A liberdade de não usar máscara

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“Coloque sua máscara, cara.” Isso foi dito para mim em um prédio de escritórios no auge do lockdown. “Onde está sua máscara?” foi uma pergunta que me foi feita com raiva por um cliente de cara azeda no estacionamento de um supermercado na mesma época.

Em outro supermercado, um cliente bastante egocêntrico (redundância?) me disse que “nesta cidade, as pessoas usam máscaras”. Amigos próximos me deram sermões sobre a importância de usar máscaras enquanto zombavam de meu desdém pelo pedaço de pano. Por um breve período no meio de 2020, a American Airlines me baniu por eu ter tirado muitas vezes a máscara durante um voo.

Tantas outras anedotas como esta poderiam ser mencionadas, e me deu muita vontade de falar sobre elas. De gritar sobre elas. Há também um desejo de me vangloriar sobre aqueles que me achavam idiota por rejeitar o alarmismo que levou tantos a se mascararem tão obedientemente em 2020 e nos anos seguintes.

Porque agora? A resposta é simples. Como tantas pessoas, li o resumo de Bret Stephens, colunista do New York Times, de um estudo recente sobre a eficácia das máscaras da Cochrane, que Stephens descreve como o “padrão ouro para suas análises de dados de assistência médica”. Então, o que o estudo da Cochrane revelou sobre as máscaras? Stephens cita uma entrevista com o principal autor do estudo (o epidemiologista Tom Jefferson), na qual Jefferson conclui sobre as máscaras “que simplesmente não há evidências de que elas façam alguma diferença”. As máscaras N-95 funcionam de maneira diferente das cirúrgicas? De acordo com Jefferson, “não faz diferença – nenhuma delas faz diferença alguma”.

Ler isso é ser tentado a se vangloriar mais uma vez. Os que usavam máscaras eram e são muito arrogantes. Eles não deveriam ser ridicularizados incessantemente por permitir que seu alarmismo de roer as unhas nublasse tão completamente suas mentes? A resposta fácil é sim. Se os crentes na religião das máscaras forem forçados a confessar o quanto estavam errados, talvez aprendam a ter a mente mais aberta no futuro? Tudo isso faria muito sentido, só que não.

Isso lembra uma linha do livro do professor Joseph Epstein, da Northwestern, Charm. Parafraseando o autor, “nunca perdi uma discussão, mas também nunca ganhei”. Para aqueles de nós que com razão não caíram na histeria da máscara e que, mais importante, consideraram que cada um deveria agir como quisesse em relação ao vírus, sejamos realistas.

Não vamos ganhar a discussão com cultistas mascarados, e não vamos pela mesma razão que o brilhante Epstein nunca ganhou uma discussão: eles nunca vão admitir o quão errados estavam. Sempre haverá respostas “Sim, mas” se forem razoavelmente educadas e, se não forem, os adeptos das máscaras continuarão sendo as mesmas pessoas cruéis e resmungonas que eram antes de o vírus extrapolar seus piores defeitos.

Pior, e como argumento em meu livro de 2021 sobre a trágica resposta política ao vírus,  Quando os políticos entraram em pânico, é importante enfatizar que vencer os argumentos sobre lockdowns, máscaras e taxas de sobrevivência do vírus é perder a guerra. Dito de outra forma, os melhores argumentos contra lockdowns e obrigatoriedade de máscaras nunca foram médicos ou estatísticos. Isso ocorre simplesmente porque a liberdade de viver como queremos é muito mais valiosa do que resultados de saúde supostamente salutares obtidos pela força. A liberdade é sua própria maravilhosa virtude e inclui o direito de fazer o que queremos, mesmo quando fazer o que queremos é considerado prejudicial à nossa saúde individual.

A partir daí, nunca é demais enfatizar que pessoas livres produzem informação. Fazendo o que querem, as pessoas livres nos informam por meio de suas ações. Aplicado a março de 2020, quando a classe política e especializada global endoidou coletivamente, havia tanto que o mundo não sabia sobre um vírus supostamente tão poderoso que causaria hospitalização em massa sem lockdowns e, pior, morte aos milhões. Tudo isso explica por que era crucial manter a liberdade em uma época em que ela era pisoteada. Pense nisso.

Precisamente porque os especialistas estavam fazendo pronunciamentos tão grandiosos sobre a letalidade do vírus, a liberdade era necessária para testar a histeria. Em outras palavras, aqueles que rejeitam livremente a opinião de especialistas quando os especialistas estão prevendo o Armagedom são mais cruciais quando as pessoas ao seu redor estão perdendo a cabeça, se trancando, lavando as mãos loucamente e depois higienizando o que foi lavado. Imagine que uma ampla gama de abordagens para um vírus em expansão – desde o lockdown total até passar todas as noites em bares lotados – produzirá as informações que testarão as crenças da classe de especialistas.

Só que em 2020 não tivemos isso. Enquanto as empresas bem administradas aderem à máxima de “tamanho único”, os governos abordam as coisas com um tamanho único. Que era o que os histéricos proponentes do confinamento e da máscara clamavam em 2020. Não querendo viver suas vidas e deixar os outros viver a vida deles, eles tinham que controlar aqueles que apenas desejavam poder ter uma escolha.

Aqueles que desejavam uma escolha, incluindo o direito de viver como sempre viveram, foram ridicularizados como “egoístas”. Na verdade, foram os aderentes ao lockdown, a máscara e aos especialistas que foram egoístas por impingir seus medos ao resto de nós. Se eles quisessem ficar em casa, e se quisessem usar duas máscaras quando saíssem, devido à sua profunda crença na eficácia das máscaras, ninguém os impediria de fazer o que desejassem.

A simples verdade é que a abordagem de tamanho único não nos protegeu do vírus tanto quanto nos cegou para a realidade do vírus; uma realidade que só poderia ter sido alcançada por meio da liberdade. Não precisávamos de estudos médicos, e a realidade é que ainda não precisamos de estudos médicos. O que precisávamos e precisamos é de liberdade. Com ela, mais uma vez, vem o conhecimento de pessoas diferentes fazendo coisas diferentes, e todos nós aprendendo com seus sucessos e fracassos.

Isso é mais uma vez de importância crucial, dadas as conclusões condenatórias às máscaras no estudo Cochrane. Para os desdenhosos das máscaras, priorizar as verdades do estudo significa que, se o estudo tivesse revelado que as máscaras são extremamente eficazes, esses decretos e outras obrigatoriedades teriam feito sentido. Não. Nunca. Se fazer algo faz sentido, ou se nos protege da doença e da morte, nenhuma força é necessária.

Por favor, vamos manter isso em mente agora. Mais uma vez, os melhores argumentos contra obrigatoriedades e lockdowns não são médicos, nem serão encontrados em estudos. A liberdade é o melhor argumento e, uma vez que abandonamos a liberdade em favor de casos baseados em resultados, nos preparamos para uma tomada hedionda de nossa liberdade no futuro, quando o próximo patógeno letal – ou leve – der as caras.

 

 

Artigo original aqui

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