A escolha do campo de batalha

2
Tempo estimado de leitura: 3 minutos

político libertárioAlém de não ter a menor chance de sucesso, aqueles que  ainda esperam alcançar a liberdade através de petições, eleições e legislações também estão essencialmente fadados ao fracasso, uma vez que permitem que tiranos e escroques escolham o campo de batalha e as regras do jogo.

O debate filosófico entre estatismo e voluntarismo – autoridade vs auto-propriedade, poder governamental vs não-agressão – tornou-se unilateral. Já sou um anarquista há duas décadas e sou testemunha do recente aumento exponencial no número de pessoas questionando toda a doutrinação autoritária que receberam, desde suas raízes. Nos mais diferentes fóruns de debate (fora da mídia mainstream), as pessoas têm questionado e abandonado a mitologia política que lhes foi ensinada, e aprendendo e adotando o princípio de não-agressão, auto-propriedade e voluntarismo. E o que os sociopatas maníacos por controle fazem diante disso? Eles não possuem nenhum tipo de refutação lógica ou moral, então eles nem tentam entrar nessa disputa. A tentativa de eles justificarem o próprio poder vem basicamente de duas formas: “Se não estivéssemos te governando, coisas horríveis iriam acontecer!” e “Todos sabem que o estado é necessário!”. Mas além da cultura do medo e de afirmações sem base nenhuma, eles não possuem nenhum argumento para justificar o Direito Divino dos Políticos. Porque simplesmente não existe nenhum argumento. Quando se trata de argumentação e debate racionais os maníacos por controle e os políticos simplesmente abandonam o campo de batalha.

No embate filosófico, coletivistas autoritários são bufões desarmados, e é por isso que quem está no poder quer de qualquer maneira que as discussões sejam sobre campanhas e eleições, não sobre princípios e ideias. Eles estão sempre tentando desesperadamente mudar a batalha para seus domínios: o circo sem sentido chamado “política”. Enquanto a discussão for sobre QUEM deve se sentar no trono, os tiranos não tem nada a temer. Este é o jogo deles, jogado com as regras deles. “Política” é um sistema de maníacos por controle, feito por maníacos por controle e para maníacos por controle. Sempre foi e sempre será.

É por isso que é tão frustrante de se ver supostos defensores da liberdade entrando com tudo nesta arena, onde destituídos de qualquer sentido ou efetividade eles choramingam sobre como o Tirano A pode ser um pouco menos pior que o Tirano B, ou como talvez o Tirano C tenha uma chance de vencer. “Se você não votar no meu candidato você estará dando um voto para o outro candidato!”. Este tipo de estupidez imediatista e míope é exatamente o que aqueles que estão no poder desejam. Por que você acha que os detentores do poder insistem tanto que as pessoas votem, e no caso brasileiro até fazendo com que o voto seja obrigatório? Será que eles fariam isso se achassem que eleições ameaçariam de alguma forma o poder deles? Claro que não. Eles querem que a luta ocorra no campo de batalhas de escolha de mestres porque eles já sabem o resultado. Como dizem, “Não importa em quem as pessoas votem, o governo será eleito.”

De fato, o ridículo espetáculo da “democracia” é o melhor truque que os tiranos já inventaram. Permitir que os escravos votem é uma maneira maravilhosamente eficiente de drenar o tempo, dinheiro, energia, entusiasmo e esperança até mesmo de defensores da liberdade, sem dar a eles a menor chance de alcançarem liberdade real. Eles ficam obcecados com as eleições, discutem rispidamente uns com os outros, e então, depois de bater suas cabeças no muro mais uma vez – e depois que um novo grupo de fantoches políticos (ou o mesmo grupo) assumir o cargo – a classe dominada mansamente rasteja de volta a subserviência, exausta e desencorajada. “Bem, podemos sempre tentar de novo daqui quatro anos”. Pateticamente, a maioria deles irá fazer apenas isso, caindo na exata mesma armação na próxima vez.

Se o seu objetivo é a liberdade, fique fora do cenário das eleições e da política. Não vote, não faça campanhas, não organize petições. Nem mesmo preste atenção a este ridículo circo armado. O que importa não são os eventos e rituais estúpidos dos parasitas políticos. O que importa é o que as pessoas entendem e acreditam. O problema e a solução não estão em Brasília; eles estão na cabeça de oito bilhões de pessoas. Não se permita ser arrastado ao campo político. Você vai perder. Todas as vezes. Mantenha a batalha no campo das ideias. Este é o único lugar onde a liberdade sempre irá vencer.

 

—————————————————————–

Tradução Fernando Chiocca

Artigo original aqui.

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Eis o dilema: votar ou não votar? Pois a justificativa do voto também fortalece os partidos através da verba somatória das multas pagas pela justificação, certo? Foram R$81 milhões em 2016. É uma grana que ajuda o sistema a se fortalecer mesmo quando a gente não quer fazer parte da festa da democracia.
    Sendo assim, qual alternativa seria a menos pior? Visto que o sistema é desenhado pra ninguém sair dele.
    Qual seria sua opinião?

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.