Sobre os sacrilégios e escândalos dos Jogos Olímpicos de Paris

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A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris é apenas a mais recente de uma longa série de ataques vis a Deus, à religião católica e à moralidade natural pela elite anticrística que mantém os países ocidentais como reféns. Vimos cenas não menos desconcertantes nas Olimpíadas de Londres de 2012, na inauguração do Túnel de São Gotardo em 2016 e nos Jogos da Commonwealth de 2022, com figuras infernais, cabras e animais aterrorizantes. A elite que organiza essas cerimônias exige não apenas o direito à blasfêmia e à exibição obscena dos vícios mais imundos, mas até mesmo sua aceitação muda por católicos e pessoas decentes, que são forçadas a sofrer o ultraje de ver os símbolos mais sagrados de sua fé e os próprios fundamentos da Lei Natural profanados.

Assistimos a uma dança distópica macabra em que hologramas dos cavaleiros do Apocalipse se alternavam com um Dionísio azul rechonchudo, servido sob um sino de vários pratos; a paródia da Última Ceia LGBTQ+, a performance atroz de uma Maria Antonieta decapitada cantando Ça ira celebrando os horrores da Revolução Francesa; os balés de travestis barbudos e dançarinos afeminados acompanhados por lamentáveis cantores de mímica. Nesse espetáculo provocativo, Satanás não sabe fazer nada além de arruinar a perfeição criativa de Deus, mostrando-se como o autor invejoso de todas as falsificações. Satanás não cria nada: ele apenas arruína tudo. Ele não inventa: ele adultera. E seus seguidores não são diferentes: eles humilham a feminilidade da mulher para apagar a maternidade que lembra a Virgem Mãe; castram a masculinidade do homem para arrancar dele a imagem da paternidade de Deus; eles corrompem os pequeninos para matar a inocência neles e torná-los vítimas do mais abjeto wokeísmo.

As cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos escandalizaram, não apenas por causa da exibição arrogante do feio e do obsceno, mas por causa da subversão infernal do Bem e do Mal, a reivindicação insana de ser capaz de blasfemar e profanar tudo, mesmo o que é mais sagrado, em nome de uma ideologia da morte, feiúra e mentiras que desafiam a Cristo e escandalizam aqueles que o reconhecem como Senhor e Deus. Não é por acaso que quem patrocina esse carnaval revoltante é um emissário do Fórum Econômico Mundial, Emanuel Macron, que faz passar um travesti como sua própria esposa impunemente, assim como Barack Obama é acompanhado por um homem musculoso de peruca. É o reino da mistificação, da falsidade, da ficção erguida como um totem, no qual o homem é desfigurado precisamente porque foi criado à imagem e semelhança de Deus.

A tolerância não pode ser o álibi para a destruição sistemática da sociedade cristã, uma sociedade pela qual bilhões de pessoas honestas e até então silenciosas se identificam. Essa prevaricação deve acabar! E deve acabar não tanto e não apenas porque fere a sensibilidade dos crentes, mas porque ofende a Majestade de Deus. Satanás não tem os direitos de Deus, o mal não pode ser colocado no mesmo nível que o Bem, nem as mentiras podem ser equiparadas à Verdade. É nisso que se baseia nossa civilização, uma civilização que alguns gostariam de enterrar sob os escombros físicos e morais de um mundo em ruínas.

É preciso esclarecer que a paciência e a tolerância dos fiéis e dos cidadãos se esgotaram, que já não é tempo de «deplorar», mas de agir, mesmo e sobretudo quando as autoridades civis e religiosas são cúmplices da traição.

Portanto, é necessário que os cristãos se organizem em todo o mundo com ações concretas, antes de tudo com um boicote aos Jogos Olímpicos e a todos os seus patrocinadores. É igualmente necessário que as empresas não subservientes ao globalismo revoguem seus contratos de patrocínio e que as delegações e atletas individuais se retirem dos Jogos, que foram inaugurados sob os piores auspícios. Devemos esperar e exigir que os responsáveis por esse bullying intolerável sejam responsabilizados por suas ações, bem como pela corrupção que também acompanha esse evento. Finalmente, o cenógrafo homossexual que deu origem a esse espetáculo blasfemo e vulgar deve pagar a taxa que Macroniades cobrou dos contribuintes franceses.

Exorto os católicos a repararem com a oração, o jejum e a penitência os ultrajes perpetrados contra Nosso Senhor Jesus Cristo e contra a nossa santa religião. E que o recurso confiante daqueles que são bons diante do Trono do Altíssimo não seja divorciado de um despertar geral das consciências, para que o Rei dos reis possa reinar mais uma vez sobre as nações, as sociedades, as famílias e a Igreja.

 

+ Carlo Maria Viganò, Arcebispo

28 de julho de 2024
Dominica X pós Pentecosten

 

 

 

Artigo original aqui

2 COMENTÁRIOS

  1. E, claro, não têm faltado a escumalha woke progressista, a alegar que tratava-se de uma representação de um quadro com motivos greco-romanos, encabeçado pela divindade Baco (ou Dionísio, aos antigos gregos); todavia, a má repercussão foi tamanha que o próprio COI se viu compelido a apagar o vídeo cerimonial de seu perfil no X. E mesmo que o fosse, não deixou de ser grotesco, inclusive com a presença de uma criança na paródia imunda da Santa Ceia! Evento este, cuja simbologia é vislumbrada por católicos e protestantes, brutalmente afrontados por tal acinte. Claro, sabem que, se muito, cristãos apenas desabafarão sobre o show de horrores. Não veremos 1/3 da nesma ousadia voltada à uma certa religião da paz…

    • Colocaram uma criança no lugar de Judas, o terceiro a esquerda da pintura, representando a inocência. Não pode ser coincidência.

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