Não é antissemitismo, é ódio generalizado aos brancos

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Ron Lauder, o bilionário filantropo judeu, se pronunciou contra a “crescente onda de ódio aos judeus” nos Estados Unidos, citando como dois exemplos, a proibição da história em quadrinhos do Holocausto Maus em um distrito escolar rural do Tennessee e a estarrecedora bomba de Whoopi Goldberg no programa “The View.” Se o público ainda se lembra, Goldberg foi suspensa por duas semanas do programa da ABC News depois de alegar que a tentativa de Hitler de exterminar os judeus europeus não tinha nada a ver com raça. Nenhum dos incidentes, na minha opinião, prenuncia “uma maré crescente de antissemitismo”, embora o ataque a uma sinagoga em um subúrbio de Fort Worth por um fanático muçulmano algumas semanas atrás possa se enquadrar na preocupação de Lauder melhor do que os dois exemplos que ele cita.

A decisão de um conselho escolar no Tennessee de não aprovar Maus foi lamentável, mas não teve nada a ver com ódio aos judeus. A diretoria pudica relutava em distribuir entre os alunos um livro com fotos de nudez feminina e com atos de crueldade humana. Se eu estivesse nesse conselho, poderia ter votado de forma diferente, mas não tenho ideia de como essa decisão refletiu o preconceito contra os judeus.

O incidente envolvendo Whoopi é mais perturbador, mas não pela razão que Lauder dá. Foi isso o que Whoopi disse: “A raça é sempre uma questão de cor da pele; Hitler não tinha como alvo os judeus por causa de sua cor de pele.” Quando Goldberg foi contestada pela co-apresentadora Joy Behar, que indicou que a raça era um fator, ela retrucou: “Isso são pessoas brancas fazendo isso com pessoas brancas, então vocês vão lutar entre si”. Essa observação é chocante porque ressalta onde a desumanização dos brancos praticada pelo BLM e outras organizações tribalistas negras nos levou, ou seja, para longe de reconhecer que todas as vidas importam. Onde exatamente os patrocinadores esquerdistas brancos pensaram que essa denegrição sistemática da raça branca iria parar? A observação de Whoopi faz todo o sentido se eu acreditasse que as atrocidades que não-negros, particularmente pessoas brancas, infligem uns aos outros não deveriam contar como “racismo” porque esse termo só deveria ser aplicado a vítimas negras.

Talvez não fizesse diferença se os assassinos em massa nazistas rejeitassem a identidade ariana dos judeus ou de outros grupos que perseguiam, já que todos eram brancos. Como não há, seguindo o pensamento de Whoopi, diferenças raciais dignas de nota entre os brancos, qualquer ultraje que eles cometam uns contra os outros deve ser jogado em algum buraco da memória. Alguém poderia pensar que uma vitimologista negra amplamente reverenciada como Whoopi se absteria de revelar seus pensamentos internos, mas, novamente, por que ela deveria?

Ela não estava realmente se envergonhando, mas expressando as opiniões do Black Lives Matter, e seus financiadores de Hollywood e democratas, quando ela declarou sua opinião com indiferença. E ela não se abalou nem um pouco quando rebateu a normalmente igualmente ultrajante Joy Behar e explicou que o que aconteceu com os nazistas era coisa de gente branca. Todas essas são brigas entre brancos, que não podem ser vítimas de “racismo”, pois apenas os negros podem ter essa honra.

Outra participante do “The View”, Ana Navarro, tentou resolver a questão explicando que o que os nazistas fizeram com suas vítimas era realmente sobre “supremacia branca”. Como os nazistas e suas vítimas eram todos caucasóides, não tenho ideia de como as ações de Hitler eram sobre “supremacia branca”. Claro, os nazistas afirmaram que estavam eliminando membros de uma “anti-raça [Gegenrasse]”. Como eles alegavam estar matando suas vítimas brancas como tal, devemos observar o motivo que eles deram, mesmo que fosse fictício.

Não vejo evidências de que Whoopi esteja questionando esse evento porque ela é antissemita. Ela está simplesmente nos dizendo que brancos serem massacrados não é grande coisa para ela porque esse ato envolve aqueles que não contam como vítimas. Isso levanta um problema que vai além do que Ron Lauder e outros que discernem aqui uma “maré crescente de antissemitismo” estão se opondo. Essa desumanização é direcionada não apenas aos judeus, mas a todos os brancos (o que parece ser algo que Lauder não percebeu). Estamos vivenciando um festival de ódio induzido pela mídia que não irá desaparecer simplesmente porque direitistas podem obter algumas vitórias nas próximas eleições.

Essa malícia desumanizante também pode atingir os negros que discordam dessa orgia tribalista e exortam seus companheiros negros a serem mais civis. Eles também podem cair na não categoria de “pessoas brancas”.

As objeções levantadas por ativistas judeus parecem deixar passar esse ponto óbvio. Não se concluir a partir da observação de Whoopi que ela não acha que os nazistas mataram suas vítimas. Ela simplesmente não dá a mínima para esses acontecimentos, mesmo que eles realmente tenham ocorrido, porque agora ela está jogando um jogo de vítima mais promissor. Pensemos na polêmica que eclodiu sobre a proposição “vidas brancas importam”. Tal posição, fiquei sabendo através da mídia, é um desvio da busca por equidade e justiça social. Não faz diferença em termos desses ideais sagrados se alguns caras brancos matarem outros caras brancos. Se notarmos tais ocorrências, podemos estar ignorando o quadro muito maior, que é a cruzada contra o “racismo branco sistêmico”.

 

 

 

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