As notícias reais não estão nos jornais

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“Somente os que não querem ver podem ser enganados.” – Dianna Hardy, Saving Eve

Dizem que verdades escondidas são mentiras implícitas. Está cheio de mentiras no jornalismo mainstream hoje em dia, sejam relacionadas à política e políticos, à importantes acontecimentos, à guerra, à fraudes e trapaças econômicas, e assim por diante; mas e o que dizer sobre as verdades que são escondidas do público? Estas são mentiras também, mas estas mentiras contém segredos obscuros, pois mentiras de omissão são as mais sinistras de todas.

Em um passado distante, enganar a população era uma tarefa mais difícil. O povo, em sua maioria, era mais desconfiado do que hoje em dia, e não podia ser bombardeado com mentiras e fraudes através de uma fonte de mídia controlada. Ao passo que sempre se desconfiou de políticos em todos os períodos da história, o escrutínio de suas atividades e das decisões políticas era mais evidente no passado do que nos tempos atuais. Isto se deve logicamente a tecnologia moderna e a habilidade de alcançar à todos imediatamente, mas se deve parcialmente também ao gigantesco crescimento do estado de bem-estar social, onde quase todos acreditam que podem se beneficiar as custas de seus vizinhos, e irão ignorar a verdade por ganância individual e considerações à favor de suas agendas. Esta dinâmica tem causado uma diferença enorme nas atitudes das massas, que naturalmente buscam a forma mais fácil de se beneficiar, independente das consequências inerentes. Isto ocorreu por causa da preguiça e da apatia, mas principalmente por causa de uma mais recente falta de moralidade e diminuição coletiva de intelecto.

Por mais que isto me irrite, acompanho os jornais mainstream todos os dias. Não faço isso para me torturar, mas com o único propósito de entender o que é falsamente disfarçado como real, quando na realidade é essencialmente propaganda orientada pela agenda ou narrativa falsa feita para confundir e manipular o público. A coisa mais assustadora deste esquema é o quanto ele é bem sucedido para as elites que desejam doutrinar e controlar as massas.

A maioria dos veículos de “impressa” atualmente estão centrados na possibilidade de um impeachment de Trump, e todo o drama e lama conectados a esta história destacada. Claro, as notícias racistas falsas e sobre transgêneros também são praticamente diárias, incluindo todos os detalhes perturbadoramente obscenos. Uma olhada na MSNBC irá prover o espectador com praticamente tudo de seus noticiários relacionado à Trump, impeachment, e o elenco dos personagens do impeachment. Mude para a supostamente conservadora FOX News e o tom muda para Republicanos versus Democratas, ou mais precisamente, Democratas contra Trump. Em outras palavras, não existe notícia verdadeira no mainstream, apenas antagonismos, xingamentos, brigas de tweet e o absurdo é evidente. Acrescente as notícias fajutas sem sentido das “mudanças climáticas” com o ator de Hollywood “especialista” e os relatórios da criança do momento, e aí estão; todas as notícias que podem ser impressas.

Logicamente, existem outras coisas nas fake news, como o sério risco de morte, destruição e desastre econômico para o pobre vitimizado Estados Unidos à mercê de seus terríveis inimigos China e Rússia. E não se esqueça da causa de todos os nossos problemas, homens brancos, e todos os massacres e assassinatos dos bravos guerreiros da liberdade e heróis da esquerda que brutalizam homens brancos de todas as idades por nenhum motivo aparente e sem consequências.

[Esta semana no Brasil tivemos um bom exemplo que reflete o modus operandi cotidiano do jornalismo mainstream com a vexatória reportagem da Rede Globo insinuando um envolvimento de Bolsonaro no assassinato da vereadora comunista Marielle Franco, o que causou indignação geral e uma revolta legítima por parte do presidente. – N. do T.]

Então o que não está nos jornais mainstream?

Julian Assange não está nos jornais. Este herói que simplesmente contou a verdade e expôs a escória política e militar pelo que eles realmente são tem sido quase que completamente ignorado pela imprensa. Ele foi mantido confinado por anos, então feito prisioneiro, drogado, torturado e está à beira da morte, mas notícias sobre seu flagelo não são vistas em nenhuma publicação mainstream.

Jeffrey Epstein estava envolvido em uma conspiração monumental de abuso sexual infantil, extorsão, chantagem, espionagem, redes de espiões e muito mais. Estas atividades imorais e criminosas eram ligadas à políticos do alto escalão, banqueiros e CEO’s, Wall Street, gigantes de Hollywood e outros, mas logo após o provável assassinato de Epstein, um desfecho bem conveniente, seu nome e o de todos os mencionados estão estranhamente ausentes de qualquer reportagem.

Mesmo com impressionantes evidências mostrando vastas inconsistências na história oficial do governo sobre os “ataques” de 11 de setembro de 2001, algum veículo mainstream investigou a panóplia de histórias, testemunhas, denunciantes legítimos ou mesmo se incomodaram em manter a história viva? Na verdade, o 11/9 chega a sequer ser mencionado pelo mainstream do ponto de vista da dúvida considerando todas as questões que permanecem sem resposta?

Tem alguma história sobre a vigilância em massa da população pelo governo, a elite que controla o governo, a CIA, FBI, e seu parceiros fascistas na indústria da comunicação em evidência nos jornais maisntream de hoje? Toda transação financeira, toda tecla, tudo que é visto ou lido online, toda chamada telefônica, texto, e todo e-mail são interceptados, catalogados e armazenados, mas isto não é discutido por aqueles que dizem dar notícias. Não é investigado e nem mencionado nesta conjuntura a não ser que seja isolado para defender indivíduos específicos ou seus políticos preferidos.

Todas as guerras americanas são guerras de agressão. Todas as guerras de agressão são erradas e assassinas. Quase tudo que é reportado pelo mainstream sobre guerras e intervenções é no contexto de não-existentes segurança nacional, proteção de liberdades, apoio às tropas ou disseminação da democracia. Estas mentiras são apresentadas abertamente, mas aquilo que deixa de ser dito é o que é significativo. O que é deixado de fora sobre as guerras americanas é a verdade. Ou seja, que estas guerras são ataques brutais contra inocentes em outros países para benefício de todo o complexo industrial militar, incluindo bancos americanos, corporações que lucram com guerras, e a classe política. O nacionalismo é promovido, enquanto as vítimas reais da guerra são ignoradas e deixadas de fora das notícias.

Estes são alguns exemplos das verdades propositalmente deixadas de fora do jornalismo mainstream. A lista não tem fim, e se formos olhar o passado existem tantos exemplos importantes destas mentiras de omissão que seria impossível identificar todas elas. Tentar explicar a imensidão de falsidade evidente nas reportagens do jornalismo da mídia mainstream seria um esforço inútil. Por que ele sequer existe? O jornalismo mainstream existe hoje porque é estruturado como um braço de propaganda da elite dominante, não como um negócio honesto de reportar notícias e eventos reais.

H.L. Mencken disse: “O jornalismo americano (assim como o jornalismo de qualquer outro país) é predominantemente insignificante e inútil. Suas pretensões sãos grandiosas, mas suas conquistas são miseráveis.”

Ele estava certo, lógico, mas no contexto da imprensa, as conquistas do jornalismo americano, além de insignificantes, são destrutivas, desonestas, enganadoras e perigosas. Eu equiparo o jornalismo moderno com nada mais que um parceiro conivente das forças do mal.

 

Tradução de Fernando Chiocca

Artigo original aqui.

Leia também: A verdade sobre fake news

 

3 COMENTÁRIOS

  1. A imprensa realmente é serva do estado, isso é muito verdade e já foi discorrido por vários autores libertários. É claro também que não podemos cair na armadilha de defender um político só porque, neste momento, a imprensa está mentindo sobre ele; dê tempo ao tempo e veja como ele vira o jogo, dessa forma enganando milhões, como eles sempre fazem.

    Ademais, bom artigo.

  2. Arrumem essa imagem aí. Como é possível que o artigo exponha o conluio do Estado e da mídia mas mostre o Bolsonaro (chefe do Estado no momento) supostamente chutando pra longe o simbolo da Globo?

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