Foi um erro fechar as escolas, diz estudo britânico

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Em 12 de março de 2020, o memorando saiu da caneta de Carter Mecher, especialista em bioterrorismo da Administração de Veteranos. Foi enviado a funcionários de saúde pública e outras pessoas de todo o país. Feche as escolas. Faça isso agora. E aconteceu, e com isso, as liberdades cívicas que há muito consideramos garantidas – liberdade para viajar, fazer negócios, ir ao cinema, até mesmo sair de casa – foram retiradas.

Eles fecharam as escolas. Então foi como dominós caindo, um por um. As empresas tiveram que fechar para que as pessoas pudessem cuidar das crianças em casa. Os shoppings tiveram que fechar porque, do contrário, as crianças simplesmente se reuniriam ali. As igrejas também. Os locais de entretenimento foram fechados. Até os parques fecharam. As ordens para ficar em casa seguiram-se ao fechamento da escola. De muitas maneiras, toda a legitimidade da quarentena dependia do mérito do fechamento da escola.

Um pequeno grupo de cientistas pró-quarentena festejou quando seu sonho de uma década e meia de conduzir tal experimento social finalmente se tornou realidade.

O fechamento de escolas teve um efeito desproporcional nas mulheres trabalhadoras. Elas deixaram seus empregos para cuidar das crianças, tentando ajudá-las a navegar no estranho mundo novo das salas de aula Zoom e fazer as tarefas por e-mail. Os homens continuaram trabalhando em empregos como o principal ganha-pão.

Conforme relata o Washington Post:

A recessão pandêmica [lockdowns] foi apelidada de “recessão feminina” porque afetou muito mais as mulheres do que os homens. A proporção de mulheres que trabalham ou procuram trabalho caiu para o nível mais baixo desde 1988, destruindo décadas de ganhos arduamente conquistados no local de trabalho.

Na sexta-feira, o relatório de empregos do Departamento de Trabalho mostrou que a economia recuperou pouco mais da metade dos empregos perdidos em março e abril, mas a situação continua terrível para as mulheres. Há 2,2 milhões de mulheres a menos trabalhando ou procurando trabalho agora do que em janeiro, contra 1,5 milhão de homens a menos, de acordo com dados do Departamento do Trabalho.

Em nove meses desse inferno, pode-se supor que teria havido um teste claro para saber se e em que medida os resultados graves da infecção pelo vírus estavam realmente associados à frequência escolar. Finalmente chegou, e as notícias não são boas para os apoiadores da quarentena.

Já é óbvio (e tem sido desde fevereiro) que quase nenhuma criança corre perigo com o vírus. O gradiente idade/saúde do vírus afeta quase exclusivamente os idosos com comorbidades. As crianças poderiam ter sido úteis para alcançar boas metas de saúde pública e acabar com o vírus, em vez de perder quase um ano inteiro de educação de qualidade até agora, para não falar do trauma das máscaras obrigatórias e de serem ensinadas que seus amigos são potenciais inimigos que carregam patógenos.

As crianças estariam bem, mas e os funcionários e os adultos? Trancar as crianças em casa realmente mantém as pessoas seguras e reduz a infecciosidade e a mortalidade associadas ao SARS-CoV-2? Como podemos testar isso? Uma maneira simples poderia examinar a diferença nos resultados das doenças entre ambientes domésticos nos quais as crianças estão presentes e aqueles onde elas não estão.

Este parece um teste óbvio. Finalmente, um estudo desse tipo apareceu, conforme publicado pela prestigiosa revista médica Medxriv: “Associação entre viver com crianças e os resultados do COVID-19: um estudo de coorte OpenSAFELY de 12 milhões de adultos na Inglaterra”.

É o maior estudo já conduzido (35 autores) sobre o risco de Covid para adultos devido ao contato com crianças e tem uma conclusão não tão surpreendente, pelo menos para aqueles que seguiram a ciência até agora. Ele não descobriu nenhum aumento nos resultados graves relacionados à Covid para adultos que vivem com crianças. Ele demonstrou um pequeno aumento nas infecções, mas sem resultados ruins. Na verdade, o estudo demonstrou menos mortes associadas a adultos que vivem com crianças em casa do que em casas sem filhos.

Para citar o estudo diretamente:

Este é o primeiro estudo de base populacional a investigar se o risco de infecção por SARS-CoV-2 registrada e resultados graves de COVID-19 diferem entre adultos que vivem em famílias com e sem filhos em idade escolar durante a pandemia no Reino Unido. Nossos resultados mostram que para adultos que vivem com crianças não há evidência de um risco aumentado de resultados COVID-19 graves, embora possa haver um risco ligeiramente aumentado de infecção por SARS-CoV-2 registrada para adultos em idade produtiva que vivem com crianças de 12 a 18 anos. Adultos em idade produtiva que vivem com crianças de 0 a 11 anos têm um risco menor de morte por COVID-19 em comparação com adultos que vivem sem filhos, com o tamanho do efeito sendo comparável ao menor risco de morte por qualquer causa. Não observamos mudanças consistentes no risco de infecção por SARS-CoV-2 registrada e resultados graves de COVID-19 comparando períodos antes e depois do fechamento da escola.

O que isso implica?

Nossos resultados não demonstram nenhuma evidência de danos sérios de COVID-19 para adultos em contato próximo com crianças, em comparação com aqueles que vivem em famílias sem filhos. Isso tem implicações para determinar o equilíbrio benefício-dano de crianças que frequentam a escola na pandemia de COVID-19.

O texto parece um pouco abstrato, consistente com o gênero desse estilo de escrita. Para colocar em bom português, o medo de Covid nunca foi um bom motivo para fechar as escolas. O que quer dizer: foi um grande erro. É chocante considerar o que foi perdido, como as crianças foram tratadas, como são brutalizados os pais que tanto pagaram em impostos ou em escolas particulares. É roubo não só de dinheiro, mas também de educação e de boa vida.

A AIER em geral concordou com a afirmação de John Ioannidis de meados de março. Essas políticas foram postas em prática sem nenhuma evidência sólida de que mitigariam o vírus ou melhorariam os resultados médicos.

Desde o início, as quarentenas foram uma política em busca de uma razão. Em todos esses meses intermediários, nenhuma apareceu. E só agora estamos vendo pesquisas sólidas provando que os céticos estavam certos desde o início. A única questão agora é se e quando os “especialistas” que produziram esse fracasso surpreendente admitirão seu erro. Talvez a resposta seja: quando a mídia começar a noticiar isso.

 

Artigo original aqui.

1 COMENTÁRIO

  1. De certa forma a quarentena foi benéfica pra minha educação (não, não estou validando-as, ainda são anti-éticas). Entretanto é curioso, o isolamento me afastou da escola, então não tinha que ficar confinado num ensino compulsório, só marcar a presença e ir fazer outra coisa. Foi aí que conheci o Libertarianismo e o Instituto Rothbard. A partir daí fui me interessando mais e lendo livros sobre assunto (nunca antes havia lido um livro de sociologia, filosofia, economia, nem nada técnico, por assim dizer). Então não posso negar que a quarentena forçada, ainda que absurda, me afastou das garras demoníacas do Mec e seus bloqueios intelectuais. Nesse aspecto foi de de grande ajuda para minha formação intelectual, de forma que a escola jamais seria!

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