Mídias sociais, descentralização da informação e a obsolescência da esquerda

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A esquerda política está tendo uma dificuldade contumaz para se adaptar aos novos tempos. Acostumada a um grau monolítico de centralização absoluta — o que é indissociável de sua cosmogonia política, que vê o estado como uma religião secular de poderes plenipotenciários, que possui o direito inalienável de governar e controlar toda a sociedade —, a esquerda política não compreendeu absolutamente nada sobre o polivalente, tecnológico, complexo e interconectado mundo contemporâneo.

Saudosista de um passado que não volta mais, a esquerda política mostra-se incapaz de compreender coisas simples, como o fato de que cidadãos comuns terão opiniões próprias, que eles têm o direito de ter essas opiniões, e muitas vezes, essas opiniões serão contrárias às pautas esquerdistas. Com as redes sociais, as pessoas comuns passaram a ter à sua disposição uma ferramenta para expressarem suas visões de mundo, bem como suas opiniões particulares sobre uma grande diversidade de assuntos.

Com uma ferramenta digital à disposição que possibilita tornarem públicas as suas opiniões, as pessoas também podem fazer o conhecimento circular sem restrições. Muitas dessas opiniões e desse conhecimento, no entanto, se mostraram inconvenientes para a esquerda política, que não soube lidar com a enxurrada de ideias divergentes. Isso invariavelmente deixou a esquerda em convulsivo desespero, e agora ela luta arduamente para regulamentar as redes sociais, e assim tentar conquistar pelo menos uma parte da hegemonia que ela perdeu.

Com a descentralização da informação, habilitada pelas redes sociais, a esquerda perdeu o controle da narrativa. Agora, o que a esquerda mais deseja — evidentemente — é um retorno da centralização, com ela no comando. O que mostra mais uma vez, para a surpresa de absolutamente ninguém, a sua hipocrisia.

Um tempo atrás, a esquerda alegava ser imprescindível a democratização do conhecimento. Agora que a democratização do conhecimento se tornou possível, em grande parte, graças às redes sociais — tendo se tornado, inclusive, um elemento corriqueiro do nosso cotidiano —, a esquerda busca formas e maneiras de implementar políticas de estado capazes de estagnar o livre fluxo de informações. Ou seja, o que a esquerda quer é, de fato, institucionalizar a censura.

Mas não tem problema. Afinal, é a “censura do bem”.

Com essa atitude, percebemos que toda aquela conversa de “democratização do conhecimento” não tem valor, se a esquerda não estiver no comando. Mais uma vez, para a surpresa de absolutamente nenhum ser humano na face da Terra, a esquerda mostra toda a sua hipocrisia e despotismo. O que importa, para ela, é a conveniência de narrativas. Se não é a esquerda que está no comando, então não é legítimo. Se não é a esquerda que está dando ordens, então não é democracia de verdade.

De fato, com as redes sociais, a esquerda perdeu considerável relevância, porque, graças a um ambiente de livre fluxo de informações, todos podem trocar ideias e conhecimento. Com as redes sociais, libertários, conservadores, liberais, monarquistas e pessoas das mais variadas vertentes políticas e filosóficas ganharam voz. Mas essa liberdade está sendo gradualmente corroída, conforme a ditadura politicamente correta se impõe — em larga medida, graças à truculência do estado de exceção progressista —, e assim a censura vai se estabelecendo como um obstáculo cada vez mais implacável e difícil de contornar.

O livre fluxo de informações é um componente fundamental de uma sociedade livre. No entanto, é natural que a esquerda tente combatê-lo, visto que a esquerda, como deseja o poder total e absoluto, busca ter em suas mãos o monopólio da narrativa. Consequentemente, toda e qualquer pessoa que ameace esse monopólio ou conteste e questione abertamente as estúpidas e utópicas ideias progressistas, será censurada com veemência pela militância, e talvez até mesmo processado pelo estado de exceção progressista.

A esquerda vai tentar combater o livre fluxo de informações usando todo o tipo de pretextos. Vai alegar que na torrente de informações a serem censuradas, existem discursos de ódio, Fake News, apologia da homofobia, do sexismo, do capitalismo, do fascismo e de muitos outros espantalhos, sob a alegação de que todas essas coisas constituem uma grave ameaça à democracia e a ordem estabelecida.

A maioria das informações suscetíveis à censura, no entanto, não passam de simples opiniões, que são fortemente combatidas, simplesmente porque expressam divergências com relação a algum aspecto do pensamento esquerdista. Essas opiniões e esses conceitos são falsamente apontados como potencialmente perigosos, simplesmente porque a patrulha ideológica não gosta de ver a livre circulação de ideias que ameaçam a sua hegemonia política.

O livre fluxo de informações, portanto, é considerado um anátema pela esquerda política. E por uma razão muito simples. A esquerda descobriu através das mídias sociais — que tanto facilitaram como ampliaram a democratização do conhecimento, que ela dizia defender — que o número de pessoas que discorda dela é simplesmente imensurável. E a esquerda não gostou nem um pouco de descobrir isso.

Então, a militância julga ser necessário silenciar essas pessoas.

E, para a esquerda, não tem problema algum censurar quem pensa diferente. Afinal, de acordo com a lógica infantil da militância, se alguém discorda de algum ponto da ideologia esquerdista, esse cidadão só pode ser uma pessoa do mal. Então, está justificado censurá-lo.

No entanto, contrariando a paranoia esquerdista, o que está ocorrendo não é um deliberado e muito bem orquestrado ataque da extrema-direita fascista, financiada pela aristocracia internacional para dominar o mundo. O que existe, de fato, é uma enxurrada de múltiplas informações, das mais variadas vertentes filosóficas e ideológicas, que — por serem consideradas inconvenientes pelo establishment progressista vigente — são todas agrupadas debaixo do rótulo de “extrema-direta” (não importa quão diferentes sejam umas das outras). Se essas ideias tem alguma coisa em comum, é o fato de estarem em oposição ao autoritarismo, às pretensões, à arrogância e aos devaneios reducionistas da esquerda. A grande maioria dessas opiniões, no entanto, é expressa por pessoas comuns, que não são financiadas por alguma obscura organização internacional, que reúne, congrega e organiza pessoas, com o objetivo de recrutá-las e treiná-las para subverter a ordem estabelecida (ironicamente, podemos nos perguntar também quem são, de fato, os verdadeiros teóricos da conspiração).

Ou seja, o que a esquerda vê como um ataque muito bem orquestrado à democracia, às instituições e à sua própria ideologia é, na verdade, o fluxo torrencial e espontâneo de um grande número de pessoas expressando livremente suas opiniões individuais, e questionando verdades artificiais pré-fabricadas, constantemente regurgitadas pela mídia corporativa mainstream como preceitos incontestáveis.

Só que a esquerda, evidentemente, não gostou nem um pouco de descobrir que, ao dar voz  às pessoas, elas falarão o que pensam. E uma expressiva parcela dessas pessoas é abertamente crítica da esquerda.

Desesperada com a perda da hegemonia e de seu capital político, agora a esquerda luta desesperadamente para tentar recuperar território.

Democratização da informação? Sim, somos a favor. Mas só do “conhecimento” autorizado pela esquerda.

E a esquerda chamará o seu regime despótico, arbitrário e tirânico — que pratica abertamente a perseguição e a censura — pelo nome correto? É uma ditadura? Não, é “democracia defensiva”.

A esquerda sempre dá palavrinhas bonitinhas e graciosas para o seu regime de opressão, tirania e onipotência. Nenhuma surpresa.

Previsivelmente, revelando todo o seu totalitarismo, a esquerda política agora busca ativar mecanismos governamentais e institucionais para limitar ou mesmo expressamente proibir a livre expressão, a livre circulação de informações e a livre manifestação das pessoas que discordam dela. Por enquanto, colocaram em ação um monte de artifícios retóricos e ideológicos, que podem ser usados para coibir todas as pessoas que discordam dos postulados ideológicos esquerdistas. Entre esses recursos, os mais conhecidos são acusar os indesejáveis de disseminar “Fake News” ou “discurso de ódio”.

Quer dizer que a esquerda — aquela que diz representar o povo, o cidadão comum, o sujeito assalariado e suburbano — se opõe à livre manifestação dos indivíduos simples que ela diz representar? Sim, se essas pessoas expressam opiniões contrárias à esquerda. A esquerda só quer a circulação de opiniões favoráveis a ela.

Mas como explicar isso?

Existem vários fatores que explicam o comportamento da esquerda. Primeiramente, a esquerda política tem o totalitarismo profundamente arraigado ao seu arcabouço ideológico. Em segundo lugar, ela é altamente elitista. Ela se importa majoritariamente com a opinião de “especialistas“, e não com a opinião de cidadãos comuns. Se você não tem um diploma, um mestrado, um doutorado nas áreas que ela considera importantes (em sua maioria, das ditas “ciências” humanas) ou não ocupa um cargo relevante no governo, sua opinião não será levada em consideração.

Ou seja, o que realmente conta para a esquerda são as opiniões de políticos, funcionários públicos, líderes sindicais, juízes e chefes de estado. Ela não se importa nem um pouco com o que o cidadão comum pensa. A esquerda obedece a um rígido e inquebrantável padrão hierárquico, e é profundamente hostil e intolerante com quem não o obedece.

Por ser demasiadamente arrogante e prepotente em seu elitismo, a esquerda política sinceramente acredita que o cidadão comum não deve pensar. Ele deve simplesmente obedecer. Como a esquerda considera o governo uma religião, ela acredita que políticos, chefes de estado e líderes governamentais são infalíveis e magnânimos sacerdotes ungidos, que devem ser sumariamente obedecidos e não devem jamais ser contestados ou contrariados.

A não ser, é claro, que você seja um ideólogo de esquerda com diploma, mestrado e doutorado. Aí você tem o direito de expressar a sua opinião. Mas se você não tem nem um mísero diploma, então você deve ficar calado. Deve se resignar a sua mediocridade e obedecer. Você não precisa nem mesmo entender porque a ordem deve ser obedecida. Você deve simplesmente obedecer. A esquerda é um movimento político elitista, que trata o populacho como gado e acredita fervorosamente que o único comportamento aceitável para as massas é a subserviência. E o gado subserviente não deve contestar, questionar ou raciocinar por conta própria. Aquele que o faz deve ser brutalmente rechaçado, reprimido e censurado, para aprender qual é o seu lugar na hierarquia.

Por ser elitista e ver os pobres e a classe média como criaturas sub-humanas, a esquerda despreza sumariamente o verdadeiro conhecimento, o livre fluxo de informações e, acima de tudo, pessoas autodidatas. O conhecimento é intolerável para a esquerda, justamente porque — se você tiver verdadeiro conhecimento — poderá refutá-la facilmente em praticamente todos os aspectos da sua ideologia, da economia aos valores sociais.

A esquerda supervaloriza diplomas e certificados, justamente porque é elitista e hierárquica. No entanto, o mais importante é que, com diplomas e certificados, ela pode incorrer levianamente na falácia do apelo à autoridade. E é o que a esquerda política faz de forma recorrente, já que não tem como atacar e nem mesmo debater argumentos. Todos sabemos que, frequentemente, militantes recorrem a bordões no melhor estilo “Quem é você para discordar do fulano, que tem diploma, mestrado, doutorado e PhD em Harvard?” — como se certificados fossem sinônimo de conhecimento, sabedoria, sagacidade e capacidade analítica. E o que falar de grandes cientistas, inventores, exploradores, empreendedores e outras pessoas de talento incomparável que existiram ao longo da história, e que não possuíam educação formal? A esquerda convenientemente ignora todas elas, é claro.

A falácia do apelo à autoridade é uma estratégia retórica (ou sofisma) para escapar do real conflito de ideias e não ter que debater os argumentos. Isso acontece porque quando o seu conteúdo é avaliado de forma minuciosa, em sua real profundidade analítica e filosófica, fica nítido que a esquerda política é completamente destituída de argumentos coesos, coerentes e consistentes, alicerçados na realidade. Adicionalmente, ela também é autoritária, imoral, antiética, centralizadora, despótica, radicalmente coletivista e extremamente elitista.

Outro ponto a ser levado em consideração é o fato de que a esquerda é uma ideologia extremamente utópica, e é, acima de tudo, radicalmente arcaica, obsoleta e anacrônica, visto que parou no tempo.

A centralização é parte integral da utopia social esquerdista, onde uma civilização perfeita, padronizada e uniforme, que obedece a uma lógica proletária, está em perfeita harmonia com o governo onipotente. Uma sociedade que pretende ser uniforme e homogênea, por sua vez, não pode tolerar a dissidência. Cidadãos que pensam por conta própria — e cujos pensamentos não estão perfeitamente alinhados com aquilo que foi estabelecido como “verdadeiro” pelo governo onipotente —, são vistos como anomalias dentro de uma sociedade uniforme e homogênea, centralmente administrada.

Assim, livres pensadores com opinião própria são encarados como organismos disfuncionais, que comprometem o fluxo harmônico da sociedade e, portanto, devem ser eliminados. É o que a Coreia do Norte faz com os seus dissidentes. E a Coreia do Norte é vista como o exemplo de uma sociedade coesa, por muitos militantes de esquerda.

Acima, de tudo, fica fácil entender a esquerda política quando compreendemos que ela estagnou no século XIX. Isso é um fato incontestável. Isso se vê também pelo seu vocabulário arcaico (a militância usa termos embaraçosos como “burguesia”, “proletariado”, “colonialismo”, “imperialismo”) e também pelo fato de que acreditam na viabilidade de utopias infantis do século XIX, como o marxismo.

De fato, avaliar e analisar a sociedade contemporânea pela perspectiva de uma utopia do século XIX vai realmente fazer o mundo atual parecer uma anomalia desprezível e confusa. Em sua tentativa de ordenar o mundo, dar um sentido mais harmônico e coeso à sociedade e fazê-la parecer menos caótica, militantes de esquerda muitas vezes ficam desesperados por algum resquício de padronização, que — de forma muito superficial — evoca uma fachada de suposta ordem e normalidade.

E por essa razão, essas pessoas admiram tanto ditaduras como Cuba e Coreia do Norte, que superficialmente parecem ser o gracioso e homogêneo paraíso utópico com o qual tanto sonham. Essa visão, no entanto, só é possível manter se você admirar as utopias a uma distância considerável. Analisando-as mais de perto, as fraturas e rachaduras se tornam tão evidentes, que é necessário desconsiderar deliberadamente a realidade, para não ter que admitir que as utopias em questão são, na verdade, opressivos e despóticos regimes totalitários.

O problema é que em sua grande maioria, militantes de esquerda não fazem uma análise profunda das condições reais de vida nesses países que eles tanto admiram. Muitos indivíduos que vão até Cuba (e até mesmo à Coreia do Norte) como turistas voltam deslumbrados, falando coisas maravilhosas desses países. Mas eles esquecem que a experiência de conhecer um país como turista é drasticamente diferente daquela que é experimentada pelos habitantes locais.

Na Coreia do Norte, por exemplo, ainda é a Guerra Fria. As pessoas lá ainda estão em 1950. Com exceção de uma elite ligada ao governo — que usufrui de privilégios que o restante da população não possui —, a sociedade norte-coreana vive em uma realidade exasperante e difícil, majoritariamente destituída de tecnologia e de ligação com o mundo exterior. E, sim, existe uma elite na Coreia do Norte; contrariando conceitos da teoria marxista, a sociedade norte-coreana não é uma utópica e perfeita “sociedade sem classes”.

Entusiastas brasileiros da Coreia do norte, no entanto, muito possivelmente vão dizer a você que essas informações não passam de propaganda imperialista falsa, e que a Coreia do Norte é, provavelmente, o melhor país do mundo para se viver.

O desespero por acreditar na utopia de uma sociedade homogênea, proletária, centralmente planejada e destituída de problemas leva muitos esquerdistas a acreditarem de forma contumaz em ditaduras como a norte-coreana, e muitos acabam considerando-a uma espécie de exemplo a ser louvado e alcançado. O que essas pessoas buscam é uma espécie de paraíso na Terra. De fato, a utopia marxista não é nada mais do que um análogo ideológico e materialista do Jardim do Éden. Uma tentativa secular e ateísta de implementar uma versão do paraíso na Terra.

Expor a realidade e denunciar a existência do tão alardeado paraíso utópico como sendo mera fachada é, muito provavelmente, a principal razão pela qual a esquerda se opõe com tanta mordacidade e veemência a vozes destoantes e divergentes.

Militantes de esquerda encaram pessoas como opinião própria como obstáculos à materialização do paraíso da sociedade perfeita, centralmente planejada e homogênea, onde tudo é igual e todos pensam exatamente da mesma maneira. De certa forma, o esquerdismo é uma revolta infantil contra a realidade. Entender que a realidade é difícil, precária, exasperante, hostil e até mesmo muito difícil é algo que exige maturidade. Isso, apenas pessoas adultas conseguem compreender. E pessoas adultas não se apegam a utopias, visto que conseguem aceitar a realidade como ela efetivamente se apresenta.

Evidentemente, não precisamos nos contentar com o mundo da forma como ele é, ou da maneira como ele está. É sempre benéfico tentar promover mudanças positivas, sejam elas de proporções modestas ou não. Mas tentar alterar a realidade dentro de possibilidades viáveis é uma coisa. Acreditar em utopias, no entanto, é algo drasticamente diferente.

Na esquerda política, é fundamental entender que uma obsessão frequentemente leva a outra — e tudo começa com a obsessão pela implementação de uma sociedade ordeira, homogênea e perfeita. Isso acarretará em uma obsessão por um sistema de planejamento central, pois só assim o “paraíso” será concretizado. Afinal, se você deixar as pessoas livres, isso vai criar uma sociedade heterogênea e cheia de disparidades, com lugares mais desenvolvidos e outros menos. O sistema de planejamento central, por sua vez, acarretará a obsessão pela obediência a uma rígida pirâmide hierárquica. O que, por sua vez, vai deflagrar uma obsessão por controle. E assim por diante.

Como a esquerda nunca está interessada em ouvir as opiniões das pessoas comuns, ela simplesmente vai colocar seus projetos em prática assim que ela conquistar o poder. Seu projeto utópico irá, necessariamente, demandar uma centralização burocrática, que será ostensivamente despótica. Isso acabará servindo como um inevitável catalisador de conflitos.

Como o projeto utópico irá violar os direitos naturais de um grande número de pessoas, é natural que elas se revoltem. Consequentemente, a esquerda vai tentar silenciar e censurar os opositores, na implementação de cada uma das etapas do seu projeto de poder. No processo, inúmeros indivíduos serão censurados e declarados inimigos do povo, pelo “crime” de terem opiniões próprias. Como muitas pessoas serão oprimidas e censuradas, isso vai invariavelmente motivar as massas a combater o despotismo e a opressão exercida pelos poderes estabelecidos.

Quando analisamos a psicologia da esquerda, sua infantilidade — que é pronunciada, acima de tudo, em sua obsessão por controle, segurança e homogeneidade —, fica muito evidente. Como não entende o comportamento humano, a esquerda se anestesia tentando silenciar as pessoas, ao invés de buscar compreendê-las. Se buscasse compreender as pessoas, a esquerda estaria sendo aquilo que ela ironicamente afirma ser, mas não é — humanitária. Se realmente buscasse entender como pensa o pobre, o trabalhador, o cidadão comum (a classe de pessoas que a esquerda jura defender, mas que na prática despreza com mordacidade), a esquerda entenderia como sua ideologia é completamente incapaz de satisfazer os anseios de uma expressiva parcela da sociedade.

Resumidamente, podemos dizer que a esquerda política é uma ideologia utópica e simplória que busca concretizar a sua versão política do paraíso na Terra. Suas atitudes autoritárias, despóticas e infantis mostram isso, para além de qualquer dúvida. Nenhum de seus postulados ideológicos mostra qualquer desejo de se adequar a realidade. Muito pelo contrário — a esquerda pretende mudar o mundo, seja do jeito que for. Se para concretizar sua versão utópica de paraíso, ela tiver que reverenciar ditadores genocidas, silenciar opositores e censurar pessoas comuns (e talvez executar coisas até piores), ela vai fazer tudo isso sem problema algum.

O importante sempre é a busca pela concretização da utopia. Nunca é melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A esquerda política não passa de um projeto político extremamente despótico e tirânico. Para piorar, a militância não entende absolutamente nada sobre o comportamento humano, tampouco possui algum entendimento sobre as vastas complexidades que regem a sociedade humana. A esquerda política não consegue nem mesmo compreender o fato de que a sociedade humana está em um constante processo de transição e mudança. Nada é permanente, o que faz qualquer tentativa de alcançar a utopia através de um projeto político ser uma ideia tão estúpida quanto irracional.

Quando falamos particularmente da esquerda comunista, não falamos apenas de uma ideologia absurdamente anacrônica e irracional. Estamos falando de algo que, na prática, mostrou ser um atrocidade de proporções inenarráveis.

É possível implementar um regime comunista, centralmente planejado e aparentemente uniforme? Sim, é possível. E quanto tempo ele vai durar? No máximo algumas décadas. Quanto tempo durou a ditadura comunista de Enver Xoxha, na Albânia? Ele governou o país de 1944 a 1985. Pouco tempo depois de sua morte, o comunismo foi completamente esfacelado. Quanto tempo durou a ditadura comunista de Nicolae Ceaușescu, na Romênia? Depois de décadas governando o país de forma extremamente opressiva, tirânica e truculenta, ele foi deposto em uma revolução popular, e foi fuzilado junto com sua esposa, em 25 de dezembro de 1989.

Eu poderia citar muitos outros exemplos. Mas esses dois bastam para mostrar como a esquerda é completamente incapaz de estudar história, compreender história e fazer uma leitura prática e efetiva da realidade.

Infelizmente, a esquerda política é completamente incapaz de compreender os processos, a logística, os custos (tanto humanos como econômicos) e os sacrifícios necessários, para que uma sociedade coloque em prática um projeto político utópico. Ademais, os esquerdistas não conseguem entender quão impraticáveis determinadas coisas são no mundo real. Uma dessas coisas é o sistema de planejamento central — um componente fundamental para uma utopia de esquerda —, que nada mais é do que um esquema gerencial e organizacional permanentemente fadado ao fracasso, visto que ele não é autossustentável economicamente, no longo prazo. É um sistema fadado a ruir. É simplesmente impossível que dure muito tempo.

O planejamento central não funciona em nenhum nível, nem social, cultural ou econômico. Décadas de planejamento central destruíram a economia de países inteiros. O planejamento central é uma bestialidade utópica que apenas prejudica a sociedade, sendo incapaz de produzir qualquer benefício. Mas militantes de esquerda não estudam história, não se importam com a realidade dos fatos e estão sempre plenamente dispostos a ignorar tudo aquilo que expõe quão fraudulenta, infantil e utópica é a sua ideologia universitária de estimação.

O comportamento infantil e as obsessões utópicas da esquerda mostram que ela não tem comprometimento algum com o ser humano, com a sociedade ou com a civilização. Ela está comprometida unicamente com a implementação da sua utopia política. A esquerda não compreende a sociedade humana, não compreende o comportamento humano, não compreende a lógica econômica e não percebe como todas essas coisas estão totalmente interligadas. Todas as suas ações sociais e políticas mostram sua ignorância titânica sobre praticamente tudo o que existe, e absolutamente nada do que a esquerda já fez ou realizou beneficiou a humanidade de alguma maneira.

A esquerda política é uma ideologia simplória demais para conseguir decifrar e compreender a excepcionalmente complexa sociedade atual. Não devemos nos surpreender, portanto, pelo fato de que os adeptos, os partidários e os entusiastas de uma ideologia demasiadamente simplória e infantil sejam tão incapazes de compreender e desvendar a civilização contemporânea, cada dia mais complexa, multifacetada e segmentada. E assim, essas pessoas continuam persistindo na intransigência de utopias anacrônicas do século XIX, que já foram refutadas múltiplas vezes por economistas brilhantes. Isso para não contar as inúmeras vezes que a própria realidade se encarregou de enterrá-la.

Infelizmente, ainda vamos ter que aguentar por muito tempo palavrinhas ocas, vazias e universitárias, como “revolução”, “colonialismo”, “burguesia” e “proletariado”. Não seria de todo ruim deixar as criancinhas brincando com a sua ideologia de estimação, se elas não tivessem capacidade de causar tanto estrago na sociedade e de doutrinar a juventude, que se torna cada vez mais hedonista, irracional e ignorante, em todos os sentidos possíveis, a cada nova geração. Muito disso, em função da doutrinação esquerdista, tanto progressista quanto marxista.

A esquerda é facilmente refutada e debatida com argumentos. É por isso que ela precisa da força opressiva de um governo onipotente para calar e silenciar os seus opositores. No campo da lógica, da racionalidade, da argumentação, da teoria, e especialmente na realidade prática, a esquerda é derrotada com extrema facilidade.

A verdade é que a esquerda não tem lugar no mundo contemporâneo. O mundo e a sociedade, de uma forma geral, querem seguir em frente. A esquerda, no entanto, persiste em tentar puxar todo mundo para trás, para vivermos ou na Guerra Fria ou no século XIX. Acontece que o relógio só anda para frente. E o futuro, especialmente com a descentralização da informação e do conhecimento, mostra que o destino da esquerda política é tornar-se completamente obsoleta.

8 COMENTÁRIOS

  1. Uma vez mais, um brilhante artigo, Sr. Herzog!

    Não há como duvidar de que este parecer recente em responsabilizar as emissoras de TV (mesmo as mainstreans) pela fala de terceiros tem o escopo de atingir os meios virtuais alternativos. O único grupo que quase certamente de salvará de pesadas multas em cada mentira/distorção propagada deliberadamente sabemos qual é. Nem mesmo se um dos “especialistas” aparecer dizendo que Bolsonaro foi o responsável pela extinção dos dinossauros, ao ter feito uma viagem no tempo e, mediante bruxaria, ter atraído o asteróide que chocou-se com o planeta no México, sofreria sanções dos novos imperadores do Brasil.

    • Bolsonaro é apenas um corrupto como outro qualquer, que mamou a vida toda no estado e continua mamando. É apenas um parasita de Direita e um parasita do Estado. E ladrão de jóias!

  2. O anarcocapitalismo não significa liberdade às maiores corporações sob controle oligárquico para saquear e lucrar às custas do povo. Não significa “privatizar” funções do estado que não deveriam existir em primeiro lugar. Não significa vender recursos do estado para comparsas e bandidos. Não significa conceder contratos de péssimos serviços públicos ao maior licitante. Não significa permitir que as empresas de tecnologia se tornem parceiras do estado na vigilância e no controle dos cidadãos. Tudo isso são corrupções de uma ideia mais pura de capitalismo. E o anarcocapitalismo certamente não significa cumprir os ditames do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial, do Fórum Econômico Mundial (FEM), muito menos do Departamento de Estado dos EUA.

  3. É importante ressaltar sempre esse ponto, a infantilidade e imaturidade das ideias e do comportamento dessas pessoas. É por aí mesmo.

  4. Me desculpe, Sr. Marco Antonio F,
    mas “parasita” por parasitas concretos, continuarei preferindo o primeiro, que apesar das equivocadas leis manginas sancionadas, ao menos brigou como pôde contra a agenda dos globalistas, que deve regozijar com o Brasil desde janeiro deste ano, em especial, diria, desde o dia 08/01. O “Lule” é o nome perfeito para implantar todo esse lixo da Agenda 2030 sobre nós. Bolsonaro impôs resistência e continuaríamos bem, não fosse os wokes progressitas que lacraram nas urnas, por considerá-lo tudo que termina em “-ista” e “-fóbico”, e dos vagabundos que desejam vida fácil (picanha e cervejinha todo final de semana) e estes sim, sugarem o sangue da população produtiva conservadora, cristã, heteronormativa, que é menoscabada diariamente pelos wokes e a mídia mainstream!
    Não duvidem que os globalistas demoníacos já preparam das suas mesmo ano que vem! Em duas semanas, surgem notícias de uma pneumonia que afeta em particular crianças na China, que pode muito bem aterrissar aqui antes mesmo do carnaval, além de que supostamente o sol poderá lançar neutrinos que danificariam a Internet e a mais recente, de que a lua pode sofrer uma colisão com um asteróide e estragar todos os celulares, smartphones, i-Phones e computadores em geral. O quê essas notícias alarmistas têm em comum? Apenas o estrago causado em aparelhos que acessam redes sociais e mídia alternativa, enquanto (muito convenientemente) televisores comuns (cujas emissoras até uma criança de três anos sabe que é assessoria de imprensa de esquerdista) e rádio (boa parte das estações também o são) nada sofreriam. Como ninguém fala sobre uma influência avassaladora nas marés ao redor do mundo, que causaria mesmo megatsunamis?
    Podes até imaginar que vesti o “chapéu de alumínio”, mas os globalistas não repousarão enquanto não descobrirem um meio eficaz em subjugar o mundo. Já me esquecia: tem uma quarta notícia alarmista, de que “aumentará nos próximos anos o número de óbitos por doenças cardíacas, por conta das mudanças climáticas” (que até 2020 não matavam ninguém). Esta é fácil de deduzir!

    • Perfeito. É lógico que o socialista Bolsonaro tem milhares de defeitos, mas dizer que ele é igual a todos os outros políticos é a coisa mais imbecil que esses libertards tem dito nos últimos anos. Agora tão dizendo até que o Milei é a mesma coisa que Bill Clinton…. só tem retardado mesmo.

  5. Lendo este texto é fácil deduzir que a suposta direita é somente uma divergência orgânica da esquerda. E isso acontece devido a esta insistência sem fim por liberdade de expressão e chamar a esquerda de totalitária, de ditadura ou de falsos defensores da democracia ou do humanismo. Quando a direita coloca as coisas desta forma, ela legitima quem? A gangue estatal. De modo que toda a crítica anti-esquerdista ou anti-comunista é liberalismo. Só que foram os liberais que inventaram a esquerda. Agora querem combate-la? Por favor!

    De maneira que somente assim é possível entender porque a esquerda fora da Coréia do Norte se revolta quando comparada com aquela esrquerda: Cuba, Venezuela e toda essa gente é a direita da esquerda. A extrema esquerda nos países democráticos tem menos relevância que os próprios libertários.

    De toda a forma tem que ficar claro que, se as relações fossem privadas, a censura, perseguições a outras ideias seria natural. Na verdade é a existência do estado que confunde isso. Só esses vagabundos liberais defendem liberdade de expressão como um fim em si mesmo.

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