A escolha do campo de batalha

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político libertárioAlém de não ter a menor chance de sucesso, aqueles que  ainda esperam alcançar a liberdade através de petições, eleições e legislações também estão essencialmente fadados ao fracasso, uma vez que permitem que tiranos e escroques escolham o campo de batalha e as regras do jogo.

O debate filosófico entre estatismo e voluntarismo – autoridade vs auto-propriedade, poder governamental vs não-agressão – tornou-se unilateral. Já sou um anarquista há duas décadas e sou testemunha do recente aumento exponencial no número de pessoas questionando toda a doutrinação autoritária que receberam, desde suas raízes. Nos mais diferentes fóruns de debate (fora da mídia mainstream), as pessoas têm questionado e abandonado a mitologia política que lhes foi ensinada, e aprendendo e adotando o princípio de não-agressão, auto-propriedade e voluntarismo. E o que os sociopatas maníacos por controle fazem diante disso? Eles não possuem nenhum tipo de refutação lógica ou moral, então eles nem tentam entrar nessa disputa. A tentativa de eles justificarem o próprio poder vem basicamente de duas formas: “Se não estivéssemos te governando, coisas horríveis iriam acontecer!” e “Todos sabem que o estado é necessário!”. Mas além da cultura do medo e de afirmações sem base nenhuma, eles não possuem nenhum argumento para justificar o Direito Divino dos Políticos. Porque simplesmente não existe nenhum argumento. Quando se trata de argumentação e debate racionais os maníacos por controle e os políticos simplesmente abandonam o campo de batalha.

No embate filosófico, coletivistas autoritários são bufões desarmados, e é por isso que quem está no poder quer de qualquer maneira que as discussões sejam sobre campanhas e eleições, não sobre princípios e ideias. Eles estão sempre tentando desesperadamente mudar a batalha para seus domínios: o circo sem sentido chamado “política”. Enquanto a discussão for sobre QUEM deve se sentar no trono, os tiranos não tem nada a temer. Este é o jogo deles, jogado com as regras deles. “Política” é um sistema de maníacos por controle, feito por maníacos por controle e para maníacos por controle. Sempre foi e sempre será.

É por isso que é tão frustrante de se ver supostos defensores da liberdade entrando com tudo nesta arena, onde destituídos de qualquer sentido ou efetividade eles choramingam sobre como o Tirano A pode ser um pouco menos pior que o Tirano B, ou como talvez o Tirano C tenha uma chance de vencer. “Se você não votar no meu candidato você estará dando um voto para o outro candidato!”. Este tipo de estupidez imediatista e míope é exatamente o que aqueles que estão no poder desejam. Por que você acha que os detentores do poder insistem tanto que as pessoas votem, e no caso brasileiro até fazendo com que o voto seja obrigatório? Será que eles fariam isso se achassem que eleições ameaçariam de alguma forma o poder deles? Claro que não. Eles querem que a luta ocorra no campo de batalhas de escolha de mestres porque eles já sabem o resultado. Como dizem, “Não importa em quem as pessoas votem, o governo será eleito.”

De fato, o ridículo espetáculo da “democracia” é o melhor truque que os tiranos já inventaram. Permitir que os escravos votem é uma maneira maravilhosamente eficiente de drenar o tempo, dinheiro, energia, entusiasmo e esperança até mesmo de defensores da liberdade, sem dar a eles a menor chance de alcançarem liberdade real. Eles ficam obcecados com as eleições, discutem rispidamente uns com os outros, e então, depois de bater suas cabeças no muro mais uma vez – e depois que um novo grupo de fantoches políticos (ou o mesmo grupo) assumir o cargo – a classe dominada mansamente rasteja de volta a subserviência, exausta e desencorajada. “Bem, podemos sempre tentar de novo daqui quatro anos”. Pateticamente, a maioria deles irá fazer apenas isso, caindo na exata mesma armação na próxima vez.

Se o seu objetivo é a liberdade, fique fora do cenário das eleições e da política. Não vote, não faça campanhas, não organize petições. Nem mesmo preste atenção a este ridículo circo armado. O que importa não são os eventos e rituais estúpidos dos parasitas políticos. O que importa é o que as pessoas entendem e acreditam. O problema e a solução não estão em Brasília; eles estão na cabeça de oito bilhões de pessoas. Não se permita ser arrastado ao campo político. Você vai perder. Todas as vezes. Mantenha a batalha no campo das ideias. Este é o único lugar onde a liberdade sempre irá vencer.

 

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Tradução Fernando Chiocca

Artigo original aqui.

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Eis o dilema: votar ou não votar? Pois a justificativa do voto também fortalece os partidos através da verba somatória das multas pagas pela justificação, certo? Foram R$81 milhões em 2016. É uma grana que ajuda o sistema a se fortalecer mesmo quando a gente não quer fazer parte da festa da democracia.
    Sendo assim, qual alternativa seria a menos pior? Visto que o sistema é desenhado pra ninguém sair dele.
    Qual seria sua opinião?

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