Randianos são coletivistas genocidas

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As mais recentes deflagrações do conflito entre sionistas e palestinos colocou para funcionar novamente a Máquina de Ódio da população mundial: todos foram obrigados a ter uma opinião sobre o assunto e odiar um dos lados. Embora esta seja uma guerra que já dura mais de 80 anos, a grande maioria do público não conhece sua história, e toma partido à partir somente dos últimos acontecimentos, ignorando o contexto geral. Por exemplo, muitos passaram a achar que como terroristas do Hamas mataram civis judeus no dia 7 de outubro de 2023, então eles devem apoiar todas as ações das Forças Armadas de Israel. Não levam em consideração que o estado de Israel matou muito mais civis palestinos antes desse ataque do Hamas e está matando muito mais agora.

Assim vemos as desculpas mais absurdas sendo dadas para as bombas israelenses que trucidam bebês palestinos, como dizer que a culpa é do Hamas, pois os usou como “escudos humanos”. Ora, se durante um assalto um bandido é cercado pela polícia e se esconde atrás de uma vítima, ninguém diria para a polícia metralhar a vítima e o ladrão indiscriminadamente, ao invés de um atirador sniper tentar mirar apenas no bandido. Se uma quadrilha invade um banco e mantém todos os funcionários e clientes como reféns, a resposta da polícia jamais seria explodir o banco com todos dentro. Se uma polícia agisse assim, seria considerada pior que os assaltantes. Mas tem gente dizendo que está justificado Israel jogar bombas em hospitais palestinos repletos de idosos, mulheres e crianças porque teria um túnel usado pelo Hamas embaixo deste hospital! E, por outro lado, também vemos gente tentando justificar o assassinato de bebês judeus perpetrado pelo Hamas devido a opressão que os palestinos sofrem em Gaza, que é uma prisão à céu aberto.

Embora seja verdade que os palestinos sejam oprimidos pelo estado de Israel, é um despautério apoiar o assassinato de civis judeus por conta disso, do mesmo modo que é um desatino justificar a morte de civis palestinos por conta das ações de terroristas palestinos. Culpar todo um grupo de pessoas pelas ações de alguns indivíduos chama-se “punição coletiva”, e isto é ainda mais absurdo quando é feito por pessoas que supostamente são extremos individualistas, como os randianos – afinal, foi Ayn Rand quem cunhou a frase “A menor minoria do mundo é o indivíduo. Aqueles que negam direitos individuais não podem alegar ser defensores de minorias.” Mas é isso que os randianos fazem.

Recentemente, Yaron Brook, o chairman do Ayn Rand Institute, atacou a posição libertária contrária a qualquer tipo de punição coletiva defendendo a morte de inocentes como resposta a um ataque sofrido. Dentre todos os disparates que Brook diz, o maior erro que ele cometeu foi ter citado o grande Dave Smith, que por conta disso fez um vídeo destruindo completamente Yaron Brook. Brook diz que ao se defender de um ataque ele não precisa e não deve verificar quem é inocente e quem é culpado, ao que Smith responde de forma avassaladora que se você está matando inocentes, você não está se defendendo de nada, mas sendo você próprio o agressor atacando terceiros. Na faixa de Gaza vivem 2 milhões de pessoas, e a metade são menores de 18 anos. Brook é um maníaco genocida que defende a morte de todos eles porque 17 anos atrás, em 2006, quando quase metade não havia nem nascido ainda, o Hamas recebeu 44% dos votos em uma eleição parlamentar. Para Brook, isto quer dizer que TODOS os palestinos são culpados pelos atos terroristas do Hamas e devem ser punidos! Além de ser um facínora, o nível de argumentação de Brook é absolutamente vexatório, e todo mundo deveria assistir ao vídeo resposta de Dave Smith:

Todavia, Brook faz algo de muito positivo neste vídeo ao frisar que objetivistas randianos não são libertários. Muitos randianos se consideram libertários e essa distinção feita por Brook ajuda muito a não queimar o filme do libertarianismo.

Mas ver Yaron Brook defender o assassinato de crianças palestinas não é surpresa para quem conhece a filosofia randiana. Foi o próprio Brook que pessoalmente me revelou a verdadeira faceta do randianismo há mais de 10 anos atrás em uma das muitas vezes que ele esteve no Brasil à convite dos empresários do IEE para participar de seus eventos. Durante um coquetel, eu estava em uma roda de conversas quando Brook disse que jogar as bombas nucleares sobre as populações civis das cidades de Hiroshima e Nagasaki foram uns dos atos mais altruístas da história. Na época eu conhecia superficialmente as ideias de Ayn Rand, e embora eu fosse um anarcocapitalista que rejeitava a incoerente defesa do estado de Rand e sua fanática defesa da criminosa “propriedade intelectual”, eu considerava os objetivistas randianos aliados na luta pela liberdade. Eu havia lido seus romances A Nascente e A Revolta de Atlas, e conhecia algumas de suas ideias, mas não imaginava que sua filosofia, aparentemente individualista, continha o conceito de culpa coletiva. Após essa interação com Brook, fui pesquisar e descobri que essa era uma “posição oficial” dos randianos. Encontrei esta declaração de Brook de 2005, publicada no aniversário de 60 anos da explosão das bombas nucleares, glorificando a morte de 300.000 pessoas (a maioria civis). Ele diz que “os Estados Unidos deveriam se orgulhar de ter lançado a bomba.” Brook prossegue:

“Os Estados Unidos não foram o agressor na Segunda Guerra Mundial, mas a vítima de um ataque brutal. Quaisquer mortes que ocorreram em legítima defesa, portanto, devem ser atribuídas aos agressores que as tornaram necessárias.”

Desconsiderando o fato de que o ataque a Pearl Harbor foi provocado e deliberadamente permitido para colocar os EUA na Segunda Guerra Mundial, ele foi um ataque das Forças Armadas japonesas contra as Forças Armadas americanas. O alvo era uma base naval da marinha americana no Havaí. A “legítima defesa” seria legítima se fosse empreendida contra alvos militares japoneses, e não contra qualquer ser humano que tenha nascido no Japão ou simplesmente esteja lá. Brook continua:

“É responsabilidade solene do governo dos EUA proteger os cidadãos americanos, destruindo impiedosamente aqueles que nos ameaçam. Se civis morrem no processo, como aconteceu no Japão, isso apenas ressalta a enormidade dos riscos assumidos quando uma população apoia (ou se submete) a um regime assassino e ditatorial.”

Que ameaça um bebê recém nascido em Nagasaki oferecia a cidadãos americanos do outro lado do Oceano Pacífico para ser incinerado? Mas para o coletivista Brook, ele mereceu, pois apoiou ou se submeteu ao governo japonês, que já havia aceitado a rendição antes dos ataques nucleares. Brook termina sua exaltação do maior crime de guerra da história criticando os EUA por não terem jogado bombas nucleares na cabeça dos iraquianos:

“Os nossos estrategistas militares no Iraque podiam aprender com aqueles que, há sessenta anos, decidiram não poupar meios para fazer a nação japonesa se ajoelhar.”

Que tal essa? Carbonizar milhões de crianças, mulheres, idosos e homens porque os EUA invadiram um país baseado na mentira de ele possuir “armas de destruição em massa”. E como os EUA realmente possuem – e já usaram – armas de destruição em massa, isso quer dizer que outros países deveriam jogar bombas nucleares nas cidades americanas? É de arrepiar os cabelos. E não precisa ser um libertário rothbardiano para ficar espantado com as atrocidades defendidas por randianos. Vejam como o neocon incitador de guerras Bill O’Reilly ficou atônito ao ouvir o que outro randiano proeminente, ninguém menos que Leonard Peikoff – escolhido como herdeiro pela própria Ayn Rand e fundador do Ayn Rand Institute – tinha a dizer sobre uma invasão do Irã pelos EUA:

“Eu absolutamente não estou preocupado com pessoas inocentes no território inimigo. Se elas forem assassinadas, a responsabilidade é do governo delas por terem iniciado agressão contra nós. Em qualquer guerra, quando você luta contra o inimigo, você tem que atacar qualquer um naquele território e considera-lo como parte do inimigo; caso contrário você não pode se defender. Se você está preocupado com os inocentes nestes países você está prejudicando os inocentes em nosso país. É nós ou eles.”

O’Reilly, que apoiou guerras insanas do império americano que mataram milhões, considerou delirante a proposta de Peikoff de os EUA atacarem o Irã exterminando indiscriminadamente militares e civis e o chamou de lunático. Apesar da autoridade destes dois influentes objetivistas randianos citados, alguém poderia pensar que eles perverteram as ideias de Ayn Rand; que ela nunca concordaria com tamanha monstruosidade. Porém, isto não é verdade; eles estão sendo inteiramente fieis aos ensinamentos de sua mestra. Com o lançamento do filme Oppenheimer, o Ayn Rand Institute se sentiu motivado a mais uma vez defender o uso das bombas nucleares e dedicaram um episódio do programa New Ideal para justificar moralmente o maior ato criminoso de guerra de toda a história. No programa, eles apresentaram áudios da própria Ayn Rand defendendo o extermínio de civis inocentes em países inimigos:

Para Ayn Rand, se um povo não escolheu um governo diferente ou não derrubou o regime no poder, toda a população deve pagar pelos pecados deste governo… pois o governo representa o povo da nação. Ela diz que não existem inocentes em uma guerra.

No segundo áudio, divulgado pela primeira vez para o público, Ayn Rand responde uma pergunta sobre o ataque deliberado contra civis dizendo que mulheres e crianças não devem ser poupados, pois eles podem ser usados pelos inimigos, como os vietcongs os usaram na guerrilha durante a guerra do Vietnã para atacar soldados invasores americanos. Ela diz que se for necessário bombardear civis, isso é não só justificado como é um dever moral fazer isso; tudo que um país que foi agredido fizer é moralmente justificado. Para Ayn Rand, todas as carnificinas das guerras de toda a história da humanidade foram belas e morais, se a população exterminada pertence a um país que “atacou primeiro”. Então não, Brook e Peikoff não deturparam o individualismo de Ayn Rand. Ela é uma coletivista tão perversa e barbárica quanto seus discípulos fieis ao objetivismo randiano.

 

 

 

Publicado em inglês aqui e em italiano aqui.

22 COMENTÁRIOS

  1. Hiroshima e Nagasaki hoje se transformaram em narrativas sustentadas pelo anti-americanismo. São a desculpa para o pseudo-argumento “os EUA são o único país que usou armas nucleares contra um inimigo”, como se Alemanha, Japão ou URSS, caso tivessem armas nucleares em 1945, seriam bonzinhos e não as usariam.

    O bombardeio de Tóquio em março de 45 matou muito mais gente que Hiroshima e Nagasaki, mas não é lembrado porque foi apenas um bombardeio convencional, coisa que os outros países também fizeram.

    • “mas não é lembrado porque foi apenas um bombardeio convencional, coisa que os outros países também fizeram.”

      Aparentemente, a operação de bombardeio feita em 45 foi a mais mortal da história, então não é bem convencional. Seguiu a mesma cartilha dos Randianos: Assassinar inocentes e tratar isso como legítima defesa.

      Claro, se for para julgar os crimes de guerra do Estado, então a própria criação de guerra por si só é um ato de genocídio, uma geração de carnificina de peões forçados a se alistarem pelo governo. Os EUA deliberadamente se deixaram ser atacados para proliferar medo e ódio entre a população que governa: gente assim é facilmente manipulável por propaganda. Vimos isso durante a farsa do COVID nos últimos anos, e estratégias parecidas se repetindo nos próximos anos. Tão importante para o governo quanto o uso da força, é a manipulação psicológica de toda a população, para que se submeta e siga todas às regras.

      • Sim. A propósito, Dresden e diversas outras cidades alemãs ocupadas majoritária ou totalmente por civis também foram simplesmente incineradas por covardes socio\psicopatas aliados, iguais ou ainda piores do que seus inimigos…
        George Patton estava mesmo certo !

  2. Parabéns por este artigo Fernando Chiocca. A gangue randiana – ou todos os liberais, podem ser considerados a tropa de elite a defesa da gangue estatal, porque ao contrário de comunistas, esquerdistas ou outras mazelas do tipo, que usam força bruta para defender o estado – o que ficou caricato, esses vagabundos randianos são mais sutis, ou seja, mais psicopatas e pervertidos. E sem dúvida são adeptos – à semelhança dos maometanos, da jihad: negam defender o estado, assim como os defensores da religião da paz dizem que a jihad é pacífica….

    Eu tenho especial ódio aos randianos. Curiosamente, tem um aloprado aqui na cidade chamado Roberto Rachewski – amigo do Hélio petrolão, que considera os libertários niilistas de esquerda que querem trocar a justiça do estado pela moral aletória dos tribunais do tráfico. E claro, ele também apoia os crimes de guerras dos EUA…

    Randianos se acham intelectuais refinados, mas até uma macoheira de DCE entende mais de direitos do que eles…

    Por mais artigos como este.

    • Esse canalha do Roberto Rachewski é um abortista desgramado. Ser humano indecente que vê o feto como se fosse um parasita no corpo da mãe, e eu já discurti com ele no Facebook sobre isso. Cara, eu fico triste de ver tanto ser humano medíocre e degenerado nesse planeta, se fosse só a esquerda já tava de bom tamanho.

      • Esse vagabundo do Rachewsky me bloqueou em todas as redes sociais. A última foi justamente quando ele defendeu as bombas atômicas jogadas no Japão. Já cruzei com ele no Fórum da (falsa)liberdade, mas não sabia na época que randianos eram uma gangue genocida.

        Pessoalmente ele é um arrogante do caralho, que acha que quem tem dinheiro é superior. Lixo humano.

  3. War is Hell, já disse alguém, e no fundo essa conversa de “morte de civis” e “morte de mulheres e crianças” é pura hipocrisia. Vidas humanas são vidas humanas.

    Um governo (ilegítimo como qualquer governo) declara guerra a outro governo. Aí os seres humanos de sexo masculino e idade entre 18 e 25 anos, por terem sido “alistados” à força e enfiados dentro de uma farda, não são mais humanos, passam a ser um “alvo militar legítimo”.

    E há quem ache que isso faz sentido.

    • É óbvio que escravizar homens através do serviço militar obrigatório e mandá-los para matar ou morrer nas guerras dos estados é um crime inadmissível. Isso nem entrou em discussão aqui.

      E o que é mais óbvio ainda é que se alguém é atacado por soldados (sejam eles voluntários, como a maioria, ou alistados à força), a legítima defesa só existe se direcionada contra os militares que o estão atacando, e não contra civis, mulheres, crianças ou homens. Só estando muito fumado de randianismo pra não enxergar isso.

  4. Não existe justificação moral para assassinar civis, assim como não existe justificação moral para mandar jovens e qualquer indivíduo de qualquer faixa etária para morrer e matar em “nome de seu país”. Os governos que propagam a guerra são tão piores quanto quaisquer “extremistas islâmicos”, mas isso é pouco dito, pois a análise dos conflitos é sempre sobre quem possuí uma “posição moral” mais elevada.

    O meu ditado favorito é o de que, de boas intenções, o inferno está cheio, e para mim, qualquer justificativa em nome da proposição da guerra, senão pelo legítimo direito em sua forma mais natural, isto é, o da defesa da propriedade individual, é, na verdade, injustificável, pois é necessário que aja um agressor e uma vítima, mas às guerras entre Estados é sempre sobre múltiplos agressores.

  5. Parabéns Fernando, deu uma aula de posicionamento libertario correto em momentos de guerra e conflitos, bem como de política externa, tudo aquilo q você defendeu é o q defendo, assim como sempre foi aquilo defendido por nossas grandes inspirações intelectuais, Rothbard e todos seus seguidores como Hoppe. Vc é um dos poucos libertários q possui alguma influência através desse Instituto e faz de tudo pra divulgar a posição libertária em política externa e guerras da melhor maneira possível. Pessoas como o Gordão Ucrânia e o Ideias Estatais nesses conflitos na Ucrânia e no Oriente médio saíram correndo para defender os países aliados da Otan, pois representa o “mundo civilizado” e são as “vítimas”, pois não foram os primeiros a dar o “primeiro” tiro, passando por cima de qualquer análise contextual de comportamento provocativo e q desse motivo para iniciar o conflito ao não se manterem neutros, fora a questão de estarem dando coro a manutenção de uma guerra q só prejudica a população local e favorece aos interesses das gangues estatais q são apoiados pelos americanos, ao invés de defenderem um acordo de paz pra q as hostilidade cessassem, assim vidas deixariam de ser perdidas além dos recursos da população civil q deixariam de ser roubados para serem usados numa guerra de manutenção de territórios ou de retaliação q só serve aos interesses dos líderes estatais. Já o Kogos, por um lado na questão da Ucrânia foi sensato, mas por outro neste conflito entre Sionismo x Palestina, adotou o discurso belicista dos sionistas, pq supostamente todo palestino muçulmano não passa de um terrorista islâmico, mostrando q quando vc deixa sua ideologia (catolicismo fundamentalista) ou seu lado pessoal (o pai do Kogos parece q descende de judeus) influenciar suas opiniões, mesmo q tenha tomado o lado certo num conflito, no outro perde completamente a razão e bom senso.

    • Obrigado Daniel.
      O pior é que nem pelo quesito de “quem atirou primeiro” essas posições poderiam ser justificadas.
      No caso de Israel é bastante claro que foram os sionistas que atiraram primeiro ao expulsar os palestinos de suas terras desde os anos 1940. A Haganá tocava o terror nos palestinos, como o próprio Ben Gurion admite.
      E no caso da Ucrânia, esta guerra não começou com a invasão russa em 2022, mas em 2014, com o golpe de estado dado pelos EUA e os ataques militares de Kiev contra os ucranianos em Donetsk e Lugansk.

    • Não lembro de assistir vídeo do Paulo Kogos defendendo os genocidas do estado judeu. Em todo o caso, não acompanho o seu Twiter. Poderia esclarecer?

      Eventualmente, se algum católico defende a sinagoga rebelde está equivocado. E se esse catolico insiste neste erro, não tem nada a ver com fundamentalismo religioso, mas com ideologia. Até porque fundamentalismo religioso é uma expressão aplicada aos católicos pelos inimigos de Deus. Não existe essa idiotice de fundamentalismo religioso católico. O cristianismo é uma religião revelada – a única verdadeira, e Deus deixou bem claro a respeito do que é a lei da salvação: amar a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a ti mesno.

      Desde quando apoiar a incineração de crianças inocentes é ser Católico fundamentalista? Por Favor! O ideólogo é aquele que vê ideologia em tudo. Típico comportamento estatista.

  6. Sim eu concordo contigo, só q esse pessoal pró guerra e pró Otan selecionam o momento conveniente pra dizer que o lado contrário “atirou primeiro”, nestes casos da Ucrânia e Israel eles selecionaram o “estopim” mais imediato, e ignoram todos os anos ou décadas anteriores de animosidade ou violência em relação ao conflito “atual”. O caso dos palestinos é bem claro o roubo de suas terras e a diáspora forçada deles (limpeza étnica do território) para territórios marginais como a faixa de gaza por desejo dos sionistas em ter um estado (linhas imaginárias) só pra eles e sem oposição. O Saifedean do padrão bitcoin, q é libanês-palestino, fala bastante sobre isso, fez um debate com o Walter Block https://youtu.be/JBFvMv0F26I?si=ag0L3iraxCcRavh6. Block vergonhosamente defende o caso sionista, colocou até o nome dele num livro com outros autores defendendo o roubo de terras de famílias palestinas pois supostamente era tudo pantano e os israelitas estariam apenas retomando os territórios q uma vez foram deles pelo relato bíblia. Ainda tem o fato de q se somar todos os períodos de hostilidade entre Hamas e o exército israelense, a proporção de civis palestinos mortos era sempre de pelo menos 3x a 4x a mais do q civis israelenses, neste conflito atual passa de 14x ou 15x, é surreal, fora a destruição de casas e infraestrutura civil. Imagina um palestino vivendo nestas condições (sem contar os bloqueio de água, comida e combustivel e humilhações em postos de passagem quando eles querem visitar lugares sagrados em Jerusalém), como não ficar com raiva de Israel e acabar apoiando grupos extremistas como o Hamas para tentar dar o troco? Claro q é igualmente errado descontar em civis do lado israelense, mas mostra q é uma completa falácia o argumento de tentar culpar os palestinos por ter votado no Hamas, grande parte deste apoio veio com a escalada de violência do governo e exércitos israelenses contra palestinos, além de o próprio governo de Israel ter nos anos 90 apoiado o crescimento do Hamas para contrapor ao partido do Fatah q liderava a OLP e q depois virou AP.

    Só pra terminar e reforçar esse seu brilhante ponto dos Radianos estarem seguindo fielmente as ideias da Ayn Rand nesta questão do “direito” coletivo de retaliar ataques de forças politico-militares de outros países, contra os civis q moram nestes territórios, tem um exemplo de terras brasileiras, talvez o principal intelectual randiano brasileiro (acho q o mais famoso), o tal do Dennys Xavier (tem livros publicados na LVM, editora do Instituto “Hélio Beltrão”, sobre Ayn Rand e criticando o “coletivismo”) defendeu q deve-se fazer de tudo para varrer o Hamas da faixa de gaza, e q se civis palestinos inocentes morrerem no processo, faz parte, infelizmente eles devem morrer no processo, para q então a “ameaça” Hamas contra a existência do estado de Israel seja eliminada. Uma loucura, na hora parei de seguir esse facínora no instagram e escrevi um texto detonando esse hipócrita. Quando li seu texto na hora fez todo o sentido pra mim, e já me esclareceu como alguém pode defender uma atrocidade dessas, tem tudo a ver com as referências intelectuais q essa pessoa tem.

    • Vc ser cristão e acreditar nisso (embora eu não acredite em nada de revelação ou coisas sobrenaturais do tipo) n tem problema, o problema do Kogos é q ele deu uma guinada fundamentalista em querer impor a força a religião dele, por exemplo defendendo q censura e perseguição contra hereges e descrentes seria legítimo, proibir a manifestação pública de outras religiões q não o catolicismo estrito dele, etc… Ele quer uma volta da teocracia católica da idade média (com estados confessionais e controle político da igreja), com queima de hereges e censura de infiéis e coisa do tipo, ele deixou de ser libertario faz tempo e acha q a igreja (ou a interpretação q ele tem sobre a verdadeira igreja) é q tem autoridade para ditar questões jurídicas e políticas, ele não defende (se é q um dia defendeu) q em questões jurídicas é a razão humana q descobre as leis, e q a lei correta como nós libertários sabemos é a lei de propriedade e suas implicações (ele acha q a propriedade n seria o princípio jurídico, q outros “valores” devem ser considerados dependendo do caso), o Kogos a tempos q rejeita isso e tenho dúvidas de q ele um dia realmente entendeu como a teoria legal libertária funciona.

      Fundamentalista religioso é todo aquele q por achar q sua religião é a verdadeira, pode-se fazer qualquer coisa para implementá-la e fazer os outros segui-la, em especial exercer controle político e coerção. É óbvio q existem cristãos, especialmente católicos redtrad (e esses sedevacantistas são ainda mais q tem essa mentalidade) q tem essa mentalidade (isso não é apenas difamação de quem persegue a “igreja”), q a moral costumes da igreja dele deve prevalecer.
      Se vc n pensa assim e acha q a adesão deve ser voluntária, ótimo, mas o Kogos e muitos outros católicos q se vê na internet e q defendem a “tradição” não pensam assim, e eu diria q historicamente eles n estão errados, pois a igreja no período da idade média tinha essa postura de querer exclusividade espiritual (união de estado e igreja), embora eu ache assim como o Hoppe q este período da idade media, do ponto de vista jurídico, foi o mais descentralizado q tivemos, pois havia uma maior quantidade de unidades políticas, de autoridade jurídicas concorrênciais, mas isso n significa q n havia esses a abusos na liberdade de expressão e liberdade religiosa.

      Quanto a questão da Palestina e Israel, o Kogos tem um preconceito com palestinos pelo fato de eles serem muçulmanos (em grande maioria), e como o islamismo tem uma rivalidade de longa data com o catolicismo, ele tem a postura de difamar qualquer muçulmano como “terrorista”, e de ver o estado de Israel sempre como vítima e ficar passando pano, como a maioria da direita americanista e defensora do estado de Israel fazem. Somado a isso, o Kogos é judeu de sangue por parte de pai parece, então ele tende a ver de forma positiva o estado judeu nestes conflitos no oriente médio, de achar q qualquer crítica a judeus seria anti-semitismo, etc… Talvez como católico ele quisesse q os judeus se convertessem ao catolicismo, mas ele tem essa posição em geopolítica q Israel é a vítima, q sofre com os ataques terroristas do Hamas, mas ignora completamente os crimes q o governo e exército de Israel cometem contra palestinos, fala só das vítimas de civis do estado de Israel e ignora o morticínio q está sendo feito contra os civis da Palestina. Basta ver os dois vídeos q ele fez no canal dele sobre isso, ele só crítica o Hamas e coloca o estado de Israel como vítima, ignorando a história e fazendo pouco caso dos civis na Palestina.

  7. Nem li ainda (vou ler), mas parabéns pela iniciativa de expor os randianos. Tem um careca vagabundo brasileiro que é randiano que está defendendo genocídio de milhares a milhões de civis inocentes em gaza. Esse povo é nojento. Boa parte da direita é medíocre, eu lembro de vários bolsonaristas defendendo controle de preços e coisas do tipo. Ou o ser humano tem o direito inalienável a ser dono de seu corpo (sua vida) ou é escravo de tiranos psicopatas, não tem meio a meio, não tem 50% sim ou não.

  8. Os judeus de verdade, que eu saiba (e nem sou especialista nem nada) sempre foram povos sem apego a pátrias, internacionalistas, empreendedores que não dependem muito de governos, até porque, esse era um dos motivos dos nacional-socialistas alemães odiarem os judeus, afinal, todo socialista odeia um empreendedor que tem liberdade e mobilidade geográfica. Agora existe todo esse fetiche pelo todo aclamado estado de Israel que representa a nação do povo judeu, sua terrinha, algo assim, que me parece ser totalmente artificial. E como a direita estatista, relativista e utilitarista ama lamber a bola de um político, pois tem carência paterna e de representatividade, o psicopata da vez é o tirano de Israel, Benjamin Netanyahu.

  9. Se a gente for olhar a verdade da direita brasileira e talvez mundial, digo conservadores estatistas e até alguns liberais, eles justificam e veem como normal o lançamento pelos americanos das 2 bombas atômicas no Japão – que matou incontáveis bebês, mulheres, crianças, idosos e homens inocentes de todas as idades. Ou seja, todo estatista é genocida. A mente humana está tão contaminada de estatismo de doutrinação e perversão moral, que parece que os libertários são tipo 0,01% da população mundial ou BEM MENOS.

  10. E esta correto Brooks, eles escolheram o socialismo (democracia), agora a realidade bateu a porta…vc pode ignorar a realidade mas…1938 voltando com força total, quem já morou e viveu em países árabes sabem o quão violentos. Espero o extermínio dos palestinos

    • Então se um partido odiado pelos EUA tomassem o poder no Brasil, e fosse decidido que a única maneira plausível de evitar a guerra fosse exterminando toda a população brasileira, você concordaria? É só um caso extremo, para você entender o absurdo do coletivismo nacional.

  11. Mais um artigo excelente e esclarecedor do Fernando Chiocca, desta vez expondo corajosamente a verdadeira face estatista-coletivista de seitas pseudo-libertárias genocidas que mais parecem “oposição controlada” ou “limited hang-outs” de See Eye A’s da vida…

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