente a realidade, em sua busca ensandecida e desenfreada pelo poder político.
Se tiverem que passar por cima de todos os fatos, dados concretos, estatísticas e de todos os homens que aparecerem em seu caminho, os movimentos ideológicos da esquerda progressista farão isso sem hesitação. Aos poucos homens masculinos que restaram na sociedade contemporânea, convém fazer resistência ativa e permanente a todo esse processo ideológico de emasculação compulsória da civilização ocidental.
O propósito de uma insurreição na presente conjuntura deve ser sempre o de tentar colocar a sociedade no polo masculino. O masculino vai sempre em direção à prosperidade e a liberdade; o feminino, por outro lado, vai sempre em direção à degradação e a dependência.
A verdade é que precisamos de mais independência, autonomia, mercado e liberdade econômica. E de menos feminismo, progressismo, estado e assistencialismo. O caminho para o progresso, para o desenvolvimento e para a liberdade será sempre intrinsecamente masculino. Não existem quaisquer virtudes em sociedades deslocadas para o polo feminino.
Muito bom o artigo, sempre é bom ter gente difundindo informações sobre essas farsas progressistas. o único lado positivo disso tudo é que às mulheres estão entrando mais no mercado de trabalho e sendo mais produtivas, mas os lados negativos em relações à esses movimentos é alarmante, bilhões estão sendo gastos para privilegiar mulheres e militantes, tanto em dinheiro quanto em privilégios, essa loucura tem que ser combatida.
Mto bom Wagner.